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sábado, 4 de maio de 2013

CURSO DE LIDERANÇA CRISTÃ - 3/3

4.3- O QUE  O LÍDER PRECISA SABER?

4.3.1- COMUNICAR-SE BEM
           
Como já vimos, a liderança começa com uma visão, que é transformada, a partir do comprometimento de trabalhar em prol dela em missão, que é cumprida  por sua vez através do estabelecimento de metas. Mas, contudo, o líder não alcança seus objetivos sozinho, pois liderar pressupõe conduzir e trabalhar com pessoas. O líder precisa então COMUNICAR suas visões, idéias e objetivos. A comunicação é ao mesmo tempo a maior arma que o líder dispõe e  o maior desafio a dominar. COMUNICAR é entender e se fazer entendido. Chama-se  RUÍDO  tudo aquilo que atrapalha ou prejudica a comunicação. Na comunicação existe o  EMISSOR (quem está falando) e o RECEPTOR (quem está ouvindo).

Não existe em nossa vida algo que seja mais corriqueiro do que a COMUNICAÇÃO. Nos comunicamos o tempo todo com as pessoas, na escola, no trabalho, em casa, na igreja, em fim, desde que nos entendemos por “gente”, necessitamos e usamos (muito bem por sinal) a COMUNICAÇÃO.

Se as premissas acima são verdadeiras (e são) qual a dificuldade então que as pessoas têm, ou acham ter, para comunicar-se. Primeiro devemos constatar que a dificuldade se dá quando o FOCO DA COMUNICAÇÃO somos nós. Enquanto estamos interagindo com outras pessoas numa conversa por exemplo, não existe problema algum mas  quando é dito que as atenções estarão voltadas para o EMISSOR da comunicação e quando este emissor somos nós “as mãos começam a suar”. Tentaremos identificar esses problemas, que chamaremos de  BARREIRA PARA COMUNICAÇÃO e também tentar propor algumas soluções para minimiza-las e ainda dar algumas dicas de como comunicar-se bem.

Antes de qualquer coisa precisamos saber o seguinte: AS BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO SÃO IMAGINÁRIAS.  É muito interessante notar que essas barreiras de fato não existem, nós a colocamos lá.

Um caso típico de criação de “Barreiras Imaginárias” é o de Moisés em Êxodo capítulos 3 e 4. Essas barreiras criadas por Moisés são, em geral, as mesmas que nós criamos. Vejamos:

1-Falso complexo de inferioridade (Ex 3:11): Estamos o tempo todo, em nossa vida, na escola, no trabalho e aonde quer que seja, tentando provar que somos bons, que temos habilidades, que fazemos melhor que as outras pessoas, mas, quando estamos diante de uma situação   dessas, somos o “menor de todos”. Simples desculpa provocada pelo medo de nos vermos sendo analisados.

2- As pessoas não me darão ouvidos (Ex 3:13 e 4:1): Agora a culpa não é mais meu “falso complexo de inferioridade”, a culpa agora é das pessoas que me ouvirão. (esta desculpa é uma velha conhecida nossa);

3-Tenho problemas biológicos, físicos que não me permitem comunicar (Ex 4:10): No fundo todos sabemos que as barreiras da comunicação são invisíveis, mas, se por outro lado, alegamos limitações físicas, ninguém poderá contestar nossa incapacidade para a comunicação, sobre tudo se problemas de fala. (o grande problema dessa desculpa é quando não somos “gagos”).

4-Falso desejo de ver a “obra” ser feita de forma mais competente (Ex 4:13): “Senhor é verdade eu sei fazer, certamente conseguirei me comunicar, mas se o “irmão fulano” fizer isso em meu lugar, sairá um trabalho melhor para tua glória!”. Este irmão deveria já ter sido arrebatado. Se Deus nos chama para determinada tarefa é por que ele quer que façamos, que desenvolvamos nossas habilidades

5- A última cartada (Ex 4:17): Moisés já havia argumentado tudo que podia com Deus, Que já havia dado todas as soluções para as barreiras que levantara, agora dá sua última cartada. Se à semelhança de Labão (Gn 29), Jetro não o liberasse. Ele ouviu de seu sogro a última coisa que queria ouvir: “Vai-te em paz”. Qual será sua última cartada para não encarar o grande  desafio de comunicar-se enquanto líder?

Todas essas barreiras que criamos, criamos  basicamente por um único motivo, a saber, falta de prática, falta de cotidianidade, falta de hábito no lhe dar com o publico. É uma questão de treino. Todos são capazes e mais que isso: TODOS QUEREM  E ADMIRAM UMA BOA COMUNICAÇÃO.

É interessante notar que  não foram os RECEPTORES de  Moisés não impuseram todas essas barreiras e sim o próprio  EMISSOR, no caso, Moisés. Geralmente o receptor está tão somente esperando para ouvir, e logo percebemos olhos prontos a nos devorar (olhos que na verdade não existem).

Notem como Moisés venceu essas barreiras: Acaso Deus operou miraculosamente em sua boca para que ele se fizesse entender, para que COMUNICASSE bem sua missão? Não absolutamente. Ele (Moisés) simplesmente encarou seu próprio medo, se superou (Êxodo 5:1-3). Observe agora: quantas barreiras de comunicação os Israelitas viram na comunicação de Moisés? (Êxodo 4:28-30) e Faraó viu todas aquelas barreiras que Moisés erguera? Não, pelo contrário, Deus endureceu seu coração, não foi por falha na comunicação que não deixou o povo sair (Êxodo 4:21).

A principal forma de perder o medo de falar em publico é falando em publico”. E isso é essencial para um líder. Serei mais claro, se quiser ser um líder tem que perder o medo de falar, tem que, assim como Moisés, superar seus limites e seus medos. Caso contrário, desista, a liderança não é para você. Contudo lembre-se: você é capaz, só precisa treinar.
                        
4.3.1.1 – NÍVEIS DE COMUNICAÇÃO DA LIDERANÇA

Como já vimos, a comunicação é vital para o desempenho da atividade de um líder. Essa comunicação se dá basicamente em três níveis:

4.3.1.1.1 – AMIZADE / ACONSELHAMENTO    NÍVEL INDIVIDUAL:
  
O líder precisa, antes de mais nada,  manter um bom relacionamento de AMIZADE com seus liderados. Ninguém consegue liderar inimigos. A comunicação individual é a base dos outros  níveis de comunicação. Se o líder  tem problemas de relacionamento, não fala com”fulano” não fala com “sicrano” é pouquíssimo provável que será ouvido em outros níveis de comunicação, como a preleção, por exemplo. No passo posterior, o ACONSELHAMENTO (só quem cativa a amizade dos liderados consegue chegar a este passo da comunicação individual), o líder precisa de algumas ferramentas para desempenhar seu papel de conselheiro:  Em primeiro lugar, sempre estar disposto a escutar. Em segundo lugar, escutar  calado até o fim a explanação do problema e tentar entende-lo. Em terceiro lugar, tentar arrancar o máximo de informações possíveis (geralmente a pessoa não conta o que realmente está lhe perturbando), o líder precisa estar atento às entrelinhas. Em quarto lugar, manter a expressão sempre tranqüila, ainda que seja o pecado “mais cabeludo” que esteja lhe sendo confidenciado (o líder precisa estar preparado para ouvir de tudo, sem preconceitos) e sempre olhando para a pessoa, em total atenção. Em quinto  lugar, depois de já ter formado opinião sobre o assunto, de ter pensado o que a bíblia diz a respeito, o líder deve emitir sua opinião, sempre verdadeira (com cautela e mansidão) visando sempre o bem do aconselhando. Em sexto e em último lugar, o líder deverá AJUDAR o aconselhando a resolver seu problema, nunca tentar resolver por ele. Expressões do tipo: “você não acha que agir assim resolveria seu problema” são sempre bem apropriadas nestes casos.

4.3.1.1.2 – REUNIÕES COM  OUTRAS LIDERANÇAS –  NÍVEL SEMI-COLETIVO

Neste tipo de reunião o líder precisa ter muito bom senso e esperteza. Ele estará lhe dando com pessoas que são seus liderados mas ao mesmo tempo também são líderes. Em reuniões desta natureza o líder precisa demonstrar que sabe o que quer e que caminho seguir (ainda que peça opiniões, e deve pedir, ele é quem deve dar as cartas, indicar quem fala, “bater o martelo”). É imprescindível o uso de uma pauta prévia para não dar a impressão (as vezes verdadeira) que está perdido e sendo levado de acordo com o pensamento das outras pessoas.

4.3.1.1.3- - PRELEÇÕES, ENSINO    NÍVEL COLETIVO:

Este tipo de comunicação é a que traz  um grau maior de dificuldade (pelo menos no início) para o líder, principalmente pelo fato de não estar acostumado a falar em publico. Neste tipo de comunicação exige algumas tarefas: Primeira: saber o que vai falar, sempre ligando à necessidade do grupo. Segundo: Uma longa reflexão sobre o que vai se falar. Terceiro: Nunca ignorar o auditório (ler cabisbaixo), mas sempre olhar para ele, em sinal de segurança. Lembre-se: “As pessoas não conhecem seu interior, não sabem se você irá ficar  nervo”. Quarto: Prepare um esboço para não se perder. Um esboço para preparar e organizar a preleção deverá conter os seguintes elementos:

INTRODUÇÃO: Deve ser sempre interessante e convidativa, a fim de prender a atenção dos ouvintes para o restante da preleção, tendo sempre conexão com o próximo ponto. Pode ser usado uma estória, a letra de uma música etc. A ênfase e tonalidade da introdução devem sempre levar o ouvinte a querer ouvir o resto. Nunca começar uma preleção depois de avisos etc, isto quebra o brilhantismo da introdução.
          
CONEXÃO:  No texto que lemos também trata sobre isto....

ELUCIDAÇÃO:  Aqui se trabalhará o texto lido em si. Todas as informações sobre o texto deverão ser ditas aqui. Aqui também se dá informações novas sobre o texto (geralmente retiradas de comentários bíblicos, estudos etc). É aonde se dá o aprofundamento do texto. Informações de quando foi escrito, o momento em que foi escrito, para quem foi escrito, com que intenção (todo o pano de fundo do texto). Encerrar a Elucidação sempre com uma deixa para a entrada do tema.

CONEXÃO:  É exatamente sobre isto que QUERO falar.... sobre:

TEMA:  A escolha do tema é muito importante. Deve ser sempre um tema que seja de interesse e necessário ao ouvinte, caso contrário, ele não se interessará a ouvir sua argumentação.

CONEXÃO:  Repetir o tema antes de cada argumento...

 ARGUMENTAÇÃO: Aqui você vai fundamentar suas idéias a partir do ponto de vista do tema do seu sermão. É o momento de convencer seu ouvinte que o que você está falando é verdade. Para isso pode-se usar outros textos para dar maior veracidade a sua argumentação, ou ainda citação de autoridades no assunto. O número TRÊS argumentações é defendido por alguns como um número ideal. Sempre em ordem crescente de grau de interesse e importância, a fim de despertar no ouvinte um sentimento de que o próximo argumento será sempre mais forte.

CONCLUSÃO:  À semelhança da introdução também dever ser interessante, podendo ser uma estória, uma letra de música etc, só que desta feita desfechando tudo aquilo que foi falado, é uma síntese de tudo que você apresentou.

APLICAÇÃO: Aqui você faz o ouvinte perceber que tudo que você falou foi com ele e para ele e, diante disto, precisa se posicionar. Expressões do tipo “qual será sua atitude daqui para frente, depois de saber disso que ficou sabendo neste dia?” são sempre bem colocadas aqui. Pode-se usar a música como recurso para chamar o ouvinte à responsabilidade.

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