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domingo, 9 de maio de 2010

O PODER SOCIAL DOS NEOPENTECOSTAIS

Por mais que não concordemos com muitas práticas e posicionamentos doutrinários de muitos grupos Neo-Pentecostais, que distoam tanto dos ideais da Reforma Protestante que já são considerados um fenômeno completamente novo e inédito, sem nenhuma ligação histórica com o evento do século XVI, uma coisa não podemos negar: o poder de transformação social que esses grupos possuem. São milhares de jovens libertos do poder das drogas e da criminalidade. Aonde quer que andemos, por mais inóspita que seja a comunidade, ali, certamente, existe uma dessas igrejas. Não tem nada a ver com espiritualidade ou mesmo salvação de almas. O governo deveria ser um dos maiores incentivadores dessas igrejas, pois elas conseguem fazer muitíssimo mais pela diminuição da violência urbana que os poderes constituídos em todas as suas esferas. A equação é bem simples: para cada jovem e adolescente que entra nessas igrejas, teremos um traficante ou usuário de entorpecentes, no mínimo em potencial, a menos. Em algumas comunidades carentes, onde a ausência do Estado chega a 100%, essa é uma das únicas formas de não se envolver com a criminalidade.

Recentemente a revista "Isto é" publicou uma extensa matéria sobre esse assunto. Veja o isento testemunho do repórter:

"O púlpito da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias (Adud) era o centro das atenções. Diante de 800 pessoas humildes, o líder e fundador da congregação, o pastor Marcos Pereira, esconjurava o demônio, como faz todo sacerdote evangélico, em uma quarta-feira de janeiro. Em determinado momento, o religioso deu uma pausa e conclamou, ao microfone: “Peço aos criminosos convertidos que estão aqui para vir ao palco fazer uma foto para a revista ISTOÉ”. De repente, como em uma romaria, homens começaram a se levantar de todos os lados da igreja e a andar em direção ao pastor. Na tropa de mais de 50, alguns chamavam a atenção por serem ainda adolescentes. Todos são ex-assassinos, traficantes, drogados ou ladrões transformados, hoje, em pessoas com aparência inofensiva e sempre dispostas a falar de Cristo [...]. Pelas contas de Marcos Pereira, 53 anos, ele e seus missionários – entre os quais o ex- pagodeiro Wagner Dias Bastos, o Waguinho, exvocalista do grupo “Os Morenos” e hoje braço direito do pastor – já recuperaram mais de cinco mil bandidos e viciados nos últimos 20 anos. Alguns eram famosos e temidos chefões do tráfico, como José Amarildo da Costa, o Maílson do Dendê, que, junto com o irmão Milton Romildo Souza da Costa, o Miltinho do Dendê, chefiou o crime organizado na Ilha do Governador, nos anos 90. “O Rio de Janeiro não está pior graças a mim”, exagera o pastor, no seu estilo sensacional e sensacionalista. Mas é fato que é o único a entrar com seus obreiros em lugares tão perigosos que a própria polícia só incursiona após um planejamento prévio. Em contato com os bandidos, Pereira consegue, muitas vezes, convencê-los a trocar o fuzil pela Bíblia": ttp://www.istoe.com.br/reportagens/paginar/46147_O+PASTOR+DOS+BANDIDOS/5

Esses grupos atribuem o resultado desse importante trabalho a fatores espirituais e à intervenção direta de Deus, que age por intermédio de seus líderes. Trata-se, segundo eles, de poder concedido por Deus.

Obviamente que essa é uma análise feita com a paixão de quem está imerso nessa realidade religiosa. Se isso é verdade, ou seja, se esses grupos têm, de fato, um poder extraordinário e sobrenatural concedido pelo próprio Deus, para realizar tamanha façanha e que os tornam "poderosos e diferentes", terão que concordar também que não são "poderosos e diferentes" sozinhos.
Outros grupos também têm realizado trabalho "exatamente semelhante" na área social, de recuperação de viciados, inclusive, a exemplo dos "espíritas", "mórmons" e do "AA-Alcóolicos Anônimos", "Afro Hegee" e tantas outras ong's. Mas claro que os neopentecostais jamais concordarão que Deus, igualmente, habilita esses outros grupos a realizarem tal obra.

Fica o desafio para nosso leitor: o que torna possível esse tipo de trabalho? Dê sua opinião.

Em última análise, não importa a motivação. Que continuem fazendo o que estão fazendo. Que o pastor Marcos, apóstolo Estevam Hernandes e tantos outros (falsos profetas) continuem "salvando" milhares e milhares de jovens do mundo das drogas e da criminalidade e, consequentemente, dando grande contribuição para a diminuição da violência. O Brasil agradece, nós agradecemos. Contudo, a "salvação de suas almas é outra história". Uma coisa não tem nada a ver com a outra! Essas igrejas estão longe; muito longe da pregação do genuíno evangelho de Cristo. Única forma de regenerar e salvar a alma do pecador.

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