1- BATISMO:
É o rito de ingresso na Igreja de
Jesus Cristo. Esta é uma definição simples e que os evangélicos, em sua
maioria, concordam.
Calvino
definiu o batismo da seguinte forma: “É
O sinal visível da graça invisível.” De
graça invisível entenda-se a operação interior do Espírito Santo, quanto ao
sinal visível obviamente é a aplicação simbólica e externa do que aconteceu no
interior da pessoa.
Este sacramento tem dado margem, quanto a sua
interpretação, a calorosas discussões teológicas. As divergências aparecem
basicamente em duas direções:
1º) Quanto ao Modo ou formas existentes de aplicar o Batismo;
2º) A
Quem aplicar o Batismo.
1.1 FORMAS OU MODOS EXISTENTES DE APLICAÇÃO DO BATISMO:
Existem basicamente três formas de se aplicar o batismo:
a) Imersão
(consiste em imergir completamente o batizando). Igrejas que utilizam esse
modelo: Batistas, Pentecostais em geral;
b) Aspersão
(consiste em aspergir água sobre a cabeça do batizando). Igrejas que adotam
esse modelo: Presbiteriana, congregacional.
c) Efusão
(consiste em derramar água na cabeça do batizando). Igreja que utiliza esse
modelo: Católica Romana.
A igreja Presbiteriana do Brasil, sendo uma igreja confessional, como já
vimos, não tem se furtado em assumir suas posições teológicas. Quanto ao modo
de aplicação do batismo pratica somente a Aspersão
mas aceita como forma também válida a Imersão, não fazendo qualquer tipo de
restrição para receber algum irmão que tenha sido batizado assim.
1.1.1 CONTROVÉRSIAS QUANTO À FORMA DE BATISMO
Não existe nenhuma prova
clara e irrefutável na palavra de Deus que defenda esta ou aquela forma de
batismo. Ao contrário, no imperativo de Cristo (Mt
28:19) não estão determinadas normas e/ou formas.
Algumas
pessoas têm defendido com unhas e dentes o batismo
por imersão, dizendo ser esta a única
forma de aplicação do sacramento, baseando-se em alguns pressupostos que
passaremos a demonstrar:
ü TESE
DA LINGUÍSTICA: Afirmam que no grego a palavra batismo “Bapto e Baptizo”,
significam exclusivamente Imergir. Vale salientar que estes verbos no grego
jamais foram usados com sentido religioso, e ainda, como o empregam, “Grego
clássico”, não foi o grego usado para escrever a bíblia e sim o grego popular,
conhecido como Koinê. ANTÍTESE: Em
Hb 9:10 conforme Hb
6:2, é usado o mesmo termo para denotar as Abluções do ritualismo
judaico. Em Lc 11:38 onde também aparece o
termo, mostra claramente que ele nem
sempre significa imergir. Como os
Judeus faziam tal batismo? (Mc 7:4).
ü
A TESE DA
SUPOSTA IMERSÃO JOANINA: O fato de “entrar ou sair da água” (Mt 3:16) leva os imersionistas a concluírem que houve
imersão. Tudo na base da dedução. ANTÍTESE: Não se pode desprezar o fato
de que a Lei e os Profetas duraram até João (Mt 11:13),
e todos os ritos mosaicos eram feitos pela Aspersão (Nm 8:7, 19:13 e 18; Hb 9:19; Ez 36:25). Concluímos
portanto que João não conhecia a imersão, e se por acaso a utilizasse,
não seria aceito.
1.1.2 ALGUMAS JUSTIFICATIVAS PRESBITERIANAS PARA A ASPERSÃO
ü
O Espírito Santo foi derramado
quando do Batismo da Igreja (At 2:17, 18:32,33;
Tito 3:5). João Batista afirmou que o Messias “batizará com o Espírito” (Mc 1:8). A promessa se cumpre em Atos 2:3, mas não houve Imersão, o Espírito
foi derramado. Não somos batizados no Espírito, mas pelo Espírito;
ü O batismo de Paulo definitivamente não
foi por imersão (At 9:18,22,16);
ü As abluções traduzidas por batismo (Hb 9:10) referen-se às aspersões do cerimonialismo
judaico, onde as águas das purificações eram aspergidas sobre o
contaminado (Hb 9:19-22). Se o batismo é sinal
da Nova Aliança, concretizada com o derramamento do sangue de Jesus,
deverá ser como o foi na Velha Aliança, por Aspersão (Hb
8:6);
ü No batismo pelo mar e pela nuvem (1 Cor 10:1-2).
Cabe imersão?;
ü Os três mil batizados (At 2:41)
ü O batismo do carcereiro de Filipos (At 16:32-34). Haveria um rio ali?
ü O batismo de Cornélio (At 10:22,47). Podemos enxergar aqui possibilidade de
imersão?
ü O batismo dos discípulos de João (At 19:5).
1.1.3 PRA DISCONTRAIR:
Conta-se que dois seminaristas - um Batista e outro Presbiteriano - estavam discutindo sobre o modo correto de se administrar o Batismo. O seminarista Batista, claro, só admitia a imersão, rejeitando qualquer outra forma. O Seminarista Presbiteriano então perguntou: "se o batizando entrar com água até o pescoço, está batizado? Não, respondeu prontamente o futuro pastor Batista. Se entrar com água até a testa, está batizado? Insistiu o presbiteriano. Não, claro que não, foi a resposta com ar de irritação do seminarista batista. Bom, se o problema é só molhar a cabeça é o que fazemos. Pronto. Tá tudo resulvido, concluindo o diálogo.