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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A TEOLOGIA DE LUIZ GONZAGA E A DEPRAVAÇÃO TOTAL DO HOMEM. UMA HOMENAGEM AO CENTENÁRIO DE GONZAGÃO - Parte 2/3



Como vimos na postagem anterior, a afirmação de Luiz Gonzaga em sua lendária música “Apologia ao jumento” é que o homem é mau. Provavelmente o Rei do Baião, como já dissemos, não tinha noção das implicações teológicas de sua afirmação. Mas, a partir dela, iremos desenvolver o tema acerca da condição do homem. Por que é importante saber da condição do homem diante de Deus? Primeiro porque esse assunto está diretamente ligado à sua própria salvação.  Segundo porque só há uma forma de receitar o remédio correto: através de um correto diagnóstico da doença. Ou seja, se o homem  é bom, o remédio será um; provavelmente bem fraco ou até mesmo não haja necessidade de sua prescrição. Se, ao contrário, o homem é realmente mau, como afirma Gonzaga, o remédio prescrito será bem mais poderoso; talvez o mais poderoso de todos.

Devemos nos certificar sobre o estado do homem no que diz respeito ao seu direito de escolha, à liberdade que supostamente tem, ao seu Livre-arbítrio. Para tanto iremos abordar o primeiro ponto da doutrina calvinista: A depravação total do homem, contudo, para fins analíticos, vamos transcrever tanto o primeiro ponto do calvinismo como também o primeiro ponto do Arminianismo, refutador principal da doutrina de Calvinista. Começaremos com ele:

ARMINIANISMO

O homem é dotado de vontade livre. Armínius  acreditava que a queda do homem não foi total e sustentou que, no homem, restou bem suficiente, capaz de habilitá-lo a querer aceitar Cristo como Salvador.

CALVINISMO

O homem não regenerado é totalmente incapaz de exercer sua própria vontade livremente para salvar-se, sendo absolutamente escravo do pecado e, dependendo, portanto, da intervenção  de Deus, que  vivifica o homem (regeneração) antes que este possa crer em Cristo.


A DEPRAVAÇÃO TOTAL DO HOMEM

a)   Situação do homem antes da queda, conforme a interpretação dos teólogos  da Assembleia de Westminster:

Deus dotou o homem de liberdade natural, e não era obrigado a fazer nem o bem  nem o mal (Tiago 1:14; Deut. 30:19; João 5:40; Mat. 17:12; At.7:51; Tiago 4:7). O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa liberdade e poder (Ec. 7:29; Col. 3: 10; Gen.  1:26 e 2:16-17 e 3:6), conforme Confissão de Fé de Westminster, Capítulo IX.I,II.

b)   Situação do homem depois  da queda, conforme a interpretação dos teólogos  da Assembleia de Westminster:

O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu pr6prio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso (Rom 5:6 e 8:7-8; João 15:5; Rom 3:9-10,12,23; Ef.2:1, 5; Col. 2:13; João 6:44, 65; I Cor. 2:14; Tito 3:3-5.). Quando Deus converte um pecador e o transfere para o estado de graça, ele o liberta da sua natural escravidão ao pecado e, somente pela sua graça, o habilita a querer e fazer com toda a liberdade o que é espiritualmente bom, mas isso de tal modo que, por causa da corrupção, ainda nele existente, o pecador não faz o bem perfeitamente, nem deseja somente o que é bom, mas também o que é mau. (Col 1:13; João 8:34, 36; Fil 2:13; Rom 6:18,22; Gal 5:17; Rom 7:15, 21-23; I João 1:8, 10) , conforme Confissão de Fé de Westminster, Capítulo IX.III,IV.

Como vimos acima, o homem, antes da queda, possuía uma natureza boa. Depois da queda ela é totalmente corrompida pelo pecado, ficando o homem completamente averso às coisas de Deus, como se, de fato, estivera morto espiritualmente, sendo  assim, completamente incapaz de, por ele mesmo, buscar a Deus ou mesmo desenvolver bondade tal que o habilite, por merecimento, a um retorno à comunhão com Deus.

O homem recebeu uma ameaça solene de Deus: De toda árvore do jardim comerás livremente,  mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gêneses 2:16,17). Satanás, porém, mentindo, disso o contrário: “É certo que não morrereis” (Gêneses 3:4). Acreditar que a queda não trouxe morte espiritual ao homem, isto é, a depravação total de sua natureza, como afirmam Agostinho, Lutero, Calvino e até Luiz Gonzaga, é dar ouvido a voz de Satanás e desprezar a ameaça solene de Deus.

O homem é  tão degradado quanto pode ser. O homem está além de toda capacidade de se auto-ajudar, como diz Paulo em (Ef 2:2-3). Ponto também defendido por Lutero, Calvino e Knok. O espírito do homem está morto.

O homem em seu estado natural é incapaz de fazer qualquer coisa ou desfazê-la para agradar a Deus, no que se refere à salvação (Gn 6:5).

Do ponto de vista de Deus, todos os homens (não regenerados) estão sob condenação, porque amou o pecado e este o impede de dar glória a Deus. E para os que afirmam que existe no coração do homem o bem divino, veja as afirmações da bíblia nestes textos (Rm 3:10-11; Jo 3:19).

O homem é totalmente depravado, no sentido de que tudo, na sua natureza, é rebelião contra Deus (Is 64:6). A depravação total significa que o homem, por sua livre vontade, nunca se decidirá por Cristo (Jo 5:40,42). E por que Jesus diz isto? Paulo explica a Timótio (II Tm 2:26).

A depravação total significa que o homem natural é incapaz de discernir a verdade de Deus (I Co 2:14).

Só pode ver ou discernir as coisas de Deus quem é regenerado pelo Espírito Santo (Jo 3:3-4).

O homem natural não pode ver a “luz”, porque nasceu espiritualmente morto (Sl 51:5). A só vem depois do dom ou dádiva da  vida (espiritual), e tanto a fé como a vida é Deus quem os dá (Ef 2:1,4,5).

O homem não é salvo por algum ato de sua livre vontade. Ele é salvo pela graça (Ef 2:8-9).

As escrituras afirmam que o homem é escavo do pecado, está espiritualmente morto, que amou mais as trevas do que a luz, e que só pode ouvir a voz de satanás, a menos que Deus lhe dê ouvidos para ouvir e olhos para ver (Pv 20:12; Jo 8:43-44, At 16:14).

Depravação total significa que o homem  não regenerado está enredado no pecado, sem esperança e atado a satanás com laços da morte espiritual, e por isso desinteressado pelas coisas do criador, até o tempo daqueles laços serem quebrados, da morte ser substituída pela vida eterna, coisa que só a obra de Deus pode realizar. Veja o que Paulo diz aos eleitos (Ef 2:11-13).

Assim como Lázaro jamais teria ouvido a voz de Jesus nem jamais teria “saído do túmulo”, sem que primeiro Jesus lhe tivesse dado vida, assim todos os homens, mortos em seus delitos e pecados, devem primeiro receber a vida de Deus (regeneração),  antes de poder querer a vida, por sua “livre vontade”  (Jo 10:26-28).

A doutrina da Depravação Total afirma que a única esperança do “morto pelo pecado”, do homem perdido, está na eleição (Jo 8:47).

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