O QUE DIZEM OS
DOCUMENTOS REFORMADOS, AGOSTINHO E OUTROS TEÓLOGOS SOBRE A DOUTRINA DA ELEIÇÃO?
No sínodo
de Dort, foi elaborada a seguinte contra-argumentação, relativamente ao
condicionamento ou não da eleição do homem, por Deus, a algum movimento ativo
desse homem:
Esta
eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual Ele, antes da fundação do
mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a salvação, por
graça pura. Estas são escolhidas de acordo com o soberano bom propósito de sua
vontade, dentre todo o gênero humano, decaído pela sua própria culpa de sua
integridade original para o pecado e a perdição. Os eleitos não são melhores ou
mais dignos que os outros, porém envolvidos na mesma miséria dos demais. São
escolhidos em Cristo, quem Deus constituiu, desde a eternidade, como Mediador e
Cabeça de todos os eleitos e fundamento da salvação (DORT, 1996, p.34).
Agostinho
também subscrevia uma eleição incondicional, como afirma:
Procuremos
entender a vocação própria dos eleitos, os quais não são eleitos porque creram,
mas são eleitos para que cheguem a crer. O próprio Senhor revela a existência
desta classe de vocação ao dizer: Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu
que vos escolhi (Jo 15: 16). Pois, se fossem eleitos porque creram, tê-lo-iam
escolhido antes ao crer nele e assim merecerem ser eleitos. Evita, porém, esta
interpretação aquele que diz: Não fostes vós que me escolhestes (AGOSTINHO,
1999, p.194).
Como bem
afirma Spencer, em seu famoso livro TULIP:
Se a eleição dependesse do homem, ele nunca creria,
porque o homem é totalmente depravado e incapaz de fazer aquilo que é bom aos
olhos de Deus. Deixando a si mesmo para decidir-se por cristo, sem que antes a
fé lhe seja outorgada por um ato de Deus, o homem nunca irá a Cristo”.
(SPENCER, 1992. p.39).
Já a Confissão de Fé de Westminster, afirma:
Ainda que
Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias
imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou
como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições Ref. At. 15:18;
Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.
E ainda:
Segundo o
seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua
vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória
eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua
gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por
previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra
coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa. Ref. Ef.
1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9-10; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e
2:8-9. (WESTMINSTER, 1999. p.13)
ANÁLISE DE TEXTOS:
Analisemos
o texto Escriturístico:
Ai de ti,
Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado
os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido,
assentadas em pano de saco e cinza (Lucas 10:13).
Nesse
texto, fica muito evidente que o decreto de Deus sobrepõe-se à sua presciência.
Deus conhece todas as possibilidades, evidentemente, mas permite acontecer tão
somente o que já de antemão decretou.
A
confissão de Westminster, em seu capítulo sobre os “Eternos decretos de Deus”,
faz as seguintes afirmações:
Ainda que
Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias
imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou
como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições Ref. At. 15:18;
Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.
E ainda:
Segundo o seu eterno e imutável
propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes
que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que
são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os
escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas
obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o
movesse, como condição ou causa. Ref. Ef. 1:4, 9, 11; Rom.
8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9-10; Rom. 9:11-16; Ef. 2:8-9. (WESTMINSTER, 1999.
p.13)
Sobre
Romanos 9, Sproul,
em um de seus vídeos, afirma:
Vejo
dois grupos de homens. A um grupo ele permite que pereça. Acaso há injustiça
aqui? Claro que não. Um grupo recebe graça e o outro grupo recebe justiça.
Porém, nenhum dos grupos recebe injustiça.
CONCLUSÃO: uma vida
agradecida
Concluímos
com o Salmos 73:24-26. O salmista Asafe se viu numa situação de profunda depressão
ao olhar para os outros e perceber que eram sadios e que viviam regaladamente, no
que diz respeito às finanças. “Faltou pouco para que seus pés desviassem”, como
ele mesmo afirma. “Até que entrou no santuário de Deus”, isto é, até que começou
a ver as coisas a partir do ponto de vista de Deus. Ele acaba reconhecendo que nada
mais importa nessa vida; que Deus já o havia coberto de todas as bênçãos espirituais,
além da mais importante de todas: a salvação. Nada mais importava. O eleito de Deus
deve ter essa profunda convicção. Ainda que Deus não o abençoe com absolutamente
mais nada, ainda assim terá razão de sobra para adorar a Deus e bendizer seu Santo
nome.
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