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domingo, 29 de agosto de 2010

SOU CRISTÃO E MAÇON, E DAÍ?

Pode alguém, de forma coerente, ser Cristão e Maçon, ao mesmo tempo? Não é novidade para ninguém que muitas igrejas, de todas as denominações, a exemplo da Igreja Batista, Igreja Presbiteriana, Episcopal, Congregacional etc, estão abarrotadas de Maçons. São pastores, presbíteros e Diáconos que assumem sua "dupla identidade religiosa": são Protestantes Maçons ou Maçons Protestantes. Acreditam não haver incompatibilidade entre as duas práticas e as conciliam perfeitamente. Dizem, inclusive, ser a Maçonaria uma organização não religiosa e que, por isso mesmo, não haveria nenhum problema em ser Protestante (muitos deles líderes em suas igrejas) e Maçon, ao mesmo tempo.

Em 2006 a IPB emitiu um polêmico documento afirmando a incompatibilidade entre a fé cristã Reformada e a Maçonaria. Em 2007 foi criada uma comissão Especial para estudar o assunto e, finalmente, em 2010 a decisão foi reafirmada. Veja abaixo o documento na íntegra:



Veja abaixo, também de forma integral, o que está descrito no referido documento 447:

INSTRUÇÃO DO SUPREMO CONCÍLIO DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL SOBRE MAÇONARIA E OUTRAS ORGANIZAÇÕES

A todas as Igrejas e concílios espalhados pela República Federativa do Brasil e jurisdicionadas a este Supremo Concílio, graça e paz!

I. Em sua reunião do Supremo Concílio do ano 2006, a Igreja Presbiteriana do Brasil decidiu afirmar a incompatibilidade entre algumas doutrinas maçônicas e a fé cristã. Na reunião de sua Comissão Executiva, realizada em 2007, foi criada Comissão Especial com o propósito de produzir um documento de instrução para a Igreja sobre esse assunto, assim como considerações normativas em relação à CI/IPB;

II. Não obstante vias comuns de aproximação da matéria, a comissão entendeu que, devido à necessidade de subordinação de suas considerações a princípios escriturísticos e confessionais da IPB, deveria proceder de forma direta, restringindo-se àquelas questões que lhe parecessem fulcrais;

III. Mediante consideração de milhares de páginas de documentos sobre esta questão e análise dos posicionamentos de outras denominações reformadas, conclui-se que há um aspecto primordial a ser considerado, que conecta aquilo que é central ao entendimento da identidade reformada da Igreja Presbiteriana do Brasil e à questão da incompatibilidade com algumas doutrinas maçônicas, sendo essa, especificamente, a questão do culto ao único e verdadeiro Deus, de acordo com as sagradas escrituras e os símbolos de fé da IPB;

IV. A Bíblia estabelece claramente que Deus criou o homem para sua glória e para cultuá-lo [Ex 20.4-6; Rm 11.36 e Jo 4.24]. Os Catecismos de Westminster declaram em suas primeiras respostas que o fim do homem é glorificar a de e gozá-lo para sempre [Catecismo Maior e Breve Catecismo de Westminster, pergunta 1ª]. A Constituição da Igreja, em seu artigo 2º [CI/IPB], começa sua descrição da finalidade da existência da Igreja Presbiteriana do Brasil como, "prestar culto a Deus, em espírito e em verdade". Ainda que não se considere a maçonaria ostensivamente como religião, o aspecto cúltico ocupa ali também lugar essencial: dentre os vinte e cinco landmarks, "considerados como as mais antigas leis que regem a maçonaria universal" e tidos como "eternos e imutáveis" [Grande Oriente de São Paulo – Edição Comemorativa do Cincoentenário], há, pelo menos, três que dizem respeito à obrigação cúltica [nº 11 – quanto à guarda do templo; nº 19 – crença no Grande Arquiteto do Universo, que deve ser reverenciado; nº 21 – presença obrigatória de um livro que contenha a verdade supostamente revelada pelo Grande Arquiteto do Universo]. Ainda a se considerar, a título ilustrativo, que o Regulamento Geral do Supremo Conselho do Grau 33 para a República Federativa do Brasil [SC/GOMG] estabelece que "O Rito Escocês Antigo e Aceito se compõe de trinta e três [33] graus que, em suas diversas séries desenvolvem sucessivamente as doutrinas e a filosofia da Maçonaria, constituindo-se, assim, em uma escola de ética, cujo programa é: cultuar a Deus e cultivar a Espiritualidade". Infere-se, portanto, que o aspecto cúltico é central para a Maçonaria.

V. O culto biblicamente prescrito requer a adoração individual e coletiva ao único e verdadeiro Deus Trino e por intermédio de seu Filho unigênito, Cristo Jesus [conforme a Confissão de Fé de Westminster, capítulo XXI, parágrafos 1 e 2], e as respostas às perguntas 108[1] e 109[2] do Catecismo Maior de Westminster.

VI. Ainda que louvável o anseio de responder à revelação geral de Deus em reconhecimento, culto e veneração, conforme o primeiro capítulo da epistola de Paulo aos Romanos, a Maçonaria, em sua intenção cúltica, conflita com as ordenanças religiosas que Deus instituiu em sua Palavra [a revelação especial], quando aquela dirige a adoração a um deus como concebido por cada professante individualmente, dentre os mais diversos credos religiosos. Não se pode afirmar, portanto, que nos atos de intenção cúltica ou veneração maçônica ao Grande Arquiteto do Universo o deus de um seja o deus de todos. Já as Escrituras restringem o culto no 1º e 2º mandamentos ao Deus bíblico do Antigo Testamento e Novo Testamento, o Deus de Abraão, de Isaque, de Jacó, de nosso Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos [Ex 20.1-6[3]; At 3.13; 7.32]. Outrossim, a oração no culto maçônico é dirigida a um deus sem a necessária mediação do Senhor Jesus, contrariando também o que se encontra em I Tm 2.5, no capítulo XXI., II., da CFW, e na resposta à pergunta 108 do CMW.

VII. Conforme já mencionado, a Maçonaria reconhece a necessidade da revelação especial quando determina para suas lojas e templos a adoção de um livro sagrado, de acordo com a crença de cada um, considerando-o como 'aquilo que se supõe conter a verdade revelada pelo Grande Arquiteto do Universo" [Landmark nº 21]. As próprias Escrituras, entretanto, determinam que o cristão tenha como única regra de fé e prática a Bíblia Sagrada, tanto para meditação individual quanto coletiva [Sl 19.1-4; Is 8.20; Mt 4.4, 7, 10; Lc 1.3-4; Rm 1.19-20, 32; 2.1; 2.14-15; 15.4; I Co 1.21; 2.13-14; I Tm 3.15; Hb 1.1-2; II Pe 1.19; também CFW, cap. I., 2º parágrafo].

VIII. Postas essas premissas, que evidenciam a incompatibilidade sobrefalada, constitui falta, tipificada no caput do art. 4º[4] do Código de Disciplina da IPB, a efetiva participação em atos cúlticos que não sejam dirigidos ao Deus único e verdadeiro, por intermédio de Jesus Cristo, seu unigênito Filho, e que não adotem a bíblia sagrada como livro exclusivo de revelação de Deus. Observa-se que a falta tipificada é de foro externo, conforme preceitua o art. 1º[5] do CD/IPB, portanto sujeita à vigilância e observação da Igreja.

IX. A correção desta falta opera-se nos termos do referido diploma legal, cabendo a cada concílio, no exercício de sua jurisdição, tratar de cada caso.

X. Nada obstante, em consonância com a Palavra de Deus, com seus Símbolos de Fé e suas resoluções, o Supremo Concílio RESOLVE:

a. Manifestar o reconhecimento de que na história da IPB e ainda hoje tem havido e existem muitos irmãos crentes fiéis e operosos que muito contribuíram para a IPB, os quais, não sentindo haver a incompatibilidade sobrefalada, mantiveram relação ativa com a Igreja e com a Maçonaria. Tal reconhecimento coaduna com o espírito do ensino bíblico quanto ao tratam de honra dos irmãos, conforme exposto no Catecismo Maior [perguntas 144[6] e 145[7], quanto ao nono mandamento], não obstante o presente entendimento quanto à obediência ao segundo mandamento.

b. Determinar que qualquer ação, de qualquer das cortes da Igreja que tratem da matéria, só seja efetivada mediante espírito de brandura, e que os conselhos ou presbitérios procedam com zelo e cautela, exortando e admoestando, conforme o ensino de II Tm 2.24-26.

c. Instruir todos os concílios a ele jurisdicionados que, considerando o que preceitua o art. 6º[8] do CD/IPB, - o qual especifica que as faltas são de ação ou omissão, isto é, a prática de atos pecaminosos ou a abstenção de deveres cristãos -, incorre em falta o membro da Igreja e ministro que estiver participando ativamente em atos cúlticos em desacordo com o primeiro e segundo mandamentos em qualquer organização que os promova.
Sala das sessões, Curitiba, PR, 12 de julho de 2010.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que a participação na maçonaria constitui em falta de quebra do 1º e 2º mandamentos [idolatria] é dever dos cristãos individualmente e concílios instruir os membros das Igrejas que porventura ainda participem ou que desejem participar da confraria maçônica a, por amor a Cristo e à Igreja, deixarem a maçonaria ou evitarem adentrar nela.

Considerando ainda que é uma falta de foro externo e, portanto, sujeita à vigilância da Igreja, é dever cristão dos membros comunicar aos conselhos de suas respectivas Igrejas a presença de membros professos nas reuniões maçônicas [consideradas reuniões cúlticas idólatras], solicitando a estes a tomada de providências em caso de renitência.

É dever, também, dos presbitérios, verificarem se os conselhos estão colocando em prática a resolução do Supremo Concílio, velando pelo bem estar da Igreja em sua obediência às Escrituras. Lembremos que a disciplina, visando à correção do faltoso e o bem estar da Igreja é uma das marcas da verdadeira Igreja de Cristo.
Lembremos que os pecados podem ser de omissão ou de comissão, isto é, peca-se quando se deixa de atender a deveres cristãos ou quando se incorre em prática condenada à luz das Escrituras.

Assim, solicitamos a todos os concílios e Igrejas que providenciem que esta carta pastoral seja tornada de conhecimento de toda a Igreja, para, eventualmente, orientar os irmãos a evitarem os erros e os pecados, mormente o citado nesta pastoral: a quebra do primeiro e segundo mandamentos mediante a participação na fraternidade maçônica e correlatas.

No amor de Cristo, que une todos aqueles que foram nascidos de novo,

Rev. Marthon Ary Mendes
Rev. Roberto Alves de Alencar

Fonte: http://marthonmendes.blogspot.com

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[1] Pergunta 108. Quais são os deveres exigidos no segundo mandamento? Resposta: Os deveres exigidos no segundo mandamento são: o receber, observar e guardar, puros e inalterados, todo o culto e todas as ordenanças religiosas tais como Deus instituiu em sua Palavra, especialmente a oração e ações de graça em nome de Cristo; a leitura, a pregação e o ouvir a Palavra; a administração e a recepção dos sacramentos; o governo e a disciplina da igreja; o ministério e sua manutenção; o jejum religioso, o jurar em nome de Deus e o fazer os votos a ele, bem assim o desaprovar, detestar e opor-se a todo culto falso, e, segundo a posição e vocação de cada um, o remover tal culto e todos os símbolos de idolatria. Ref. Dt 32.46; Mt 28.20; I Tm 6.13,14; At 2.42; Fp 4.6; Dt 17.18,19; At 15.21; II Tm 4.2; Tg 1.21,22; At 10.33; Mt 28.19; I Co 11.23-30; Mt 16.19; Mt 18.17; I Co 12.18; Ef 4.11,12; I Tm 5.17,18; I Co 9.1-15; Jl 2.12; I Co 7.5; Dt 6.13; Sl 76.11; Sl 116.14;, At 17.16,17; Dt 7.5.
[2] Pergunta 109. Quais são os pecados proibidos no segundo mandamento? Resposta: Os pecados proibidos no segundo mandamento são: o estabelecer, aconselhar, mandar, usar e aprovar de qualquer maneira qualquer culto religioso não instituído por Deus mesmo; o fazer qualquer representação de Deus; de todas ou de qualquer das três Pessoas, quer interiormente em nosso espírito, quer exteriormente em qualquer forma de imagem ou semelhança de alguma criatura, toda adoração dela, ou de Deus nela ou por meio dela, o fazer qualquer representação de deuses imaginários e todo culto ou serviço a eles pertencentes; todas as invenções supersticiosas, corrompendo o culto de Deus, acrescentando ou tirando desse culto, quer sejam inventadas e adotadas por nós, quer recebidas por tradição de outros, embora sob o título de antiguidade, de costume, de devoção, de boa intenção, ou por qualquer outro pretexto, a simonia, o sacrilégio, toda negligência, desprezo, impedimento e oposição ao culto e ordenanças que Deus instituiu. Ref. Nm 15.39; Dt 13.6-8; Os 5.11; I Rs 11.33; Dt 12.30-32; Dt 15.16; At 17.29; Gl 4.8; Ex 32.5; Ex 32.8; I Rs 18.26,28; At 19.19; Ml 1.7,8,14; Dt 4.2; Sl 106.39; Mt 15.9; I Pe 1.18; Jr 44.17; Is 65.3-5; I Sm 13.12; At 8.18,19,22; Rm 2.22; Ex 4.24; Mt 22.5; Mt 23.13; At 13.45.
[3] Então, falou Deus todas estas palavras: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
[4] CAPÍTULO II - FALTAS - Art. 4º - Falta é tudo que, na doutrina e prática dos membros e concílios da Igreja, não esteja de conformidade com os ensinos da Sagrada Escritura, ou transgrida e prejudique a paz, a unidade, a pureza, a ordem e a boa administração da comunidade cristã. Parágrafo Único - Nenhum tribunal eclesiástico poderá considerar como falta, ou admitir como matéria de acusação aquilo que não possa ser provado como tal pela Escritura, segundo a interpretação dos Símbolos da Igreja (Cons. Art. 1º).
[5] CÓDIGO DE DISCIPLINA - CAPÍTULO I - NATUREZA E FINALIDADE - Art. 1º - A Igreja reconhece o foro íntimo da consciência, que escapa à sua jurisdição, e da qual só Deus é Juiz; mas reconhece também o foro externo que está sujeito à sua vigilância e observação.
[6] Pergunta 144. Quais são os deveres exigidos no nono mandamento? R: Os deveres exigidos no nono mandamento são: conservar e promover a verdade entre os homens e a boa reputação de nosso próximo, assim como a nossa; evidenciar e manter a verdade, e de coração, sincera, livre, clara e plenamente falar a verdade, somente a verdade, em questões de julgamento e justiça e em todas as mais coisas, quaisquer que sejam; considerar caridosamente os nossos semelhantes; amar, desejar e ter regozijo pela sua boa reputação; entristecer-nos pelas suas fraquezas e encobri-las, e mostrar franco reconhecimento dos seus dons e graças; defender sua inocência; receber prontamente boas informações a seu respeito e rejeitar as que são maldizentes, lisonjeadoras e caluniadoras; prezar e cuidar de nossa boa reputação e defende-la quando for necessário; cumprir as promessas lícitas; empenhar e praticar tudo o que é verdadeiro, honesto, amável e de boa fama. Ref.: Ef 4.25; III Jo 12; Pv 31.9; Sl 15.2; Jr 9.3; Jr 42.4; At 20.27; Lv 19.15; Cl 3.9; Hb 6.9; III Jo 4; II Co 12.21; Pv 17.9; I Co 1.4,5; Sl 82.3; I Co 13.4-7; Sl 15.3; Pv 25.23; Pv 26.24,25; Sl 101.5; II Co 11.18,23; Sl 15.4; Fp 4.8.
[7] Pergunta 145. Quais são os pecados proibidos no nono mandamento? R: Os pecados proibidos no nono mandamento são: tudo quando prejudica a verdade e a boa reputação de nosso próximo, bem assim a nossa, especialmente em julgamento público, o testemunho falso, subornar testemunhas falsas; aparecer e pleitear cientemente a favor de uma causa má; resistir e calcar à força a verdade, dar sentença injusta, chamar o mau, bom e o bom, mau; recompensar os maus segundo a obra dos justos e os justos segundo a obra dos maus; falsificar firmas, suprir a verdade e silenciar indevidamente em uma causa justa; manter-nos tranquilos quando a iniquidade reclama a repreensão de nossa parte, ou denunciar outrem, falar a verdade inoportunamente, ou com malícia, para um fim errôneo; pervertê-la em sentido falso, ou proferi-la duvidosa e equivocadamente, para prejuízo da verdade ou da justiça; falar inverdades; mentir, caluniar, maldizer, depreciar, tagarelar, cochichar, escarnecer, vilipendiar, censurar temerária e asperamente ou com parcialidade, interpretar de maneira má as intenções, palavras e atos de outrem, adular e vangloriar, elogiar ou depreciar demasiadamente a nós mesmos ou a outros, em pensamentos ou palavras; negar os dons e as graças de Deus; agravar as faltas menores; encobrir, desculpar e atenuar os pecados quando chamados a uma confissão franca; descobrir desnecessariamente as fraquezas de outrem e levantar boatos falsos; receber e acreditar em rumores maus e tapar os ouvidos a uma defesa justa; suspeitar mau; invejar ou sentir tristeza pelo crédito merecido de alguém; esforçar-se ou desejar o prejuízo de alguém; regozijar-se na desgraça ou na infâmia de alguém; a inveja ou tristeza pelo crédito merecidos de outros; prejudicar; o desprezo escarnecedor; a admiração excessiva de outrem; a quebra de promessas legítimas; a negligência daquelas coisas que são de boa fama; praticar ou não evitar aquelas coisas que trazem má fama, ou não impedir, em outras pessoas, tais coisas, até onde pudermos. Ref.: Lc 3.14; Lv 19.15; Pv 19.5; At 6.13; Jr 9.3; Pv 17.15; Is 5.23; I Rs 21.8; Lv 5.1; Lv 19.17; Is 59.4; Pv 29.11; I Sm 22.9,10; Sl 56.5; Gn 3.5; Is 59.13; Cl 3.9; Sl 50.20; Sl 15.3; Tg 4.11; Lv 19.16; Rm 1.29; Is 28.22; I Co 6.10; Mt 7.1; Tg 2.13; Jo 7.24; Rm 3.8; Sl 12.2,3; II Tm 3.2; Lc 18.11; Is 29.20,21; Gn 3.12,13; Pv 25.9; Ex 23.1; Jr 20.10; At 7.57; I Co 13.4,5; Mt 21.15; Dn 6.3,4; Jr 48.27; Mt 27,28; I Co 3.21; Rm 1.31; II Sm 12.14; Fp 3.18,19.
[8] CAPÍTULO VI - PROCESSO - Seção 1ª - Disposições Gerais - Art. 42 - As faltas serão levadas ao conhecimento dos Concílios ou tribunais por: a) queixa, que é a comunicação feita pelo ofendido; b) denúncia que é a comunicação feita por qualquer outra pessoa. § 1º - Qualquer membro de Igreja em plena comunhão ou ministro pode apresentar queixa ou denúncia perante o Conselho; os ministros e os conselhos perante os presbitérios; estes, perante o Sínodo e este perante o Supremo Concílio. § 2º - Toda queixa ou denúncia deverá ser feita por escrito. Art. 43 - Os Concílios devem, antes de iniciar qualquer processo, empregar esforços para corrigir as faltas por meios suasórios. Art. 44 - Em qualquer processo o ofendido e o ofensor podem ser representados por procuradores crentes, a juízo do Concílio ou tribunal perante o qual é iniciada a ação. Parágrafo Único - A constituição de procurador não exclui o comparecimento do acusado, para prestar depoimento, e sempre que o Concílio ou tribunal o entender. Art. 45 - Se o acusado for o Conselho ou a maioria dos seus componentes será o caso referido ao Presbitério, pelo dito Conselho ou por qualquer de seus membros. Art. 46 - Terão andamento os processos intentados, somente quando: a) o Concílio os julgue necessários ao bem da Igreja; b) iniciados pelos ofendidos, depois de haverem procurado cumprir a recomendação de Nosso Senhor Jesus Cristo em Mateus 18: 15, 16. c) o Concílio ou tribunal tenha verificado que os acusados não visam interesse ilegítimo ou inconfessável na condenação dos acusados. Art. 47 – Toda pessoa que intentar processo contra outra será previamente avisada de que se não provar a acusação fica sujeita à censura de difamador, se tiver agido maliciosa ou levianamente.

AS NOVAS SEITAS: IURD E IMPD

Suponhamos que um "crente" da Igreja Universal do Reino de Deus - IURD ou mesmo da Igreja Mundial do Poder de Deus - IMPD, queira tornar-se membro de sua igreja; qual deveria ser o procedimento? Deveria ser recebido como procedente de igreja "genuinamente evangélica"? A IPB sai na frente e assume postura contundente e inquestionável quanto à essas duas igrejas, devido suas práticas. Veja abaixo o documento na íntegra:



terça-feira, 24 de agosto de 2010

PERSEVERANÇA DOS SANTOS

TEXTO BÁSICO: Mateus 14:22-33
22 Logo a seguir, compeliu Jesus os discípulos a embarcar e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões. 23 E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só.4 Entretanto, o barco já estava longe, a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário. 14.25 Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. 26 E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram. 27 Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não mais! 28 Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. 29 E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. 30 Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! 31 E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? 32 Subindo ambos para o barco, cessou o vento. 33 E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!

INTRODUÇÃO:

Para onde você vai se morrer hoje? Nesse exato momento? Não responda antes de pensar na sua vida, no que você está fazendo e no que você está deixando de fazer!

Se fizermos essa mesma pergunta a um ATEU ele provavelmente responderá da seguinte forma: “volto para a terra de onde a natureza me tirou. Não creio em qualquer vida além da natural”.

O ESPÍRITA, a essa mesma pergunta, provavelmente responderia da seguinte forma: “Bem, tenho muitas culpas e delitos a serem expiados. Não sei se passarei a um estágio superior ou se, ao contrário, depois de algum tempo, reassumirei outro corpo aqui na terra, para pagá-los”. O CATÓLICO, provavelmente responderia assim: “Bom, sei que sou pecador, mas não sou tal mal assim. Iria para o purgatório e com a interseção da igreja, de Cristo e da virgem Maria, certamente passaria de lá para o céu”. Mas há também os INDIFERENTES. Diria ele: “Não tenho a mínima idéia e, sinceramente, estou pouco ligando para esse assunto”. O ARMINIANO responderá: “Agora, talvez, eu esteja preparado. Aceitei a Cristo, mas minha salvação depende da minha permanência na fé. Tenho medo de ser apanhado em situação de queda, pois nessa situação minha alma estaria perdida.O CALVINISTA, finalmente responde da seguinte forma: “Se eu morrer hoje ou em qualquer outro dia ou situação, serei salvo, sem a menor dúvida, porque a salvação me foi imputada por Deus e ele mesmo me faz PERSEVERAR.

ELUCIDAÇÃO:

O texto inicial nos desafia a pensarmos seriamente sobre esse assunto. Será que por algum motivo eu posso perder a minha salvação?

O texto nos mostra um dia atípico de trabalho de Jesus e seus discípulos. Depois de cumprirem uma agenda lotada, de terem recebido uma trágica notícia: a morte João Batista (v.13), decaptado, por ordem de Herodes, depois também de verem Jesus curando vários enfermos, já exaustos, ao cair da tarde (v.15), pediram que Jesus dispensasse a multidão; mal podiam imaginar que ainda seriam testemunhas oculares de um outro milagre maravilhoso: a multiplicação dos pães e dos peixes.

Finalmente, depois de largarem (v.22), certos que teriam um momento prolongado de repouso; o barco já distante, não dava mais pra voltar, se depararam com uma Tempestade. Diz o texto (v.24) que o barco era “açoitado pelas ondas”.
Pronto, devem ter pensado: João Batista morreu, Jesus não está aqui conosco e, depois de uma dia cansativo, enfrentar essa tempestade; não falta mais nada acontecer. Ledo engano!

O verso 26 nos informa que algo os pegou de surpresa, algo completamente inesperado naquele momento, de tal forma que “ficaram aterrados e exclamavam: um fantasma! E tomados de medo, gritaram.

Já ficaram numa situação dessas, onde não há mais nada o que fazer? A idéia aqui é a mesma retratada pelo Salmo 121: uma “ovelha” acuada pelos lobos, parede de um lado e do outro, fim do caminho! Não tem mais o que fazer, nada mais a dizer a não ser: “elevo os meus olhos para os montes, de onde me virá o socorro?!

Finalmente, depois do pânico, entre 3 e 6 horas da manhã, escutaram a voz bendita (v.27) “tende bom ânimo. Sou Eu. Não temais!” Palavras que, certamente, soaram como um bálsamo!

Mas Pedro, depois de tudo, achou que seu dia ainda tinha tido pouca emoção: V.28-29: “Senhor, manda-me ir ter contigo por sobre as águas”. E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus.

Que grande benção! Nenhum outro homem experimentou tamanha emoção! Os poucos passos de Pedro, por sobre as águas, REPRESENTA nossa caminhada na vida cristã. Isso nos faz lembrar do famoso livro “O Peregrino”.

Mas o fato é que essa caminhada, na prática, não tem só emoções boas e Pedro não demora muito para perceber isso. V.30 “reparando, porém, no vento, teve medo e começou a submergir”.

É assim que acontece quando “diversos tipos de ventos” DESVIAM nossa atenção do nosso ALVO, que é Jesus.

Há momentos que em nossa caminhada cristã, assim como Pedro, estamos desistindo de prosseguir; estamos desanimados, confusos e com medo, com muito medo; muitas vezes desviados mesmo do nosso alvo bendito.

Salmista Azafe, no Salmo 73:2, faz a seguinte afirmação: “Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés: pouco faltou para que se desviassem meus passos”.

Pedro não tinha mais forças para continuar; muitas vezes nós também não! Nada mais resta a fazer senão gritar (v.30) “salva-me Senhor”.

Lá estava a MÃO ESTENDIDA parar lhe suster, apesar da sua pouca fé. Lá estava a mão estendida para PRESERVAR-LHE a vida e a fé, sem a qual ele e nós pereceríamos eternamente. V.31: “Prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o. A MESMA MÃO que estava estendida para PRESERVAR sua fé, quando Satanás pediu para “cirandar” com ele, como afirma claramente Lc 22:32 “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça”. A MESMA MÃO ESTENDIDA para PRESERVAR-LHE a fé, até mesmo quando Pedro a negou (Mateus 26).

A MESMA MÃO, descrita em João 10:27-28 “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da DA MINHA MÃO”.

TEMA: A PERSEVERANÇA DA FÉ DOS ELEITOS DE DEUS. em outras palavras, estaremos argumentando sobre a impossibilidade do ELEITO de Deus Perder a SALVAÇÃO.

ARGUMENTAÇÃO:

1- Em primeiro lugar, os Eleitos de Deus Perseveram na fé, isto é, não perdem a salvação, porque isso (perseverar ou não) não depende deles.

Se perseverar na fé depende de nós, quanto tempo conseguimos ficar e nos sentir salvos?

O próprio Pedro, como vimos, várias vezes, já havia “jogado tudo para o alto”. Negou a Cristo 3 vezes, passou por momentos de dúvidas, de medo; mas acabou perseverando, finalmente. Certamente não pelas suas próprias forças. Algo maior o fez perseverar.

A CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER, no capítulo XVII, sobre essa questão, faz a seguinte afirmação:

“Esta perseverança dos santos depende, não do próprio livre-arbítrio deles, mas da imutabilidade do decreto da eleição, procedendo do livre e imutável amor de Deus Pai, da eficácia do mérito e interseção de Jesus Cristo, da permanência do Espírito e da semente de Deus neles, da natureza do pacto da graça e de tudo que gera também a sua exatidão e infabilidade”.

Sabe o que isso significa? Não podemos perder a salvação por causa do DNA espiritual de Deus que corre em nossas veias também espirituais. Vejamos alguns textos: Ler Efésios 1:5; Gálatas 4:4-5; Jo 1:12.

Existe ex-mulher, ex-marido, ex-noivo, ex-tudo. Mas você nunca vai ouvir falar em EX-FILHO. Ainda que o filho queira modificar essa realidade, ainda que o pai queira modificar essa realidade, isso não é possível. Essa verdade continuará inalterada. Uma vez feitos filhos de Deus, pela eficácia do decreto divino, na morte de Cristo, sempre filhos de Deus. NÃO EXISTE NENHUMA POSSIBILIDADE DE PERDER A SALVAÇÃO, AINDA QUE FOSSE POSSÍVEL VOCÊ QUERER ISSO!

O CATECISMO MAIOR, faz uma colocação muito interessante acerca da possibilidade de um ELEITO perder a salvação, na pergunta de nº 79. Pergunta ele: “Não poderão os crentes verdadeiros cair do estado de graça, em razão das suas imperfeições e das muitas tentações e pecados que os surpreendem?”. E a resposta é a seguinte: “Os crentes verdadeiros [...] nunca poderão total e finalmente cair do estado de graça, mas são conservados pelo PODER de Deus, mediante a fé para a salvação.

Ler I Pedro 1:5,9; I Jo 3:9 (Rei David ficou em pecado por 09 meses, mesmo assim Deus preservou sua fé, fazendo-o abandonar o pecado).

2- Em segundo lugar, os Eleitos de Deus Perseveram na fé, isto é, não perdem a salvação, porque essa salvação é eterna e, por definição, o que é eterno não pode acabar.

A CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER mais uma vez afirma, no capítulo XVII:

“Os que Deus aceitou em sem Bem-amado, eficazmente chamados e santificados pelo Espírito, não podem cair do estado de graça, nem total nem finalmente; mas com toda a certeza hão de perseverar nesse estado até o fim, e estarão ETERNAMENTE SALVOS”.

Vejamos alguns textos:

Hebreus 5:9 [...] e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem. 2 Timóteo 2:10 Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com eterna glória. Mateus 25:46 E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna. João 3:15-16. Para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:36 Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus. João 5:24 Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. João 6:47 Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna. João 17:2 Assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. Atos 13:48 Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna. Romanos 6:23 Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. 1 Timóteo 6:12 Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado e de que fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas. 1 João 2:25 E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna. 1 João 5:11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. 1 João 5:13 Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.


3- Em terceiro e último lugar, a doutrina da PERSEVERANÇA OU PRESERVAÇÃO DOS SANTOS, é a única conclusão plausível e o remédio definitivo para a morte espiritual do homem.

Como último elo de uma única corrente, a doutrina bíblica da “Perseverança dos Santos” confirma e conclui todos os outros pontos:

1º Depravação Total: Trata da situação de morte espiritual que o homem se encontra, diante de Deus. 2º Eleição Incondicional: Da totalidade desses homens, Deus elege alguns para lhes conferir vida novamente, e, isso, incondicionalmente, isto é, sem que houvesse nenhuma bondade neles.3º Expiação Limitada: Por esses homens eleitos, de forma incondicional, e só por eles, Cristo derrama seu precioso sangue, expiando seus pecados. 4º Graça Irresistível: Esses homens eleitos e pelos quais Jesus derramou seu sangue, não podem resistir ao chamado de Deus, porque Deus o convence e, por conta da nova natureza outorgada, esses não querem resistir.

Diante de tudo que foi exposto, ainda dá pra acreditar que o homem perde a salvação?

“Duvidar da salvação é duvidar do salvador”.

Claro que existem textos que parecem supor a possibilidade de se perder a salvação. Porém essa dificuldade é apenas aparente. Consultar o site abaixo para ver a explicação desses textos:

http://www.monergismo.com/textos/perseveranca/perda_salvacao_wayne.htm


CONCLUSÃO:

Texto áureo da doutrina da Perseverança dos Santos: ROMANOS 8:1, 35, 38 e 39:

Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou Perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O FARISEU, O PUBLICANO E A GRAÇA DE DEUS

1- INTRODUÇÃO:

Uma das maiores polêmicas em toda a história da humanidade é exatamente a que trata sobre a origem do homem. De onde procedem os seres humanos? Como surgiu o primeiro homem? Indagações como essas parecem preencher anos incontáveis de cientistas e pesquisadores. Existem muitas teorias a este respeito, porém destacaremos as duas mais conhecidas:

1.1- Teoria da Evolução de Charles Darwin (1809-1882):

Ensina que o homem é produto de uma evolução. De forma simplificada, afirma que o homem surgiu a partir da evolução de espécies inferiores como os primatas, por exemplo. Isto não foi inventado por Darwin. Tales de Mileto (624-548 a.C) e seu discípulo Anaximandro de Mileto (611-547 a.C), já afirmavam que tudo advinha da água, sugerindo a geração espontânea dos seres vivos e, inclusive, que o homem é fruto da evolução de anfíbios.

1.2- Teoria Criacionista:

Ensina que o homem só pode descender de um outro homem, da mesma espécie, chegando até ao primeiro homem, criado por Deus. Esta teoria é defendida principalmente por teólogos, mas também por grandes cientistas e biólogos, como afirma de forma surpresa uma matéria publicada no jornal correio popular de 15/12/2000:

“Na ânsia de misturar coisas que não podem ser misturadas, grupos criacionistas americanos (os quais incluem, surpreendentemente, muitos cientistas que trabalham com projetos de genética e biologia) fundaram o Center for Creation Science (Centro para a Ciência da Criação), que alinhavou vários livros expondo o que eles chamam de "as falácias e inverdades da teoria da evolução". Seu objetivo declarado é provar que existem evidências contra a teoria da evolução”.

1.2.1- Uma das argumentações utilizadas por esses cientistas que defendem o criacionismo, isto é, que o homem é um ser criado e que todos descendem de uma mesma raiz, de uma mesma espécie, é a existência de ELEMENTOS UNIVERSAIS em todos os povos, em todas as línguas e em todas as raças de seres humanos. Citaremos apenas dois desses elementos universais:

1.2.1.1– Prova oferecida pela lingüística: Em todas as línguas existentes e conhecidas, bem como em todos os dialetos existe a presença do fonema “M”, bem como a palavra “Rei”, além de outros exemplos, o que pode evidenciar uma única origem, uma única raiz. Isso pode ser comprovado pela ensinamento escriturístico de Gêneses 11: 9:

“Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra, e dali o Senhor os espalhou sobre a face de toda a terra”.

1.2.1.2- Prova oferecida pela antropologia: Em todos os povos, raças, tribos e nações, não importa o mais remoto lugar de sua habitação, ou ainda seu grau de civilização ou de primitividade, onde houver um ser humano haverá também a invocação de alguma espécie de divindade. Alguém já disse, e com muita propriedade, que dentro do coração do homem existe um vazio e este vazio é do tamanho de um deus. Até mesmo os satanistas e ateus precisam e assumem uma postura diante da possibilidade da existência de um Deus transcendental, ao invés de ignorá-la por completo, tomam-no como parâmetro, ainda que para dizer que Ele não existe.

2- ELUCIDAÇÃO:

Observe o texto abaixo:

9 Propôs também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: 10 Dois homens subiram ao templo para orar; um fariseu, e o outro publicano. 11 O fariseu, de pé, assim orava consigo mesmo: ó Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda com este publicano. 12 Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho. 13 Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, sê propício a mim, o pecador! 14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado.

Nesse texto, podemos ver evidenciado a necessidade latente que têm os homens de buscarem a Deus. Esta parábola proposta por Jesus tem como personagens principais dois homens completamente diferentes, que tiveram uma realidade de vida diferente, uma educação diferente, uma orientação moral, ética e religiosas diferentes, que desenvolviam atividades diferentes, um (o fariseu) era tido por honra e digno de um alto padrão religioso, o outro (o publicano) era tido por um malfeitor, ladrão que costumava extorqui o povo, mas que se tornavam iguais pela presença desse ELEMENTO UNIVERSAL: A necessidade de ter um relacionamento, de um contato com seu criador. Neste sentido eles eram perfeitamente iguais.

Nos diz o V.10 “Dois homens subiram ao templo para orar” (subiram porque o templo ficava em Jerusalém, cidade edificada nas montanhas).

Ambos respondendo a este desejo imanente e natural de seus corações, muito embora um deles, o publicano, em detrimento do fariseu, não nutria uma vida de conduta religiosa. Ambos emitiram palavras com o mesmo destino. Ambos eram completamente iguais neste sentido, ATÉ QUE ORARAM!

“ELES ERAM IGUAIS QUANDO SUBIRAM AO TEMPLO E DIFERENTES QUANDO DESCERAM”. É o que nos diz o verso 14:

“Digo-vos que este (o publicano) desceu justificado para sua casa, e não aquele(o fariseu)”.

Observemos agora de forma mais detalhada a oração do Fariseu e também a oração do Publicano. O que eles fizeram para que um fosse JUSTIFICADO e o outro não. Antes, porém, é importante sabermos que a JUSTIFICAÇÃO é um ato FORENSE ou uma SENTEÇA JURÍDICA, onde o Juiz declara o RÉU INOCENTE, INCULPADO, JUSTIFICADO, LIVRE DA PENA QUE FATALMENTE RECEBERIA. NA TEOLOGIA ESTÁ INTIMAMANTE LIGADO COM A DECLARAÇÃO: SALVO OU NÃO SALVO. Vejamos enfim as duas orações:

a) FARISEU:
11 O fariseu, de pé, assim orava consigo mesmo: ó Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda com este publicano. 12 Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho.

b) PUBLICANO:
13 Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, sê propício a mim, o pecador!

3-ARGUMENTAÇÃO

Com toda sinceridade de nossos “sinceros” corações, uma pergunta que não quer calar: QUEM DE FATO MERECERIA SER JUSTIFICADO NESTE CASO? Um homem que pautava sua vida na devoção ao serviço religioso, como o Fariseu ou um homem que tinha como maior função e prazer extorquir o povo, como o Publicano?

QUEM DE FATO MERECERIA SER JUSTIFICADO NESTE CASO, SE TIVÉSSEMOS QUE JUSTIFICAR UM DOS DOIS? O fariseu claro. Para acabar de vez com qualquer chance daquele Publicano vejamos o que o próprio Jesus nos diz em Mt 5:20:

“se a vossa justiça não exceder EM MUITO a dos escribas e FARISEUS, jamais entrareis no reino dos céus”.

É evidente que a JUSTIÇA PRÓPRIA, isto é, SEUS ATOS, MODUS VIVENDUS daquele infeliz PUBLICANO jamais excederia a do religioso, bondoso e cumpridor de seus deveres, FARISEU (é claro que entendemos de toda a problemática que envolve os FARISEUS, mas não podemos negar: eles eram religiosos; tentavam pelo menos. Já o PUBLICANO sequer pensava sobre a existência de um Deus) De fato ele Próprio reconhece isto, veja o final do verso 13: “sê propício a mim, o PECADOR!!.

Sua consciência estava tão pesada que não ousava levantava a cabeça, como nos informa ainda o começo do verso 13: “nem ainda queria levantar os olhos ao céu”.

Mas a palavra de Deus nos diz, contrariando nossos pensamentos, contrariando ao senso comum, contaminado pelo humanismo, que o PUBLICANO foi o que desceu do templo JUSTIFICADO. Logo ele que nada de positivo fez? Logo ele que não realizou nenhuma obra meritória, pelo contrário era um dos mais ímpios homens de sua época?

É o próprio Jesus que se encarrega de responder a todas essas questões que salta-nos do coração e da razão. Jesus explica de forma muito clara o porquê da JUSTIFICAÇÃO do pecador Publicano e a NÃO JUSTIFICAÇÃO do religioso Fariseu. Observemos com muita atenção o verso 9:

“Propôs também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos...”

Neste verso, Jesus nos ensina que ninguém poderá ser JUSTIFICADO por força de suas boas Obras e em concordância com o apóstolo Paulo ensina também sobre a não existência de justos aos olhos Santos do Santíssimo Deus, em Romanos 3:10-23: “ como está escrito: Não há justo, nem sequer um”.

A JUSTIFICAÇÃO (Salvação) é um ato forense de Deus. Ele mesmo declara o homem JUSTO, não porque tenha este homem feito boas obras, pois como as escrituras nos ensinam, até as nossas melhores obras e atos de justiça são para Deus como “trapo de imundícia” por causa da nossa maculação com o pecado.

Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos arrebatam. (Isaías 64:6).

Isto fica evidenciado também nas palavras inspiradas do Apóstolo Paulo em Efésios 2:8-9 e também em Romanos 5:1:

“Porque pela GRAÇA (O significado da palavra graça é favor não merecido) sois salvos e isto não vem de vós NÃO DE OBRAS para que ninguém se glorie”. “Justificados pois mediante a FÉ, temos paz com Deus”.

A única coisa que o homem pode fazer para ser JUSTIFICADO é chegar diante de Deus com as MÃOS VAZIAS, reconhecendo que é um mísero pecador sem condições alguma de, por méritos próprios, alcançar o menor favor Divino que seja, muito menos a JUSTIFICAÇÃO, muito menos a SALVAÇÃO, e, mesmo assim, isto não lhe garantirá a justificação. Se for justificado, não será por sua piedade e auto-flagelação, mas, tão somente pela Graça de Deus.

4- CONCLUSÃO

Ninguém poderá ser justificado apresentando suas BOAS OBRAS, SUAS CARIDADES, SUA RELIGIÃO, SUAS PENITÊNCIAS, SEU BOM PROCEDER COMO FILHO, SUA FIDELIDADE CONJULGAL, SEUS “CALOS” NO JOELHO e tudo mais que julgamos ter caráter de piedade, como PASSAPORTE PARA A SALVAÇÃO/JUSTIFICAÇÃO, pois ela é pela Fé somente. Fé nos MÉRITOS de Cristo, em sua eterna obra de justiça, em seu sacrifício e sobretudo na SUBSTITUIÇÃO Dele por nós naquela cruz que por direito nos pertencia.

5- APLICAÇÃO

E você? De que forma está se apresentando diante de Deus? Como o FARISEU que confiava na sua própria justiça e se perdeu ou como o PUBLICANO que reconhecia sua incapacidade própria de contribuição para a justificação de sua própria vida? Apresente-se a Deus de MÃOS VAZIAS, mostrando-Lhe apenas as mãos PERFURADAS DO REDENTOR SUBSTITUTO, JESUS CRISTO.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O EVANGELHO PERDIDO

A intensa luta no século XVI era travada em torno da sotereologia – doutrina da salvação -. O Semi-Pelagianismo da Igreja Romana combinava um mix de Graça e Obras como requisito para a salvação da alma. Obviamente que os reformadores não poderiam concordar com tal desvio das Escrituras Sagradas, uma vez que a própria Bíblia afirma que “pela Graça dois salvos e isso não vem de vós, é dom de Deus. Não de Obras para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9). Todos os esforços deveriam ser concentrados no mais importante de todos os embates teológicos. A história registra a vitória de Lutero, Calvino e Cia. A doutrina da graça triunfou e triunfa até nossos dias (entre os chamados reformados), muito embora esteja novamente, via igrejas neopentecostais, sofrendo violentos golpes; uma verdadeira tentativa inconsciente de ressuscitar o “herege” Pelágio. Mas, todo esse esforço canalizado (e na época não poderia ser diferente) para a defesa da doutrina da Graça acabou gerando, entre os protestantes, uma imensa deficiência na prática das “boas obras”; das obras de caridade. Não há uma cultura de intervenção social em favor dos mais pobres e necessitados. Percebe-se alguns projetos isolados que servem como uma “pequena” tentativa de retomar o “Evangelho Perdido”, mas ainda são poucos e, na maioria das vezes, com uma motivação equivocada. Falamos muito e agimos muito pouco; conhecemos muita teologia e praticamos muito pouco o simples evangelho. A igreja protestante tem esquecido e pulado textos como:

“34 então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. 35 Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; 36 estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. 37 Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? 38 E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? 39 E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? 40 O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. 41 Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. 42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; 43 sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. 44 E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? 45 Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. 46 E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna” (Mateus 25:34-46).

“A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tiago 1:27)

“Compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade” (Romanos 12.13).

Voltemos ao evangelho integral. Ortodoxia com Ortopraxia, sob pena de nos tornarmos “apenas ouvintes e não praticantes” dos ensinamentos de Cristo.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

DEBATE BAND DOS PRESIDENCIÁVEIS: UMA BREVE AVALIAÇÃO

O primeiro debate desta eleição entre os candidatos à Presidência da República foi realizado pela Rede Bandeirantes na noite desta quinta-feira. Participaram do encontro Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).


PLÍNIO:

Surpreendeu pela sua eloquência e boa utilização das câmeras. Parecia absolutamente à vontade; se auto-intitulou, em vários momentos, de "excluído e vítima de preconceito" com uma clara intenção de criar empatia e identificação com os que assim se definem. Seu discurso não é de militante leigo e sim de alguem que conhece profundamente as bases teóricas de sua opção política. Extremamente bem articulado demonstrou perfeita sintonia com o discurso "ultra-passado" marxista. Único que propõe uma ruptura completa e radical com a atual conjuntura, inclusive mundial. Ótima opção para quem quer uma real mudança; talvez única opção verdadeira. O problema é que ele teria que re-criar o país inteiro para governá-lo.

DILMA:

Parecia não estar à vontade; demostrou nervosismo além do comum. Muito presa ao esboço teve que improvisar algumas falas quando não encontrava a informação, de imediato, em suas anotações. Chegou muito mal acompanhada por seu principal assessor: Antônio Palocci. Isso poderá prejudicá-la se bem explorado por seus concorrentes. Utilizou uma palavra que deveria evitar em seu discurso: "mudança", uma vez que faz parte de tudo que está posto no atual governo. Tentou demonstrar firmeza e domínio da situação, mas não fez isso de forma natural e expontânea. Tem a vantagem de ter participado ativamente de um governo com alto índice de aprovação popular. Tentou assumir a postura de candidata "independente" mas não resistiu e invocou algumas vezes o "fantasma" do presidente Lula para lutar ao seu lado. Inteligente demonstra seriedade em suas intenções.

MARINA:

Extremamente inteligente e bem articulada desenvolveu os temas com muita propriedade. Não surprendeu porque já é bem conhecida e dela sempre se espera boas apresentações. Chega a ser brilhante em algumas falas. Claramente está abandonando o discurso da radicalidade política e parece estar trilhando o mesmo caminho conciliador de Lula.

SERRA:

Claramente o mais experiente de todos. Sua tragetória política fala por si só. Não precisou recorrer a esse argumento, apenas citou os cargos que já ocupou e fez isso em momento muito bem escolhido do debate, deixando claro que é, teoricamente, o mais amadurecido politicamente. Fez questão de frisar que foi exilado por sua luta contra a ditadora. Prometeu fazer coisas que não fez nem como prefeito nem como governador de São Paulo: a criação de "mais de 150" centros especializados de Saúde, com o objetivo de acabar com a espera e longas filas. Deixou essa lacuna argumentativa que não foi aproveitada por seus oponentes. Estava absolutamente à vontade e utilizou com muita segurança os recursos da televisão.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O QUE SIGNIFICA SER UMA IGREJA CONFESSIONAL?

Pesquisa realizada pela secretaria de Educação Religiosa do PRRE, no início de 2007, nas igrejas Presbiterianas de sua jurisdição, revela que quase metade dos seus membros, incluindo oficiais, desconhecem o fato de sua igreja ser confessional. Por confessional entende-se que é aquele que sempre confessa aquilo que crê. Nesse sentido, todas as igrejas, bem como todos os crentes, são “confessionais”; isto é, formulam uma “confissão de fé”, geralmente verbal, todas as vezes que afirmam crer ou não crer em determinados princípios. Estranhamente ouvimos “membros”, presbíteros, diáconos e até pastores fazendo a seguinte afirmação acerca dos “princípios confessionais” adotados oficialmente pela IPB: “Meu negócio é a Bíblia, não quero saber de mais nenhum outro livro”. Longe de ser essa uma afirmação espiritual, é, antes, extremamente contraditória, pois essas mesmas pessoas se aventuram a opinar sobre os mais diversos temas das Escrituras e mesmo sem nunca terem estudado seriamente o assunto formulam, prontamente, sua “confissão de fé”: “Eu penso assim ou eu não acredito dessa maneira!”. E os pastores? O que fazem quando pregam? Acaso não é uma verdadeira “confissão de fé” daquilo que estão crendo ser a interpretação correta!? A questão é: a qual das “confissões de fé” devemos dar crédito? A confissão de fé que tem sido regularmente formulada por pessoas reconhecidamente despreparadas e que estudaram tais assuntos apenas superficialmente (quando estudam) ou à confissão de Fé de Westminster, formulada por cerca de 121 dos maiores e melhores teólogos que a história já conheceu, em um período de cinco anos? A confissão de Fé de Westminster nada mais é que a “interpretação oficial” e que a IPB entende como sendo correta e coerente das Escrituras Sagradas, sobre assuntos como: contemporaneidade dos dons e suficiência das Escrituras, livre arbítrio, casamento, divórcio, etc. Em síntese, é a posição oficial da IPB sobre esses e muitos outros assuntos. E quanto aos assuntos em que os símbolos de fé são silentos? Bem, neste caso, os oficiais da IPB estão livres para acreditar como quiserem; dentro da prudência cristã, obviamente. Nesses casos também cabe um importante alerta: suas opiniões não podem ser ensinadas com status de “interpretação final”. A pesquisa revela ainda outro dado alarmante: a grande maioria dos membros da IPB (inclusive oficiais) não possuem um exemplar da Confissão de Fé de Westminster. Isso explica porque a IPB está cheia de oficiais que “confessam” acreditar em “novas revelações”, “profecias” e “línguas estranhas”, abraçando de bom grado a “Confissão de Fé Pentecostal”, renegando, em contrapartida, a “Confissão de Fé” de sua própria igreja. A Constituição da IPB, no artigo 28 dos Princípios de Liturgia, estabelece que nenhum presbítero, diácono ou pastor pode ser eleito e/ou ordenado sem subscrever os símbolos de fé da IPB (catecismos e confissão de Wesminister); ou seja, não podem ser eleitos/ordenados aqueles que acreditam diferentemente da interpretação oficial da IPB, vejamos: “Art.28: Os presbíteros e diáconos assumirão compromisso na reafirmação de sua crença nas Sagradas Escrituras como a Palavra de Deus e na lealdade à Confissão de Fé, aos catecismos e à Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil”. Mas, Parafraseando o dito paulino: “como subscreverão a Confissão de Fé de Westminster, adotada pela IPB como a real exposição das escrituras, se não a conhecem? Contudo, devemos lembrar: a falta de conhecimento das leis de trânsito, por exemplo, não isenta o motorista desavisado de ser punido com multa. Da mesma forma, os Presbíteros, Pastores e Diáconos precisam, urgentemente, parar de dar suas “próprias opiniões” (sem o devido aprofundamento); precisam adquirir e estudar a Confissão e os Catecismos de Westminster ou então abdicar de seus ofícios. Essa falta de conhecimento e compromisso estrito com símbolos de fé adotados pela IPB está transformando a igreja numa imensa colcha de retalhos e promovendo verdadeiros exageros, tanto para um lado (neopentecostais, liberais) quanto para outro (neopuritanos). Lembremos do que nos ensinou o Senhor: “Um reino dividido contra si mesmo não subsiste” (Mc 3:24).

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