CONCLUSÃO
A
filosofia bergsoniana dá uma importante contribuição às graves e atuais
questões da bioética. Muitas vozes têm se levantado contra o aborto –
especialmente dos fetos com anencefalia -, bem como contra a eutanásia, mas
nenhuma delas (nessa área específica do conhecimento) com a pujança da filosofia de Henri Bergson.
Em
julho de 2007, a
impressa do mundo inteiro noticiou a “surpresa” dos médicos pela “retomada de
consciência” de um polonês que há dezenove anos estava no chamado estado
vegetativo[i].
Essa é uma prova evidente de que a ausência de atividade cerebral – somente –
não é prova definitiva para uma pessoa ser declarada morta, tendo em vista a
possibilidade de reversão do quadro, ainda que remota, ainda que para a
surpresa da ciência.
Por
tudo isso, a desvinculação do binômio cérebro-consciência, sugerida por
Bergson, precisa ser “urgentemente” reavaliada. A ciência não pode assumir
(como tem feito) postura de detentora de todos os conhecimentos. A ciência –
sozinha – não pode e não deve definir o que é vida e o que é morte. Quantos
“fetos vivos” ainda terão que ser extirpados, por não serem definidos como “seres
humanos” pela ciência? Quantas Terri Schiavo’s
ainda terão que morrer de inanição, porque a ciência (que deveria
advogar em favor da vida) lastreou a retirada das sondas de alimentação?
Quantas Eloás não perderão o direito, diferentemente do polonês, de aguardar um
pouco mais a reversão de seu quadro?
Urge
uma necessidade eminente de redescobrirmos a filosofia bergsoniana, para o bem
e continuação da vida.
BIBLIOGRAFIA
BEAUPORT,
Elained. A inteligência emocional:
as três faces da mente. Trad. de Marly Winckler. Brasília: 1997. p
BERGSON. Henri. A consciência e a vida. Trad. de
Franklin Leopoldo. São Paulo: Abril Cultural, 1979d. p. 75. (Coleção os
Pensadores).
______. A alma e o corpo. Trad. de Franklin
Leopoldo. São Paulo: Abril Cultural, 1979e. p. 75. (Coleção os Pensadores).
______. Cartas, conferências e outros escritos. Trad. de Franklin Leopoldo. São Paulo: Abril
cultural, 1979i. 238 p. (Coleção Os Pensadores).
BERKOHOF, Louis. Teologia sistemática. Trad. de Odayr
Olivetti. Campinas: Luz para o caminho, 1990. 791p
DELNERO,
Henrique Schutzer. O sítio da mente: pensamento e vontade no cérebro humano.
São Paulo: Collegium Cognitio, 1997
LUCKESI,
Cipriano. Filosofia da educacao. 1. ed. Sao paulo: Cortez Editora e Livraria
Ltda, 1994. 183 p. -- (colecao magisterio-2. grau. serie formacao do professor)
MACHADO.
Ângelo. Neuroanatomia funcional. São
Paulo: Atheneu, 2004. p
MORAES,
Maria Cândida. Pensamento eco-sistêmico: educação, aprendizagem e cidadania no século XXI.
Petrópolis: Vozes, 2004. p
TEIXEIRA,
João de Fernandes. Filosofia e ciência cognitiva. Petrópolis: Vozes,
2004. p.
[i] http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/06/02/296007334.asp: “Um polonês que
permaneceu 19 anos em coma, depois de ter sido atropelado por um trem,
surpreendeu os médicos ao retomar a consciência. De acordo com a imprensa polonesa,
Jan Grzebski, hoje com 65 anos, ficou espantado com as mudanças na Polônia e em
sua família durante o tempo em que permaneceu em coma. “Agora eu vejo pessoas
nas ruas com telefones celulares e há tantas coisas boas nas lojas que eu fico
tonto. Quando entrei em coma, havia apenas chá e vinagre nas lojas, a carne era
racionada e havia imensas filas para abastecer os carros em toda parte”.
Profundo de mais para comentar...hahaha....
ResponderExcluirSe for possível divuga o clip no teu blog. Sei que a música não é sobre a filosofia calvinista, mas ...