“Lâmpada
para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho” (Salmo 119:105).
INTRODUÇÃO:
Em
2017 estamos comemorando 500 anos da Reforma Protestante, ocorrida no século
XVI. Na verdade, a Reforma não deveria
ser considerada um movimento pontual, circunscrito apenas ao século XVI. De
forma que, em qualquer tempo em que servos de Deus se levantem corajosamente
contra erros teológicos, doutrinários ou heresias, aí estará havendo uma Reforma:
“Ecclesia Reformata et Semper Reformanda
Est”. Porém, fixaremos nosso olhar no século XVI, em virtude
dessa comemoração.
Pra
entendermos um pouco acerca do cenário encontrado por Lutero e por outros Reformadores,
devemos retroceder ao século IV. Mais precisamente a 313 d.c, quando assume o
governo do Império Romano um homem chamado Costantino, depois de anos de
violenta perseguição aos cristãos, desde Atos capítulo 8. Vendo que todo o
massacre imposto à igreja de Cristo tinha sido em vão, o imperador Constantino
disse ter se convertido ao Cristianismo, numa espécie de atitude muito parecida
com aquela que se diz de um inimigo muito forte: “se não pode vencê-lo,
junte-se a ele”. Sua conversão é contestada por muitos historiadores, que parecem
sugerir que teria sido uma decisão política e estratégica.
Constantino,
então, em 325, emite um decreto proibindo a perseguição aos cristãos. Mais que
isso: o cristianismo agora se tornaria a região oficial do Estado. Isso trouxe duas consequências para o
Cristianismo:
Uma
positiva: os Cristãos deixaram de ser perseguidos e barbaramente mortos.
A
outra foi terrível: como não era boa política ser de uma religião diferente da
do Imperador, muitas pessoas acabaram vindo para o Cristianismo sem a devida
conversão.
A
partir disso, a genuína igreja de Cristo no ocidente começou a entrar num
processo de afastamento das escrituras e, como consequência, de gradação moral.
Isso só piorou quando no século V o Bispo da Igreja de Roma se autodenominou “maioral
dentre todos os outros Bispos”, devido seu poderio bélico e sua influência
política desenhando, assim, um processo de centralização de poder na igreja,
que culminaria com a estrutura da Igreja Católica Romana Romana como conhecemos hoje.
A igreja do ocidente ia de
mal a pior. Umberto Ecco, em seu livro “O nome da Rosa”, que conta a história
da igreja no século XIII, retratou bem a situação em que a igreja se encontrava:
não era raro padres e religiosos sacrificando a demônios nos porões da igreja,
depois das missas.
Quando
a genuína igreja de Cristo, no ocidente, chega ao século XVI já está completamente desviada dos preceitos
da palavra de Deus. Aqui temos uma grave advertência: se a igreja de Deus se
corrompeu no passado também pode se corromper hoje, bastando para isso começar
fazendo pequenas concessões, sob a aprovação e olhar passivo de sua liderança.
Mas nada é tão ruim que não possa piorar: a igreja, então, passou a vender
indulgências, que em última análise é a venda de perdão, de salvação das almas
presas no purgatório. Isso foi a gota d’água que faltava para estourar de vez a
Reforma Protestante.
O
restante da história todos já conhecem: Lutero fixou 95 teses na porta da
Abadia de Wintemberg, na Alemanha, onde era padre, monge agostiniano,
combatendo todos os erros da igreja de sua época e UM DESSES ERROS TINHA A VER
COM O TEMA QUE ESTAREMOS ABORDANDO: A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS. Teria a igreja
autoridade para assumir uma prática religiosa sem que essa tenha embasamento
nas sagradas escrituras? Essa era a grande questão que norteou todas os embates
dos Reformadores contra a igreja católica.
Vale
salientar, ainda, que apesar da Alemanha ser considerada como berço da Reforma
Protestante, não é justo circunscrever e resumir o movimento da Reforma do
século XVI a esse país e ao próprio Lutero. Movimentos de repulsa e combate aos
desmandos da igreja medieval já ocorriam em várias partes, como por exemplo, na
Escócia, na França, na Suíça e na própria Itália. Também não é correto dizer
que esse movimento tenha iniciado e terminado no século XVI. Em todos os
desvios da igreja e do povo de Deus, Ele sempre preservou seus servos para
realizar o contraditório e trazer a igreja de volta aos caminhas dos Seus
preceitos. O padre John Huss, queimado vivo em Constança, no século XIII, já lutava
contra os erros da Sé Romana.
O
resumo de todas as lutas e combates dos Reformadores do século XVI podem ser
resumidas no que comumente é chamado de OS SOLAS DA REFORMA. ABORDAREMOS UM
DESSES SOLAS:
TEMA: SOLA SCRIPTURA.
Sola Scriptura significa: SOMENTE A ESCRITURA. Dividiremos nossa
explanação, depois desse apanhado histórico, da seguinte forma:
1-
O QUE NÃO É O SOLA SCRIPTURA;
2-
O QUE É O SOLA SCRIPTURA;
3-
O EMBATE ENTRE O SOLA SCRIPTURA E OS ERROS DA IGREJA NO SÉCULO XVI;
4-
O EMBATE ENTRE O SOLA SCRIPTURA E O PENTECOSTALISMO NO SÉCULO XIX E XX;
5-
O EMBATE ENTRE O SOLA SCRIPTURA E O RELATIVISMO NOS
NOSSOS DIAS.
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