TEXTO BÁSICO: 4:12-17
INTRODUÇÃO:
O texto inicia com a notícia da prisão de João Batista. Tudo indica que foi preso porque arrastava atrás de si uma multidão de discípulos e os líderes religiosos não estavam gostando nada disso. Isso, provavelmente levou Jesus a mudar de cidade, pois já arrastava uma multidão maior ainda.
William Hendriksen, comentando esse texto, dá uma informação muito interessante, no volume I do comentário de Matheus, acerca da nova cidade de Jesus. Diz ele:
Durante séculos, os que viviam nesse extenso território estiveram expostos à agressão política e militar do norte (Síria, Assíria, etc) e à corrosiva influência moral e religiosa de um ambiente pagão (p.339).
A Assíria conhecemos bem. Nínive era a capital da Assíria. Era um povo conhecido por sua maldade, desde os tempos de Jonas (LER Jonas 1:2) .
O povo de Nínive torturava os profetas, era conhecido como ladrão (invadia e despojava outras regiões), era sanguinário (cortava pés e mãos, cortava orelhas e narizes e vasava os olhos dos cativos , fazia pirâmide com as cabeças dos prisioneiros, serrava as pessoas ao meio, fazia escalpo, jogava óleo fervendo (quando não arrancava a pele da pessoa viva. Era um poco terrível (blog geração eleita).
Barbárie! Essa era a regra no oriente médio, nos países baixos, com os Vikings, na Europa com os povos germânicos e os Bretões, na Inglaterra. Na Roma dos tempos dos Apóstolos a barbárie também era um traço cultural: quantos Cristãos dilacerados, jogados aos leões, queimados vivos. Na China. Durante a Olimpíada de Pequin, em 2008, o repórter Roberto Cabrine fez uma matéria mostrando a quantidade de fetos jogados pela rua. No Brasil ainda existe cerca de 200 etnias que praticam o infanticídio.
UMA CULTURA NÃO CATEQUISADA PELO CRISTIANISMO É UMA CULTURA QUE TENDE, NECESSARIAMENTE, PARA A BARBÁRIE.
ESSE ERA O TRAÇO CULTURAL COMUM VIGENTE em todas as partes do mundo, ANTES DO CRISTIANISMO E TAMBÉM EM CAFARNAUM.
Por isso que o texto diz que o povo de CAFARNAUM, ONDE Jesus foi morar,
onde passou um bom tempo de sua vida, a ponto de Mateus chamar essa cidade de “cidade de Cristo” (Mateus 9:1). Esse povo “Jazia em trevas”. TREVAS ESPIRITUAIS, MAS
TAMBÉM TREVAS CULTURAIS.
Evidentemente que o texto pontua a ideia de TREVAS ESPIRITUAIS, AS TREVAS SUBJETIVAS DO CORAÇÃO DO HOMEM, o que está relacionado com a salvação individual, mas não só. O TEXTO também ESTÁ CARREGADO DE ELEMENTOS QUE APONTAM PARA TREVAS CULTURAIS TAMBÉM, que provocam essa série de barbaridades que a história tem registrado.
O fato de os moradores dessa região “permanecerem impenitentes”, no dizer de Hendrikssen, reforça a ideia de que a “GRANDE LUZ” que esse povo viu, tenha sido uma MUDANÇA CULTURAL promovida por Cristo, pelo Evangelho (LER Mateus 11:23-24).
QUANDO O EVANGELHO CHEGA, AS TREVAS CULTURAIS SE DISSIPAM, porque essa CULTURA de morte, de barbaridade, necessariamente ACABA, ainda que não haja eleitos naquele lugar, porque trata-se de uma INFLUÊNCIA CULTURAL, VIA EDUCAÇÃO CRISTÃ, na cultura do local.
E aqui definimos EDUCAÇÃO CRISTÃ como sendo a INFLUÊNCIA DO EVANGELHO NO NÍVEL CULTURAL.
AGOSTINHO DE HIPONA, costumava definir EDUCAÇÃO COMO SENDO O EXERCÍCIO DE TIRAR COISAS RUINS DO CORAÇÃO E COLOCAR COISAS BOAS NO LUGAR.
ESSE É PRECISAMENTE O PAPEL DA EDUCAÇÃO CRISTÃ.
William Hendriksen, mais uma vez comentando esse texto, em vários momentos, aponta para essa AÇÃO CULTURAL que o próprio Cristo e o evangelho FIZERAM NESSE POVO, QUE ATÉ ENTÃO SÓ CONHECIA A BARBÁRIE.
Hendriksen diz que Cristo realizou no meio desse povo que “JAZIE EM TREVAS” muitas “obras de Misericórdias e poder” (p.337), bem com muitas “missões de misericórdia, repartindo conforto e cura” (p.338), e que com “suas belas palavras de vida, de admoestação e consolo foram espalhadas profundamente e transmitidas de pais a filhos (p.338, 339).
Essa atuação promoveu UMA VERDADEIRA MUDANÇA CULTURAL. UM POVO QUE SÓ CONHECIA A BARBÁRIE AGORA CONHECIA TAMBÉM A MISERICÓRDIA E A CHAMADA “ETICA CRISTÔ. ISSO É EVANGELHO, É EDUCAÇÃO CRISTÃ, na medida em que PROVOCA MUDANÇA DE ATITUDE COLETIVA, DE MENTALDADE CULTURAL
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