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sábado, 25 de setembro de 2021

100 ANOS DE PAULO FREIRE. AVANÇO OU RETROCESSO?


Em 19 de setembro de 1921 nascia Paulo Reglus Neves Freire. Formado em direito e sem nenhuma formação em Pedagogia nosso personagem centenário é personagem central de debates intermináveis sobre sua contribuição à educação. Isso faz dele, inegavelmente, uma figura especial. Nenhum “comum” teria sua "obra" discutida tão fervorosamente. 

Em síntese, é dito que ele visava:

Ensinar o aluno a ler o mundo para poder transformá-lo [...]. Educadores e educandos aprendendo mutuamente em um processo com diálogo e trocas. O objetivo? O desenvolvimento da consciência crítica (Conforme: Paulo Freire 100 anos - Portal de Educação do Instituto Claro, acessado em 25.09/2021).

Motivador da criação da “tendência pedagógica crítica ou transformadora” ele, de fato, queria transformar a sociedade. A pergunta que se deve fazer é: transformar em quê? Sem meias palavras, ele queria transformar o Brasil num país socialista/comunista. Como a educação está sempre a “serviço de”, foi o instrumento que ele utilizou para tentar promover essa transformação. Aqui já fica claro o engodo da proposta de "sua" tendência pedagógica. Seria “crítica” ou “transformadora” somente enquanto a sociedade não fosse convertida ao socialismo/comunismo. Depois, obviamente, não haveria mais nada a ser "criticado" ou "transformado".

Apoiado, por motivos óbvios, pelo então presidente, João Goulart, que flertava perigosamente com o comunismo soviético, Freire implementou institucionalmente pela primeira e única vez “seu” famoso método, que posteriormente viria a ser batizado com seu nome, em 1963, na cidade de Angicos-RN, onde 300 adultos foram “alfabetizados” em apenas 40 horas. Acredita?

O método consistia, basicamente, em utilizar conceitos, imagens, palavras e a própria realidade dos educandos, que depois de uma longa conversa sobre sua condição social seriam impactados com a projeção estratégica de algumas palavras do seu vocabulário comum, na parede, com projetores de querosene, vindos da então comunista Polônia, bancados pelo governo federal. Por exemplo, a palavra “tijolo” era projetada ao lado de sua figura e perguntas como as que veremos a seguir eram feitas com o objetivo subliminar de criar uma mente revolucionária: O que é essa figura? Quem faz o tijolo? Quem faz o tijolo tem casas feitas de tijolos? Por que não? Associando-se imagem, palavras e confronto social o educando, paulatinamente, passava a identificá-las e, ao mesmo tempo, a criar certa revolta por sua própria condição social e era estimulado a “transformar” sua realidade por meio da "revolução", que consistia na rebelião contra o que Freire e os demais comunistas chamavam de “sistema capitalista opressor”.

Percebem como tudo girava em torno do comunismo/socialismo? Do início ao fim toda a obra de Freire está recheada de conceitos como "oprimido", "opressor", "revolução", "proletariado", etc. Impossível não ver Marx em Freire. Ele mesmo assume essa aproximação inevitável. Para piorar sua situação, filiou-se ao PT e de 1989 a 1992 foi secretario de educação da cidade de São Paulo, da então prefeita Ptista Luíza Erundina. Foi também presidente da 1ª diretoria executiva da Fundação Wilson Pinheiro, fundação de apoio partidário, instituída pelo PT, em 1981.

Capitalismo! Esse era o verdadeiro inimigo a ser combatido. Considerando que sociedades democráticas se alinham, via de regra, ao capitalismo, não é exagerado afirmar que outro inimigo importante a ser abatido era a própria  democracia. Afinal, Freire era um admirador de ditaduras, como a cubana, por exemplo. Portanto, acabar com o analfabetismo era só o pretexto. Ou algum ingênuo acha que em apenas 40 horas, sem cartilha e com boa parte desse tempo sendo utilizado para a formação da consciência política de viés esquerdista dá para alfabetizar alguém? 

Vários documentários da época da famosa experiência de Angicos-RN, ao enaltecer o “método Paulo Freire”, acabavam por revelar a real intenção: o acréscimo de 300 eleitores na cidade. Na ocasião, pela legislação eleitoral vigente, analfabetos não poderiam votar. Percebem o real motivo? 

O termo analfabetismo funcional é recente e se refere à pessoa que aprendeu a ler, mas que não consegue entender ou interpretar o que leu. Os 300 de Angicos, certamente, precisariam melhorar muito para receber tal designação. Eles precisariam saber apenas o básico para receberem o título de eleitor e o “direito” de votar; na esquerda, obviamente, que era o viés político do então presidente e do prefeito de Angicos-RN, que era um aliado esquerdista. Por isso aquela pequena cidade foi escolhida para o "experimento social", com cara de "educacional". 

Ao método chamado Paulo Freire, em si, desconsiderando-se a parte ideológica, não cabe quase crítica alguma. Pelo contrário, é mais um entre outros a ajudar na difícil tarefa de alfabetizar. Se é funcional, melhor ou pior que outros métodos não é objeto de nossa análise, no momento.

Contudo, há um grande perigo na filosofia que lastreia o método Paulo Freire. Ele é concebido sob a influência da nefasta ontologia Rousseauniana, que considera o homem bom por natureza. Rousseau (1712-1778), em seu tratado  "Da educação" ou "O Emílio", parte do pressuposto que a criança precisa ser deixada livre para seguir seus próprios instintos naturais para poder aprender e construir seu próprio conhecimento, numa espécie de “educação negativa”. Isto é, o aluno não deve receber positivamente nenhum conteúdo (decorre daí a crítica de Freire ao que chamou de “educação bancária”) que ele mesmo não possa ter produzido. Nesse sentido, o papel do preceptor (professor) é o de tão somente preservar essa condição natural da criança e nunca de ensinar-lhe. Rousseau deu luz à sua ontologia aplicada à educação em contraposição à ontologia de sua época e que era também vigente no Brasil à época da atuação de Freire, que considerava o homem mau por natureza, por conta da influência de Agostinho via Jesuítas e Reformados.

A ontologia (conceito de ser, de homem) na educação é muito importante e promove, necessariamente, desdobramentos práticos na sala de aula e na relação professor/aluno e no próprio processo de ensino/aprendizagem. Aliás, Freire costumava falar em "Sendo" e não em "Ser", porque acreditava que o homem estava em construção. Mas, isso também ele copiou de Rousseau.

A ontologia Rousseauniana, assumida e divulgada integralmente por Freire, que foi, talvez, no mundo, seu maior entusiasta e quem mais contribuiu para que prevalecesse na educação, depois do próprio Rousseau,  muda o foco da educação para o aluno, diminuindo e reduzindo a quase zero a figura do professor. Como consequência prática de inserir essa ontologia na educação brasileira, listamos dois grandes danos causados e que atraem para Freire as justíssimas críticas que recebe:

1º) Focar a educação apenas na realidade imediata do aluno limita e diminui seu horizonte de conhecimento. Na perspectiva de Feire, não havia necessidade do aluno de Angicos-RN conhecer sobre o relevo do Canadá, por exemplo (ao contrário da educação clássica, que visa uma formação mais geral, abrangente e intelectual do educando), uma vez que seu objetivo era tão somente utilizar-se deles para promover a transformação social local (de capitalismo para socialismo/comunismo), e só. Esse dano foi remediado a tempo, já em 1964. Porém, ainda conseguiu dar o start para que as próximas gerações de educadores, formadas sob a utopia freireana, utilizassem as salas de aula como canal de transmissão ideológica.

2º) Sendo o homem mau, como defendia Agostinho e outros pensadores, com forte influência sobre os Jesuítas, pioneiros na educação brasileira, e, sendo o aluno, agora, pela atuação de Freire, “protegido de coação”, “deixado à própria sorte”, como preconizou Rousseau, e, agora, considerado a parte mais importante do processo educacional, acabou por fomentar um ambiente favorável à violência contra o professor, classificado por Freire como “opressor”; portanto, um inimigo a ser abatido. De forma que, quanto mais o chamado Freireanismo avança mais aumentam as condições favoráveis à violência contra o professor; outrora inimaginável. Diga-se de passagem, Freire também classificava a família como "opressora". O educando, então, passava intuitiva e inconscientemente a ser inimigo tanto da família quanto dos professores. 

Uma ontologia que considera o homem bom por natureza, como a assumida por Freire, promove uma educação sem disciplina, sem cobranças, sem limites impostos ao aluno. Uma ontologia que considera o homem mau por natureza promove uma educação com disciplina, limites e cobranças ao aluno, para seu próprio bem. Temos aqui, então, a figura da Educação Transformadora e da Educação Tradicional. 

Por fim, qual a avaliação que podemos fazer dos 100 anos de Paulo Freire? Avanço ou retrocesso?

Quanto ao chamado método Paulo Freire, pouquíssimo utilizado, porque em 1964, finalmente, houve o contragolpe das forças armadas, com o apoio popular, frustrando as pretensões comunistas de transformar a sociedade brasileira, pondo fim ao trabalho de Freire, que era um agente dessa transformação. Ele acabou se exilando na embaixada da Bolívia, saindo em seguida do Brasil. Nesse sentido, consideramos que houve certo avanço. Pelo menos para o único lugar em que foi institucionalmente implantado no Brasil: Angicos-RN, onde 300 adultos foram alçados à condição de “alfabetizados”, ainda que a lógica deponha contra isso, sendo melhor considerá-los “semi-alfabetizados”. Ou seja, passar de uma condição de analfabetos para a de semi-alfabetizados não deixa de ser um avanço.

Portanto, a contribuição do chamado método Paulo Freire à educação brasileira é quase inexistente, muito próximo de zero. Há, de fato, um absurdo superdimensionamento da importância de Freire à educação. Alguém teve notícia de algum brasileiro, fora os 300 de Angicos-RN, alfabetizado por esse método? 

Isso significa que se o analfabetismo no Brasil diminuiu ou mesmo se aumentou, no que diz respeito à estrita "pedagogia" de Paulo Freire, que nunca foi pedagogo, em absolutamente nada ele terá culpa ou mérito. Nesse sentido, Freire e sua pedagogia, são absolutamente nulos e inexpressíveis, como se nunca tivessem existido.  

Decorre daí que Freire não tenha tido responsabilidade alguma pelo atual fracasso da educação no Brasil, como fica claro no Pisa divulgado em 2018? Não e Sim.

Não pelo seu método que, como já dissemos, tem influência quase nula nesse resultado, para o bem ou para o mal.

Sim, por conta de ter sido "o" grande divulgador da nefasta ontologia Rousseauniana; essa, sim, responsável por transformar negativamente, em grande medida, a relação professor/aluno e o próprio processo de ensino/aprendizagem no Brasil, com impactos gravíssimos na educação, como já demonstramos acima.

Paulo Freire, então, nada construiu de si mesmo. Até o famoso método, que poderia ter sido criação sua, recebe intensa acusação de plágio. Já a tão poderosa,  influente e nefasta ontologia Rousseauniana, da qual teve o único mérito negativo de ser seu "maior divulgador prático", causando grande dano à educação brasileira e por onde passou, jamais poderia ter sido forjada em sua mente limitada, capaz de produzir apenas um amontoado de ideias, frases desconexas e, principalmente, um manual de culto ao socialismo/comunismo e a figuras como Che Guevara, assassino contumaz, a quem ele atribuía ser a “personificação do amor”, como sua principal obra “Pedagogia do oprimido”. E os 35 títulos de doutor honoris causa que ele recebeu? Alguém pode argumentar para provar sua importância. A esse argumento, basta dizer que Lula tem 36 desses títulos. Só isso. 

terça-feira, 25 de maio de 2021

BREVE REFLEXÃO SOBRE A POSSIBILDIADE DO USO DA LÓGICA DO TERCEIRO INCLUÍDO NA CONSTRUÇÃO DO DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

 


Começo nossa reflexão citando trecho do texto "Entre santos e orixás e outras pontes teológicas": "Para o cristão o que permite passar de um nível de compreensão para um outro mais profundo não é, como para o físico, a reflexão simplesmente, mas a experiência de um Amor gratuito que se dá ao homem". Sobre a visão do Deus criador, no mesmo texto é afirmado: "a visão cristã dessa temática deve permitir-nos uma nova compreensão e uma nova vivência".

Os dois trechos do texto e suas consequências diretas implicam, necessariamente, que a visão cristã, por conta da própria característica interna do cristianismo, baseada no amor, precisa ser colocada em prática, realinhada e reenquadrada para que, por fim, seja possível "incluir" as outras crenças em um diálogo inter-religioso.

Mas, pensemos: Jesus, o Cristo, o sempre citado exemplo de amor, aquele que é, por assim dizer, fundador do cristianismo, estaria disposto a adotar a lógica do terceiro incluído, no sentido de entender o "deus" do outro como sendo um "Deus", também, igualmente merecedor de adoração, tanto quanto seu Pai? Estaria disposto à partilhar a crença do outro, a orar a oração do outro? Oraria ele à deusa Diana, por exemplo, tal qual orou ao seu "Deus"?

Não fazer isso poderia ser considerado falta de amor? A resposta à essas questões dará a dimensão do que se pode esperar do cristão na direção da promoção da lógica do terceiro incluindo e do aguardado diálogo inter-religioso.

Espera-se certo protagonismo do cristianismo na promoção desse diálogo. Mas, seria isso possível? Aqui chegamos no momento de responder à indagação inicial, proposta, sobre a "possibilidade de um diálogo aberto, inclusive com produção de conhecimentos trans-religiosos, entre pessoas das comunidades cristãs e dos terreiros afro-brasileiros. Você acha que isso é mesmo possível?".

Sinceramente? Acredito que sim, mas apenas num ambiente acadêmico, dentro do contexto das ciências da religião. Porém, bem longe das igrejas e bem longe dos terreiros.

Isso não é um desejo, é um entendimento da realidade. Sendo isso verdadeiro, pelo menos como uma verdade possível, não seria o caso de buscarmos uma alternativa à lógica do terceiro incluído?

Assim como a lógica do terceiro excluído impossibilita o diálogo inter-religioso, será que a lógica do terceiro incluído, também, não o tornaria inviável e improvável?

Será que a retomada da antiga "lógica do respeito", já incluída nas palavras: "portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles" (Mateus 7:12), não seria uma alternativa viável? Algo do tipo: "tenho minha crença e penso que ela está certa, mas também respeito a sua".

Mas, ainda teríamos uma dificuldade a superar: a questão da evangelização e das missões. Como posso dizer respeitar a crença do outro se quero torná-lo um prosélito da minha crença?

Proponho o seguinte caminho:

1) A pregação de um crente no sentido de "convencer" o outro a adotar sua fé deve ser encarado como uma expressão da alteridade. Sim, o que prega prega porque entende sua crença como benéfica e reconfortante. Considera algo tão positivo que isso o impulsiona a querer que o outro também tenha essa "experiência maravilhosa". Não é por pura disputa de "crença". Não podemos esquecer que o crente é, também, de alguma forma, um "místico" que é afetado, sempre positivamente (caso contrário não seria levado a "pregar" sua crença), por sua experiência religiosa. Entender dessa forma, penso, resolveria o problema da diversidade de crença e da necessidade da pregação e das missões;

2) O fim do sistema de apelo. O sistema de apelo, pelo menos dentro da cristandade protestante, foi introduzido no século XIX, por Charles Finey. Ele consiste na “insistência” para que o ouvinte acate e creia no que se estar sendo pregado. Essa insistência varia de acordo com o pregador e com sua comunidade religiosa, denotando, muitas vezes, de fato, falta de respeito pela crença original do outro. Observemos: uma coisa é pregar ou falar acerca da sua crença e outra é você empreender esforço extra e insistente no sentido de promover ou tentar promover a conversão do outro. Então, como deveria ser a pregação do missionário? Ele deve apenas apresentar sua mensagem, nada mais. Não deve ter sequer nenhum compromisso, além da pregação de "sua verdade", com a conversão do seu ouvinte. Assim, o pregador "A" prega sua mensagem, da mesma forma que o pregador "B", "C", "D", "Z", etc. Teríamos, então, uma diversidade de crenças expostas e colocadas como alternativa. Quem sabe isso não promoveria o diálogo acerca das mais variadas crenças?

E a conversão? Como se daria? Isso passaria a ser assunto para os "deuses". Que eles trabalhem nos corações e os convertam para si.

domingo, 19 de abril de 2020

BREVE REFLEXÃO SOBRE A INFERIORIDADE DA MULHER EM RELAÇÃO AO HOMEM - Parte 2/4


A inferioridade da mulher em relação ao homem não é uma questão cultural, simplesmente. Antes, pelo contrário, é uma inferioridade ontológica que se impõe, orienta e influencia a cultura.

O homem, como representante da raça humana é uma criação direta de Deus. Isto é, Deus não se utilizou de outra matéria orgânica para criá-lo; o que faria dele um também devedor.

Da matéria inorgânica criou o ser-orgânico-homem, sem derivação de outro ser que lhe pudesse ser superior ou doador, na cadeia de criação, no sentido de ter lhe dado origem.

A mulher, por sua vez, é uma criação indireta, derivada do homem, o-ser-raiz, de forma que, desde a sua origem, ela é devedora ao seu doador. Em certo sentido, a mulher não é um ser original é uma cópia genética do homem, e, como uma espécie de clone, existe por causa de sua "forma causal". A mulher parece ser o único ser nessa condição de derivação, no cenário da criação. Tudo indica que todos os outros seres iniciais foram formados tal qual o homem, de uma matéria inorgânica (ver Gêneses 2:19) ou, simplesmente, pela palavra de ordem do Criador (Gêneses 1:24).

No estado original, o homem existe independentemente da mulher. Diferentemente, a mulher trás em seu DNA a dependência orgânica do homem. Ela existe por causa do homem que cedeu seu material genético para que ela pudesse existir. 

Vejamos em Gêneses o relato da criação do homem e da mulher:
7. Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.18. Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. 21. Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne.22. E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe.23. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada (Gêneses 2).
Alguns fatos ainda precisam ser pontuados nesse cenário da criação: 

a) A mulher foi criada por causa do homem (v.18);

b) A mulher foi criada para ser auxiliadora do homem (v.18). Engenharias hermenêuticas têm sido feitas para afirmar a igualdade da mulher e do homem. Porém, nada mudará o fato de que "a auxiliar" será sempre inferior ao "seu senhor" (ver Gêneses 18:12);

c) Depois de ser criada foi o homem quem lhe deu uma identidade (v.23), tal qual fez com todos os outros seres criados (ver Gêneses 2:20);

d) Na economia da criação o homem assume o posto de dominador de todos os outros seres criados (ver Gêneses 1:26), inclusive da mulher (ver Gêneses 3:16).

O Apóstolo Paulo, em perfeita harmonia com o que argumentamos acima, fala acerca da inferioridade "criacional-temporal" da mulher: 

"E não permito que a mulher exerça autoridade de homem" (I Timóteo  2:12). 

Sob que argumento? Seria essa negativa apostólica apenas uma fala de alguém que está imerso na sua cultura patriarcal? Óbvio que não! Paulo aponta para um momento pré-cultural. Diz ele: 

"Porque, primeiro, foi formado Adão, depois, Eva (I Timóteo 2:13). 

Paulo repete esse argumento ontológico que está na base da inferioridade da mulher e da superioridade do homem: 
O homem não deve cobrir a cabeça, visto que ele é imagem e glória de Deus; mas a mulher é glória do homem. Pois o homem não se originou da mulher, mas a mulher do homem; além disso, o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem (I Coríntios 11:1-9).
Vale lembrar que todas as alianças e todas as demais tratativas de Deus com o ser humano são sempre feitas com o homem e nunca com a mulher. Também se vê uma proeminência do homem em todas as genealogias bíblicas. Some-se a isso o fato de não haver mulheres como sacerdotisas no serviço judaico de culto, no VT, bem como nenhuma mulher foi contata entre os apóstolos ou presbíteros.

A partir deste ponto, tendo estabelecido a sólida base sob a qual se sustenta a questão da inferioridade da mulher em relação ao homem, à luz da bíblia, iremos somente citar alguns textos que apenas ilustram essa inferioridade estabelecida no momento temporal da criação, não havendo mais a necessidade de argumentação nesse sentido. 

Gênesis3:16 - E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. 

Gênesis18:12 - Riu-se, pois Sara no seu íntimo, dizendo consigo mesma: Depois de velha, e velho também o meu senhor.

1Coríntios11:3 - Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus.

1Coríntios14:34-35 - Permaneçam as mulheres em silêncio nas igrejas, pois não lhes é permitido falar; antes permaneçam em submissão, como diz a lei. Se quiserem aprender alguma coisa, que perguntem a seus maridos em casa; pois é vergonhoso uma mulher falar na igreja.

Efésios 5:22-24 - Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos.

Efésios5:33 - Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.


Colossenses3:18 - Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como convém a quem está no Senhor

1Timóteo2:11-13 - A mulher deve aprender em silêncio, com toda a sujeição. Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, e depois Eva.

1Timóteo2:14 - E Adão não foi enganado, mas sim a mulher, que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora.

1Pedro3:1 - Do mesmo modo, mulheres, sujeitem-se a seus maridos, a fim de que, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavras, pelo procedimento de sua mulher,

1Pedro3:7 - Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas orações.

Palavras como "submissão", "sujeição", "auxiliadora", parecem sugerir uma superioridade da mulher ou até mesmo uma igualdade? Não, claro que não. Todas essas palavras, em harmonia com todos os textos que tratam do assunto, sugerem, e, não poderia ser diferente, que a mulher é, de fato, inferior, em relação ao homem.

domingo, 12 de abril de 2020

O PT DOS TEMPOS DE JESUS E AS CONSEQUÊNCIAS DA CORRUPÇÃO



No mesmo dia e no mesmo cenário da Ressurreição de Jesus, tivemos um lamentável caso de corrupção, pouquíssimo retratado:
O PT, partido dos teólogos da época de Jesus, formado pelos "principais sacerdotes", com a intenção de perpetuar seu projeto de poder, não sendo capaz de reconhecer sua derrota imposta pela vitória sobre a morte e de aceitar que outro governante acabara de assumir o poder - pelo menos na visão de quem não conhece a revelação progressiva das Escrituras -, resolveu lançar mão de um expediente que já lhe era um traço peculiar, que já lhe fazia parecer cada vez mais com uma ORCRIM: o suborno de pessoas para fazer prevalecer suas narrativas, em detrimento da verdade: Jesus, de fato, havia ressuscitado. 
No caso concreto, o crime de corrupção ativa e passiva seria proposto aos soldados que fizeram a segurança do túmulo. "Reunindo-se eles" em convenção partidária, "deram grande soma de dinheiro aos soldados, recomendando-lhes que dissessem: Vieram de noite os discípulos dele e o roubaram enquanto dormíamos". 
O plano previa também um habeas corpus preventivo aos soldados: "Caso isto chegue ao conhecimento" da autoridade policial, "nós o persuadiremos e vos poremos em segurança", prometeram. "Eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos". Assim como em todos os casos de corrupção e suborno, esse também trouxe consequências trágicas para uma comunidade inteira. 
Por conta disso, muitos judeus não têm o privilégio de reconhecer Jesus como o Messias prometido. 
Enganados e manipulados pelo PT, ainda aguardam Sua vinda, "porque esta versão divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje".
Esse caso, caro leitor, talvez tenha sido o mais grave caso de corrupção do mundo, em todos os tempos. Mas, certamente, não foi o maior, em termos de quantidade de dinheiro sujo, lavado a jato.

sábado, 11 de abril de 2020

A AMARGA PÁSCOA DE 2020 E SUA APROXIMAÇÃO COM A PÁSCOA REAL



Diferentemente do comum dulçor encontrado nesse período, a Páscoa real, sacramento judaico, não cristão, apontava para o amargor das ervas, que representava os tempos difíceis da escravidão; apontava para a necessidade de deixar tudo para trás e fugir; simplesmente fugir, representada pelo pão sem fermento, e, por fim, apontava para a dor e sofrimento do cordeiro pascal, tipo do sofrimento futuro de Cristo, substituto forense do culpado.

A páscoa, portanto, nada tinha de doce. Ela era visceralmente amarga

Foi instituída para lembrar tempos de dor e de sofrimento. A instituição da "lembrança da dor", porém, trás em si a ideia de "ausência dessa própria dor", apontando, também, para uma situação de superação, de libertação e vitória sobre o mal, promovida pela mão Soberana de um Deus que intervém na história para trazer salvação.

Por que, então, como sugere a páscoa, os judeus deveriam lembrar, ano após ano, dos tempos maus, passados, impostos pela escravidão e por todos os males dela decorrentes? 

Primeiro para certificar acerca de sua fragilidade e finitude. Depois, para lembrá-los de sua dependência essencial de um salvador que os salve, sem o qual, certamente, continuariam perecendo a merecida dor.

Esta semana, chamada santa, de 2020, que culmina com o advento da Páscoa, está sendo diferente: o mundo vive sob os efeitos de uma pandemia. O momento é de amargor, não de doces.

Talvez isso nos aproxime mais da dura realidade apresentada pela verdadeira páscoa; sem floreio ou maquiagem do real. Que o Salvador, também, movido pela sua mesma misericórdia e compaixão, liberte o mundo das cadeias do covid-19. 

E, quando tudo passar; que passará, nos lembremos, também, que somos só fragilidade e finitude; nos lembremos, também, de oferecer ações de graças pelo socorro que será promovido, de forma natural ou sobrenatural, pelo nosso salvador.

sábado, 4 de abril de 2020

BREVE REFLEXÃO SOBRE A SOBERANIA DE DEUS E A PANDEMIA DO COVID-19


O ano é 2020 e o mundo vive o caos de mais uma pandemia, desta vez provocada pelo Covid-19, também chamado de coronavírus ou vírus chinês. Sim, mais uma. Apenas mais uma e nem é das mais letais.

Não bastasse o preocupante cenário mundial pintado pelo próprio vírus, retratado nas milhares de vítimas por todo o mundo, a suposta necessidade de um lockdown absoluto (há muitas vozes especializadas discordantes), por um tempo prolongado além do suportado pela estrutura do Estado, potencializa os contornos sombrios da "obra": serão milhares e milhares de desempregados, desfazendo o bom trabalho que vinha sendo feito por muitas nações democráticas, o que aponta para um futuro com mais desespero entre os pais de família, mais violência, mais saques a supermercados, colapso do sistema de saúde e todas as demais consequências previsíveis numa situação de estagnação quase que total da economia, se os governantes não migrarem para um modelo vertical de isolamento. 

Situações como essas dão a impressão de ser Deus quem está governando o mundo? 

Acaso não estaríamos crendo num Deus que quer cuidar das pessoas e lhes dar uma vida mais digna, mas que, sinceramente, não está conseguindo?

O que devemos pensar da relação Deus e Tempos de calamidades? E mais: quem, de fato, é o culpado por todo esse sofrimento? Deus? O diabo? O próprio homem? Estaria Deus apenas de braços cruzados assistindo a tudo passivamente?

Do ponto de vista da teologia Reformada, toda desarmonia, incluindo as catástrofes e as pandemias, são consequências e fruto direto do chamado "pecado original". Nesse sentido, então, por conta de sua desobediência inicial, o representante legal da raça humana trouxe para si e para sua posteridade, todas as desgraças possíveis e potenciais. 

O livro de Gêneses registra a sentença de Deus sobre esse representante legal da raça humana  que, tendo sido previamente alertado sobre as possíveis e justíssimas consequências e punições da desobediência, resolveu, livre e conscientemente, desobedecê-lo:

E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás (Gênesis 3:17-19).

A expressão CARDOS E ABROLHOS é muito significativa. Caio Fábio, em um interessante livro intitulado “Os espinhos da vida, vivenciando as tragédias da alma”, diz que essa expressão:

Significa que Deus deu uma sentença: "de hoje em diante nascerão cardos e abrolhos", prevendo uma tragédia universal em função do pecado do homem. Não apenas um fato ligado aos vegetais porque estes surgiram como mutações posteriores; surgiram em função de todos estes efeitos tremendos que vêm de irradiações desde o sol, e que mudaram a nossa atmosfera. Estas mudanças entraram em choque e geraram estas espécies que caracterizaram a queda do homem em tragédias sem fim. São os cardos que simbolizam toda a tragédia da humanidade. Simbolizam as crises nas quais os homens estão envolvidos, e os espinhos que surgiram no mundo, os espinhos biológicos, são os predadores, são as anomalias, são as doenças congênitas. Estes são os espinhos da carne, os espinhos da vida biológica, conforme: http://www.scribd.com/doc/548913/Caio-Fabio-Os-Espinhos-da-Vida. 

Em última análise, todo o mal que acontece na Terra é por culpa do próprio homem que resolveu, livre e acintosamente, desobedecer a Deus, atraindo para si e para sua posteridade, morte e dificuldades. Essa culpa não é somente do primeiro homem (Adão), de forma que, em nosso coração sabemos: não é justo apenas culpá-lo. Certamente sentimos o DNA da rebelião contra Deus correr em nossas veias e o dulçor que o pecado tem em nossos lábios. Quanto descaso, quanto desprezo. Na verdade não queremos saber de Deus, não é? É incrível como queremos ainda receber Dele coisas boas.

A pergunta 27 do Catecismo Maior de Westminster, produzido na Inglaterra do século XVII, levanta a seguinte questão, em plena harmonia com o que foi afirmado até aqui:
Qual foi a desgraça que a queda trouxe à humanidade? Resposta: A queda trouxe à humanidade a perda da comunhão com Deus, sua reprovação e maldição; Por isso é que somos por natureza filhos da ira, escravos de Satanás e dignos de toda a sorte de castigos neste mundo e no que há de vir.  Gen. 3:8, 24; Ef. 2:2-3; 11 Tim. 2:26; Luc. 11:21-22; Heb. 2:14; Lam. 3:39; Rom. 6:23; Mat. 25:41, 46

Também a Confissão de Fé de Westminster, do mesmo século XVII, sobre isso, faz a seguinte afirmação, no capítulo "Da queda do homem, do Pecado e do seu Castigo":

VI. Todo o pecado, tanto o original como o atual, sendo transgressão da justa lei de Deus e a ela contrária, torna, pela sua própria natureza, culpado o pecador e por essa culpa está ele sujeito à ira de Deus e à maldição da lei e, portanto, exposto à morte, com todas as misérias espirituais, temporais e eternas. Ref. I João 3:4; Rom. 2: 15; Rom. 3:9, 19; Ef. 2:3; Gal. 3:10; Rom. 6:23; Ef. 6:18; Lam, 3:39; Mat. 25:41; II Tess. 1:9.

Tendo dito isso, voltemos à questão da Soberania de Deus. Faremos isso, já encaminhando o fim de nossa breve reflexão, nas palavras de A.W.Pink, em seu extraordinário livro "Deus é Soberano", especialmente no capítulo que trata sobre "A Soberania de Deus e a Atualidade. Diz ele:
Quem está regulando as coisas na terra hoje em dia? Deus ou o diabo? Que dizem as Escrituras? Afirmam vez após vez, que Deus está no trono do universo (Sl 105:7; 99:1; 103:19; 96:10 24:1), que o cetro está na suas mãos, que Ele dirige todas as coisas segundo o consenso de sua vontade (Ef 1:1). Afirmam não somente que Deus criou todas as coisas, mas também que o senhor domina e reina sobe todas as obras de suas mãos (Sl 96:10, 24:1; II Cr 20:6). Afirmam que Deus é o onipotente (Jó 42:2; Is 43:13; Mt 19:26; Lc 1:37; Ap 19:6), que Sua vontade é irreversível (Ml 3:6), que Ele é soberano absoluto em cada recanto do seu vasto domínio. E certamente tem que ser assim. Há apenas uma alternativa possível: Ou Deus domina ou é dominado, ou cumpre a sua vontade ou é impedido pelas suas criaturas. Estamos sem dúvidas á beira de uma crise mundial e em todos os lugares o homem está alarmado. Mas o senhor Deus não está. Para Ele não existem surpresas. Ele nunca está desprevenido e nunca perdeu nem perderá o controle das coisas. Para Ele não existe emergência, pois faz tudo “segundo o conselho de sua vontade” (Ef 1:11).

Portanto, como Ele mesmo diz, também para nós, nesses tempos difíceis:

Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra(Salmos 46:10).
E ainda:
Não temereis a mim? — diz o Senhor; não tremereis diante de mim, que pus a areia para limite do mar, limite perpétuo, que ele não traspassará? Ainda que se levantem as suas ondas, não prevalecerão; ainda que bramem, não o traspassarão (Jeremias 5:22).
Deus está no controle de tudo, sempre. Assim como põe limites ao mar, também já pôs limites ao covid-19, independentemente da pecaminosidade do homem ou das contingências da vida. Lembremos de sua atuação direta por ocasião das dez pragas do Egito. Descansemos, pois.

Roguemos, pois, ao Soberano Senhor, como fez o Salmista, que aplique a nós, também, apenas um pouco dessa bendita proteção. Roguemos, pois, ao Soberano Senhor, que incline o coração dos governantes, dando-lhes porção dobrada de sabedoria, para o bem do povo.
Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua. O Senhor te guardará de todo mal; guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre (Salmos 121). 

Nota: A reflexão desse post foi um pedido especial do amigo e irmão em Cristo Celestino Filho.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

BREVE REFLEXÃO SOBRE A INFERIORIDADE DA MULHER EM RELAÇÃO AO HOMEM - Parte 1/4


Esse é um tema que dá arrepios até nas mulheres mais virtuosas. Contudo, não se pode fugir da realidade: a mulher é inferior ao homem e ponto final. Na maioria das civilizações do passado essa afirmação não seria questionada; antes, pelo contrário, seria tratada como um simples fato. No ocidente, principalmente, a partir da modernidade, houve e ainda há uma tentativa de implementar uma realidade diferente dessa "realidade original": a igualdade entre homens e mulheres. 

Apesar dessa ideia de igualdade, entre homens e mulheres, já estar completamente difundida no inconsciente coletivo ocidental, principalmente, ela "ainda" não é uma realidade absoluta. Ainda há resistência; verdadeiras trincheiras impeditivas. Para que ela se torne uma "unanimidade teórica" será preciso destruir essa resistência.

Praticamente todo o processo civilizatório foi estabelecido sob um modelo social Patriarcal, entendido como o domínio hierárquico do homem sobre as mulheres, e, por mais incrível que possa parecer, esse modelo ainda predomina hoje, mesmo nas sociedades mais afetadas pelo desejo de mudança. A ideia é diminuir o poder do homem e estabelecer uma espécie de "sociedade de poder compartilhado", algo do tipo "PatriMatriarcal", onde não mais haveria hierarquia na ordem social. Evidentemente que há clara intenção no aprofundamento dessa perda de poder do homem, reduzindo-o, por fim, à nulidade. Essa demanda pode ser facilmente percebida nas pautas e bandeiras dos movimentos feministas mais radicais. 

Esse plano de "reengenharia social" é encampado por vários movimentos e atua em várias frentes, como o movimento LGBT, movimentos Pró-aborto, movimentos Afros e o próprio movimento Feminista, além de outros similares que se  encontram no fértil campo do chamado marxismo cultural. Todos eles empunham a mesma bandeira pela mudança de paradigma sob o qual foi estabelecida a civilização ocidental e que tem um forte traço Patriarcal.

A própria definição de "Feminismo" já deixa claro a intenção de acabar com o modelo Patriarcal de família e de sociedade:

Feminismo é um conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias que têm como objetivo comum: direitos equânimes (iguais)  e uma vivência humana por meio do empoderamento feminino e da libertação de padrões patriarcais. Conforme https://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo. 

Há duas "bolhas de resistência", que se retroalimentam e que estão simplesmente impedindo que aja essa profunda mudança social, com implicações, talvez, ainda não mensuradas. Não fossem elas, talvez, já teria sido implantado um novo paradigma sistêmico. 

Essas duas bolhas de resistência, no ocidente, são:

a) A Família Tradicional
b) O Cristianismo

O vídeo abaixo deixa claro o entrelaçamento do objetivo comum dos movimentos LGBT, Feministas e o Marxismo, especialmente o Gramisciano, também chamado ultimamente de "marxismo cultural". E esse objetivo não é outro senão subverter a ordem social construída na civilização ocidental, pautada no ideal da Família Patriarcal.

Trata-se do Seminário Internacional "Democracia em colapso?". O evento marcou o lançamento da edição especial da revista 𝘔𝘢𝘳𝘨𝘦𝘮 𝘌𝘴𝘲𝘶𝘦𝘳𝘥𝘢 dedicada a enfrentar as articulações e tensões produtivas entre marxismo e lutas LGBT, para além da querela da "cortina de fumaça". Não deixem de assistir:


Nas próximas postagens estaremos abordando as provas escriturísticas da inferioridade da mulher em relação ao homem, o perigo de rompimento dessas "bolhas de resistência", que estão impedindo o avanço da reengenharia social, cujo objetivo mais raso é o enfraquecimento da sociedade patriarcal e o verdadeiro lugar da mulher. 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

TEORIA CRIACIONISTA X OUTRAS TEORIAS


"Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o SENHOR Deus os criou" (Gn 2:4). Sim, eu CREIO na Teoria Criacionista. E você? Tem uma teoria melhor pra CRER?

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

COLÓQUIO PROTESTANTISMO E POLÍTICA NO CONTEXTO ATUAL: Breves Reflexões sobre o Voto de Protestantes em Partidos de Esquerda



Da proposta do colóquio “Protestantismo no contexto atual”, entendo que devemos pensar sobre a postura do protestante diante do atual cenário de polarização política em que vivemos. De um lado, um projeto de poder mais à esquerda e do outro uma forma de governar mais à direita. Já adianto que gosto dessa polarização. Acho que isso traz clareza para o eleitor. Aqueles que gostam de um modelo mais à esquerda (com Estado grande e intervencionista), com todos os seus ônus e bônus (se é que existem bônus), escolherão candidatos com esse perfil, o mesmo ocorrendo com o eleitor que prefere um modelo mais à direita (com um Estado mínimo). Vou tentar direcionar minha fala no sentido de identificar o modelo que mais se adequaria ao que entendo ser pressupostos basilares do protestantismo e se isso está acontecendo e por qual motivo.

Inicio minha fala dizendo que, no contexto atual, sou protestante mas não sou militante político. Já fui. Era um ativo militante Ptista, ainda que moderado, igual a maioria dos que estão presentes aqui. Minhas credenciais: votei duas vezes em Lula, duas vezes em Dilma e nas eleições municipais e estaduais sempre escolhi candidatos mais à esquerda e quem tivesse doido falasse mal do “companheiro Lula”. Peguei várias brigas com amigos pastores que ousavam falar mal daquele que se auto intitula como a “alma mais honesta do país”.

Mudei! Mudei porque entendo que o que vou chamar de “esquerdismo” traz algumas incompatibilidades teóricas com o cristianismo, que tentarei, com brevidade, expor.

Abraan Kuypper (1837-1920), ex-primeiro ministro da Holanda, costumava apontar a existência do que ele chamava de “sistemas de vida”. Um sistema é uma cosmovisão ampla que engloba o que vc pensa acerca do homem, de Deus e do mundo. Segundo ele: “Dois sistemas de vida estão em combate mortal”.  De um lado “o Modernismo [...] comprometido em construir um mundo próprio a partir de elementos do homem natural, e a construir o próprio homem a partir de elementos da natureza”, do outro, o cristianismo, em linhas gerais. (KUYPER, 2002, p.19). Nessa mesma linha, referindo-se à concepção materialista de um filósofo da antiguidade, Heráclito, segundo o qual "o mundo forma uma unidade por si mesmo e não foi criado por nenhum deus e por nenhum homem, mas foi, é e será eternamente um fogo vivo que se acende e se apaga de acordo com as leis", diz Lenin: "Eis aqui uma excelente definição dos princípios do materialismo dialético." (Lenin, "Cadernos filosóficos", pag. 318).

Essa ideia parece representar bem a polarização que vivemos hoje, também no Brasil. De um lado, um conservadorismo que tenta recuperar os pressupostos cristãos de família como “célula mater” da sociedade, que asfaltou o caminho para a civilização ocidental e do outro lado um modelo mais secularista/materialista que tenta desmistificar e se colocar numa posição antagônica ao cristianismo. Isso é muito interessante porque, no final das contas, trata-se de um embate sobre temas gerais religiosos, sintetizados por Kuypper como sendo “nossa relação com Deus, nossa relação com o homem e nossa relação com o mundo”. De forma prática: Deus existe/Deus não existe; o homem e o próprio mundo são criados/não são criados e todas as outras coisas decorrentes dessas.

Nesse sentido, então, não é difícil concluir que Partidos e Políticos de esquerda são, necessariamente, por conta de sua base teórica, voltados para a construção de um Estado e de uma Sociedade mais aproximada com os pressupostos do Ateísmo, que é bem diferente de um Estado Laico[1].  Gramisc já deixava isso muito claro ao afirmar: “A nossa religião torna a ser a história, a nossa fé torna a ser o homem, a sua vontade e atividade” (GRAMSCI, 1972a, p. 231) e ainda: “O mundo civilizado tem sido saturado com cristianismo por 2000 anos, e um regime fundado em crenças e valores judaico-cristãos não pode ser derrubado até que as raízes sejam cortadas”[2]. Gramisc também considerava o Socialismo como uma espécie de “religião” secular que dispensa “a necessidade da religião para a produção do bem, da verdade, da vida moral” (GRAMSCI, 1972b, p. 116). Por sua vez, Marx já se referia à religião da seguinte forma: “suspiro da criatura oprimida, coração de um mundo sem coração, espírito de uma situação sem espírito: a religião é o ópio do mundo[3]; Por fim, Gramisc atribuía à “filosofia práxis”, Marxismo, o papel de, em certo sentido, usar a religião como uma espécie de “degrau”, para, por fim, superá-la; substituí-la. Diz ele:  “Uma concepção do mundo não pode revelar-se como válida e impregnar toda uma sociedade até converter-se em uma fé, se não demonstrar que é capaz de substituir as concepções e crenças anteriores em todos os graus da vida estatal”[4]. Isto é, usou o catolicismo para acabar com o catolicismo[5].

Esse tipo de visão de mundo, reverbera na sociedade pela defesa de pautas que confrontam diretamente a moralidade cristã, como por exemplo:  aborto, toda a agenda LGBT, incluindo a teoria Queer, mais conhecida como ideologia de gênero, um Estado grande, intervencionista, que interfere até mesmo na criação dos filhos, diminuição das liberdades individuais, como se ver em países onde o socialismo avançou mais, diminuição das liberdades religiosas, da mesma forma (em alguns países com severas perseguições a cristãos), controle social das mídias, etc.

Dito isso, penso que o protestante que ainda insiste em votar e defender partidos e políticos esquerdistas estão remando na contramão do cristianismo e do modelo forjado por ele no mundo ocidental e ajudando a construir uma nova ordem social, incompatível com o cristianismo. Não é coerente votar fortalecendo a “ideologia marxista”, ateia e anticristã por definição e, ao mesmo tempo, orar por missionários que sofrem perseguição em países com esse viés ideológico. Em última análise, votar significa escolher entre uma cosmovisão cristã (que não tem nada a ver com igreja, num sentido mais amplo) e a cosmovisão secularista/marxista. Uma antagônica em relação à outra. Por isso mudei!

Mas, não tivesse esse entendimento teórico, como cristão protestante, também me sentiria na obrigação de mudar de lado ou de, pelo menos, votar diferente. Não me sentiria à vontade em continuar votando num modelo que se corrompeu tanto que acabou por estabelecer a Cleptocracia, no dizer do ministro Gilmar Mendes. Continuar a apoiar esse esquema criminoso seria pecar contra o oitavo mandamento, conforme a interpretação do Catecismo Maior de Wesminster, em sua pergunta de nº 142: 142. Quais são os pecados proibidos no oitavo mandamento? Os pecados proibidos no oitavo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são: o furto, o roubo [...] a recepção de qualquer coisa furtada; as transações fraudulentas [...] o suborno, [...] os meios ilícitos de vida, e todos os outros modos injustos e pecaminosos de tirar ou de reter de nosso próximo aquilo que lhe pertence, ou de nos enriquecer a nós mesmos; a cobiça, a estima e o amor desordenado aos bens mundanos.

Os números da corrupção são astronômicos. Só a Operação Lava Jato, que envolveu basicamente a corrupção no âmbito Petrobras já recuperou R$ 4.069.514.758,69, até outubro de 2019, de um total já previstos em acordos de leniência, colaboração, TAC e renúncias voluntárias chega a R$ 14,3 bilhões[6]. Por conta disso e de muitos outros crimes, praticamente toda a cúpula do PT já foi condenada e presa ou está aguardando em liberdade o dia do encarceramento final: José Genuíno, presidente do PT, preso; José Dirceu, homem forte do PT, ministro chefe da casa civil, preso, Antônio Palocci, ministro da economia, preso; João Vacari, secretário do PT, preso; Delúbio Soares, tesoureiro do PT, preso; e, finalmente, o poderoso chefão, Luis Inácio Lula da Silva, preso depois de duas condenações em segunda instância, aguardando o julgamento de pelo menos mais sete processos e por aí vai. Alista é grande.

Por tudo isso, penso que, assim como eu, muitos protestantes mudaram foram ler um pouco, observar e voltaram a um realinhamento com a Cosmovisão Cristã, tão importante à construção do mundo ocidental. Claro que muitos protestantes ainda ousam gritar “Lula Livre”, mas estão sendo incoerentes com o que dizem crer, na minha humilde opinião.



[1] Um Estado secular ou estado laico é um conceito do secularismo onde o Estado é oficialmente neutro em relação às questões religiosasnão apoiando nem se opondo a nenhuma religião. O Estado secular deve garantir e proteger a liberdade religiosa e filosófica de cada cidadão, evitando que alguma religião exerça controle ou interfira em questões políticas. Difere-se do estado ateu - como era a extinta URSS - porque no último o estado se opõe a qualquer prática de natureza religiosa. Entretanto, apesar de não ser um Estado ateu, o Estado Laico deve respeitar também o direito à descrença religiosa”. Conforme: http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_secular. Para saber mais, acessar: http://filosofiacalvinista.blogspot.com/2013/05/breves-reflexoes-sobre-laicidade-do.html.
[2] A ESCOLA DO MST: REVOLUÇÃO ANTICRISTÃ E ASSALTO À SAGRADA ESCRITURA http://www.puggina.org/artigo/outrosAutores/a-escola-do-mst-revolucao-anticristaeassalt/3279).
[3] (MARX, Karl. “Crítica da Filosofia do Direito de Hegel”. In: Temas de Ciências Humanas. Vol. 2. São Paulo, Editorial Grijalbo, 1977, p. 2.)
[4] GRAMSCI, Antonio. Concepção Dialética da História. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1966, p. 20
[5] Decreto contra o comunismo foi uma designação popular de um documento da Igreja Católica, publicado pelo Santo Ofício no dia 1 de Julho de 1949, durante o pontificado do Papa Pio XII. Este documento afirmava a excomunhão automática ipso facto (ou latae sententiae) de todos os católicos que, em obstinação consciente, aderem ao ateísmo e ao materialismo associado ao comunismo e às doutrinas marxistas. Além deste célebre documento de 1949, outros decretos contra o comunismo também foram publicados pelo Santo Ofício entre as décadas de 1940 e 1950.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

A REFORMA PROTESTANTE E O HOLOCAUSTO



A imagem acima é do MEMORIAL DO HOLOCAUSTO em Berlim, na Alemanha. Ele foi construído em homenagem aos seis milhões de judeus "assassinados de maneira orquestrada cruel e sistemática",  entre 1933 e 1945. Em 2017 outro importante memorial do holocausto foi inaugurado. Ele fica na cidade de São Paulo, na antiga Sinagoga do Bom Retiro. Além desses, muitos outros pelo mundo.

Mas, por que rememorar esse momento tão terrível da história mundial, que foi o holocausto?

A resposta de todos os memoriais não é outra senão: Para que a história não se repita!

Hoje, 01 de novembro, infelizmente, não podemos dizer que muitas igrejas rememoraram, estão rememorando ou que ainda irão rememorar a Reforma Protestante, o já agora pretérito 31 de outubro.

Passou batido! Tem passado batido! Um ano, dois anos, três anos, cinco anos, no máximo, sem rememorar essa data e as novas gerações de crentes serão formadas sem o DNA protestante achado e transmitido somente na e pela Reforma Protestante.

Muitas igrejas, já, sequer sabem o que significa essa data. Nem mesmo as igrejas reconhecidas como como "herdeiras da Reforma" têm tido essa preocupação. 31 de outubro não existe mais no calendário de suas sociedades internas. Comemora-se dia do adolescente, da criança, do homem, da mulher, do idoso, do pastor, da esposa do pastor, do presbítero, do diácono, dos pais, das mães, dos avós, aniversário da SAF, da UPH, da UPA, da UCP, da igreja e por aí vai; só não da Reforma Protestante. 

Mas, por que se deve rememorar a Reforma Protestante?

A resposta a essa pergunta não é outra senão: Para que a história não se repita!

A igreja do Senhor já se desviou terrivelmente. Passou, pelo menos, onze séculos em situação de crescente desvio dos preceitos da palavra de Deus, chegando ao ponto de "vender a salvação". Esse processo não começou com grandes erros ou grandes heresias e, sim, com pequenas concessões por parte da liderança da igreja, tal qual Arão diante daquele povo sedento por seguir seus próprios caminhos, só que em doses homeopáticas. Depois, em ritmo acelerado rumo ao desvio completo, ocorre o "esquecimento" de que a Bíblia é a única regra de fé e de prática, na prática; nem sempre na teoria. Não mais se perguntará o que ela ensina sobre isto ou aquilo que se quer fazer ou crer. Isso já aconteceu no passado e acontecerá, inevitavelmente, com toda igreja que "esquecer" da Reforma Protestante.

A Reforma Protestante é a  personificação da lembrança do Sola Scriptura

Por isso é tão grave esquecer de rememorá-la, ano após ano. Esquecer de rememorá-la é o começo para o esquecimento daquilo que ela pregava.

Aí, bem; aí pode fechar as portas da igreja. Não fará muita diferença.

Sola Fide, Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia e Soli Deo Gloria.

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