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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

ELEIÇÕES, BIOMETRIA E A MUTABILIDADE DO HOMEM EM CONTRAPARTIDA COM A IMUTABILIDADE DE DEUS



Como as coisas mudam! Faz muito tempo  que trabalho em eleições como mesário. Usar a digital sempre foi um suplício para os eleitores. Ninguém queria ser visto com o polegar sujo de tinta. A hora de assinar o caderno de votação era também a hora de revelar um drama pessoal: "não seio assinar", murmurava a eleitora analfabeta. Lá vai o mesário pegar a temida "almofada de carimbo": mela o dedo, como dizemos pras bandas de cá. Finalmente a digital é impressa no caderno. Eleitora liberada pra votar. 

Lembro-me de uma senhora que, depois de algumas eleições usando a digital, chegou "toda toda". Dessa vez seria diferente. Agora ela já sabia "desenhar o nome". Um grande avanço! Também já fui esculhambado por ter insinuado que uma eleitora deveria usar o polegar, antes mesmo de pedir-lhe pra assinar. “Eu sei assinar, tá pensando que soou analfabeta é?”, esbravejou ela com toda razão.
Mas, as coisas mudam. Nós mudamos! "Mudo sem cessar", dizia o filósofo francês contemporâneo Henri Bergson. O salmista, ao pensar sobre a brevidade e mutabilidade da vida, também afirma: "O homem é como um sopro; os seus dias, como a sombra que passa (Salmos 144:3-4). 

Somos seres sujeitos ao tempo e ao espaço. Nossa mutabilidade é incondicional. Mudamos, queiramos ou não! 

Essa eleição com biometria é prova inequívoca disso. Primeiro porque quase não temos mais eleitores analfabetos. Segundo porque agora todos precisam usar a digital. Terceiro porque, se der algum problema na digital e o eleitor tiver que assinar o caderno, como ocorre algumas vezes, ele ficará muito irritado. Antes ninguém queria usar a digital, fazia questão de assinar. Somente sob forte constrangimento a digital era usada. Agora, ninguém quer mais assinar, só usar a digital. Usar a digital é sinônimo de evolução tecnológica e não mais de analfabetismo. 

Será que nos tornamos  - todos - analfabetos? 

Em contrapartida à nossa mutabilidade temos a imutabilidade de Deus, em "quem não pode existir variação ou sombra de mudança (TG 1:17). Agostinho de Hipona reconhecia isso. Dizia ele: “Porventura, Senhor, tu és eterno, já não conheces o que te digo? Não vês no tempo o que se passa no tempo? Por que motivo te narro então tantos acontecimentos? Não é, certamente, para que os conheças por mim, mas para despertar meu amor por ti" (CONFISSÕES XI, 1.1). "Até a razão nos ensina que não é possível nenhuma mudança em Deus, visto que qualquer mudança é para melhor ou para pior. Mas em Deus, há perfeição absoluta, melhoramento e deterioração são igualmente impossíveis”, como dizia o teólogo holandês Louis Berkoff. Reflitamos, pois, então, sobre nossa mutabilidade e sobre o atributo incomunicável da imutabilidade de Deus. Isso dará uma dimensão de quem nós somos e de quem Ele é. Aliás, só Ele É.  

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