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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

A REFORMA PROTESTANTE NA SUÍÇA E A POLÍTICA - 3/6

 

Na Suíça, Zuwinglio foi apoiado pelo Magistrado Civil dos “Cantões” e por isso foi possível uma ruptura efetiva do papado, com Roma, seguindo Lutero e sua influência. Depois dele, Calvino ainda teve forte influência na política de Genebra. Comentando sobre sua segunda passagem por Genebra, Robert Nichols, afirma: 
 

A sua volta teve um propósito resoluto: tornar Genebra uma cidade cristã-modelo, uma comunidade cuja vida fosse realmente dirigida pelo Cristianismo [...]. Os meios pelos quais se propusera tornar Genebra uma comunidade cristã foram: uma Igreja totalmente reorganizada, leis que expressassem a moral bíblica e um sistema educacional de primeira ordem (NICHOLS, 2000, p.176).

E ainda afirma: “durante o ministério de Calvino, de 23 anos, ele viu que seu ideal para a cidade fora em grande parte realizado. Aquela cidade antes turbulenta e dissoluta tomou-se notável por sua ordem, por sua cultura, por seu Cristianismo ardoroso e pelas condições morais excelentes” (Ibid., p177). .

Percebam que Calvino voltou à Genebra com uma condição de até influenciar LEIS e tinha carta branca do MAGISTRADO CIVIL para isso. Ou seja, aqui vemos também o ELEMENTO POLÍTICO presente na consolidação da REFORMA NA SUÍÇA.

Sua atuação na cidade de Genebra não foi somente teológica e eclesiástica, “mas [...] teve intensa atuação na estruturação da sociedade civil daquela cidade, participando igualmente da administração e dos detalhes operacionais do seu dia-a-dia” (PORTELA, 1996, p. 98)., diz Solano Portela.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

A REFORMA PROTESTANTE NA ALEMANHA E A POLÍTICA - 2/6

a)   Lutero, um importante Doutor e professor de Teologia da Universidade de Witemberg, CONTESTOU O PODER PAPAL e atraiu sobre si grande perseguição. Antes dele, alguns também haviam se insurgido contra os desmandos do Clero, da Sé Romana. Todos foram devidamente silenciados e até mortos, a exemplo do padre John Huss, no século XV, queimado vivo em Constança, tendo sido violado seu salvo-conduto.

Em 1517 ele fixou suas 95 TESES que denunciavam os desvios da igreja, dentre eles a venda de indulgência que, em última instância, era a venda de perdão, assim como muitos outros absurdos. Essa atitude pode ser reconhecida como O MARCO ZERO da Reforma Protestante, sem prejuízo do trabalho dos chamados Pré-Reformadores;

Em 1520, Lutero recebe a bula ¨Exsurge domine¨, que solicitava “caridosamente” para que Lutero abjurasse, no prazo de 60 dias, de suas doutrinas contra a Igreja Católica Apostólica Romana. Lutero queimou a bula papal em praça pública, juntamente com livros de Direito Canônico. Esse ato representa a RUPTURA FORMAL com a igreja romana;

Em 1521, Lutero é excomungado por meio de uma bula papal;

Ainda em 1521, o Clero da igreja e o Imperador Carlos V (ELEMENTO POLÍTICO) se reúnem num episódio que ficou conhecido como Dieta de Worms. Robert Nichols, em sua História da igreja Cristã, diz que “a bula, para ter efeito, dependia do poder civil para levar Lutero a morte” (NICHOLS, 2000, p.161). A expectativa e o objetivo era o de fazer Lutero se retratar dos seus ensinos. Ele tinha duas opções: pedir perdão ao Clero por tudo que ensinou contra os ensinamentos da igreja roamana ou ser preso e, possivelmente, morto. Tendo sido ordenado que se retratasse Lutero respondeu:

 

É impossível retratar-me, a não ser que me provem que estou laborando um erro, pelo testemunho das Escrituras ou por uma razão evidente; não posso confiar nas decisões dos concílios e dos papas, pois é evidente que eles não somente têm errado, mas se têm contradito uns aos outros. Minha consciência está alicerçada na Palavra de Deus, e não é seguro nem honesto agir-se contra a consciência de alguém. Assim Deus me ajude. Amém (NICHOLS, 2000, p.162).

E, aqui, cabe uma pergunta: porque Lutero não foi PRESO, nem MORTO? Por causa da POLÍTICA.

Robert Nichols diz que depois da negativa de retratação de Lutero “a Dieta dissolveu-se em meio a grande confusão” (Ibid.). E que, enquanto os Espanhóis gritavam contra Lutero: “à fogueira com ele!” (Ibid.), os chamados PRÍNCIPES ELEITORES, da Alemanha (ELEMENTO POLÍTICO): “dele se acercaram; e quando saíram do auditório, todos juntos e Lutero no meio deles, empunharam suas armas e levantaram as mãos acima da cabeça ao modo como costumava fazer um cavaleiro alemão quando derrubava seu antagonista num torneio (Ibid.)

Então, notem: sem esse apoio POLÍTICO Lutero seria preso e morto. Portanto, não seria exagero afirmar: SEM POLÍTICA, SEM REFORMA.

terça-feira, 31 de outubro de 2023

O LEGADO DA REFORMA PROTESTANTE PARA A POLÍTICA - 1/6

 

INTRODUÇÃO: II REIS 23:1-14

O texto citado acima “pinta” um quadro surpreendente de como um “povo autêntico” de Deus pode desviar-se de suas veredas. Já aqui temos um alerta importante: Isso pode ocorrer com sua igreja. Já aconteceu no passado. O que nos garante que não voltará a acontecer?

O livro de II Reis, nos capítulos 22 e 23, nos mostra algo notável e que é fato presente na história de todos os grandes desvios do “povo autêntico de Deus”: a) a Bíblia completamente esquecida; b) A igreja, o povo de Deus, como consequência, desviado e completamente distante dos preceitos Dele.

Esse cenário encontrado pelo jovem Rei Josias é um cenário EXTREMAMENTE PARECIDO com o encontrado por Lutero, no século XVI.

Notem que o ELEMENTO POLÍTICO, representado pelo Rei, é utilizado como instrumento de Deus para REDESCOBRIR a bíblia e TRAZER o povo de Deus de volta às Escrituras.

O que é isso senão uma REFORMA RELIGIOSA? Foi exatamente o que fez a Reforma Protestante do século XVI: trouxe a igreja de volta às Escrituras.

Em muitos casos, a REFORMA DA IGREJA só é possível com um envolvimento mais engajado com a POLÍTICA, como veremos.

A Confissão de Fé, no capítulo XXIII, que trata sobre o MAGISTRADO CIVIL, diz que eles, OS POLÍTICOS, como “pais solícitos”:

 

Devem proteger a Igreja do nosso comum Senhor, sem dar preferência a qualquer denominação cristã sobre as outras, para que todos os eclesiásticos sem distinção gozem plena, livre e indisputada liberdade de cumprir todas as partes das suas sagradas funções, sem violência ou perigo. Como Jesus Cristo constituiu em sua Igreja um governo regular e uma disciplina, nenhuma lei de qualquer Estado deve proibir, impedir ou embaraçar o seu devido exercício entre os membros voluntários de qualquer denominação cristã, segundo a profissão e crença de cada uma.

Notem que o POLÍTICO tem um papel importante na PROTEÇÃO da igreja de Cristo.

Os Puritanos entendiam que Deus “constituiu sobre o povo Magistrados Civis”. Por isso, é justo que Deus cobre que eles PROTEJAM Sua igreja.

Essa PROTEÇÃO se dá, basicamente, pela garantia da LIBERDADE RELIGIOSA. Isto é, o MAGISTRADO CIVIL, o POLÍTICO, não deve fazer nem admitir LEIS que, de alguma forma, interfiram no direito de PREGAR, ENSINAR ou ADMINISTRAR a igreja, de acordo com a PALAVRA DE DEUS.

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