Qual a doutrina mais importante para o Protestantismo? Se fizéssemos uma enquete com esse questionamento, entre as mais variadas correntes teológicas do protestantismo, teríamos um inacreditável reduzido número de respostas; pois, em linhas gerais, no que é essencial, a maioria dos protestantes concordam. A doutrina da salvação pela graça, provavelmente, seria a mais votada. Outras doutrinas também receberiam um considerável número de votos, a exemplo das doutrinas da Soberania de Deus, Suficiência das Escrituras e da Contemporaneidade dos Dons. No entanto, no que diz respeito à historicidade do cristianismo protestantes, nenhuma dessas doutrinas, em nossa opinião, é a mais importante. A questão é: qual a apostolicidade das igrejas evangélicas? O que liga – historicamente – os protestantes ao cristianismo primitivo, fundado por Cristo e por seus apóstolos? É legítimo um grupo que não tem essa “raiz histórica” dizer-se igreja legítima de Deus? Os antigos católicos romanos costumavam responder que não. Segundo eles, a Igreja Católica Apostólica Romana foi a “primeira” e “única” igreja fundada por Cristo e pelos Apóstolos. Mas, isso não é verdade? Tirando alguns exageros e o descabido “homicídios da história”, essa afirmação tem algo de verdadeiro sim. A igreja romana não foi a “primeira” nem a “única”, mas, certamente, foi “uma das” igrejas fundadas por Cristo e pelos Apóstolos. Nesse sentido, podemos afirmar: historicamente, é uma igreja apostólica. Desse mal eles não sofrem, diferentemente dos evangélicos. Qual foi o apóstolo que fundou a igreja evangélica? (Claro que não estou aqui me referindo a esses “pseudo-apóstolos dos últimos dias”). Aquele que tem o mínimo de bom senso e que conhece um pouquinho de história tem que reconhecer: as igrejas evangélicas foram criadas à revelia de Cristo e de seus Apóstolos. O protestantismo mais próximo dessa “raiz primitiva” é aquele fruto imediato da Reforma Protestante: Luteranos, Reformados Calvinistas Anglicanos, Reformados Calvinistas Presbiterianos, Batistas (se considerarmos sua origem no movimento Anabatista) e outros reformados. Mas esses renegam completamente essa raiz. Não querem ter nada a ver com ela. Com isso, reconhecem: são outra coisa e não – historicamente – uma igreja legitimamente fundada por Cristo e seus apóstolos. Nosso leitor deve estar pensando: “isso é uma brincadeira; ele vai concluir explicando tudo”. Não é não. Vou repetir: as igrejas evangélicas – todas elas – historicamente, não possuem nenhuma ligação com o cristianismo primitivo, nem com os Apóstolos, nem com Cristo. Mas, há uma doutrina que salva toda essa história; que evitou que os protestantes tivessem se tornado em um “aborto da história”. A doutrina mais importante para os cristãos não católicos (romanos e ortodoxos): a doutrina das duas naturezas da igreja. O Catecismo Maior de Westminster, com grande heroísmo, da pergunta 62 até a pergunta de nº 65, aborda essa importantíssima questão. Diz o catecismo (pergunta 62) que a igreja possui uma dimensão visível – é a igreja visível -, constituída por todos (salvos e não salvos) que professam a “verdadeira religião”. Ora, o que é a verdadeira religião se não aquela fundada e comissionada por Cristo e por seus Apóstolos, com suas marcas? Nesse sentido, os protestantes estariam fora. Contudo, a outra dimensão da igreja, a dimensão espiritual – a igreja invisível – nos trás de volta ao cristianismo autêntico. Vejamos: pergunta 64: “O que é a igreja invisível?” Resposta: “A igreja invisível é o número total dos eleitos que foram, são ou ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, o cabeça”. Eis a doutrina mais importante do protestantismo. Dela depende estar unido verdadeiramente a Cristo ou não. A idéia de uma igreja invisível (mas real e verdadeira) acaba, por completo, com a necessidade lógica de uma ligação direta, física e histórica com o cristianismo primitivo; com a igreja literal fundada por Cristo e pelos seus Apóstolos (Jerusalém, Roma, etc). Em ultima análise, todos os protestantes verdadeiros e eleitos em Cristo (porque há aqueles que só fazem parte da igreja visível) fazem parte da verdadeira igreja de Cristo: a igreja invisível, aquela constituída apenas pelos eleitos de Deus, em qualquer época, em qualquer lugar, que independe de tempo, espaço e história.
Irmão, o seu post vai me fazer (e muito!) prestar atenção à eclesiologia. Começarei a estudar mais a fundo o tema e talvez terei que rever alguns conceitos meus, diante do exposto no seu blog.
ResponderExcluirCom base na teologia histórica esboçada pelo Alister McGrath, houve sempre, desde a morte do apóstolo João, uma tensão entre a filosofia com as doutrinas apresentadas pelos primeiros bispos da igreja. As doutrinas foram se desenvolvendo (canonicidade, cristologia, trindade...) e a doutrina da igreja, desde o período pastrístico, foi bastante debatida com as controvérsias donatistas (+ou-313 d.C) e sobre os sacramentos (retomadas posteriormente no período da Reforma), tanto na igreja oriental (Constantinopla) quanto na ocidental (Roma) até, de fato, haver sua cisão em 1054 d.C, passando antes pela queda de Roma em 410 d.C e pelas tensões teológicas entre esses dois polos nos concílios de Nicéia (325 d.C) e Calcedônia (451 d.C), principalmente.
Percebe-se, ao longo da história, que nos 4 primeiros séculos, a ICAR não havia ainda se estruturado dogmaticamente. O papado, as doutrinas marianas e sacramentais, considero, não estavam definidas. OU SEJA, historicamente os reformados tem uma origem em Cristo e os apóstolos, a não ser que adimitamos que os discípulos dos apóstolos já inauguraram a tradição e teologia da ICAR (não como a vemos hoje depois de 1994, pelo segundo concílio do Vaticano, mas numa forma incipiente e avançada - a qual defendo que não houve.) Um outro argumento, eu acho que podemos tirar quando pensamos em igreja ocidental e oriental, como já citei acima, mostrando que a igreja católica cresceu paralelo à outra; ela não era a única. Outra objeção ainda, creio estar na existência de teólogos de cunho ortodoxo em todas as eras da igreja.
Resumindo, a igreja católica foi "um ramo", digamos assim, mais "grosso", porém morto, da igreja e não "o ramo". A Reforma do séc. XVI, nesse sentido, foi o outro ramo que havia sido podado pelo Agricultor e dado muitos frutos (Obs.: em Jo 15 ramo = indivíduo; na analogia que fiz aqui, utilizei ramo = conjunto de indivíduos).
Em relação a qual doutrina ser a mais importante para os reformadores, entendo que foi a "justificação pela fé". Ela foi central e isso é concenso entre os teólogos reformados.
Como disse no início do meu comentário, irei estudar mais e inclusive conferir a pergunta do catecismo citado. Espero não ter entendido o texto do irmão errado depois de ter escrito tanto assim kkkkk...
Um abç, irmão.
Graça e paz, em Jesus, o Filho de Deus. Amém!
Caro Danilo:
ResponderExcluirSeus comentários sempre muito bem lastreados..rs. Claro que até o IV século ainda não podemos falar de ICAR (nos moldes como a conhecemos hoje). Isso, em minha opinião, só ocorre no século V, com a chamada pretensão petrina. Mas, historica, visível e fisicamente, como vc mesmo reconhece, a ICAR tem raízes (ou ramo grosso..rs..como prefere chamar) no cristinismo primitivo. Isso, também vc não poderá negar: nós não temos. A reforma (que não foi reforma da igreja do ocidente) trouxe, na verdade uma ruptura; uma quebra de elo, verdadeiramente. Agora, quando se trata da IGREJA INVISÍVEL DE CRISTO, aí sim, temos tudo haver, pela graça de Deus. Por isso, nesse sentido, considero que, para o protestantismo, a doutrina mais importante é a doutrina das duas naturezas da igreja (Visível e Invisível), EXATAMENTE PORQUE É ELA QUE NOS COLOCA EM CONDIÇÕES DE ACHAR QUE A DOUTRINA MAIS IMPORTANTE FOI A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ..rs.....
Tudo de bom!
Olá, Pb. Fábio. A postagem está muito boa. parabéns. No entanto, a fim de “botar pimenta” no assunto, tenho algumas questões que passo a listar.
ResponderExcluirAcredito que a abordagem agostiniana do “essencial” peca por não definir o limite entre o essencial e o não essencial, bem como a unidade no todo. Mas, qual todo? Estamos mais para a “diversidade” do que para a “unidade” desejada por Agostinho. Creio, com McGregor Wright que não podemos reduzir o Cristianismo a alguns “5 pontos” como queriam os fundamentalistas. Por que não 7, 10 ou 100 pontos? Ora, o Cristianismo – e o Protestantismo – é um sistema completo (Cosmovisão), do qual TODAS as partes se encaixam perfeitamente. Faço coro com Cornelius Van Til neste aspecto.
Não sei se poderíamos ampliar o assunto, dizendo que o que confere apostolicidade à igreja protestante seja o “corpus doctrinarium” passado (traditare) pelas gerações de cristãos desde os Apóstolos. Minha resposta parecerá radical, mas nenhum grupo que não esteja naquela raiz, pode dizer-se igreja de Deus. Por exemplo, seriam os Mórmons, as TJ’s, os Arianos, os Sabelianos, a IURD etc. igrejas de Deus? O nome igreja não se aplicaria, no sentido neotestamentário, a nenhum destes grupos, pois a “eklesia” é fundada sobre os “fundamentos dos apóstolos e profetas”.
Não, não é verdade que a ICAR tenha sido a primeira igreja de Cristo. Que a igreja de Cristo tenha sido católica e apostólica, não temos dúvidas, mas que tenha sido romana, já é outra história. Por exemplo, por que não igreja católica apostólica corintiana, visto que Paulo escreve a todos dos “santos que estão em Corinto”?(1Co1.1- 3). Ou “igreja católica apostólica hierosolimitana”? Parece-me, quando leio Pedro e Tiago, que a Igreja não estava apenas em Roma, mas em Antioquia, Jerusalém, Cencréia etc. Também tenho dificuldades históricas e teológicas em afirmar que a ICAR “foi ‘uma das’ igrejas fundadas por Cristo e pelos Apóstolos”. A ICAR, por Apostólica, não fala do “corpus”, mas da sucessão apostólica. A Bula Lumen Gentium (§ 20) afirma que “auctoritas hierarchica apostolorum perpetua erat et ad sucessores transitura”. Assim, a pergunta que você fez para as igrejas evangélicas, também se aplica à ICAR: qual foi o apóstolo que fundou a ICAR? A ICAR responderia que foi Pedro, mas, poderiam eles reconstituir ininterruptamente a sucessão de Pedro até os nossos dias? Só para que se tenha ideia, entre 4 historiadores católicos (Rivaux, Funk, Hughes e Rops), não há concordância sobre a sucessão petrina, nem na ordem, nem nas datas. Assim, o Bispo de Roma é tão verdadeiro apóstolo quando o são os outros modernos.
[ib]continua...[/b]
Parece-me haver confusão entre “igreja institucionalizada” e “igreja – comunidade dos eleitos”. De fato, nenhuma igreja institucionalizada foi, de jure et facto, criada por Cristo e seus apóstolos (os presbiterianos, os batistas, os metodistas, os anglicanos etc., estão fora) . No NT Cristo fundou uma “igreja”, esta que estava em Jerusalém, Cencréia, em Corinto ou na casa de alguém. Esta é chamada “igreja de Deus”; já as “igrejas”, entendo, eram o conjunto de todas aquelas que estavam em algum lugar. Estas são chamadas de “igrejas de Deus”. Vejo isso em 1Co 16.19, quando Paulo diz que “as igrejas da Ásia vos saúdam” e, em seguida, a igreja que estava em casa de Prisca e Aquila. Não me parecem instituições formalizadas, mas crentes que se reuniam em torno da fé comum.
ResponderExcluirCreio que sobre igreja “invisível” e “visível” reside o problema. A fim de encontrarmos um “ponto de contato” com outras tradições cristãs, optamos pela dupla natureza da igreja. Não sou contra a doutrina, claro. Só acredito que a mesma conduz a algumas dificuldades. Pode alguém ser “membro” da igreja invisível e não ser membro da igreja visível? No Credo temos o “creio na igreja católica e apostólica”; acrescentamos que ela é “una” e “santa”. Mas o Catecismo não define “a verdadeira religião”. Creio que o a Confissão Belga expressa melhor ao falar sobre as “marcas da verdadeira igreja” – fiel pregação da palavra de Deus, administração fiel dos sacramentos e exercício fiel da disciplina. Estas marcas estão faltando na maioria das “igrejas evangélicas”, mas estavam presentes nas “igrejas antigas”. Assim, penso, que onde residir estas marcas, temos aí uma igreja apostólica e cristã. Note que a primeira marca é o diferencial, pois se não há pregação (exposição) verdadeira, não haverá a “sã doutrina”, nem tampouco os fundamentos dos apóstolos e profetas do Senhor. As outras duas marcas também são inferidas da primeira. Penso, então, com certa liberdade, que o “depósito das Escrituras”, como ensinado de geração em geração pelas comunidades de Crentes (Cf. 1Co 15.1, 2; 2Co 11.4; Gl 1.9; Fl 4.9; 1Ts 2.13; 2Ts 3.6; Jd 17) constitui-se a marca para se reconhecer uma igreja verdadeira, independente do lugar, do tempo, do espaço e da história. Sejamos francos, a ICAR passa no teste? A IURD, IGD, IMPD, as neo-pentecostais etc? Se a doutrina da “igreja invisível” for o diferencial, não seria possível falar em “hereges” e “heresias”. Assim, mulçumanos, hindus, budistas, jeovistas, mormonistas, arianos, cristadelfianos e outros, poderiam ser membros da “igreja invisível” resgatados lá mesmo, sem ouvir a fiel palavra (Cf. Rm 10.14 – 17). Por outro lado, mesmo entre aqueles que se reúnem em torno do “depósito das Escrituras”, há os que não creem. Fantástico! A pregação cheira a morte para estes.
Mais (não mas), com o “depósito das Escrituras”, podemos até falar em “igrejas mais puras”, “igrejas menos puras” e “degeneradas em sinagogas de satanás”. Para se conhecer, então, a “verdadeira religião” é preciso conhecer e receber aquilo que dado por Cristo e por Seus Apóstolos. Neste sentido, os protestantes estão dentro. Neste sentido “fora da igreja não há salvação”.
Bom, não pretendo entrar em polêmicas. Só desejei pensar um pouco sobre a boa reflexão que o irmão apresentou. Espero ter contribuído para reflexão.
Agradeço as visitas lá no blog. Você é sempre bem-vindo
Em Cristo Jesus,
Gaspar de Souza
profgaspardesouza.blogspot.com
Parece-me haver confusão entre “igreja institucionalizada” e “igreja – comunidade dos eleitos”. De fato, nenhuma igreja institucionalizada foi, de jure et facto, criada por Cristo e seus apóstolos (os presbiterianos, os batistas, os metodistas, os anglicanos etc., estão fora) . No NT Cristo fundou uma “igreja”, esta que estava em Jerusalém, Cencréia, em Corinto ou na casa de alguém. Esta é chamada “igreja de Deus”; já as “igrejas”, entendo, eram o conjunto de todas aquelas que estavam em algum lugar. Estas são chamadas de “igrejas de Deus”. Vejo isso em 1Co 16.19, quando Paulo diz que “as igrejas da Ásia vos saúdam” e, em seguida, a igreja que estava em casa de Prisca e Aquila. Não me parecem instituições formalizadas, mas crentes que se reuniam em torno da fé comum.
ResponderExcluirCreio que sobre igreja “invisível” e “visível” reside o problema. A fim de encontrarmos um “ponto de contato” com outras tradições cristãs, optamos pela dupla natureza da igreja. Não sou contra a doutrina, claro. Só acredito que a mesma conduz a algumas dificuldades. Pode alguém ser “membro” da igreja invisível e não ser membro da igreja visível? No Credo temos o “creio na igreja católica e apostólica”; acrescentamos que ela é “una” e “santa”. Mas o Catecismo não define “a verdadeira religião”. Creio que o a Confissão Belga expressa melhor ao falar sobre as “marcas da verdadeira igreja” – fiel pregação da palavra de Deus, administração fiel dos sacramentos e exercício fiel da disciplina. Estas marcas estão faltando na maioria das “igrejas evangélicas”, mas estavam presentes nas “igrejas antigas”. Assim, penso, que onde residir estas marcas, temos aí uma igreja apostólica e cristã. Note que a primeira marca é o diferencial, pois se não há pregação (exposição) verdadeira, não haverá a “sã doutrina”, nem tampouco os fundamentos dos apóstolos e profetas do Senhor. As outras duas marcas também são inferidas da primeira. Penso, então, com certa liberdade, que o “depósito das Escrituras”, como ensinado de geração em geração pelas comunidades de Crentes (Cf. 1Co 15.1, 2; 2Co 11.4; Gl 1.9; Fl 4.9; 1Ts 2.13; 2Ts 3.6; Jd 17) constitui-se a marca para se reconhecer uma igreja verdadeira, independente do lugar, do tempo, do espaço e da história. Sejamos francos, a ICAR passa no teste? A IURD, IGD, IMPD, as neo-pentecostais etc? Se a doutrina da “igreja invisível” for o diferencial, não seria possível falar em “hereges” e “heresias”. Assim, mulçumanos, hindus, budistas, jeovistas, mormonistas, arianos, cristadelfianos e outros, poderiam ser membros da “igreja invisível” resgatados lá mesmo, sem ouvir a fiel palavra (Cf. Rm 10.14 – 17). Por outro lado, mesmo entre aqueles que se reúnem em torno do “depósito das Escrituras”, há os que não creem. Fantástico! A pregação cheira a morte para estes.
Mais (não mas), com o “depósito das Escrituras”, podemos até falar em “igrejas mais puras”, “igrejas menos puras” e “degeneradas em sinagogas de satanás”. Para se conhecer, então, a “verdadeira religião” é preciso conhecer e receber aquilo que dado por Cristo e por Seus Apóstolos. Neste sentido, os protestantes estão dentro. Neste sentido “fora da igreja não há salvação”.
Bom, não pretendo entrar em polêmicas. Só desejei pensar um pouco sobre a boa reflexão que o irmão apresentou. Espero ter contribuído para reflexão.
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Em Cristo Jesus,
Gaspar de Souza
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CONSIDERAÇÕES PUBLICADOS COMO COMENTÁRIO NO BLOG. FAVOR, CASO RESPONDA, PUBLICAR NO COMENTÁRIO DO BLOG PARA ESTIMULAR O DEBATE.
ResponderExcluirCaro Rev.Gaspar.
Fico feliz em ter estimulado sua contundente resposta. Isso não é um comentário, é uma aula..rs. Gostaria de tecer algumas considerações, mas com um único objetivo: aprender mais. Nos 100 primeiros anos o Cristianismo já havia expandido bastante suas fronteiras. Basicamente por dois motivos: 1) Perseguições e 2) Domínio do Império Romano (uma só cultura, língua, além disso um comércio inter-local ativo). Cinco igrejas se destacaram como as maiores: Jerusalém, Alexandria, Antioquia, Constantinopla e Roma (além de muitas outras menores). Dessas cinco, duas eram as mais influêntes economica e politicamente: Roma (capital do império do ocidente) e Constantinopla (capital do império no oriente). No século V, com a chamada pretensão petrina, o Bispo de Roma se declarou maioral entre os bispos, resultado: as outras igrejas tornaram-se, praticamente, congregações da igreja romana, devendo-lhe obdiência, exceto o bispo de Constantinopla, por razões obvias (tinha o mesmo poder). É evidente que a igreja de Roma não foi a única nem a primeira, como demonstramos acima. Mas, acho que não podemos negar: foi uma das igrejas fundadas com a raiz do cristianismo primitivo. O apóstolo Paulo escreveu sua epístola aos romanos no ano 58 a.D. Em 62 a.D, Paulo chegou a Roma e é visitado por muitos irmãos (At 28.30,31). Podemos ver, claramente, a Igreja Romana figurando entre as raízes do Cristianismo, inclusive com presença e reconhecimento apostólico.
A questão é: A carta que Paulo escreve aos Romanos não a escreveu à mesma igreja que, posteriormente (313 com constantino), iria se corromper, se desviar e tornar-se o que conhecemos hoje? A saber ICAR?
Se a resposta é positiva, concluiremos: a ICAR tem, historicamente falando, vantágens sobre o protestantismo. Isso posto se analisarmos somente o lado físico, material, humano e VISÍVEL da igreja. Por isso considero que a doutrina das duas naturezas da igreja (Visível e Invisível) salva o protestantismo e o coloca em condições de pleitear ser uma genuína igreja de Cristo, com reconhecimento Apostólico.
Por favor, nos ensine sobre isso.
O senhor, quando trata das duas naturezas da igreja, entende que essa doutrina cria algumas dificuldades e pergunta: "Pode alguém ser "membro" da igreja invisível e não ser da igreja visível? Pelo nosso catecismo, a resposta é SIM.
Diz o catecismo, NA PERGUNTA 64:
Que é a Igreja invisível? A Igreja invisível é o número completo dos eleitos, que têm sido e que hão de ser reunidos em um corpo sob Cristo, a cabeça.
Ou seja, muitos que hoje são da ICAR, JEOVÁ, MULÇUMANOS, MACUMBEIROS, KARDECISTAS ETC......fazem também, concomitantemente, parte da IGREJA INVISÍVEL DE DEUS. Só não foram ainda revelados. Ainda estão andando nos cominhos, conforme disse Paulo,"nos quais andastes outrora".
Sobre a igreja visível, será que não é composta por todas as Igrejas que se dizem Cristãs? Isso não geraria nenhuma dificuldade, uma vez que, o Catecismo Maior, define:
PERGUNTA 59: Serão salvos todos os que ouvem o Evangelho e pertencem à Igreja? RESPOSTA: Nem todos os que ouvem o Evangelho e pertencem à Igreja visível serão salvos, mas unicamente aqueles que são membros verdadeiros da Igreja invisível.
Claro, isso é só especulação. Evidentemente que muitas igrejas que se dizem Cristãs não possuem algumas marcas, necessárias, à "verdadeira Igreja"? Mas, quando nos referimos à verdadeira igreja, não estamos falando da Invisível?
Parece que o senhor reforçou minha suspeita: "Os protestantes só estão dentro e possuem credenciais de VERDADEIROS CRISTÃOS, abonados por Cristo e seus Apóstolos - APENAS - no sentido ESPIRITUAL E INVISÍVEL".
Tudo de bom!
Aguardo outra aula..rs.
Caro Rev.Gaspar:
ResponderExcluirFico feliz em ter estimulado sua contundente resposta. Isso não é um comentário, é uma aula..rs. Gostaria de tecer algumas considerações, mas com um único objetivo: aprender mais. Nos 100 primeiros anos o Cristianismo já havia expandido bastante suas fronteiras. Basicamente por dois motivos: 1) Perseguições e 2) Domínio do Império Romano (uma só cultura, língua, além disso um comércio inter-local ativo). Cinco igrejas se destacaram como as maiores: Jerusalém, Alexandria, Antioquia, Constantinopla e Roma (além de muitas outras menores). Dessas cinco, duas eram as mais influêntes economica e politicamente: Roma (capital do império do ocidente) e Constantinopla (capital do império no oriente). No século V, com a chamada pretensão petrina, o Bispo de Roma se declarou maioral entre os bispos, resultado: as outras igrejas tornaram-se, praticamente, congregações da igreja romana, devendo-lhe obdiência, exceto o bispo de Constantinopla, por razões obvias (tinha o mesmo poder). É evidente que a igreja de Roma não foi a única nem a primeira, como demonstramos acima. Mas, acho que não podemos negar: foi uma das igrejas fundadas com a raiz do cristianismo primitivo. O apóstolo Paulo escreveu sua epístola aos romanos no ano 58 a.D. Em 62 a.D, Paulo chegou a Roma e é visitado por muitos irmãos (At 28.30,31). Podemos ver, claramente, a Igreja Romana figurando entre as raízes do Cristianismo, inclusive com presença e reconhecimento apostólico.
A questão é: A carta que Paulo escreve aos Romanos não a escreveu à mesma igreja que, posteriormente (313 com constantino), iria se corromper, se desviar e tornar-se o que conhecemos hoje? A saber ICAR?
Se a resposta é positiva, concluiremos: a ICAR tem, historicamente falando, vantágens sobre o protestantismo. Isso posto se analisarmos somente o lado físico, material, humano e VISÍVEL da igreja. Por isso considero que a doutrina das duas naturezas da igreja (Visível e Invisível) salva o protestantismo e o coloca em condições de pleitear ser uma genuína igreja de Cristo, com reconhecimento Apostólico.
Por favor, nos ensine sobre isso.
O senhor, quando trata das duas naturezas da igreja, entende que essa doutrina cria algumas dificuldades e pergunta: "Pode alguém ser "membro" da igreja invisível e não ser da igreja visível? Pelo nosso catecismo, a resposta é SIM.
Diz o catecismo, NA PERGUNTA 64:
Que é a Igreja invisível? A Igreja invisível é o número completo dos eleitos, que têm sido e que hão de ser reunidos em um corpo sob Cristo, a cabeça.
Ou seja, muitos que hoje são da ICAR, JEOVÁ, MULÇUMANOS, MACUMBEIROS, KARDECISTAS ETC......fazem também, concomitantemente, parte da IGREJA INVISÍVEL DE DEUS. Só não foram ainda revelados. Ainda estão andando nos cominhos, conforme disse Paulo,"nos quais andastes outrora".
Sobre a igreja visível, será que não é composta por todas as Igrejas que se dizem Cristãs? Isso não geraria nenhuma dificuldade, uma vez que, o Catecismo Maior, define:
PERGUNTA 59: Serão salvos todos os que ouvem o Evangelho e pertencem à Igreja? RESPOSTA: Nem todos os que ouvem o Evangelho e pertencem à Igreja visível serão salvos, mas unicamente aqueles que são membros verdadeiros da Igreja invisível.
Claro, isso é só especulação. Evidentemente que muitas igrejas que se dizem Cristãs não possuem algumas marcas, necessárias, à "verdadeira Igreja"? Mas, quando nos referimos à verdadeira igreja, não estamos falando da Invisível?
Parece que o senhor reforçou minha suspeita: "Os protestantes só estão dentro e possuem credenciais de VERDADEIROS CRISTÃOS, abonados por Cristo e seus Apóstolos - APENAS - no sentido ESPIRITUAL E INVISÍVEL".
Tudo de bom!
Aguardo outra aula..rs.
Oi Pb Fábio,
ResponderExcluirAgradeço muito sua visita lá no eclesia. Fiquei muito honrado em ver meu humilde ciber espaço em primeiro lugar no seu blogroll.
Seu post é realmente muito pertinente. Principalmente neste contexto de luta que vivemos. Luta digo, entre dois lados bem perceptiveis: os institucionalistas e os anti-institucionalistas.
Tenho pensado bastante a este respeito. Realmente Cristo não fundou instituições eclesiásticas, mas não podemos rejeitar o fato que Ele fundou uma instituição - a Igreja.
A Igreja é uma instituição completa: possui normas, pessoas e uma estrutura de governo. E tudo isso foi criado por Cristo pois a Igreja de Atos foi fundada segundo Lucas, por Ele e é fruto da obra "que Jesus começou a fazer" como disse no verso 1 do cap. 1.
O maior problema a meu ver não está nas instiuições e sim no institucionalismo. A ênfase na organização e na estrutura é que tem feito da igreja, desde o catolicismo medieval até hoje, uma intituição muitas vezes fria e nada agradável às pessoas.
Por isso algumas pessoas, confundindo o termo religião e instituição, tem lutado tanto para desconstruir o que a religião construiu.
A instiuição Igreja é o agente da religião cristã. Entendo que Cristo é religião no sentido mais puro da palavra (o relligare), e que a Igreja como Corpo de Cristo é Seu agente religando o homem a Deus por Seu intermédio.
Contudo a igreja só pode realizar esta função se estiver de fato ligada a Cristo. Essa ligação é real de fato se esta igreja entende que é agente de Cristo e age como tal centralizando acima de tudo a obra da proclamção do evangelho que salva e religa o homem a Deus.
Assim qualquer igreja que fuja a este principio basico, centralizando o homem e suas necessidades em detrimento do Reino de Deus, não é agente de Cristo e portanto não é verdadeiramente Igreja.
O que temos que rejeitar portanto não é a instituição e sim o institucionalismo, não é a religião e sim a religiosidade. Estes sim é que roubam da Igreja seu verdadeiro papel da agente de Cristo.
Um grande abrç.
Em Cristo, Senhor e Cabeça da Igreja.
Marcelo
Graça e paz amado do Senhor, quanta riqueza há neste blog,muito bom mesmo, quero agradecer por sua vísta no blog da igreja ao gosto do freguês. Amado que o amor do eterno esteja em profundidade em seu coração amém.
ResponderExcluirIrmão, aguardo a parte 2 sobre a puritanada rsrs...
ResponderExcluirLi os seus comentários e fico feliz pela boa interação entre nós. Amanhã será o meu último dia na faculdade de eng. de alimentos (defesa do relatório de estágio) e a partir desse dia ficarei com mais tempo pra tá arrazoando por aqui. Falar com filósofo e canseira porque a gnt tem que pensar, kkkkkk...
Um grande abraço, irmão-pb-filósofo Fábio.
Olá amado irmão,graça e paz. Em primeiro lugar, quero parabenizá-lo por este blog que é uma benção. E agradecer a pela visita e por acompanhar o blog SOLUS CHRISTUS. Deus o abençõe!
ResponderExcluirRev. Ronaldo P. Mendes
Muito bom o blog. Gostei bastante e pretendo ser leitor constante (sem mentiras..heheheh).
ResponderExcluirVi seu comentário no BLOG do GENIZAH acerca do "intocável" Rev. Caio Fábio e do "Marquito". Conseguiu resumir minhas idéias.
Vou seguir este blog.
Olá, primeiro quero parabenizar vc pelo belo blog. Um site de muito conteudo como estamos precisando na net. E os temas abordados são bem escritos, e não copiologias, ótimo. E quero te convidar para conhecer o meu blog GRAÇA PLENA, ali vc tb vai achar um pouco de literatura, cd, humor, teologia e informação. Será uma honra ter suas impressões.
ResponderExcluirJoelson Gomes
http://gracaplena.blogspot.com