a) Lutero, um importante Doutor e professor de
Teologia da Universidade de Witemberg, CONTESTOU O PODER PAPAL e atraiu sobre
si grande perseguição. Antes dele, alguns também haviam se insurgido contra os desmandos
do Clero, da Sé Romana. Todos foram devidamente silenciados e até mortos, a
exemplo do padre John Huss, no século XV, queimado vivo em Constança, tendo
sido violado seu salvo-conduto.
Em 1517 ele fixou suas 95 TESES que denunciavam
os desvios da igreja, dentre eles a venda de indulgência que, em última
instância, era a venda de perdão, assim como muitos outros absurdos. Essa
atitude pode ser reconhecida como O MARCO ZERO da Reforma Protestante, sem prejuízo
do trabalho dos chamados Pré-Reformadores;
Em 1520, Lutero recebe a bula ¨Exsurge
domine¨, que
solicitava “caridosamente” para que Lutero abjurasse, no prazo de 60 dias, de
suas doutrinas contra a Igreja Católica Apostólica Romana. Lutero queimou a
bula papal em praça pública, juntamente com livros de Direito Canônico. Esse
ato representa a RUPTURA FORMAL com a igreja romana;
Em 1521, Lutero é excomungado por meio de uma
bula papal;
Ainda em 1521, o Clero da igreja e o Imperador
Carlos V (ELEMENTO POLÍTICO) se reúnem num episódio que ficou conhecido como
Dieta de Worms. Robert Nichols, em sua História da igreja Cristã, diz que “a
bula, para ter efeito, dependia do poder civil para levar Lutero a morte” (NICHOLS,
2000, p.161). A expectativa e o objetivo era o de fazer Lutero se retratar dos
seus ensinos. Ele tinha duas opções: pedir perdão ao Clero por tudo que ensinou
contra os ensinamentos da igreja roamana ou ser preso e, possivelmente, morto. Tendo sido ordenado
que se retratasse Lutero respondeu:
É impossível retratar-me, a não ser que me provem que estou
laborando um erro, pelo testemunho das Escrituras ou por uma razão evidente;
não posso confiar nas decisões dos concílios e dos papas, pois é evidente que
eles não somente têm errado, mas se têm contradito uns aos outros. Minha
consciência está alicerçada na Palavra de Deus, e não é seguro nem honesto agir-se
contra a consciência de alguém. Assim Deus me ajude. Amém (NICHOLS, 2000, p.162).
E,
aqui, cabe uma pergunta: porque Lutero não foi PRESO, nem MORTO? Por causa da
POLÍTICA.
Robert Nichols diz que depois da negativa de retratação de Lutero “a
Dieta dissolveu-se em meio a grande confusão” (Ibid.). E que, enquanto os
Espanhóis gritavam contra Lutero: “à fogueira com ele!” (Ibid.), os chamados PRÍNCIPES ELEITORES, da Alemanha (ELEMENTO
POLÍTICO): “dele se acercaram; e quando saíram do auditório, todos
juntos e Lutero no meio deles, empunharam suas armas e levantaram as mãos acima
da cabeça ao modo como costumava fazer um cavaleiro alemão quando derrubava seu
antagonista num torneio
(Ibid.).
Então, notem: sem esse apoio
POLÍTICO Lutero seria preso e morto. Portanto, não seria exagero afirmar: SEM
POLÍTICA, SEM REFORMA.