quarta-feira, 31 de outubro de 2018
sábado, 13 de outubro de 2018
A (CONTRA) COMEMORAÇÃO DOS 500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE: A doutrina que liga o Protestantismo ao Cristianismo Apostólico - Parte 3/4
Qual a doutrina mais importante para o
Protestantismo?
Se fizéssemos uma enquete com esse
questionamento, entre as mais variadas correntes teológicas do protestantismo,
teríamos um inacreditável reduzido número de respostas; pois, em linhas gerais,
no que é essencial, a maioria dos protestantes concordam. A doutrina da
salvação pela graça, provavelmente, seria a mais votada. Outras doutrinas
também receberiam um considerável número de votos, a exemplo das doutrinas da
Soberania de Deus, Suficiência das Escrituras e da Contemporaneidade dos Dons.
No entanto, no que diz respeito à historicidade do cristianismo
protestantes, nenhuma dessas doutrinas, em nossa opinião, é
a mais importante. A questão é: qual a apostolicidade das igrejas evangélicas? O que liga – historicamente – os protestantes ao
cristianismo primitivo, fundado por Cristo e por seus apóstolos?
É legítimo um grupo que não tem essa “raiz
histórica” dizer-se igreja legítima de Deus? Os antigos católicos romanos
costumavam responder que não. Segundo eles, a Igreja Católica Apostólica Romana
foi a “primeira” e “única” igreja fundada por Cristo e pelos Apóstolos. Mas,
isso não é verdade?
Tirando alguns exageros e o descabido
“homicídios da história”, essa afirmação tem algo de verdadeiro sim. A igreja romana
não foi a “primeira” nem a “única”, mas, certamente, foi “uma das” igrejas
fundadas por Cristo e pelos Apóstolos. Nesse sentido, podemos afirmar:
historicamente, é uma igreja apostólica. Desse mal eles não sofrem,
diferentemente dos evangélicos.
Qual foi o apóstolo que fundou a igreja
evangélica? (Claro que não estou aqui me referindo a esses “pseudo-apóstolos
dos últimos dias”). Aquele que tem o mínimo de bom senso e que conhece um
pouquinho de história tem que reconhecer: as igrejas evangélicas foram criadas à revelia de
Cristo e de seus Apóstolos. O protestantismo mais
próximo dessa “raiz primitiva” é aquele fruto imediato da Reforma Protestante:
Luteranos, Reformados Calvinistas Anglicanos, Reformados Calvinistas
Presbiterianos, Batistas (se considerarmos sua origem no movimento Anabatista)
e outros reformados.
Todo esse “protestantismo raiz” tem como único “parentesco
histórico” com os apóstolos o “Catolicismo Romano”. O problema é que os
protestantes negam e não querem saber dessa espécie de “cordão umbilical do
cristianismo apostólico”. Não querem ter nada a ver com ela. Com isso,
reconhecem: são outra coisa e não – historicamente – uma igreja legitimamente
fundada por Cristo e seus apóstolos.
Nosso leitor deve estar pensando: “isso é uma
brincadeira; ele vai concluir explicando tudo”. Não é não. Vou repetir: as
igrejas evangélicas – todas elas – historicamente, não possuem nenhuma ligação
com o cristianismo primitivo, nem com os Apóstolos, nem com Cristo,
historicamente falando.
Mas, há uma doutrina que salva toda essa
história; que evitou que os protestantes tivessem se tornado em um “aborto da história”. A doutrina mais importante para os cristãos não católicos
(romanos e ortodoxos): a doutrina das duas naturezas da igreja.
O Catecismo Maior de Westminster, com grande
heroísmo, da pergunta 62 até a pergunta de nº 65, aborda essa importantíssima
questão. Diz o catecismo (pergunta 62) que a igreja possui uma dimensão visível – é a igreja visível -, constituída por todos (salvos e não salvos) que professam a
“verdadeira religião”. Ora, o que é a verdadeira religião se não
aquela fundada e comissionada por Cristo e por seus Apóstolos, com suas marcas?
Nesse sentido, os protestantes estariam fora,
considerando apenas o aspecto histórico. Contudo, a outra dimensão da igreja, a
dimensão
espiritual – a igreja invisível – nos trás de volta ao
cristianismo autêntico.
Vejamos:
Pergunta 64:“O que é a igreja invisível?” Resposta: “A igreja invisível é o número total dos eleitos que foram,
são ou ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, o cabeça”.
Eis a doutrina mais importante do
protestantismo. Dela depende estar unido verdadeiramente a Cristo ou não. A ideia
de uma igreja invisível (mas real e verdadeira) acaba, por completo, com a necessidade lógica de
uma ligação direta, física e histórica com o cristianismo primitivo; com a igreja literal fundada por Cristo e pelos seus Apóstolos
(Jerusalém, Roma, etc).
Em ultima análise, todos os protestantes verdadeiros e eleitos em Cristo (porque há aqueles que só
fazem parte da igreja visível) fazem parte da verdadeira igreja de Cristo: a igreja invisível, aquela constituída apenas pelos eleitos de Deus, em
qualquer época, em qualquer lugar, independe de tempo, espaço e história.
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