Páginas

sexta-feira, 14 de julho de 2017

SOLA SCRIPTURA - Parte 3/5




Não vamos nos deter muito nesse ponto porque já trabalhei de alguma forma esse ponto quando do apanhado histórico que fizemos na introdução. Basta tão somente lembrar que o cenário que caracterizava a IGREJA CATÓLICA do século XVI era uma cenário que NÃO TINHA A BÍBLICA COMO ÚNICA REGRA DE FÉ DE PRÁTICA.  Ou seja, eles tinham a bíblia como uma fonte, uma regra de fé e prática, mas TAMBÉM A TRADIÇÃO DA IGREJA E AS BULAS PAPAIS. Ou seja, A BÍBLIA, A TRADIÇÃO E AS BULAS PAPAIS tinham à época, e ainda hoje é assim, exatamente o MESMO VALOR DAS ESCRITURAS SAGRADAS.

É por isso que quando você vai conversar com um Católico Romano que entenda um pouco da teologia de sua teologia e pergunta “onde eles veem na bíblia Maria sendo assunta aos céus, elevadas aos céus”? (esse é um dos mais importantes dogmas católicos) Eles responderão: “não precisa ter na bíblia. A tradição da igreja ensina que foi assim”.

Da mesma forma quando Lutero perguntava “em que parte da bíblia vocês veem o ensinamento para vender perdão, vender salvação”, eles respondiam: “Não precisa. A bula papal diz que deve ser assim”.

Então, a Luta de LUTERO e de outros reformadores do século XVI, como Calvino e tantos outros, era contra esse erro  acerca da doutrina da Salvação, que ensinava salvação pelas obras. Contra isso LUTERO e os outros gritavam bem alto: NÃO É ISSO QUE AS ESCRITURAS ENSINAM. SOBRE SALVAÇÃO OU QUALQUER OUTRO ASSUNTO, SOMENTA  A ESCRITURA DEVE SER CONSIDERADA COMO AUTORIDADE NO ASSUNTO. SOLA SCRIPTURA – SOMENTE A ESCRITURA, NADA MAIS.

sábado, 8 de julho de 2017

SOLA SCRIPTURA - Parte 2/5



1-    O QUE NÃO É O SOLA SCRIPTURA:

Sola Scriptura, Somente a Escritura, não significa uma rejeição à teologia e a outros textos que têm a intenção de interpretar as Escrituras. É importante dizer isso porque é comum ouvirmos algo do tipo: “não quero saber de livros como confissão de Fé e Catecismo, meu negócio é com a bíblia; só me interessa a bíblia; somente a bíblia”. Isso parece piedade e apego às Escrituras, mas não passa de um argumento falacioso. Teria validade se tão somente a pessoa se limitasse a ler a bíblia, mas a partir do momento que ela lê e quer entender, ela já está interpretando. Eu costumo dizer o seguinte pra essas pessoas: “eu tenho a sua interpretação das escrituras, que nunca leu um livro de teologia na vida e tenho a interpretação de 121 dos melhores teólogos do século XVII que se debruçaram sobre vários assuntos da bíblia, por longos 5 anos e 7 meses, na assembleia de Westminster. E concluo: você acha que devo ficar com qual interpretação? Obviamente que com a dos teólogos de Westminster.

2-    O QUE É O SOLA SCRIPTURA

A expressão latina traduzida por SOMENTE A ESCRITURA significa que absolutamente nada deve servir como base para nossas práticas religiosas, para nossas práticas cúlticas, para nosso pensamento doutrinário e teológico e até para nossa prática de vida. Daí a afirmação confessional: “A BÍBLIA É A NOSSA ÚNICA REGRA DE FÉ E DE PRÁTICA”. Não uma regra, mas A ÚNICA regra de Fé e de Prática.

O texto que lemos no início (Salmo 119:105) indica que havia um entendimento no VT que todos os desígnios para  o povo de Deus deveria emanar da própria palavra de Deus, quer por ESCRITURA JÁ ESCRITA, como o caso da LEI, quer por alguma palavra vinda do próprio Deus a partir da BOCA DOS PROFETAS, através DAS PROFECIAS e REVELAÇÕES ou de alguma manifestação de algum dom espetacular concedido por Deus, como o sonho, por exemplo. Voltaremos a esse assunto mais adiante. Por hora basta entender que quando o SALMISTA afirma ser a PALAVRA DE DEUS lâmpada para seus pés, indica que “A revelação de Deus fornecia o discernimento para guiar os justos. Consequentemente, eles não tropeçariam nas trevas.   Ou seja, não havia, na mente deles, nenhuma outra fonte que pudesse ditar e iluminar os caminhos por onde deveriam trilhar, senão A PALAVRA DE DEUS, nesta época, ainda trazida de forma ordinária, bem como extraordinária.

sábado, 1 de julho de 2017

SOLA SCRIPTURA - Parte 1/5


“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho” (Salmo 119:105).

INTRODUÇÃO:

Em 2017 estamos comemorando 500 anos da Reforma Protestante, ocorrida no século XVI.  Na verdade, a Reforma não deveria ser considerada um movimento pontual, circunscrito apenas ao século XVI. De forma que, em qualquer tempo em que servos de Deus se levantem corajosamente contra erros teológicos, doutrinários ou heresias, aí estará havendo uma Reforma: “Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est”. Porém,  fixaremos nosso olhar no século XVI, em virtude dessa comemoração.

Pra entendermos um pouco acerca do cenário encontrado por Lutero e por outros Reformadores, devemos retroceder ao século IV. Mais precisamente a 313 d.c, quando assume o governo do Império Romano um homem chamado Costantino, depois de anos de violenta perseguição aos cristãos, desde Atos capítulo 8. Vendo que todo o massacre imposto à igreja de Cristo tinha sido em vão, o imperador Constantino disse ter se convertido ao Cristianismo, numa espécie de atitude muito parecida com aquela que se diz de um inimigo muito forte: “se não pode vencê-lo, junte-se a ele”. Sua conversão é contestada por muitos historiadores, que parecem sugerir que teria sido uma decisão política e estratégica.

Constantino, então, em 325, emite um decreto proibindo a perseguição aos cristãos. Mais que isso: o cristianismo agora se tornaria a região oficial do Estado.  Isso trouxe duas consequências para o Cristianismo:

Uma positiva: os Cristãos deixaram de ser perseguidos e barbaramente mortos.

A outra foi terrível: como não era boa política ser de uma religião diferente da do Imperador, muitas pessoas acabaram vindo para o Cristianismo sem a devida conversão.

A partir disso, a genuína igreja de Cristo no ocidente começou a entrar num processo de afastamento das escrituras e, como consequência, de gradação moral. Isso só piorou quando no século V o Bispo da Igreja de Roma se autodenominou “maioral dentre todos os outros Bispos”, devido seu poderio bélico e sua influência política desenhando, assim, um processo de centralização de poder na igreja, que culminaria com a estrutura da Igreja Católica Romana Romana como  conhecemos hoje. 

A igreja do ocidente ia de mal a pior. Umberto Ecco, em seu livro “O nome da Rosa”, que conta a história da igreja no século XIII, retratou bem a situação em que a igreja se encontrava: não era raro padres e religiosos sacrificando a demônios nos porões da igreja, depois das missas.

Quando a genuína igreja de Cristo, no ocidente, chega ao século XVI  já está completamente desviada dos preceitos da palavra de Deus. Aqui temos uma grave advertência: se a igreja de Deus se corrompeu no passado também pode se corromper hoje, bastando para isso começar fazendo pequenas concessões, sob a aprovação e olhar passivo de sua liderança. Mas nada é tão ruim que não possa piorar: a igreja, então, passou a vender indulgências, que em última análise é a venda de perdão, de salvação das almas presas no purgatório. Isso foi a gota d’água que faltava para estourar de vez a Reforma Protestante.

O restante da história todos já conhecem: Lutero fixou 95 teses na porta da Abadia de Wintemberg, na Alemanha, onde era padre, monge agostiniano, combatendo todos os erros da igreja de sua época e UM DESSES ERROS TINHA A VER COM O TEMA QUE ESTAREMOS ABORDANDO: A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS. Teria a igreja autoridade para assumir uma prática religiosa sem que essa tenha embasamento nas sagradas escrituras? Essa era a grande questão que norteou todas os embates dos Reformadores contra a igreja católica.

Vale salientar, ainda, que apesar da Alemanha ser considerada como berço da Reforma Protestante, não é justo circunscrever e resumir o movimento da Reforma do século XVI a esse país e ao próprio Lutero. Movimentos de repulsa e combate aos desmandos da igreja medieval já ocorriam em várias partes, como por exemplo, na Escócia, na França, na Suíça e na própria Itália. Também não é correto dizer que esse movimento tenha iniciado e terminado no século XVI. Em todos os desvios da igreja e do povo de Deus, Ele sempre preservou seus servos para realizar o contraditório e trazer a igreja de volta aos caminhas dos Seus preceitos. O padre John Huss, queimado vivo em Constança, no século XIII, já lutava contra os erros da Sé Romana.

O resumo de todas as lutas e combates dos Reformadores do século XVI podem ser resumidas no que comumente é chamado de OS SOLAS DA REFORMA. ABORDAREMOS UM DESSES SOLAS:

TEMA: SOLA SCRIPTURA.

Sola Scriptura significa: SOMENTE A ESCRITURA. Dividiremos nossa explanação, depois desse apanhado histórico, da seguinte forma:

1- O QUE NÃO É O SOLA SCRIPTURA;

2- O QUE É O SOLA SCRIPTURA;

3- O EMBATE ENTRE O SOLA SCRIPTURA E OS ERROS DA IGREJA NO SÉCULO XVI;

4- O EMBATE ENTRE O SOLA SCRIPTURA E O PENTECOSTALISMO NO SÉCULO XIX E XX;


5- O EMBATE ENTRE O SOLA SCRIPTURA E O RELATIVISMO NOS NOSSOS DIAS.

domingo, 28 de maio de 2017

O OLHAR DOS PRESBITERIANOS FRENTE À HOMOSSEXUALIDADE


Antes de tudo...

É preciso entender que “Presbiteriano” não é o nome de uma igreja e, sim, o nome de um regime de governo, onde alguns governam todos. Portanto, toda igreja que é governada por presbíteros pode ser chamada de presbiteriana;

É preciso entender também que a “Igreja Presbiteriana” não tem um governo mundial, como a igreja católica, por exemplo. Portanto, não há nenhuma ligação governamental entre os presbiterianos existentes nos mais variados países e até mesmo há "presbiterianos" e "presbiterianos" numa mesma localidade, sem, contudo, terem nenhum tipo de relação eclesiástica, necessariamente.

É preciso entender que existem várias “Igrejas Presbiterianas”;  uma independente da outra. Por exemplo: Igreja Presbiteriana Conservadora, Igreja Presbiteriana Independente e muitas outras que têm se mantido fieis ao princípio de ter na bíblia sua única regra de fé e de prática. Outras, porém, tendo abraçado o liberalismo teológico, que relega as opiniões bíblicas a um plano quase que inexpressível, têm se desviado dos preceitos mais basilares da Reforma Protestante e da ortodoxia Cristã, a exemplo da Igreja Presbiteriana Unida e da PCUSA, ambas com um olhar inclusivo em relação à homossexualidade, permitindo até mesmo a ordenação de homossexuais ao ofício de ministros.

É preciso entender, por fim, que o olhar que apresentaremos é o olhar da IPB – IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL frente à difícil questão da homossexualidade.

Esse OLHAR DOS “PRESBITERIANOS DO BRASIL” será dividido da seguinte forma:

a) Do ponto de vista da definição da homossexualidade;
b) Do ponto de vista bíblico;
c) Do ponto de vista confessional;
d) Do ponto de vista de seus documentos mais recentes.

Passemos a analisar, portanto, cada um desses pontos de vista:

a)  Do ponto de vista da definição da homossexualidade:

TEORIAS sobre as possíveis causas da homossexualidade:

a1) DETERMINISMO BIOLÓGICO: afirma que os homossexuais simplesmente nasceram assim e que isso não pode ser mudado. O principal ícone dessa teoria é Alfred Kinsey. Outro pesquisador, Simon Levay, importante defensor dessa teoria, chega a afirmar que a causa da homossexualidade é uma  alteração nos neurônios. O grande problema dessa teoria é que Faltam evidências empíricas comprobatórias;

a2) DISTÚRBIO MENTAL: afirma que a homossexualidade é causada por distúrbios mentais. Em 1973 a Associação Psiquiátrica Americana retirou a homossexualidade da relação de doenças mentais;

a3) FATORES PSICOSSOCIAIS: A maneira como a criança é criada vai determinar sua sexualidade. A teoria Queer parece seguir esse modelo teórico, levando-o ao extremo, afirmando que a orientação sexual e a identidade sexual ou de gênero dos indivíduos são o resultado de um “constructo social”. Muitos desavisados e outros tantos por pura má-fé, têm ensinado os conceitos da teoria Queer como uma verdade absoluta, como se fora algo naturalmente dado e inquestionável. Mas ela é apenas uma teoria, carente, inclusive, de provas factuais e inequívocas.

Um fato digno de nota é que a maioria esmagadora das teorias anula o aspecto volitivo do indivíduo homossexual.

a4) Diante da falta de evidências inequívocas, as igrejas cristãs tradicionais, entre as quais a IPB, entendem que é mais correto pensar na homossexualidade como uma PREFERÊNCIA ADQUIRIDA. É evidente que as influências psicossociais têm seu grau de comprometimento na apresentação, influência e encantamento do indivíduo quanto à homossexualidade. Contudo, o fator preponderante para causar a homossexualidade não é outro senão a decisão individual de adotar tal comportamento.

b)  Do ponto de vista bíblico:

A IPB é uma igreja Reformada que tem a bíblia como sua ÚNICA regra de fé e de prática. Portanto, seu olhar sobre a homossexualidade, antes de qualquer coisa, é o olhar da bíblia sobre a homossexualidade, à luz da interpretação da Teologia Reformada e da ortodoxia cristã.

Portanto, nesse sentido, a IPB entende que a prática homossexual, juntamente com outras práticas sexuais, como o adultério, a fornicação, prostituição e a bestialidade (necrofilia, zoofilia, etc), são práticas pecaminosas; pecado.

Por que pecado? Porque são práticas CONTRÁRIAS ao que Deus determinou como práticas naturais e adequadas, em sua palavra. Pecado é tudo que vá de encontro aos preceitos, ordenanças e mandamentos de Deus.

Nesse sentido, alguns ativistas homossexuais têm perguntado: O que fazer com o desejo homossexual?

A IPB, à luz das escrituras, entende que a tentação, em si, não constituí pecado. Só há pecado quando o indivíduo cede à essa tentação. Logo, a resposta é a mesma que seria dada para um  homem casado que se sente tentado por outra mulher ou para um jovem que quer transar com sua namorada antes do casamento: A bíblia ensina que todas essas práticas são pecaminosas e praticá-las se constitui desobediência à Deus, que claramente proibiu tais práticas em sua palavra. Portanto, todos devem lutar para não cair nesses pecados.

Vejamos alguns textos bíblicos que tratam da questão da homossexualidade:

ALGUNS TEXTOS DO VELHO TESTAMENTO:

 GN 1:26-27: Deus, portanto, criou os seres humanos à sua imagem, à imagem de Deus os criou: macho e fêmea os criou. Deus os abençoou e lhes ordenou: “Sede férteis e multiplicai-vos! Povoai e sujeitai toda a terra; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todo animal que rasteja sobre a terra;

Lv 18:22 Não te deitarás com varão, como se fosse mulher; é abominação. 

Dt 23:18 não trarás o salário da prostituta nem o aluguel do sodomita para a casa do Senhor teu Deus por qualquer voto, porque uma e outra coisa são igualmente abomináveis ao Senhor teu Deus.

1Re 15:12 Porque tirou da terra os sodomitas, e removeu todos os ídolos que seus pais tinham feito.

ALGUNS TEXTOS DO NOVO TESTAMENTO:

Mateus 19:4-6 Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem;

1Co 6:9 Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas; 

1Tm 1:10 para os devassos, os sodomitas, os roubadores de homens, os mentirosos, os perjuros, e para tudo que for contrário à sã doutrina;

Rm 1:26-27 Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro;

C)  Do ponto de vista confessional

A IPB, por ser uma igreja confessional, tem registrado, de forma clara, tudo aquilo que confessa crer, através da Confissão de Fé de Westminster e dos Catecismos Maior e Breve de Westminster. Vejamos:

CATECISMO MAIOR:

24. Que é pecado? Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou a transgressão de qualquer lei por Ele dada como regra, à criatura raciona. Rom. 3:23; 1 João 3:4; Gal. 3:10-12.

138. Quais são os deveres exigidos no sétimo mandamento? 

Os deveres exigidos no sétimo mandamento são: castidade no corpo, mente, afeições, palavras e comportamento; e a preservação dela em nós mesmos e nos outros; a vigilância sobre os olhos e todos os sentidos; a temperança, a conservação da sociedade de pessoas castas, a modéstia no vestuário, o casamento daqueles que não têm o dom da continência, o amor conjugal e a coabitação; o trabalho diligente em nossas vocações; o evitar todas as ocasiões de impurezas e resistir às suas tentações.Jr 5:7; Pv 2:16,20;5:8,18,19;23:31,33;31:27; Mt 5:28;  I Ts 4:4,5; Ef 4:29; Cl 4:6; I Pe 3:2,7; I Co 5:9;7:2,5,9; I Tm 2:9;5:13,14; Tt 2:4,5;

139. Quais são os pecados proibidos no sétimo mandamento?
 
Os pecados proibidos no sétimo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são: adultério, fornicação, rapto, incesto, sodomia e todas as concupiscências desnaturais; todas as imaginações, pensamentos, propósitos e afetos impuros; todas as comunicações corruptas ou torpes, ou o ouvir as mesmas os olhares lascivos, o comportamento impudente ou leviano; o vestuário imoderado; a proibição de casamentos lícitos e a permissão de casamentos ilícitos [.. ] e todas as demais provocações à impureza, ou atos de impureza, quer em nós mesmos, quer nos outros.Lv 18:1-21;19:29;20:15,16; Jr 5:7; Pv 4:23,27;5:7,8; II Sm 13:14; II Rs 23:7; Ml 2:16; Ez 16:49; Gl 5:19; Ef 5:5,11; Mt 5:32;19:5,10-12;Mc 6:18,22; I Co 5:1,13;7:2,12,13; Rm 1:26,27;13:13,14;I Tm 4:3;5:14,15; I Pe 4:3; II Pe 2:17,18; Hb 13:4.

CONFISSÃO DE FÉ, CAPÍTULO XXIV - DO MATRIMÔNIO E DO DIVÓRCIO

I. O casamento deve ser entre um homem e uma mulher; ao homem não é licito ter mais de urna mulher nem à mulher mais de um marido, ao mesmo tempo.Gen. 2:24; Mat. 19:4-6; Rom. 7:3. II. O matrimônio foi ordenado para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça humana por uma sucessão legítima e da Igreja por uma semente santa, e para impedir a impureza. Gen. 2:18, e 9:1; Mal.2:15; I Cor. 7:2,9.


C)  Do ponto de vista de seus documentos mais recentes

Manifesto Presbiteriano sobre a PL-122:


II – Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualidade é homofóbica, e caracteriza como crime essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualidade como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos. Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, “. . . desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher” (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam quea prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11). Ante ao exposto, por sua doutrina, regra de fé e prática, a Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualidade não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais. Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil não pode abrir mão do seu legítimo direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo.Patrocínio, Minas Gerais, abril de 2007 AD.Rev. Roberto Brasileiro Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Nota: Palestra proferida no Fórum Interreligioso Petrôno Portela, em Jaboatão dos Guararapes: 

sábado, 15 de abril de 2017

BREVES REFLEXÕES SOBRE O JUÍZO FINAL


TEXTO BÁSICO: APOCALIPSE 20:1-11

Escrevi um artigo cujo título era: “Cristianismo religião de derrotados”. Neste artigo eu lembrava alguns ensinamentos de Cristo: “negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me (Mat 16:24);  “qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra” (Mat.5:39); “quem quiser ser o maior seja o menor” (Lc 22:26). 

Quando olhamos para a história, o que vemos? Cristãos sendo queimados vivos, serrados ao meio, jogados aos leões. 

Quando olhamos para as Escrituras, vemos, por muitas vezes, servos de Deus cansados, sobrecarregados, exaustos . Lembramos aqui do salmista Asafe, que entra em parafuso ao observar a prosperidade dos ímpios e a dor e o sofrimento dos servos de Deus. Leia  Salmo 73:2-14.

Leia  mais um relato absolutamente surpreendente de servos de deus cansados com tanto sofrimento neste mundo: Mal 3: 13-15.
Como não lembrar também de todas as desgraças na vida de Jó?

E os ímpios? Ah, os ímpios. Sempre tripudiando contra a igreja de Cristo, sobre os servos de Deus. E pior: temos a nítida impressão que saem impunes. Portanto, toda essa reclamação que lemos, acaba sendo revestida de justiça; de justa reivindicação.

Talvez você também esteja cansado de tantas derrotas e frustrações. Talvez você cansou de esperar a 2ª vinda de Cristo. Maranata é uma palavra que desapareceu do vocabulário dos crentes. Afinal, desde menino você escuta que Ele voltará para, finalmente, acabar com todo o sofrimento e até agora, nada. O desânimo bate e acabamos até duvidando e repetindo com alguns desavisados o que está registrado em II Ped 3:4.

Mas a bíblia nos ensina que haverá um juízo final.

Um dia onde todos prestarão contas de suas obras perante o tribunal de cristo. E o que será dos ímpios? E o que será da igreja de Cristo, muitas vezes perseguida e massacrada, mas muitas vezes relapsa e desviada. O que será de você no dia do juízo?

O texto inicial, Apocalipse 20: 1-15, vem nos lembrar que haverá um dia em que todos comparecerão perante o tribunal de Cristo; que as coisas não se acabam com a morte; que a morte não é o fim de tudo, como pensam alguns e que por isso vivem desregradamente e desandam suas bocas contra o Senhor. Pelo contrário, a morte mesmo devolverá aqueles que foram tragados por ela e entregará a todos para serem julgados. Veja verso 13.

Pra reforçar a ideia de que inevitavelmente haverá um dia do juízo, leiamos também Malaquias 3:16-4:3.

A CFW, no capítulo XX.I, também defende a existência de um DIA DO JUÍZO.

Agora voltemos ao nosso texto inicial. Prestem atenção a uma informação que está no verso 12, que fala de dois tipos de livros:

A) Fala de “Livros” (onde ficam registrados todos os atos dos homens, que servirão de provas que serão anexadas ao processo condenatório). Perante o tribunal de Deus ninguém poderá se dizer inocente, pois todos os seus atos estarão nos autos do processo, demonstrados e mostrados, de forma que calará o que quiser argumentar em favor de sua própria inocência.

B) Fala de “Outro Livro” – o “Livro da Vida”. Neste livro consta apenas os nomes dos Eleitos. Todos aqueles pelos quais Cristo derramou cada gota do seu precioso sangue e nenhum a mais. Neste livro estará registrado somente os nomes dos SALVOS. É A LISTA DAQUELES QUE ENTRARÃO NOS CÉUS. Seus nomes estarão nessa lista  apenas por um ATO: A MORTE DE CRISTO, QUE FOI O SUBSTITUTO DESSES ELEITOS. DIRÁ LÁ QUE CRISTO MORREU POR ELES E QUE POR ISSO ELES SÃO E ESTARÃO ETERNAMENTE SALVOS.

Perceba: OS ÍMPIOS serão julgados por suas obras, que estarão registradas “NOS LIVROS” e os JUSTOS serão “julgados” pelo que está registrado no “LIVRO DA VIDA”: SEUS NOMES INSCRITOS COM O SANGUE DO CORDEIRO.

Ler Jo 3:18

Agora veja o que diz a CFW XX,II sobre o julgamento de ímpios e de justos

No final das contas, no dia do juízo uma coisa voltará a ficar muito claro, para aqueles que serviram a Deus; que entregaram suas vidas ao trabalho do reino do Senhor; àqueles que abriram mão de muitas benesses que esse mundo oferece: Malaquias 3:18.


Qual o objetivo de estudar esse assunto? Ler CFW XX.III

domingo, 8 de janeiro de 2017

BREVES REFLEXÕES SOBRE O CRISTÃO E A MÚSICA



A boa MÚSICA CRISTÃ glorifica a Deus; divulga os conceitos básicos da fé, do evangelho; nos aproxima de Deus; eleva nosso pensamento ao alto; tem o poder de fortalecer o fraco; reaproxima o desviado e cambaleante na fé, ainda aquele que continua na igreja, com a espiritualidade e com os preceitos de Deus. Mesmo a música cristã que não é boa, na pior das hipóteses, nos lembra do criador, dos céus, de coisas espirituais; ativa nosso senso crítico, desenvolve nosso filtro teológico. A chamada MÚSICA SECULAR, no mínimo, não faz nada disso e na maioria das vezes nos conduz ao oposto de tudo o que dissemos acima. Por isso, cristãos deveriam PRIORIZAR ESCUTAR, DIVULGAR e COMPARTILHAR boas músicas cristãs.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O CRISTÃO E OS SÍMBOLOS DO NATAL - PARTE 2/2 (Debate Programa Consensus - Rádio Maranata)

Participação do Editor do Blog Filosofiacalvinista no Programa Consensus, na Rádio Maranata, apresentado por Roberval Gois, sobre "O Cristão e os Símbolos Natalinos". Participou também como debatedor o Presb.Zé Carlos, da IPB/Areias.



quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O CRISTÃO E OS SÍMBOLOS DO NATAL - PARTE 1/2


O Cristão pode ter uma árvore de natal, guirlanda, papai noel e outros símbolos natalinos em suas casas e ao mesmo tempo ser coerente com aquilo que diz crer? 

Não se trata de ser ou não pecado possuir esses "símbolos do natal" e, sim, de ser ou não coerente. 

Antes de responder a primeira pergunta, responda esta:  é coerente o cristão usar o coelho da páscoa para lembrar e ensinar acerca da páscoa bíblica, sacramento do VT que foi substituído pela Ceia do Senhor? Obviamente que não. O símbolo "da páscoa" chamado de "coelho da páscoa" desvia completamente o olhar do verdadeiro sentido da páscoa. A falta de coerência na utilização desse símbolo reside, principalmente, no fato de que os símbolos ou elementos, tanto do sacramento do VT - a páscoa - quanto do sacramento do NT, que substituiu aquele  - a ceia - já foram previamente definidos na Escritura Sagrada: cordeiro, ervas amargas, pão sem fermento e pão e vinho, respectivamente. Cada um desses símbolos carregados de significados, em plena harmonia com o que representam. 

Precisamos estar atentos em relação aos símbolos que usamos. Os símbolos nada são, em si. Eles apenas apontam para uma realidade. Por exemplo: o pão e o vinho, quando separados do uso comum, num cenário de Ceia, apontam para o corpo e o sangue de Cristo. A conexão entre os símbolos e a realidade que representam precisa ser harmônica. Se substituirmos o pão e o vinho por suco de maracujá e empada, por exemplo, esses "novos elementos da ceia" não poderão apontar para e simbolizar o corpo e o sangue de Cristo. A harmonia entre o símbolo e aquilo que simbolizam terá sido perdida flagrantemente.  

A questão dos símbolos natalinos trazem consigo uma dificuldade a mais: a bíblia não define qual ou quais são os símbolos relativos ao nascimento de Cristo, como o faz em relação a Páscoa e à Ceia. Claro que aqui caberia até voltar ao debate se o cristão deve ou não comemorar o Natal. Contudo, não é essa nossa intenção, tendo em vista que já fizemos essa abordagem em outra postagem Se tiver interesse acesse: http://filosofiacalvinista.blogspot.com.br/2011/12/natal-os-dois-lados-da-moeda-uma.html.

Queremos, aqui, fornecer ao cristão o mínimo de coerência prática na escolha do símbolo de natal que usará, já que insiste em usá-lo.

Por que precisamos refletir sobre isso? Porque alguns símbolos podem estar sendo usados para desviar a atenção do verdadeiro sentido do que supostamente estão simbolizando.  

Em algumas comunidades não cristianizadas é completamente possível a comemoração do Natal sem que sequer se saiba do nascimento e até da existência de Jesus. Ou seja, um natal sem Jesus. O natal, para outros, é apenas uma festa consumista onde se dá e se recebe presentes, com o estímulo da figura de um bom velhinho chamado papai noel, que comanda um grupo de duendes, que vive numa terra coberta de neve, onde tem renas e os famosos pinheiros, de onde vem a ideia da árvore de natal, bem como outros símbolos usados. E Jesus? Jesus? Bem, Jesus é uma figura dispensável no seu próprio natal. Essa não é uma realidade distante de nós: onde está Jesus na decoração de natal dos shopping centers? Ninguém percebe Sua ausência.

O que árvore de natal, guirlanda, papai noel, duendes, renas, neve e a maioria dos símbolos natalinos têm a ver com o nascimento de Jesus? Eles, de fato, apontam para o nascimento de Jesus, como deve fazer um símbolo que aponta para uma realidade? 

Se você é alguém que conhece o mínimo da narrativa do nascimento de Jesus certamente dirá: "absolutamente nada". Neve? Jesus nasceu numa região desértica, lembra? 

A essa altura já deve ter ficado claro pra você que alguns símbolos servem para desvirtuar o verdadeiro significado do natal ou ainda servem para apontar para uma direção completamente aposta a da manjedoura e, consequentemente, da cruz. Servem, na verdade, para levar a pessoa para bem longe de Cristo.

Parece que a intenção é bastante clara: fazer com que as pessoas esqueçam completamente que o natal é o próprio nascimento de Jesus. É aí onde você entra. Quando você utiliza símbolos como papai noel, árvore de natal, guirlanda e tantos outros símbolos natalinos, que nada têm a ver com o nascimento de Jesus, você está contribuindo para que as pessoas se afastem cada vez mais do verdadeiro sentido do natal. Que contradição, não? 

Logo você que se diz servo de Cristo contribuindo e investindo até dinheiro na divulgação de símbolos natalinos que têm um o objetivo de tirar Jesus do natal; fazer com que as pessoas esqueçam completamente que natal tem a ver com Seu nascimento. Ou seja, você está literalmente, ainda que indiretamente através desses "símbolos natalinos", fazendo uma contra-pregação da obra de Cristo. Isso não parece ser uma bem sucedida estratégia maligna? Em última análise você está contribuindo com isso e nem se dá conta.

Então, o cristão não deve utilizar nenhum símbolo natalino? A princípio não precisa. A própria bíblia não estabelece nenhum símbolo para que lembremos do nascimento de Jesus, assim como o faz para que lembremos de sua morte e ressurreição, como ocorre no sacramento da Ceia. 

Contudo, há um símbolo natalino que, de fato, aponta para Jesus. Se você faz questão de usar algum, então, que seja este: o famoso pisca-pisca. Ele é uma referência clara à estrela de belém, também chamada de estrela natalina. Todos os outros símbolos do natal afastam o olhar para longe da manjedoura, para longe do nascimento de Jesus. Esse símbolo natalino, porém, de alguma forma, aproxima, aponta e lembra o nascimento e a obra redentora de Cristo Jesus, visto que ele também é apresentado nas Escrituras como "a luz do mundo", conforme Isaías 9:2; João 1:4-5; João 9:5 e João 8:12, quando Ele mesmo afirma acerca de si: "Eu sou a luz do mundo. quem segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida". 

«Então Herodes chamou secretamente os magos, e deles inquiriu com precisão acerca do tempo em que a estrela aparecera; e enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino; e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore. Tendo eles, pois, ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto quando no oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria. E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra» (Mateus 2:7-10). 

Portanto, não contribua para promover o esquecimento do verdadeiro sentido do natal - que é o nascimento de Jesus -, utilizando "símbolos supostamente natalinos" que só servem para desviar a atenção, repetimos insistentemente, da manjedoura e, consequentemente, da cruz. Pense nisso. 

Divulgue meu Blog no seu Blog