De um lado os que defendem Israel e do outro os que defendem a causa Palestina e até o Hamas, especificamente. É possível que os dois lados estejam fazendo suas respectivas defesas pelos motivos errados.
DEFENDENDO ISRAEL PELOS MOTIVOS ERRADOS:
Há os que defendem Israel, principalmente, por motivos religiosos: "Israel é o povo escolhido de Deus"; "Israel é o relógio escatológico de Deus", dizem. O ensinamento por trás dessas e de outras falas é o seguinte: Israel, como nação, por toda sua história de protagonismo no Velho Testamento, ainda desfruta de certo privilégio de Deus em relação às outras nações, como se Deus, de fato, tivesse um olhar e um trato diferenciado, ainda hoje, em relação e com os judeus.
Mesmo aqueles que reconhecem que vivemos sob outra dispensação, que não aquela que vigorou durante o Antigo Testamento, mantêm uma espécie de respeito litúrgico pela nação israelita. Entre esses, não podemos deixar de pontuar, há os mais exagerados, que chegam ao absurdo de judaizar suas "igrejas cristãs", utilizando, para isso, em suas práticas religiosas, elementos quase cúlticos, como:
Bandeira de Israel; réplicas da arca da aliança; shofar; mantas com a estrela de Davi; as 12 pedras coloridas, quipar; barbas ao melhor estilo sacerdotal e até celebram tradicionais festas judaicas, a exemplo da festa da colheita. Além disso, utilizam a unção com óleo para demarcar a investidura de seus pastores e "apóstolos", tal qual acontecia entre o Israel antigo, bem como insistem na celebração da páscoa judaica, com o perdão do pleonasmo, com seus elementos típicos e, como se não bastasse, constroem até réplicas do templo de Salomão.
Essas práticas e outros absurdos anacrônicos para nada mais servem a não ser para ofuscar a pregação da cruz de Cristo.
Israel não pode ser mais considerado "povo escolhido de Deus". Pelo menos não de forma indistinta, como se o fato de ser judeu fosse um selo de salvação. Nenhuma vantagem ou desvantagem há em ser judeu, do pondo de vista soteriológico.
Todos, judeus e não judeus, estão sob a mesma condenação. E, em Cristo, "não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher" (Gal 3:28). Não há salvação sem Jesus Cristo; sem a cruz. E, a maioria dos judeus, como bem sabemos, rejeita a Jesus. Por óbvio que há judeus eleitos, como assevera Paulo, de forma inspirada: "ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo" (Rm 9:27). Só esses! Nenhum a mais ou a menos e da mesmíssima e única forma que os outros eleitos não judeus: pela fé no sacrifício vicário/expiatório de Cristo. Portanto, sem Jesus, sem salvação.
Os puritanos, no capítulo VII da Confissão de Fé de Westminster, importante documento produzido no século XVII, trataram desse "desaguar" do pequeno "leito" da "igreja de Deus no VT" no "oceano" da "igreja de Deus no NT" que, na linearidade do tempo, formam um só povo, uma só igreja:
O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras [...]. O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto [...]. Este pacto da graça é frequentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de Testamento [...]. Este pacto no tempo da Lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a Lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena remissão dos pecados e a vida eterna: essa dispensação chama-se o Velho Testamento [...]. Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo [...], o pacto é manifestado com maior plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações, aos judeus bem como aos gentios. É chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos de graça diferentes em substância mas um e o mesmo sob várias dispensações.
DEFENDENDO HAMAS PELOS MOTIVOS ERRADOS:Embora o modus operandi do Hamas deixe claro que se trata de um Grupo Terrorista, assim reconhecido pelos EUA, União Europeia, Japão e outros países democráticos, há aqueles que se colocam do mesmo lado da trincheira para defendê-los, sob o argumento de solidariedade à causa Palestina. É preciso entender que Hamas não é a Palestina. A maioria dos palestinos não são Terroristas, embora não nutram nenhum tipo de simpatia por Israel. Em 2006 esse movimento Islâmico -Hamas-, que não reconhece o Estado de Israel, venceu as "eleições" na Palestina e desde então preconiza a luta armada contra seu histórico rival, buscando estabelecer um Estado Soberano Palestino que implicaria, necessariamente, no desaparecimento do Estado de Israel. Com o intuito de defender a legitimidade da causa Palestina, alguns podem estar defendendo um Grupo Terrorista que, atualmente, comanda a Palestina com mão de ferro.
DEFENDENDO ISRAEL E CONDENANDO O HAMAS PELOS MOTIVOS CERTOS
Neste atual conflito entre Israel e Hamas há muitos motivos justos pelos quais você poderá defender um e condenar o outro:
1) Israel é vítima e, como tal, não pode ser culpabilizado; 2) É fato que Israel empreende pesada retaliação, bombardeando a faixa de Gaza. Porém, esse é o legítimo direito de defesa que toda nação, naturalmente, tem. O Conselho de Segurança da ONU reconheceu e abonou esse direito. O Brasil, vergonhosamente, se opôs; mas foi voto vencido. Nunca é demais lembrar que o Hamas parabenizou o presidente Lula, do PT, pela vitória em 2022; 3) Israel é um país democrático e brindou o Ocidente, junto com o cristianismo, com valores conservadores importantíssimos à formação do Ocidente. É uma raridade no Oriente Médio; 4) A Autoridade Palestina, sob o comando do Hamas, impõe pesadas restrições ao seu povo, desconsiderando direitos básicos das mulheres e das minorias, violando constantemente direitos humanos basilares; 5) Os terroristas do Hamas cometeram atrocidades inimagináveis, proibidas até em guerras, como a degola de bebês, estupro de dezenas de mulheres e a execução cruel e intencional de centenas de inocentes; 6) Israel, por diversas vezes, aceitou negociar a criação do Estado Palestino; 7) O Hamas objetiva destruir Israel; 8) Embora a Palestina não seja sua colônia, Israel fornece energia e água potável aos palestinos; 9) Hamas foi impiedoso ao trucidar vidas inocentes; 10) Israel avisa dos bombardeios e pede para que civis palestinos se afastem dos alvos. Você poderá ampliar essa lista nos comentários.