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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FELIZ ANO NOVO OU FELIZ TODO DIA?


Nenhuma frase será mais ouvida hoje do que "feliz ano novo". Mas, o que é um ano novo?  Acaso não é apenas mais uma hora após a outra e mais um minuto após o outro? Parece até que algo extraordinariamente diferente irá acontecer após a meia noite. Na verdade,  essa é a expectativa. Todos aguardam que algo diferente aconteça em suas vidas; algo melhor, claro.

Muitos esperam por um novo emprego ou um salário melhor. Outros esperam pagar suas dividas no próximo ano. Comprar a sonhada casa própria; o carro novo. Outros começar o prometido regime. Outros ainda esperam acordar no novo ano milhionários com a "mega sena da virada". E o povo de Deus? O que está esperando? A volta de Cristo? O céu? Não, nada disso. As expectativas são exatamente as mesmas, com raríssimas exceções. Estamos muito ocupados para desejar coisas espirituais. 

Aí vem o dia primeiro, o dia 02/01 e tudo recomeça exatamente igual. 

Não devemos ter apenas boas expectativas em relação ao futuro. Antes, ao contrário, devemos confiar todos os momentos de nossas vidas ao Deus Soberano, Onipotente e Onipresente. Para Ele não existe passado, nem presente nem futuro. Ele a tudo governa do alto de sua eternidade. 

O que esse novo ano nos reserva? Não sabemos. Não podemos saber. Mas uma coisa  e certa: Deus estará no controle de tudo. Aliás, como sempre.

PREVISÃO DO FUTURO

Você gostaria de saber o que lhe acontecerá no próximo ano? Se você tivesse a oportunidade de "dar uma espiadinha" no seu futuro, perderia essa oportunidade?
Não há um ser humano que não tenha pelo menos curiosidade em saber como será seu futuro. E qual o objetivo de saber o futuro? Talvez, quem sabe, para direcionar o presente (CORREIA, 2009, p.86).
Quantas coisas faríamos diferente se tivéssemos tido a oportunidade de antever, de prever as consequências de nossas escolhas, de nossas decisões. Saber antecipadamente do futuro seria um grande benefício. Não faríamos um investimento financeiro, por exemplo, se pudéssemos ter tido acesso, antecipadamente, que a consequência dele seria a falência futura. Muitos relacionamentos que fracassarão no ano que se avizinha, poderiam ter sido evitados. Quem sabe ter escolhido outra pessoa ao invés da que foi, efetivamente, escolhida. Muitas pessoas que morrerão de acidentes automobilísticos no próximo ano, se tivessem tido a oportunidade de prevê-los, como certo, provavelmente pegariam outra estrada ou, simplesmente, não fariam a mesma viagem ou ainda não beberiam no dia "antecipadamente" marcado de sua morte.

A grande questão é:

É realmente possível prever o futuro?

Para o filósofo medieval, Agostinho de Hipona, um dos maiores especialistas do "problema do tempo", essa possibilidade de previsão do futuro simplesmente NÃO EXISTE. Veja o que ele diz:
Sei com certeza que nós premeditamos nossas ações futuras e que tal premeditação é presente, mas o ato que premeditamos ainda não existe, porque é futuro [...] qualquer que seja a natureza dessa misteriosa previsão do futuro, não podem ver senão o que existe, mas o que existe não é futuro e sim presente (CONFISSÕES, XI, 18,24).
 O que Agostinho quis dizer? De forma mais simples, isto:
Agostinho afirma que o futuro, tal qual imaginamos prever, nada mais é que uma espécie de expectativa, criada a partir de experiências já gravadas antecipadamente em nossas mentes" (CORREIA, 2009, p.87)
Para entender melhor essa questão, vejamos uma clara e prática explicação de Agostinho sobre a real natureza daquilo que pensamos ser uma pretensa previsão do futuro:
Vejo a aurora e posso predizer que o sol está para surgir. O fenômeno que observo (a aurora) está presente, o que não vejo é futuro. Não é futuro o sol, que já existe, mas sim seu surgimento que ainda não se realizou; todavia, se eu não tivesse no espírito um imagem desse surgimento [...] não o poderia prever. No entanto, nem essa aurora que vejo, nem a imagem dela são o próprio nascimento do sol: são os dois fatos presentes que vejo e que me servem para predizer um acontecimento futuro. Portanto, o futuro não existe, de maneira nenhuma pode ser visto (CONFISSÕES XI, 18,24).
Para Agostinho, NÃO É POSSÍVEL, em hipótese alguma, hoje, PREVER O FUTURO, pelo simples fato de que não se pode ver ou mesmo antever algo que ainda efetivamente não existe.
Se o futuro existe, quero saber onde está [...] todavia sei que, onde quer que esteja, não será futuro, mas presente (CONFISSÕES, XI, 19,23).
Não é possível, ordinariamente, ao mortal prever o futuro. Como única possibilidade temos uma REVELAÇÃO, extraordinariamente, direta daquele que é Eterno e, portanto, vive num presente constante por decretar e saber, antecipadamente todas as coisas. A Bíblia relata episódios em que Deus, de fato, REVELOU O FUTURO (que só é futuro para os homens) a algumas pessoas, geralmente Profetas. Porém, segundo a boa Teologia Reformada, essa possibilidade foi encerrada, descontinuada, com o fechamento do Canon Bíblico. Sobre essa questão, diz a Confissão de Fé de Westminster, formulada no século XVII pelos Puritanos, no Capítulo I, DA ESCRITURA SAGRADA:

Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo. Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19.

Sendo assim, todos os prognosticadores, adivinhadores, cartomantes, necromantes, crentes que dizem ter tido algum tipo de "nova revelação" ou "profecia", sem exceção, aqueles do "eis que te digo, varão", são "enganadores da fé alheia". 
 
Todos, sem exceção, são CHARLATÕES; ora em busca de prestígios e cargos em suas igrejas ora em busca de dinheiro fácil. E quando acertam algo? Generalidades previsíveis, em alguma medida. Para cada "acerto" há uma infinidade de chutes e erros.  Sem contar que, uma suposta previsão lançada sob um auditório repleto, pode, de alguma forma, coincidir com alguma situação que alguém esteja passando.

Essas tentativas de prever o futuro são extremamente repudiadas e condenadas por Deus, vejamos alguns exemplos:

Deuteronômio: 18.10 Não se achará entre ti [...], nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; 18.14 Porque estas nações que hás de possuir ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR, teu Deus, não permitiu tal coisa.

Levítico: 19.31 Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 20.6 Quando alguém se virar para os necromantes e feiticeiros, para se prostituir com eles, eu me voltarei contra ele e o eliminarei do meio do seu povo.

Isaías: 8.19 Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos?

O que fazer, então, se não é possível prever o futuro para, de alguma forma, direcionar nosso presente? Isso não nos deixará extremamente ansiosos pelo dia de amanhã?

O Salmista Moisés (muitos desconhecem que Moisés, inspirado por Deus, foi autor desse Salmo), no Salmo 90, refletindo sobre a transitoriedade da vida do homem e sobre a Eternidade de Deus, aprende e nos ensina lições importantes, que devem acalentar nossos corações quando a expectativa irresistível e impossível de conhecer o futuro se nos abater a alma:

1º) Deus é Eterno. Deus sabe de todas as coisas, inclusive como será nosso futuro, que pra Ele já é presente. Afinal, ele sabe não porque, simplesmente anteviu algo e, sim, porque decretou que fosse assim, considerando, inclusive, as questões circunstanciais. Moisés aprende que deve confiar em Deus em todas as situações, sobretudo naquelas que lhes são ocultas, como o futuro, por exemplo;

2) O homem é transitório
. Moisés também aprende que é loucura viver fora de sintonia com os desígnios de Deus, que é Infinito e Eterno, e com Sua vontade;

3) Moisés aprende ainda que a única maneira de não viver uma vida, no presente, sem sentido, é ter todos os momentos de sua vida na presença do Senhor; cada momento, cada instante. Fazendo isso, devemos DEPOSITAR AOS PÉS DE CRISTO TODA A EXPECTATIVA do novo ano, bem como todas as incertezas, dúvidas, medos e ansiedades.

Diz Moisés em seu belo Salmo:
2.Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus. 3.Tu reduzes o homem ao pó e dizes: Tornai, filhos dos homens. 4. Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite. 10. Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos. 12 Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio (SALMOS 90).

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

NATAL. OS DOIS LADOS DA MOEDA: UMA PROPOSTA EQUILIBRADA E CONCILIADORA


Deus, às vezes, nos ensina que nas contradições estão presentes os preceitos mais importantes da vida: quem quiser ser o maior, que seja o menor; quem quiser ser exaltado, será humilhado. Os últimos serão os primeiros, etc. Isso é um violento golpe contra nossa lógica da auto-suficiência.

Também neste período chamado natalino outra contradição, talvez a mais importante delas, nos surpreende: enquanto todos comemoram o Nascimento de Cristo, Ele nos manda olhar para cruz; para sua morte


“E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós (Lucas 22:19-20)”.

É de lá, da Cruz, e somente de lá, que vem a salvação; não da manjedoura, não de nenhum outro lugar:

“Por suas chagas, fostes sarados” (I Pedro 2:24). 

“Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53.5).

Castigo que traz paz; pisaduras que saram; benditas contradições!

A Manjedoura tão somente aponta para a CRUZ de Cristo, para sua morte e ressurreição.

Cristo nada teria feito se tivesse apenas nascido “para viver como um de nós”. Ou seja, diferentemente dos outros homens que nascem com o objetivo de viver e lutam até as ultimas forças para não morrer, Ele já nasceu para morrer. Sendo assim, seu nascimento não tem importância primária, é apenas um detalhe para lhe conferir humanidade. Ele tornou-se “um de nós” com o objetivo único de experimentar a morte por nós. Sendo assim, a manjedoura é apenas uma pregação profética da Morte e Ressurreição de Cristo.

Mas, se é assim mesmo, por que então o natal é comemorado por Cristãos no mundo inteiro?

Existe um movimento muito grande no meio protestante reformado, e também da IPB, contra a celebração do natal. Um rápida pesquisa na internet vai demonstrar como esse assunto tem sido debatido.

Esses irmãos que são contra o natal  argumentam que o natal surgiu a partir de uma antiga festa pagã do Egito, onde no dia 25 de dezembro o deus Sol era adorado. Na idade média o Catolicismo Romano trouxe essa festa pagã para dentro do Cristianismo e adaptou-a, substituindo o deus Sol por Cristo, dizem eles. Além disso, continuam, não existe nenhuma ordem nas Escrituras para comemorar o nascimento de Cristo e o próprio Jesus,todos sabem disso, não nasceu realmente no dia 25/12. Outro fato relevante é que os apóstolos jamais comemoraram ou mandaram comemorar o nascimento de Cristo.

Diante disso perguntamos: ESTÁ CORRETO o cristão protestante comemorar o nascimento de Cristo? Qual a posição da IPB sobre essa questão? Os símbolos de fé da IPB falam alguma coisa sobre isso? Vamos fazer uma rápida reflexão sobre esse assunto:

O catecismo maior de Westminster (entre as perguntas 46 a 54) tratando respectivamente sobre o ESTADO DE HUMILHAÇÃO e de EXALTAÇÃO de Cristo, nos dá uma possibilidade de caminho a seguir. Vejamos: pergunta 46: "Qual foi o estado de humilhação de Cristo? Resposta: Foi aquela baixa condição, na qual, [...] Ele tomou a forma de servo em sua CONCEPÇÃO E NASCIMENTO [...]".

Notem: o nascimento de Cristo representa a
HUMILHAÇÃO DE DEUS. Sim, Deus foi, verdadeiramente, HUMILHADO. Isso é para ser comemorado mesmo? Ao comemorarmos isso não estaríamos, antes, zombando de Deus? Expondo-o ao ridículo? Escarnecendo de um Ser que, naquele momento, nasce, inclusive, em situação de extrema calamidade, junto de animais? Obviamente que esse quadro só ocorreu por decisão Soberana Dele, mas isso não diminui sua "vergonha". Exaltar o nascimento de Cristo, não seria querer diminuir e “esvaziar” a glória de Deus, novamente? Perpetuar um momento que "é" para ser esquecido - o momento da HUMILHAÇÃO DE DEUS? Ora, Humilhação é contra a própria natureza de Deus, que tem, infinitamente, mais a ver com EXALTAÇÃO.

Veja agora o que diz a pergunta e resposta de nº 47: "Como se HUMILHOU Cristo na sua concepção e nascimento? Resposta: Cristo humilhou-se na sua CONCEPÇÃO E NASCIMENTO (dá pra acreditar que festejamos esse momento?) em ser, desde toda a eternidade, o Filho de Deus no seio do Pai, quem aprouve, no seu tempo, tornar-se Filho do homem, nascendo de uma mulher de humilde posição com diversas circunstâncias de HUMILHAÇÃO FORA DO COMUM". Comemorar o Natal não seria, em última análise, uma tentativa de HUMILHAR (contrário de exaltar) a Deus, novamente?

Ao lado disso, se não devemos comemorar o Natal (sendo essa a conclusão correta), o que comemorar então? A resposta seria bem simples:
O mesmo que comemoramos na CELEBRAÇÃO DA CEIA, isto é, o estado de EXALTAÇÃO de Deus.

Veja o que diz a pergunta de nº 51: Qual é o estado de EXALTAÇÃO de Cristo? Resposta: O estado de exaltação de Cristo compreende a sua RESSURREIÇÃO, ascensão e o estar assentado à destra do pai e a sua segunda vinda para julgar o mundo".

Notem:  
A aproximação de Deus com o homem (no sentido de tornar-se um de nós) é um estado de HUMILHAÇÃO. A aproximação de Cristo com Seu próprio Trono de Glória, perfazendo o caminho contrário ao de Filipenses 2:6-8, é um estado de EXALTAÇÃO.

Não seria mais prudente EXALTAR o que é para ser EXALTADO - A ressurreição de Cristo, sua ascensão, o fato de estar Ele à destra de Deus e sua volta com PODER e MUITA GLÓRIA?

Em contrapartida, não deveríamos esquecer o dia da HUMILHAÇÃO de Deus (tudo indica que essa tenha sido a postura adotada pelos Apóstolos, que não comemoraram, em nenhum momento, o nascimento de Cristo), sob pena de estarmos RIDICULARIZANDO o ser que deve ser EXALTADO, mas que decidiu, uma única vez, querer experimentar, por nós, a HUMILHAÇÃO?  


Esse é um lado da moeda. Mas,  AFINAL, COMEMORAR OU NÃO COMEMORAR O NATAL? 

Tudo isso que acabamos de argumentar acima, deve nos impulsionar a proibir a celebração do natal em nossas igrejas, sobretudo Igrejas Presbiterianas que adotam os símbolos de fé de Westminster? 


Vamos pensar de forma prática neste assunto. Vejamos algumas considerações importantes. Vejamos o outro lada dessa mesma moeda:

1ª) Em 2009 a IPB se pronunciou, oficialmente, CONTRA esses irmãos que querem proibir a celebração do natal. Então, qualquer tentativa de proibir essa celebração, na IPB, sem ser pelos meios legais, pelos concílios da igreja, será sempre arbitrária e sem legitimidade constitucional. Essa decisão pode mudar? Claro que sim. Contudo, lembramos que a IPB é uma igreja conciliar e ninguém tem o direito de querer mudar as coisas somente porque discorda delas, tendo já sido matéria de discussão e decisão nos concílios competentes. Quer mudar? Tem todo direito, mas deve fazer isso emitindo documento ao conselho da igreja que o remeterá às instâncias imediatamente superiores, sempre acompanhando as razões que o levaram a pleitear a mudança.

2ª) HOUVE ALEGRIA E COMEMORAÇÃO NO NASCIMENTO DE CRISTO:

Os evangelhos, no relato da cena do nascimento de Jesus,  nos mostram que houve alegria,  comemoração,  louvor e adoração na cena do nascimento de Cristo. Isso é indiscutível:

“O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo” (Lc 2:10).

“E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo:   Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem (Lc 2:13,14).

“Voltaram, então, os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado” (LC 2:20).

“Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus” (Lc 2:28).

“Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra” (Mt 2:11).

Evidentemente que a alegria é pela vinda do “salvador” e isso aponta, inegavelmente, para a cruz. Contudo, por outro lado, não dá para desprezar o fato de que todos esses textos citados acima relatam momentos de euforia pelo nascimento do messias. Não vemos tristeza, silêncio ou mesmo a  indiferença que muitos advogam hoje, em relação ao natal. Foi, de fato, um dia extremamente feliz, de "grande alegria". E por qual motivo? Pelo nascimento do menino-Deus. 


Se não houve comemoração pelo nascimento de Jesus, como relatam os evangelhos, não sei mais o que é uma comemoração!


Logo, isso pode ser um indício de que pode NÃO SER errado alegrar-se com o nascimento de Jesus, bem como relembrá-lo ou comemorá-lo. Podemos, inclusive, aproveitar a oportunidade para, via manjedoura, anunciar a cruz de Cristo. Será que realmente devemos perder tamanha oportunidade?

Se formos lembrar,  comemorar, louvar e adoração a Deus com cânticos pelo nascimento de Jesus, se formos comemorar o que convencionou-se chamar de natal, devemos URGENTEMENTE nos afastar de tudo que ofusca e desvie a atenção da manjedoura, do próprio Cristo e da sua cruz.  ENSINE PARA AS PESSOAS O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL, que aponta para a cruz de Cristo. Fica algumas dicas:


a) Não promova, não incentive, não iluda seus filhos e demais crianças com a história de papai Noel. Pelo contrário, ensine às crianças, desde cedo, que ele não existe ou mesmo ensine a macabra história de sua origem como pedófilo, conforme registrado na enciclopédia Britânica. Contribua para apagar completamente a figura do nada bom velhinho.

b) Não tenha, não compre, não enfeite, não ajude ninguém a ter árvore de Natal, guirlanda ou qualquer
 outro símbolo supostamente atribuído ao nascimento de Jesus, não tendo, obviamente, nenhuma  relação 
com  esse bendito acontecimento.

c) Foque na mensagem de esperança de salvação que o nascimento de Jesus proporcionou às pessoas de
 sua época e ainda proporciona hoje.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

DIA DO PASTOR PRESBITERIANO - 17 DE DEZEMBRO




TEXTO BÁSICO:  II TM 4:1-5

INTRODUÇÃO:

Você sabia que o dia do Pastor Presbiteriano existe por causa de um padre?

Isso mesmo - um padre que foi ordenado Padre em 1844. O nome dele era Padre José Manoel da Conceição. Sua primeira igreja foi na cidade de Limeira-SP.

Ele era um padre diferenciado: não cobrava pra fazer batizados nem casamentos; pregava a palavra de Deus em  seus sermões, muitos deles considerados heréticos por seus superiores.

O Padre Conceição, como era chamado, antes mesmo de ser padre conheceu uma família inglesa que estava morando no Brasil, também no interior de São Paulo. E contam os relatos históricos que ele ficava impressionado “com o modo como aquela família, aos domingos, deixava todos os seus afazeres para dedicar-se ao estudo da Bíblia, orar e cantar juntos”.

Ficou tão impressionado que foi estudar inglês e alemão para conversar melhor com seus amigos estrangeiros.

Em 1863, o missionário americano Blackford fez sua primeira viagem ao interior paulista e visitou aquele padre que aconselhava o povo a ler a Bíblia.

No ano seguinte, Conceição é que vai encontrar Blackford em São Paulo; depois de muitas entrevistas, decide, finalmente, deixar o sacerdócio romano.

Vem com Blackford para o Rio de Janeiro, onde encontra-se com o Rev Ashbel Green Simonton e, no dia 23 de outubro de 1864, o ex-padre Conceição, emocionado, é batizado na Igreja Presbiteriana, diante de algumas dezenas de pessoas e passou a ajudar Simonton na evangelização do Brasil, fazendo questão de retornar a todos as cidades que havia sido padre para pregar, agora, o evangelho genuíno de Cristo.

Em 17 de dezembro de 1865, o agora ex-padre, José Manoel da Conceição, foi ordenado pastor presbiteriano. Aliás, o primeiro pastor presbiteriano brasileiro. 

O dia da sua ordenação – 17/12 – foi então escolhido para ser o dia do pastor presbiteriano.

ELUCIDAÇÃO:

Essa história é muito interessante porque mostra nossa grande responsabilidade em estar sempre falando de Cristo para as pessoas e não somente falando, mas obedecendo seus mandamentos. Por causa do testemunho de uma família inglesa, que guardava o dia do senhor, um padre tornou-se pastor presbiteriano.

Agora, se nós temos, como servos de Deus, muitas responsabilidades, imagine um pastor.

Quando nós erramos no nosso trabalho, temos que dar satisfação ao nosso chefe. E isso não é nada agradável. Quando o pastor erra, quando o pastor não faz bem o seu trabalho  e não cuida das ovelhas como deveria, ele vai dar satisfações diretamente a Deus. E aí, amigo, a chapa é mais quente. 

Os Pastores Presbiterianos precisam entender, e, alguns, parece, ainda não entenderam,  a grande responsabilidade e privilégio que Deus colocou em suas mãos. Por isso, precisam trabalhar mais, se esforçar mais, visitar mais, estudar mais, dedicar maior tempo a suas atividades na igreja, aconselhar mais em gabinete. Reconheço que a maioria deles têm feito um grande trabalho, mas ainda é pouco. Pouquíssimo. A IPB, de forma geral, dispensa boas condições de trabalho a seus ministros. Por isso, precisam dedicar-se de forma integral à igreja. Precisam, em síntese, pastorear mais o rebanho que Deus confiou em suas mãos. Infelizmente muitas igrejas sofrem de raquitismo crônico por culpa de seus ministros, que não nutrem suas ovelhas. A mão do Senhor pesará fortemente contra esses.

Por isso mesmo, no texto que lemos, Paulo, trás uma série de conselhos ao jovem pastor Timóteo, que assumiu a igreja de Éfeso com apenas 16 anos de idade.

Aliás, poderíamos dizer que tanto I Timóteo quanto II Timóteo são cartas de um pastor mais velho, mais experiente e apóstolo de Cristo a um pastor que estava começando seu ministério.

De forma que se as duas cartas a Timóteo tivesse um tema, um título, poderia ser:

TEMA:  Conselhos a um jovem pastor

Mas antes de dar alguns conselhos novos e repetir alguns que já havia dado, Paulo “Conjura Timóteo perante Deus e Cristo Jesus. Esse verbo conjurar significa “Ligar-se a outro por meio de juramento”.

É como se Paulo tivesse dizendo: Timóteo: estou aqui com você e chamo Deus por testemunha disso que vou lhe dizer. Preste atenção. Depois não diga que eu não lhe avisei. Deus está vendo os conselhos que estou te dando. Você não tem desculpas. Não vá dizer depois que não sabia se não “um raio vai cair na sua cabeça”.

Paulo estava, na verdade, chamando Deus como testemunha para “incutir em Timóteo a máxima seriedade em sua tarefa” (BG, pg.1453).

Só depois dessa grave advertência, Paulo inicia mais uma série de conselhos àquele jovem pastor. Segura aí Timóteo. Segura aí pastor George:

ARGUMENTAÇÃO:

1º) O primeiro conselho é: PREGA A PALAVRA, insta (insistentemente) quer seja oportuno, quer não.

Pregar a palavra em todas as ocasiões, quer boa ou alegre quer má ou triste.

Um pastor não pode utilizar-se de outra ferramenta na condução de seu rebanho, se não a palavra de Deus.

Paulo insistia com Timóteo nesse ponto. Em vários momentos de sua carta ele menciona isso (I Tm 4:6). Parece algo óbvio, mas a insistência de Paulo em lembrar a Timóteo que o seu único instrumento de trabalho era a palavra de Deus.

Coisa triste é ver um pastor que tem abandonado a Palavra de Deus, trocado a palavra de Deus por diversão, por atrações e tantas outras aberrações.

Muitos pastores têm esquecido desses conselhos e têm levado suas igrejas à desobediência a Deus. Nos momentos alegres: Permitem que suas igrejas adorem a Deus como Deus não pediu para ser adorado, com danças, coreografias e tantos outros absurdos que temos visto. Nos momentos tristes: apelam para a psicologia. Tem igreja que tem até consultório psicológico em suas dependências. Já ouvi de um pastor que está fazendo psicologia que estava fazendo isso para “melhorar seu ministério”.

Paulo dizia: Timóteo. Você é pastor. Você é ministro de Deus. Seu único instrumento é Palavra de Deus, insista nisso. Fale da palavra em todos momentos, quer seja oportuno ou não. Nunca esqueça disso.

2º) O segundo conselho é: Corrige

Um pastor que só faz passar a mão por cima da cabeça, que encobre o pecado, que entende que a quebra dos mandamentos do Senhor é coisa pouca, desconfie. Provavelmente ele entende seu ministério ERRONEAMENTE como uma profissão e quer tão somente agarrar-se ao seu emprego para não perder sua bolacha. Acreditem, existe pastor assim.

3º) O terceiro conselho que Paulo dá ao jovem pastor é: repreende.
Mais uma vez: não queira agradar todo mundo não. Você é profeta de Deus. Fale o que tem que falar. Se necessário for, cajadada pra cima. 

4º) O quarto e último conselho é:  Exorta com toda longanimidade e doutrina

Corrigir, repreender, exortar não significa ser ignorante. Por isso Paulo lembra: faça tudo isso com longanimidade. Ninguém tá na igreja para ouvir grito de pastor. É como se Paulo dissesse: “seja sério, faça o que tem que fazer, repreenda, corrija, exorte, sem, contudo, PERDER A DOÇURA, que era própria de Jesus, aliás.

Mas a exortação, deve ser dentro da palavra. Pastor, não venha dar sua opinião, não venha contar suas experiências, porque elas não interessam a igreja de Deus. Dê doutrina, que é o estudo da palavra, para o povo.

Estava conversando com uma “pastora” aqui do Jordão e ela estava me dizendo “como o seu testemunho, sua história de vida tinha salvado muita gente”. Prontamente eu disse: faça isso não irmã! Sua vida não interessa pra ninguém. Pregue a palavra, ensine a palavra. Suas experiências com Deus são suas e o povo  não precisa delas.

CONCLUSÃO: 

Interessante que depois de dar esses 4 conselhos a Timóteo, Paulo diz: Timóteo faça tudo isso que eu disse, mas saiba de uma coisa: SEGUINDO ESSES 4 CONSELHOS VOCÊ VAI TER ALGUNS PROBLEMAS NA IGREJA. Seguindo esses conselhos você terá muitas aflições.
V.3,4 (LER)

Em seguida Paulo relembra: APESAR DE TODOS OS PROBLEMAS, SEGUIR ESSES CONSELHOS É SEU PAPEL. TEM A VER COM O MMISTÉRIO QUE VOCÊ ESCOLHEU. OU ENTÃO PEÇA PRA SAIR.

NÃO NEGOCIE A PALAVRA DE DEUS. O CERTO É CERTO. O ERRADO É ERRADO.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

POR QUE DEVEMOS ACREDITAR NA BÍBLIA? Palestra do Drº Augustos Nicodemus Lopes.

 A Confissão de Fé de Westminster, importante documento Cristão de declaração de Fé, do século XVII, sobre a Bíblia, faz as seguintes afirmações, no Capítulo I - Da Escritura Sagrada:

I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo. Referências - Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19.

IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus. Ref. II Tim. 3:16; I João 5:9, I Tess. 2:13.

V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações. Ref. I Tim. 3:15; I João 2:20,27; João 16:13-14; I Cor. 2:10-12.

VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas. Ref. II Tim. 3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14.

VII. Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvação, em um ou outro passo da Escritura são tão claramente expostas e explicadas, que não só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas. Ref. II Pedro 3:16; Sal. 119:105, 130; Atos 17:11.

VIII. O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e assim em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal; mas, não sendo essas línguas conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas Escrituras e que deve no temor de Deus lê-las e estudá-las, esses livros têm de ser traduzidos nas línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem, a fim de que a palavra de Deus, permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável e possuam a esperança pela paciência e conforto das escrituras.
Ref. Mat. 5:18; Isa. 8:20; II Tim. 3:14-15; I Cor. 14; 6, 9, 11, 12, 24, 27-28; Col. 3:16; Rom. 15:4.

IX. A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente. Ref. At. 15: 15; João 5:46; II Ped. 1:20-21. 

X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura. Ref. Mat. 22:29, 3 1; At. 28:25; Gal. 1: 10.

Não deixe de assistir a palestra do Drº Augustus Nicodemus Lopes:

http://www.youtube.com/watch?v=CKVTWelt-TQ

terça-feira, 1 de outubro de 2013

REFORMA PROTESTANTE: 496 ANOS DEPOIS. O QUE MUDOU E O QUE NÃO MUDOU?


O movimento Religioso do Século XVI, que ficou conhecido como Reforma Protestante, intentava trazer a então autêntica Igreja de Cristo de volta às Escrituras Sagradas. Naquela ocasião, mais uma vez, a exemplo de muitos momentos registrados na Bíblia, a Igreja estava completamente desviada, completamente distanciada dos preceitos Escriturísticos. 

O que levou a igreja a tal situação? Outras vozes começaram a ecoar como respostas válidas em matéria de fé e de prática. A igreja não perguntava mais o que a Bíblia achava acerca desse ou daquele assunto. Mas isso não ocorreu de uma hora para outra. Pequenas concessões acabaram desviando completamente a autêntica Igreja de Cristo, abrindo, assim. caminho para grandes aberrações.

Tudo começou com coisas aparentemente sem importância, sob o olhar atento, porém passivo, da liderança da igreja, que por puro "pragmatismo" acabou permitindo tais inovações.

Mas não é exatamente o que ocorre hoje?

Vejamos um exemplo simples e claro:

Qual é o critério bíblico de arrecadação de verbas para a manutenção da obra de Deus na terra? Dízimos e ofertas, só. A igreja de hoje tem seguido esse princípio? Há igrejas vendendo roupas e cacarecos velhos - nos  chamados baratilhos - para a arrecadação de fundos. Há igrejas vendendo tapioca, cocada, bolo, milho e até pão doce. Tem igreja, pasmem, fazendo bingo e vendendo rifas, como uma espécie de "complementação de renda". Sem contar as taxas cobradas pelas sociedades de jovens, senhoras e adolescentes. Você conhece alguma igreja assim? Tudo isso, caros leitores, com a conivência e aprovação de suas lideranças. Essas pequenas e "inofensivas" concessões abrem um gravíssimo precedente para o desvio total e absoluto. O problema é que essas concessões mudam, radicalmente, o eixo central daquilo que deve nortear nossa fé e nossa prática. Em lugar da bíblia, questões circunstanciais e de necessidade. Parece besteira, mas não é.

Nesse sentido, a história parece seguir uma rota cíclica que mais parece a reprise de um filme de terror. No VT, por exemplo,  temos registrado histórias inacreditáveis de desvios do verdadeiro povo de Deus. O autêntico povo de Deus chegou ao ponto de sacrificar seus próprios filhos a outros deuses. Mas, repito: o desvio deles não começou com essa prática absurda!

Já aqui temos uma lição importantíssima: O desvio do povo de Deus já aconteceu no passado e nada impedirá que ocorra novamente, na mesma intensidade ou pior, se percorrido o mesmo caminho. E agora, parece, já estamos nele. Precisamos sair urgentemente.

Penso que a Igreja brasileira chamada "evangélica", especialmente em suas vertentes pentecostais e neopentecostais, está seguindo o mesmíssimo caminho da Igreja Romana Medieval. Está começando (aliás, já está em estado bem avançado) a não mais perguntar o que a Bíblia tem a dizer em matéria de fé e de prática. Já as igrejas protestantes históricas, com inveja do crescimento dessas igrejas, começaram a abrir mão das antigas doutrinas da graça e, em muitos casos, já não há mais diferença entre uma e outra.

O que mudou em 496 anos da Reforma Protestante? 

A igreja chamada "protestante" virou "evangélica" e agora está fazendo o caminho inverso dos Reformadores e se aproxima a largos passos do paganismo e do Romanismo medieval pré-reforma.

Já na Igreja Católica Apostólica Romana, nada ou pouca coisa mudou. Os mesmos erros apontados pelos Reformadores do século XVI ainda perduram; ora de forma clara, ora camuflados, a exemplo das indulgências.

Veja o vídeo abaixo e tire suas próprias conclusões. Confesso que fiquei abismado em saber que a Igreja Católica "manda cultuar homens e anjos". Sinceramente, na minha ingenuidade, eu achava que "não era bem um culto". Pelo menos acreditava nessa explicação. Mas o padre Paulo Ricardo, apresentador do "A resposta Católica" tirou todas as minhas dúvidas. Os católicos realmente "cultuam mesmo" outros seres. Quebram de forma acintosa o mandamento do Deus altíssimo, que proíbe de forma clara e inequívoca tal prática: "Não as adorarás [nem] lhes darás culto" (Êxodo 20:5).


A verdade é que o Catolicismo Romano abandonou a Bíblia como regra única de fé e de prática. No lugar dela, com a mesma autoridade ou ainda maior, abraçou a tradição e as bulas papais. O resultado disso é o inevitável desvio. 

Mas, como "evangélicos", não devemos tripudiar sobre essa queda. Do jeito que as coisas estão, logo logo nos encontraremos no mesmo fundo do poço.

Lutemos, portanto, para evitar esse fim trágico. Não há mais novos Luteros e profetas como João Batista entre nós. Ninguém mais terá coragem de fixar uma "tese" sequer na porta de sua igreja. Se a igreja, como instituição, insistir por esse caminho, virará a nova Roma. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

RECADINHO DO PAPA FRANCISCO AOS PASTORES

Lutero costumava dizer: "a verdade é verdade até na boca do diabo". Você, pastor, que acha que o Papa Francisco não tem nada a lhe ensinar, ouça com atenção as palavras que ecoam no coração dos "fiéis", independentemente de sua orientação religiosa. 

Não seja reticente só porque é um Papa que está lhe dando uma lição. Afinal, não foi usando como exemplo satanás que Jesus nos ensinou uma importante lição sobre união?

“Então, convocando-os Jesus, lhes disse, por meio de parábolas: Como pode Satanás expelir a Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode subsistir; se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir. Se, pois, Satanás se levantou contra si mesmo e está dividido, não pode subsistir, mas perece” (Marcos 3:23-26).
 
Apenas ouça e reflita. Não deixe sua mente cartesiana dizer-lhe que não és "sacerdote" ou mesmo que desvie sua atenção para o argumento do "sacerdócio universal dos crentes" (os pastores sabem o motivo dessa recomendação). Então, quando ele diz "sacerdote", entenda como líder religioso - pastor, padre e os demais. 

Também não desvie sua atenção para as "figurinhas carimbadas" dos "tele-pastores", a exemplo de Valdemiro Santiago, Edir Macedo, R.R Soarres, Terra Nova, Estevam e Sônia Hernandes e tantos outros. Sobre esses, como já sabemos, não é preciso dizer mais nada, muito embora o recado vá pra eles também.

O recadinho de Francisco vai principalmente para muitos pastores de muitas igrejas sérias, de diferentes denominações. Aqueles e aquelas que estão acima de qualquer suspeita. 

Sabe aqueles que vivem viajando para o exterior? Aqueles que vivem postando fotos de seus possantes no facebook? Aqueles que só usam roupas de marca? Relógios caríssimos? Aqueles que moram muitíssimo bem, obrigado? Aqueles que desfrutam regaladamente de grandes eventos promovidos com o dinheiro de dízimos e ofertas dos membros das igrejas? Aqueles que se hospedam em hotéis caros quando são convidados para pregar? Aqueles que acordam de 11:00hs do dia e ainda comem do bom e do melhor? Pois é, é pra eles também. Será que seus ouvidos permitirão ouvir essa "pregação profética", no melhor sentido da palavra ou já estão tão obtusos que só conseguem ouvir o ronco de suas próprias barrigas?

Não se preocupe, o vídeo é curtíssimo. Sabemos que os senhores não têm muito tempo a perder com isso.


Ah!, antes que os senhores me acusem: isso aqui não se trata de apologia à pobreza. Não se trata de uma postura Franciscana. Os senhores sabem do que estamos tratando aqui.

Fica a dica!

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