Em meio à bombástica notícia da morte do terrorista mais procurado do mundo – Osama Bin Laden -, algo realmente chamou nossa atenção: a comemoração espontânea do povo americano pela morte desse homem. Observe no vídeo abaixo:
Mas, não é estranho comemorar a morte de alguém?
Em se tratando de um assassino sanguinário não. Absolutamente não! Muitíssimo pelo contrário: é um sentimento legítimo, sobretudo partindo daqueles que foram vitimados por sua loucura e desprezo pela vida. Na verdade, sua morte soltou “o grito que estava preso na garganta” durante longos e tenebrosos dez anos. Soltou o sorriso misturado com saudade de quem sente, finalmente, o princípio de justiça sendo absolutamente satisfeito.
Não, nós não devemos criticar os americanos por essa comemoração. Muitos deles - pais, mães, filhos e filhas -, tiveram suas vidas destroçadas por este homem. Você não ficaria igualmente aliviado(a) - e se for bem honesto(a), satisfeito(a) - ao saber que o assassino do seu filho e ameaçador da sua vida, foi morto pela polícia? Você o preferiria morto ou preso?
A comemoração da morte de Bin Laden é extremamente emblemática.
Significa, sugere e representa uma verdade que tem sido omitida sob o argumento falacioso dos direitos humanos:
Que o povo aceita e concorda que assassinos contumazes que são uma ameaça à vida em sociedade e à paz social devem ser eliminados em prol da coletividade.
"Não tenho nenhuma dúvida de que com a sua morte o mundo será mais seguro", disse Hillary Clinton.
http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=28624446.
http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=28624446.
Um mix de alívio e sensação de segurança. Esse foi o sentimento que invadiu o coração do povo americano. Destacamos o depoimento de dois moradores de Nova York, que você pode conferir no vídeo abaixo:
“A notícia da morte de Bin Laden trouxe conforto e sensação de justiça”. O outro, estudante, falando em português precário afirmou: “É muito bom ver ele morto, estou muito aliviado”.
O ex-presidente americano George W. Bush, que estava no governo no 11 de Setembro e famoso por ter dito que queria Osama Bin Laden vivo ou morto, fez a seguinte afirmação: "Não importa quanto tempo leva, a justiça será feita".
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/05/02/a-repercussao-da-morte-de-bin-laden-entre-politicos-lideres-mundiais-
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/05/02/a-repercussao-da-morte-de-bin-laden-entre-politicos-lideres-mundiais-
O atual presidente, Barack Obama, por sua vez concluiu: “A justiça foi feita”.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/909891-justica-foi-feita-diz-obama-sobre-a-morte-de-bin-laden.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/909891-justica-foi-feita-diz-obama-sobre-a-morte-de-bin-laden.shtml
Que leitura podemos fazer dessas declarações que representam tão bem o sentimento do povo americano, mas que transcendem às fronteiras físicas e culturais, sendo, em última análise, o sentimento de todos que testemunham o fim de um assassino?
Que só é possível afirmar ter havido justiça plena, nos casos de crimes de assassinatos, sobretudo os praticados com requintes de crueldade e com caráter hediondo, quando ocorre, também, a morte do assassino, cuja execução é de responsabilidade exclusiva do Estado.
Um ponto crítico a se pensar é o significado da morte pro ocidental e para o oriental. Não vou me arriscar a comentar essa complexa diferenciação. Erraria o alvo. No entanto, acredito que ela é substancialmente relevante para se compreender tanto a felicidade do povo americano quanto a tristeza dos paquistaneses.
ResponderExcluirO contexto é de guerra. Daí a legitimidade da ação militar. No entanto, SE a morte de um homem foi o "âmago" da comemoração, devemos questionar, como cristãos, por que sorrisos em vez de tristeza, euforia sobrepondo a reflexão ou música no lugar do silêncio.
A morte do terrorismo deve ser comemorada e não do terrorista ou de qualquer outro tipo humano repudiado pela sociedade (mendigos, assaltantes, pedófilos, políticos corruptos...). Nas devidas proporções, Saulo foi um terrorista (espalhava o terror em nome de uma ideologia político-religiosa). Suas armas eram pedras e espadas e não aviões e bombas. Se eu não estiver errado, lembrar-nos disso constitui-se num exercício de humanização do pecador não redimido e numa separação entre aquilo que importa (a paz, o shalom, morte do terror) do que não importa (a violência, o estímulo da iniquidade, o povo americano em comemoração). Se a alegria do povo americano se concentrou na execução do terrorista mais procurado do mundo, não devemos esperar que as nações entendam isso como um estímulo a paz. Acho que deveríamos ver cartazes dizendo "Peace! Peace!" do que imagens de papel higiênico em árvores de uma Universidade.
Honestamente não comemorei a morte do Bin Ladem. O terrorismo está muito longe de morrer e fiquei mais preocupado com as bem prováveis retaliações que virão em nome de Alá. A leitura que eu faço da notícia do falecimento do Osama nos EUA é um apreço mais pela justiça (de quem?) do que pela justificação. A morte não deve ser celebrada por aqueles que "são" o sal e a luz.
Prezado Danilo:
ResponderExcluirComo sempre, seus comentários são instigantes. Outro dia tentei comentar no teu blog e não consegui. Por que não abre para comentários, ainda os aprove depois de moderados?
Vamos lá:
Você não ficou feliz nem comemorou a morte de Bin Laden porque você não foi vitimado por ele, assim como os paquistaneses que choraram.
Isso vale para qualquer assassino. Devemos nos alegrar quando a justiça é estabelecida e cumprida.
Salvo engano, você subscreve os símbolos de fé de Westminster não é? Sabia que eles colocam a pena de morte como dever do estado para a proteção da vida? Ora, todas as vezes que a vida (de inocentes) é protegida há, implicitamente, motivos para comemorar.
Você também abordou um tema interessante: "O contexto é de guerra. Daí a legitimidade da ação militar". Isso é realmente algo que está sendo questionado na ação que eliminou Osama. Guerra contra quem? Contra que país? O cara estava desarmado. Penso que a operação deixou muitas brechas para os críticos. Porém, prefiro entender o caso como um "justo julgamento" do Estado que já enviou a sentença pela tropa de elite americana: o assassino Bin Lade deve ser morto.
Irmão, concordo com a pena capital no caso de homicídio aplicada pelo Estado (Gn 9.5//Rm 13.1-7). Beatificar um assassino de massas ou reduzí-lo a mero símbolo do terror camufla o ato vingativo por parte de Deus. Justiça realmente foi feita. Bin Ladem morreu.
ResponderExcluirO meu comentário foi uma tentativa de responder, em cima da corda bamba, à sua pergunta: "Mas, não é estranho comemorar a morte de alguém?". Em síntese, eu disse que é estranho. Se no caixão estivesse a Al Qaeda, eu estaria comemorando também. O irmão poderia objetar:"Como que você separa terrorismo de terrorista? Não é a mesma idéia da falácia teológica de separar pecado de pecador?" Foi por isso que disse que estava em cima da corda bamba. ACHO que, particularmente neste caso do Obama, a justiça deve ser questionada e consequentemente a comemoração também. Há mais evidências de uma ação "queima de arquivo" do que "um ato legítimo do vinagador: o Estado".
Não sei se fui suficientemente claro, irmão. Espero que sim. Quanto aos comentários no blog Mocidade Presbiteriana, vou verificar o problema.
Um abraço!
Não concordo com a comemoração. Não consigo entender como a morte de um homem pôde trazer tanta alegria! Isso me dói. Não exatamente a morte do Osama me dói, mas ver como temos perdido a visão da profundidade, da gravidade e, principalmente, da sutileza do pecado. Eu tenho certeza que Deus também não se alegrou. Concordo com o Danilo quando ele diz que "a morte do terrorismo deve ser comemorada e não do terrorista". Se ao menos a morte de Bin Laden significasse o fim dos ataques terroristas... Mesmo assim não sei se concordaria, mas também não é o caso. Pelo contrário, essa ação só suscitará mais violência.
ResponderExcluirAlém do mais, a ação que levou à morte de Osama não é fruto da sede de justiça, mas da sede de vingança. E a comemoração não é a alegria por ver a justiça sendo feita, mas a alegria em poder dizer "bem feito". Ora, ainda vivemos sob o preceito "olho por olho, dente por dente" ou vamos oferecer a outra face? E mesmo que o argumento seja o de justiça, vale lembrar que a justiça do homem, por melhor e mais correta que pareça, ainda é trapo de imundícia. Caro Filósofo, fiquei impressionada com a frase "... só é possível afirmar ter havido justiça plena ... quando ocorre, também, a morte do assassino". Que frase é essa, meu Deus?! Quem inventou isso? Não importa o tipo de crime, SÓ DEUS, que é perfeitamente justo e pleno, pode fazer justiça plena.
Não concordo com a pena de morte. Não consigo entender como a morte de uma pessoa pode trazer alegria e conforto. Na verdade, se engana quem pensa que a morte (ou até simplesmente a prisão) do assassino que a vitimou trará alegria e conforto. Não! O único recurso que temos e que, na verdade, pode restaurar a alegria e o conforto no coração de alguém que perdeu uma pessoa querida é o PERDÃO. Em 2004, perdi um primo que foi vítima de um assalto. Tentavam levar seu carro quando deram um tiro na sua nuca que saiu pela testa. Ficamos arrasados. Tenho um primo e um cunhado que são policiais. Eles sabiam em que delegacia estavam os rapazes que cometeram essa atrocidade. Eles, meu irmão, meu esposo (na época, meu namorado) e outros primos chegaram a marcar pra irem lá acertar as contas com eles (esses homens têm um coração tão duro, viu! rsrs...). Quando minha tia, a mãe do assassinado, soube das intenções deles, deu ordens pra que todos fossem à casa dela. E disse a eles: "Eu também quero ir à delegacia com vcs. Quero abraçar aqueles meninos e dizer a eles que Jesus os ama como Ele amava o Dudu, e que agora eu também os amo e que, como não preciso mais orar pelo meu filho, vou orar por eles. Quero dizer pra eles que agora eles são os meus filhos no lugar no Dudu". É evidente que, depois disso, eles não foram à delegacia, mas se tivessem ido, ela também teria ido e feito exatamente o que disse que faria. Isso não é estória da carochinha. Foi verdade. Acredite! Essa mulher sim, Danilo e Filósofo, é sal e luz. Nós também podemos ser como ela se deixarmos Cristo iluminar as trevas do nosso coração.
Paz!
Neila Gláucia
Retificando: Nós também podemos ser como ela se, de fato, Cristo iluminar as trevas do nosso coração.
ResponderExcluirQuem sou eu pra deixar Deus fazer alguma coisa??? rsrs...
Paz!
Neila Gláucia
Prezada Neila:
ResponderExcluirSeu comentário está muitíssimo bem construído. Um texto excelente e muito bem escrito, muito embora eu não possa concordar com ele.
A história da sua tia é realmente comovente. Devo concluir, pelo seu relato, que se dependesse dela para a implantação da pena de morte, para os casos de crimes bárbaros, como o do seu primo, por exemplo, ela não seria implantada.
Pelo que percebo você também concorda plenamente com sua tia, ou seja, são RADICALMENTE contra a pena capital. Mas a questão é: você e sua tia, já estudaram algum dia esse assunto à luz das escrituras? Deixe-me respoder por você: Não, nunca! Não é verdade?
Suponhamos agora que o Estado pergunte a você e a sua tia: devo elimiar esse bandido cruel da sociedade? O que as senhoras responderiam? Não, deixe-o preso, certo? Confesso que tenho dificuldade pra entender essa postura por meio do ARGUMENTO DO AMOR.
É amar alguém permitir, querer e concordar que ele fique preso? Amor esquisito, não? Pelo argumento do amor, não seria mais coerente sua tia dizer ao delegado: Drº, assim como eu não quereria ver meu filho preso, também não quero ver esse bandido sanguinário, pois sou serva de Cristo e o amo com o amor de Deus. Por favor, solte-o. Aí, sim, agindo assim, o ARGUMENTO DO AMOR ficaria coerente. Só assim.
Mas, suponhamos ainda que esse bandido tenha cumprido sua pena pelo assassinato que cometeu, tendo recebido o benefício de ficar vivo por conta da resposta dada por sua tia à pergunta do Estado. Após 20 anos ele é solto (afinal cumpriu toda a pena). No dia posterior ele comete o mesmo crime, no mesmo local e da mesma forma, só que dessa vez com seu filho Neila (70% dos assassinos são reincidentes).
Pergunto finalmente: de quem terá sido a culpa desse novo assassinato? Será que você e sua tia não teriam, nesse novo assssinato, ao menos uma parcela de culpa? Será que o sangue da nova vítima não iria respingar em suas mãos?
Note, a eliminação desse tipo de bandido cruel e sanguinário é exatamente para proteger a vida. Não podemos pensar egoísticamente apenas nos nossos sentimentos e crenças. Precisamos pensar na sociedade, no que seria bom para a sociedade.
Sugiro que faça uma pesquisa aqui no blog mesmo e leia algumas psotagens sobre A PENA CAPITAL.
Gostaria de ver mais de suas opiniões. Elas dão "panos pra mangas" para o debate...rs.
Tudo de bom!