O ano é 2020 e o mundo vive o caos de mais uma pandemia, desta vez provocada pelo Covid-19, também chamado de coronavírus ou vírus chinês. Sim, mais uma. Apenas mais uma e nem é das mais letais.
Não bastasse o preocupante cenário mundial pintado pelo próprio vírus, retratado nas milhares de vítimas por todo o mundo, a suposta necessidade de um lockdown absoluto (há muitas vozes especializadas discordantes), por um tempo prolongado além do suportado pela estrutura do Estado, potencializa os contornos sombrios da "obra": serão milhares e milhares de desempregados, desfazendo o bom trabalho que vinha sendo feito por muitas nações democráticas, o que aponta para um futuro com mais desespero entre os pais de família, mais violência, mais saques a supermercados, colapso do sistema de saúde e todas as demais consequências previsíveis numa situação de estagnação quase que total da economia, se os governantes não migrarem para um modelo vertical de isolamento.
Não bastasse o preocupante cenário mundial pintado pelo próprio vírus, retratado nas milhares de vítimas por todo o mundo, a suposta necessidade de um lockdown absoluto (há muitas vozes especializadas discordantes), por um tempo prolongado além do suportado pela estrutura do Estado, potencializa os contornos sombrios da "obra": serão milhares e milhares de desempregados, desfazendo o bom trabalho que vinha sendo feito por muitas nações democráticas, o que aponta para um futuro com mais desespero entre os pais de família, mais violência, mais saques a supermercados, colapso do sistema de saúde e todas as demais consequências previsíveis numa situação de estagnação quase que total da economia, se os governantes não migrarem para um modelo vertical de isolamento.
Situações como essas dão a impressão de ser Deus quem está governando o mundo?
Acaso não estaríamos crendo num Deus que quer cuidar das pessoas e lhes dar uma vida mais digna, mas que, sinceramente, não está conseguindo?
O que devemos pensar da relação Deus e Tempos de calamidades? E mais: quem, de fato, é o culpado por todo esse sofrimento? Deus? O diabo? O próprio homem? Estaria Deus apenas de braços cruzados assistindo a tudo passivamente?
Do ponto de vista da teologia Reformada, toda desarmonia, incluindo as catástrofes e as pandemias, são consequências e fruto direto do chamado "pecado original". Nesse sentido, então, por conta de sua desobediência inicial, o representante legal da raça humana trouxe para si e para sua posteridade, todas as desgraças possíveis e potenciais.
O livro de Gêneses registra a sentença de Deus sobre esse representante legal da raça humana que, tendo sido previamente alertado sobre as possíveis e justíssimas consequências e punições da desobediência, resolveu, livre e conscientemente, desobedecê-lo:
E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás (Gênesis 3:17-19).
A expressão CARDOS E ABROLHOS é muito significativa. Caio Fábio, em um interessante livro intitulado “Os espinhos da vida, vivenciando as tragédias da alma”, diz que essa expressão:
Significa que Deus deu uma sentença: "de hoje em diante nascerão cardos e abrolhos", prevendo uma tragédia universal em função do pecado do homem. Não apenas um fato ligado aos vegetais porque estes surgiram como mutações posteriores; surgiram em função de todos estes efeitos tremendos que vêm de irradiações desde o sol, e que mudaram a nossa atmosfera. Estas mudanças entraram em choque e geraram estas espécies que caracterizaram a queda do homem em tragédias sem fim. São os cardos que simbolizam toda a tragédia da humanidade. Simbolizam as crises nas quais os homens estão envolvidos, e os espinhos que surgiram no mundo, os espinhos biológicos, são os predadores, são as anomalias, são as doenças congênitas. Estes são os espinhos da carne, os espinhos da vida biológica, conforme: http://www.scribd.com/doc/548913/Caio-Fabio-Os-Espinhos-da-Vida.
Em última análise, todo o mal que acontece na Terra é por culpa do próprio homem que resolveu, livre e acintosamente, desobedecer a Deus, atraindo para si e para sua posteridade, morte e dificuldades. Essa culpa não é somente do primeiro homem (Adão), de forma que, em nosso coração sabemos: não é justo apenas culpá-lo. Certamente sentimos o DNA da rebelião contra Deus correr em nossas veias e o dulçor que o pecado tem em nossos lábios. Quanto descaso, quanto desprezo. Na verdade não queremos saber de Deus, não é? É incrível como queremos ainda receber Dele coisas boas.
A pergunta 27 do Catecismo Maior de Westminster, produzido na Inglaterra do século XVII, levanta a seguinte questão, em plena harmonia com o que foi afirmado até aqui:
Qual foi a desgraça que a queda trouxe à humanidade? Resposta: A queda trouxe à humanidade a perda da comunhão com Deus, sua reprovação e maldição; Por isso é que somos por natureza filhos da ira, escravos de Satanás e dignos de toda a sorte de castigos neste mundo e no que há de vir. Gen. 3:8, 24; Ef. 2:2-3; 11 Tim. 2:26; Luc. 11:21-22; Heb. 2:14; Lam. 3:39; Rom. 6:23; Mat. 25:41, 46
Também a Confissão de Fé de Westminster, do mesmo século XVII, sobre isso, faz a seguinte afirmação, no capítulo "Da queda do homem, do Pecado e do seu Castigo":
VI. Todo o pecado, tanto o original como o atual, sendo transgressão da justa lei de Deus e a ela contrária, torna, pela sua própria natureza, culpado o pecador e por essa culpa está ele sujeito à ira de Deus e à maldição da lei e, portanto, exposto à morte, com todas as misérias espirituais, temporais e eternas. Ref. I João 3:4; Rom. 2: 15; Rom. 3:9, 19; Ef. 2:3; Gal. 3:10; Rom. 6:23; Ef. 6:18; Lam, 3:39; Mat. 25:41; II Tess. 1:9.
Tendo dito isso, voltemos à questão da Soberania de Deus. Faremos isso, já encaminhando o fim de nossa breve reflexão, nas palavras de A.W.Pink, em seu extraordinário livro "Deus é Soberano", especialmente no capítulo que trata sobre "A Soberania de Deus e a Atualidade. Diz ele:
Quem está regulando as coisas na terra hoje em dia? Deus ou o diabo? Que dizem as Escrituras? Afirmam vez após vez, que Deus está no trono do universo (Sl 105:7; 99:1; 103:19; 96:10 24:1), que o cetro está na suas mãos, que Ele dirige todas as coisas segundo o consenso de sua vontade (Ef 1:1). Afirmam não somente que Deus criou todas as coisas, mas também que o senhor domina e reina sobe todas as obras de suas mãos (Sl 96:10, 24:1; II Cr 20:6). Afirmam que Deus é o onipotente (Jó 42:2; Is 43:13; Mt 19:26; Lc 1:37; Ap 19:6), que Sua vontade é irreversível (Ml 3:6), que Ele é soberano absoluto em cada recanto do seu vasto domínio. E certamente tem que ser assim. Há apenas uma alternativa possível: Ou Deus domina ou é dominado, ou cumpre a sua vontade ou é impedido pelas suas criaturas. Estamos sem dúvidas á beira de uma crise mundial e em todos os lugares o homem está alarmado. Mas o senhor Deus não está. Para Ele não existem surpresas. Ele nunca está desprevenido e nunca perdeu nem perderá o controle das coisas. Para Ele não existe emergência, pois faz tudo “segundo o conselho de sua vontade” (Ef 1:11).
Portanto, como Ele mesmo diz, também para nós, nesses tempos difíceis:
Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra(Salmos 46:10).E ainda:
Não temereis a mim? — diz o Senhor; não tremereis diante de mim, que pus a areia para limite do mar, limite perpétuo, que ele não traspassará? Ainda que se levantem as suas ondas, não prevalecerão; ainda que bramem, não o traspassarão (Jeremias 5:22).
Roguemos, pois, ao Soberano Senhor, como fez o Salmista, que aplique a nós, também, apenas um pouco dessa bendita proteção. Roguemos, pois, ao Soberano Senhor, que incline o coração dos governantes, dando-lhes porção dobrada de sabedoria, para o bem do povo.
Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua. O Senhor te guardará de todo mal; guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre (Salmos 121).
Nota: A reflexão desse post foi um pedido especial do amigo e irmão em Cristo Celestino Filho.