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terça-feira, 22 de novembro de 2022

DEFENDENDO A COSMOVISÃO CRISTÃ A PARTIR DAS DOUTRINAS DA CRIAÇÃO, QUEDA E REDENÇÃO - 3/3

 

A DEFESA PRÁTICA DA COSMOVISÃO JUDAICO/CRISTÃ.

 CRIAÇÃO X EVOLUCIONISMO

O primeiro tema que nos foi proposto, dentro desse ambiente de cosmovisão foi Criação. Todo servo de Deus precisa saber defender bem esse tema, pelo menos de forma geral.

A doutrina da criação não é uma cosmovisão, mas defendê-la implica na defesa da cosmovisão judaico/cristã, porque a cosmovisão modernista tem seu contraponto da criação, que é a teoria da evolução e do big bang.

Eles afirmam que tudo veio a existir a partir de uma grande explosão, e que o homem é fruto de um processo evolutivo de uma espécie inferior.

E nós? O que afirmamos? A Confissão de Fé de Westminster afirma, no CAPÍTULO IV DA CRIAÇÃO:

I. Ao princípio aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a manifestação da glória do seu eterno poder, sabedoria e bondade, criar ou fazer do nada, no espaço de seis dias, e tudo muito bom, o mundo e tudo o que nele há, visíveis ou invisíveis. Rom. 9:36; Heb. 1:2; João 1:2-3, Rom. 1:20; Sal. 104:24; Jer. 10: 12; Gen. 1; At. 17:24; Col. 1: 16; Exo. 20: 11.  II. Depois de haver feito as outras criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea, com almas racionais e imortais, e dotou-as de inteligência, retidão e perfeita santidade, segundo a sua própria imagem, tendo a lei de Deus escrita em seus corações, e o poder de cumpri-la, mas com a possibilidade de transgredi-la, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, que era mutável. Além dessa escrita em seus corações, receberam o preceito de não comerem da árvore da ciência do bem e do mal; enquanto obedeceram a este preceito, foram felizes em sua comunhão com Deus e tiveram domínio sobre as criaturas. Gen. 1:27 e 2:7; Sal. 8:5; Ecl. 12:7; Mat. 10:28; Rom. 2:14, 15; Col. 3:10; Gen. 3:6.

Apenas como ilustração de como pode ser feita a defesa desse princípio da criação e, por consequência, da cosmovisão judaico/cristã: lembro que uma aluna do 5º período de administração fez a seguinte pergunta: “mas o senhor não acredita nessa besteira de criacionismo não, não é? Devolvi a pergunta: você “acredita” em quê? (Nesse momento escrevi a palavra “acredita” no quadro). Na evolução, respondeu. Perguntei novamente: você acredita na tese ou na teoria da evolução? Ela ficou confusa e não soube responder. Ponto para o professor. Expliquei que a diferença e disse que uma teoria precisa ser testada, comprovada. E arrematei: “a teoria da evolução ainda não foi provada empiricamente”. E concluí: “você acerta quando diz que “acredita” no evolucionismo, porque é a única base que tem para defendê-lo. Então, quem defende o criacionismo é pela fé, quem defende o evolucionismo é também pela fé. Portando, não cabe nenhum sentimento de superioridade ou arrogância. Estão todos no mesmo barco da fé”.

Percebe? Defender a cosmovisão cristã não se trata de pregar ou evangelizar. Porém, quando você defende essa cosmovisão, você contribui para deixar o ambiente favorável e receptivo para o evangelismo, se for o caso.

Alguns podem argumentar que não saberiam defender a cosmovisão judaico/cristã nessa questão da criação. Há algo que você pode fazer:

Deus estabeleceu UM DIA DE DESCANSO, por força de Sua Lei Moral, basicamente para lembrar DOIS dos Seus GRANDES FEITOS, em favor da humanidade e do seu povo, especificamente. Um foi a libertação do Egito. E o outro foi, exatamente a criação. Ler Êxodo 20:8-11. Portanto, guardar o dia do Senhor é defender esse princípio da criação e a cosmovisão judaico/cristã.

 QUEDA X ANTROPOLOGIA DE HOUSSEAU

O segundo tema que foi proposto dentro do cenário de cosmovisão foi a queda. É muito importante defender que o homem caiu do seu estado de inocência e tornou-se totalmente depravado, como dia a Confissão de Fé de Westminster, no CAPÍTULO VIDA QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E DO SEU CASTIGO:

I. Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo do fruto proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória. Gen. 3:13; II Cor. 11:3; Rom. 11:32 e 5:20-21. II. Por este pecado eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes do corpo e da alma. Gen. 3:6-8; Rom. 3:23; Gen. 2:17; Ef. 2:1-3; Rom. 5:12; Gen. 6:5; Jer. 17:9; Tito 1:15; Rom.3:10-18. III. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito dos seus pecados foi imputado a seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária. At. 17:26; Gen. 2:17; Rom. 5:17, 15-19; I Cor. 15:21-22,45, 49; Sal.51:5; Gen.5:3; João3:6. IV. Desta corrupção original pela qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o bem e inteiramente inclinados a todo o mal, é que procedem todas as transgressões atuais. Rom. 5:6, 7:18 e 5:7; Col. 1:21; Gen. 6:5 e 8:21; Rom. 3:10-12; Tiago 1:14-15; Ef. 2:2-3; Mat. 15-19.

O contraponto da cosmovisão modernista, que visa destruir a cosmovisão cristã para se estabelecer no lugar dela, em torno da antropologia bíblica, é trazido pelo filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que considerava o homem “bom” por natureza, portanto, uma negação da doutrina da queda: “o ser humano nasce bom, a sociedade o corrompe”.

Essas duas visões acerca do homem interferem até no modelo de educação a ser adotado. Se você defende que o homem é mal, como afirma a antropologia bíblica, isso produzirá uma educação mais rígida, disciplinar, ao estilo da educação clássica, jesuítica. Se acredita que o homem é bom, vai ser privilegiado uma educação centrada no aluno, sem nenhum tipo de freio ético ou moral, que propicia, inclusive um ambiente favorável à violência contra o professor.

REDENÇÃO DE CRISTO X REDENÇÃO DO ESTADO

O terceiro e último ponto que foi proposto dentro do cenário de cosmovisão foi redenção.

A cosmovisão modernista prega uma redenção por meio do Estado, que atua como um pai provedor. Na perspectiva da cosmovisão modernista que é, necessariamente anticristã, o Estado assume o lugar de Deus.

Franklin Ferreira, em seu excelente livro “Contra a idolatrai do Estado”, afirma:

A esquerda pode ser definida como aquele modelo do espectro político em que há pouca ou nenhuma liberdade pessoal e econômica, em que o Estado ou partido ganha uma dimensão transcendente, agindo para estender seu domínio sobre todas as esferas da sociedade (2016, p.125-126).

A expressão “dimensão transcendente” aponta para um Estado que ocupa o lugar de Deus, sendo o único provedor do homem. É exatamente por isso que os países governados por partidos de esquerda tendem a ser empobrecidos, porque o Estado vai destruindo todos os “possíveis provedores”, principalmente a própria liberdade do homem até assumir, sozinho, esse posto. A população, então, empobrecida passa a ser sustentada pelas migalhas do Estado, gerando uma situação de dependência e até adoração por parte do homem que ganha o prato de comida.

Apresentar que apenas Cristo é o redentor do homem é muito importante para que a cosmovisão cristã prevaleça. O cristianismo é a última barreira para a implantação de estados socialistas, comunistas, que promovem o endeusamento do Estado, o que se constitui em idolatria e quebra flagrante do primeiro e segundo mandamentos.

Concluiremos citando a pergunta 90 do Catecismo Maior de Westminster, que apresenta a redenção celestial e não numa suposta terra restaurada, vindo da parte de Deus:

90. Que sucederá aos justos no dia do juízo? No dia do juízo os justos, sendo arrebatados para encontrar a Cristo nas nuvens, serão postas à sua destra e ali, abertamente, reconhecidos e justificados, se unirão com Ele para julgar os réprobos, anjos e homens; e serão recebidos no céu, onde serão plenamente e para sempre libertados de todo o pecado e miséria, cheios de gozos inefáveis, feitos perfeitamente santos e felizes, no corpo e na alma, na companhia de inumeráveis santos e anjos, mas especialmente na imediata visão e fruição de Deus o Pai, de nosso Senhor Jesus Cristo e do Espírito Santo, por toda a eternidade. É esta a perfeita e plena comunhão de que os membros da Igreja invisível gozarão com Cristo em glória, na ressurreição e no dia do juízo. I Tess, 4:17; Mat. 25:33, e 10:32; I Cor. 6:2-3; Mat. 25:34, 46; Ef. 5:27; Sal 16:11; Heb. 12:22-23; I João 3:2; I Cor, 13:12; I Tess. 4:17-18.

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