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sexta-feira, 19 de junho de 2009

AS TRÊS IGREJAS SEM NOME

Qual o “nome” de sua igreja? Como bem sabemos existe uma infinidade de nomes de igrejas, desde os mais esquisitos como “Igreja Bola de Neve” e “Igreja Pentecostal Cuspe de Cristo” até aos mais conhecidos como “Igreja Batista”, “Assembléia de Deus”, etc.

A revista Eclésia, em sua edição Nº 91, publicou uma reportagem sob o título “Igrejas para todos os gostos” onde lista mais de 70 nomes estranhos de igrejas. Dentre os citados nessa matéria destacamos alguns:

“Congregação Anti-Blasfêmia”, “Igreja Chave do Édem”, “Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo”, “Igreja da Pomba Branca”, “Igreja ‘A’ de Amor”, “Igreja E.T.Q.B (eu também quero benção)”, “Igreja Pentecostal do Pastor Sassá” e por aí vai. A lista completa pode ser conferida no seguinte endereço:
Você sabia que existem três igrejas sem “nome”?

O termo (igreja) “Presbiteriana” faz referência a uma das formas existentes de “governo eclesiástico” e não ao nome (propriamente dito) de uma igreja. O dicionário Houaiss dá a seguinte definição desse termo: “sistema eclesiástico preconizado por Calvino, que dá o governo da igreja a um corpo misto (de pastores e leigos)”. Essa definição está em harmonia com a CI-IPB artigo 8: “O governo e a administração de uma igreja local competem ao Conselho, que se compõe de pastor ou pastores e dos presbíteros”. Em síntese, de “Presbiteriana” entende-se por aquela igreja que adota o sistema de governo eclesiástico “Presbiterial”, também conhecido como “Representativo” ou “Parlamentarista”, onde “alguns” são eleitos por “todos” para governar e administrar a igreja local. Esse sistema de governo, “originalmente apenas eclesiástico”, é utilizado também pelos governos seculares, em países democráticos, e aceito como a forma de governo mais justa, até agora conhecida.

As outras duas igrejas sem “nome” são: Igreja Episcopal, que também faz referência a um tipo de regime de governo onde “um” governa “todos” e Igreja Congregacional, que igualmente refere-se a uma forma de governo, onde “todos” governam.

Infelizmente a falta de conhecimento dos padrões de governo e fé da IPB têm levado muitos pastores e conselhos a erros primários. Não é muito raro sabermos de histórias de pastores que agem como verdadeiros “epíscopos”, passando por cima dos conselhos e dos presbíteros, cometendo torpezas que vão desde ordens descabidas à disciplinas inconstitucionais (e que muitas vezes são acatadas por todos pela simples falta de conhecimento).

Por outro lado, muitos conselhos acabam transmutando a IPB em verdadeiras igrejas “congregacionais”, no que diz respeito ao seu “governo”. Há conselhos que não tomam uma decisão importante sequer sem antes consultar a igreja, num flagrante de descaracterização do ofício para o qual a própria igreja já o elegeu: governá-la e administrá-la. Somos “Presbiterianos” (os que adotam a forma de governo “Presbiterial” ou “Representativa”) não por uma opção ao acaso, mas porque entendemos que é a forma de governo eclesiástico que as escrituras ensinam: “Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi” (Tito 1:5 além de muitas outras referências). Esperamos colaborar cada vez mais para a criação de uma “cidadania presbiteriana”, com todos – Pastores, Presbíteros, Diáconos e demais membros – conscientes de seus “direitos” e “deveres” enquanto membros da IPB, a fim de construirmos uma igreja cada vez mais justa, propósito principal da nossa forma de governo.

terça-feira, 9 de junho de 2009

IDEOLOGIA, CULTURA DE MASSA E INDÚSTRIA CULTURAL



Por definição geral, Ideologia é o conjunto de idéias, pensamentos, doutrinas e visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas e que conduz os homens à ação.


Ideologia é um Fenômeno complexo que privilegia a aparência das coisas. Ela encobre ou dificulta o conhecimento da realidade social, não nos deixando vê-la como é.


Segundo André Pessoa, “As ideologias não buscam a verdade, e sim o poder. Extraem da realidade somente aquilo que lhes é útil, para compor sua argumentação baseada em meias-verdades ou verdades distorcidas, com vistas a alcançar, a médio ou longo prazo, seus interesses” (http://www.portaldafamilia.or/).


Ideologia é o grande sofisma social a transformar as chagas em flores, e as justiças em rituais rotineiros (LEITE, 2007).


A ideologia emerge das instituições em geral (escola, família, Estado, religião, Empresas, Associações) que estabelecem normas para as relações sociais, por meio de agentes definidos: políticos, pastores, padres, patrões, pais etc). Mas, ao mesmo tempo que emerge dessas instituições, ela também imerge, no sentido de fazer com que elas se mantenham exatamente como estão, sem modificações profundas, o que garantirá a perpetuação dos indivíduos ou grupos que já estão n poder.


Marilena Chauí, analisando a questão da Ideologia afirma que “A função principal da ideologia é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas, dar-lhes a aparência de indivisão e de diferenças naturais entre os seres humanos. Indivisão: apesar da divisão social das classes, somos levados a crer que somos todos iguais porque participamos da idéia de “humanidade”, ou da idéia de “nação’ e “pátria”, ou da idéia de “raça”, etc. Diferenças naturais: somos levados a crer que as desigualdades sociais, econômicas e políticas não são produzidas pela divisão social das classes, mas por diferenças individuais dos talentos e das capacidades, da inteligência, da força de vontade maior ou menor”.


Argumenta ainda que “ A produção ideológica da ilusão social tem como finalidade fazer com que todas as classes sociais aceitem as condições em que vivem, julgando-as naturais, normais, corretas, justas, sem pretender transformá-las ou conhecê-las realmente, sem levar em conta que há uma contradição profunda entre as condições reais em que vivemos e as idéias”.


A idéia de Pátria, constantemente esconde e ao mesmo tempo demonstra a existência de ideologias. “Essa concepção é marcada por “apropriações” (alguns se acham donas da pátria); “manipulações” (as ações são conduzidas pelos interesses dominantes); por “Interpretações” (explicam-na de acordo com suas convêniências)”, conforme (CORDI, 2007).


Karl Marx, costumava dizer que a Ideologia era um “instrumento de dominação que age através do convencimento (e não da força), de forma prescritiva, alienando a consciência humana e mascarando a realidade”.


Em sua teoria, Marx “concebe a mesma como uma consciência falsa, proveniente da divisão do trabalho manual e intelectual. Nessa divisão, surgem os ideólogos ou intelectuais que passam através de idéias impostas a dominar através das relações de produção e das classes que esses criam na sociedade” (FEUERBACH, 2002).


“Os homens fazem a História, mas o fazem em condições determinadas”, isto é, que não foram escolhidas por eles. Os homens fazem a História, mas não sabem que a fazem” (Karl Marx).


Cordi, também abordando esse assunto, afirma que “Semelhantemente a uma máscara, a ideologia encobre o conhecimento, retardando-o. Não nos deixa ver a realidade como é de fato. Vivemos mergulhados em ideologia e não nos damos conta disso. A partir dela pensamos, embora nem sempre pensamos sobre ela” (CORDI, 2007).


Um exemplo de “descoberta de ideologia do Estado” que tem sido sempre citada é o caso dos “caras pintadas”, no impeachtment de Collor. Eles “denunciaram” a idéia marqueteira de pátria e patriotismo que emanava do circuito do poder.


Mas, será que de fato foi isso que ocorreu? Será que os “Caras pintadas” não estavam sendo, na verdade, manipulados, ideologicamente, por grupos poderosos - econômicos e políticos -, que tinham interesses que foram atrapalhados por Collor?


Em última análise, a Ideologia pode ser comparada à uma “Teoria da Conspiração”.


1.1 ESCOLA DE FRANKFURT


A Escola de Frankfurt é nome dado a um grupo de filósofos e cientistas sociais de tendências marxistas que se encontram no final dos anos 1920. A Escola de Frankfurt se associa diretamente à chamada Teoria Crítica da Sociedade. Deve-se à Escola de Frankfurt a criação de conceitos como "indústria cultural" e "cultura de massa".

1.1.1 CULTURA DE MASSA

Chama-se cultura de massa toda cultura produzida para as massas — a despeito de heterogeneidades sociais, étnicas, etárias, sexuais ou psicológicas — e veiculada pelos meios de comunicação de massa.


Como conseqüência das tecnologias de comunicação aparecidas no século XX, e das circunstâncias geopolíticas configuradas na mesma época, a cultura de massa desenvolveu-se a ponto de ofuscar os outros tipos de cultura anteriores e alternativos a ela.


Antes de haver a linguagem do cinema, rádio e TV, falava-se em cultura popular, em oposição à cultura erudita das classes aristocráticas; em cultura nacional, componente da identidade de um povo; em cultura clássica, conjunto historicamente definido de valores estéticos e morais; e num número tal de culturas que, juntas e interagindo, formavam identidades diferenciadas das populações.


A chegada da cultura de massa, porém, acaba submetendo as demais “culturas” a um projeto comum e homogêneo — ou pelo menos pretende essa submissão. Por ser produto de uma indústria de porte internacional (e, mais tarde, global), a cultura elaborada pelos vários veículos então surgentes esteve sempre ligada intrinsecamente ao poder econômico do capital industrial e financeiro. A massificação cultural, para melhor servir esse capital, requereu a repressão às demais formas de cultura — de forma que os valores apreciados passassem a ser apenas os compartilhados pela massa.


1.1.2 INDÚSTRIA CULTURAL


Termo cunhado pelos filósofos e sociólogos alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), membros da Escola de Frankfurt. O termo aparece na obra Dialética do Esclarecimento), de 1947.


Neste capítulo os autores analisam a produção e a função da cultura no capitalismo. Os autores criaram o conceito de Indústria Cultural para definir a conversão da cultura em mercadoria. O conceito não se refere aos veículos (televisão, jornais, rádio...), mas ao uso dessas tecnologias por parte da classe dominante. A produção cultural e intelectual passa a ser guiada pela possibilidade de consumo mercadológico.

O vídeo a seguir trata da ideologia sendo repassada por meio de mensagens subliminares. As crianças são as maiores vítimas desse tipo de "imposição doutrinária". Os meios de comunicação também utilizam - explicita ou sorrateiramente - esse tipo de metodologia de "formação de identidade". Poderíamos classificar como "covardia" esse método, porque é algo que não possibilita a negação ou a rejeição; simplesmente nosso sub-consciente capta as informações, quer queiramos ou não. A Rede Globo, por exemplo, está totalmente empenhada na divulgação da "normalidade" da homoxessualidade e do espiritismo. Não se trata, neste momento, de juízo de valores (certo ou errado), mas de ser justo ou não um veículo tão poderoso empenhar-se, na maioria de seus programas e novelas, na divulgação "subliminar" desses ideais. Tudo isso explica adolescentes (homem com homem e mulher com mulher) se permitirem beijar, uns aos outros, em plena parada de ônibus repleta de pessoas. Mas, o que evidencia mais ainda essa "cultura da normalidade" é que as pessoas já não estão mais olhando com um olhar diferenciado ou até de reprovação. Tudo passa a ser ideologicamente normal.




sábado, 6 de junho de 2009

NOÇÕES DE HISTÓRIA DA FILOSOFIA


PERÍODO PRÉ-FILOSÓFICO OU MITOLÓGICO
É um erro pensar que as pessoas que viveram nesse período (antes do Século VII a.C) não eram pessoas questionadoras - ainda que num nível elementar - pois essa é uma característica peculiar do ser humano. A criança, por exemplo, já nasce com o “espírito filosófico”, direcionando suas infindáveis perguntas e questionamentos sobre tudo o que consegue ver. Aos poucos, sem perceber, os próprios pais, e depois a sociedade, começam a calar esse “espírito inquiridor”, conformando-o ao sistema já existente. Em última análise, nascemos “filósofos” e somos forçados a abandonar esse modelo de vida. O que, de fato, diferencia as pessoas que viveram nesse período - que classificamos como pré-história da filosofia - não são as perguntas, os questionamentos. Esses são sempre os mesmos em qualquer época. O que muda são as respostas. Aqui as respostas às inquietações do homem são trazidas pelos mitos e pelas religiões primitivas. Essas respostas, ainda que, geralmente, sem logicidade e com forte apelo dogmático, são suficientes para calar os anseios e os medos do homem, diante de manifestações portentosas da natureza. Como explicar o trovão? Devo ter medo? Representa um perigo para minha vida? O que devo fazer para não correr riscos? O que é essa manifestação? Notem que são perguntas investigativas, questionadoras, de alguém que quer conhecer um fato/fenômeno novo. O mito nórdigo do “Poderoso Thor” é um bom exemplo desse tipo de resposta mítica. Segundo essa mitologia, a explicação para o fenômeno do trovão é a seguinte:

“Thor cruzava os céus num carro puxado por dois bodes. Quando navegava agitando o seu martelo, provocava raios e trovões. A palavra «trovão» – Thor-don em norueguês - significa o rugido de Thor. Desse modo a mitologia de Thor explicava o relâmpago, o trovão e a chuva. Os homens ficavam mais tranqüilos porque estavam «entendendo» alguma coisa do seu dia e vida e do mundo. Trovão, relâmpago e chuva no agito do martelo do deus faziam os campos crescerem. Ele era considerado o deus da fertilidade! Assim, como conseqüência do seu imenso martelo as sementes germinavam. Ninguém sabia como germinavam, mas a chuva era fundamental. O Thor mais ainda. Estavam unidos. Um deus popular e importante no tempo dos vikings”. Para saber mais sobre Thor, acesse: http://www.jornaldapaulista.com.br/site/page.php?key=849).

Para relembrar:


Segundo Eliade “dizer um mito é proclamar o que se passou na origem. Uma vez dito, o mito torna-se verdade: funda a verdade absoluta. O mito conta uma história sagrada. - É assim, porque foi dito que é assim, declaram os Eskimós, afim de justificarem a validade da sua história sagrada e de suas tradições religiosas” (CORDI, 2008, p.14).

Uma característica peculiar dos mitos é a aceitação dogmática de seu relato. São consideradas verdades absolutas porque, geralmente, quem trás o relato tem algum tipo de autoridade religiosa reconhecida. Os fatos são passados de forma hereditária e as pessoas vão absorvendo essas as respostas sem maiores questionamentos, o que é próprio dos dogmas, que existem para serem aceitos e não questionados.

Veja também o vídeo que demonstra de forma bem interessante como se dá o processo de aceitação da verdade mitológica. Demonstra as pessoas formatando suas atitudes, medos, crenças e abrandamento das causas de seus medos, com base no que foi relatado por seus antecessores. Geralmente, essas crenças estão associadas a fenômenos da natureza, como relâmpagos, trovões, chuvas ou ainda a sacrifícios requeridos por certas "divindades". Observe a atitude da tribo e suas cerimônias:



PRIMEIRA RUPTURA DE PARADIGMAS

Referimo-nos, quando falamos em “primeira ruptura”, à mudança radical que houve entre o período mitológico e a primeira era da história da filosofia: A antiga.

Chauí, em sua obra “Convite à filosofia”, faz uma pergunta muito pertinente com relação a essa transição do modo mítico de explicação dos objetos/fenômenos para o modo filosófico. Diz ela: “A filosofia nasceu realizando uma transformação gradual nos mitos gregos ou nasceu por uma ruptura radical com os mitos?” (CHAUÍ, 2006, p.34).

A essa pergunta respondemos que houve, de fato, uma ruptura radical e absoluta; uma verdadeira mudança de paradigma, uma forma completamente nova de respostas. Os primeiros filósofos não aceitavam mais as respostas pré-fabricadas, anteriormente fornecidas pelos mitos e religiões primitivas.

O vídeo a seguir demonstra as principais diferenças entre o pensamento mítico e o pensamento filosófico, chamando a atenção para a impossibilidade de aceitação simultânea dessas duas formas de pensamento:



1. NOÇÕES DE HISTÓRIA DA FILOSOFIA

Sinteticamente a História da Filosofia poderá ser dividida da seguinte forma: 

PERÍODO PRÉ-FILOSÓFICO

1.1 HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA
1.1.1 PERÍODO PRÉ-SOCRÁTICOS
1.1.2 PERÍODO SOCRÁTICO OU CLÁSSICO
1.1.3 PERÍODO PÓS-SOCRÁTICO

1.2 HISTÓRIA DA FILOSOFIA MEDIEVAL
1.2.1 PATRÍSTICA
1.2.2 ESCOLÁSTICA
1.3 HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA/CONTEMPORÂNEA

Um fato digno de registro é que, cada período da história da filosofia, possui uma ênfase específica.
Essa ênfase não era definida pelos filósofos. Eles apenas observavam o que estava preocupando o povo e pensavam a respeito do assunto. Isso denota, de forma muito clara, que os filósofos eram pessoas “antenadas” com os seus respectivos momentos históricos. Significa dizer (o fato de cada período da história da filosofia possuir uma ênfase específica) que eles eram pessoas preocupadas em contribuir, com suas reflexões, para suas respectivas sociedades e que não eram pessoas alienadas, como ingenuamente supõem alguns.

Para entendemos melhor o processo de produção dos filósofos ao longo dos momentos históricos observemos o seguinte: Qual o critério que utilizaríamos para escolher um assunto para uma abordagem e reflexão filosófica hoje, considerando nossas preocupações? Certamente escolheríamos assunto da violência porque todos concordam que esse é um assunto que mais preocupa a sociedade, no momento. Assim também ocorreu com os filósofos. Pensaram sobre os assuntos específicos do seu contexto social e histórico. Luckesi confirma o que acabamos de expor acima. Diz ele:

Os pensadores trabalhavam filosoficamente sobre as emergências do seu lugar e do seu tempo [...] chegaram a determinadas soluções respondendo às necessidades emergentes de sua circunstância histórica” (LUCKESI, 2004, p.114).

Abordaremos agora, de forma mais detalhada, cada período da história da filosofia: 


1.1 HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA

Os primeiros filósofos romperam, como já dissemos, totalmente com a estrutura mitológica. A filosofia possui tempo e espaço de início muito bem definidos. Nasce na Grécia antiga, no século VI a.C. A filosofia é essencialmente ocidental.

Muito embora alguns historiadores utilizem o termo “filosofia oriental”, para o tipo de construção metafísica do oriente, não há base técnica para reconhecer esse pensamento como filosofia, uma vez que possui uma aproximação extremamente grande com as questões religiosas e, consequentemente, com respostas pré-fabricadas advindas de muitos líderes religiosos “iluminados”, o que é totalmente contrário ao espírito filosófico. Vejamos a opinião de dois ícones da filosofia sobre a impossibilidade de ser o pensamento oriental considerado como filosofia:

“Seja como termo, seja como conceito, a filosofia é considerada pela quase totalidade dos estudiosos como criação própria do gênio dos gregos. Efetivamente, enquanto todos os outros componentes da civilização grega encontram correspondência aos demais povos do oriente (crenças e cultos religiosos, manifestações artísticas....), no que se refere à filosofia nos encontramos diante de um fenômeno tão novo que não somente não encontramos uma correspondência precisa junto a esses povos, mas não há tampouco nada que lhe seja estreita e especificamente análogo. Sendo assim [...] a filosofia constitui novidade que, em certo sentido, é absoluta. Quem não tomar isso em conta não poderá compreender porque, sob o impulso dos gregos, a civilização ocidental tomou uma direção completamente diferente da oriental. Em particular não poderá compreender por que motivo os orientais, quando quiseram se beneficiar da ciência ocidental e de seus resultados, tiveram que adotar também algumas categorias da lógica ocidental. Com efeito, não é em qualquer cultura que a ciência é possível [...] em função de suas categorias racionais, foi a filosofia que possibilitou o nascimento da ciência, e, em certo sentido, a gerou [...]. Está demonstrado historicamente que os povos orientais com os quais os gregos tinham contato possuíam verdadeiramente uma forma de “sabedoria”, feita de convicções religiosas, mitos teológicos e “cosmológicos”, mas não uma ciência filosófica baseada na razão pura. Ou seja, possuíam um tipo de sabedoria análoga à que os próprios gregos possuíam antes de criar a filosofia (REALE, ANTISERI, 1990. p.13).

Ainda sobre essa impossibilidade da existência de uma filosofia eminentemente oriental, Marilena Chauí afirma o seguinte:

“Dizer que a filosofia é tipicamente grega [...] não significa, evidentemente, que outros povos tão antigos ou mais antigos como os chineses, japoneses, árabes, hebreus, não possuíam uma sabedoria [...]. quando se diz que a filosofia é um fato grego, o que se quer dizer é que ela possui certas características, apresenta certa forma de pensar e de exprimir os pensamentos, estabelece certas concepções sobre o que seja a realidade, a razão, a linguagem, a ação, as técnicas, completamente diferentes das de outros povos e outras culturas” (CHAUÍ, 2006. pg.26).

A História da Filosofia Antiga, por sua vez, pode ser subdividida em três períodos menores:

1.1.1 Os Pré-Socráticos – Período Cosmológico
Podemos afirmar que foi a primeira corrente de pensamento filosófico, surgida na Grécia Antiga, por volta do século VII a.C. Os filósofos que viveram antes de Sócrates (Pré-Socrático) se preocupavam muito com o universo e com os fenômenos da natureza (questões cosmológicas). Buscavam explicar tudo através da razão. Essa ênfase se dá devido a proximidade desses filósofos com o período imediatamente anterior – o mitológico -. Nessa época as pessoas ansiavam ainda por respostas ligadas às origens das coisas, à cosmologia. Os principais filósofos pré-socráticos são os seguinte:

Tales de Mileto (624-548 a.C.)
Anaximandro de Mileto (611-547 a.C.)
Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.)
Parmênides de Eléia
Heráclito
Empédocles
Demócrito e a Teoria Atômica
Xenófanes de Colofon
Pitágoras de Samos
Escola Eleática
Empédocles de Agrigento
Leucipo
Anaxágoras de Clazômena

Destacaremos três desses filósofos para conhecermos um pouco mais de suas interessantes teorias:

Tales de Mileto (624-548 a.C.): Tales foi um dos filósofos que acreditava que as coisas têm por trás de si um princípio físico, material, chamado arqué. Para Tales, o arqué seria a água. Tales observou que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a água. Com essa afirmação deduz-se que a existência singular não possui autonomia alguma, apenas algo acidental, uma modificação. A existência singular é passageira, modifica-se. A água é um momento no todo em geral, um elemento. Tales com essa afirmação queria descobrir um elemento físico que fosse constante em todas as coisas. Algo que fosse o princípio unificador de todos os seres.

Heráclito (c. 540-480 a.C.): Heráclito propunha que a matéria básica do Universo seria o fogo. Pensava também que a mudança constante, ou o fluxo, seria a característica mais elementar da Natureza. Podemos talvez dizer que Heráclito acreditava mais do que Parmênides naquilo que percebia. Tudo flui, disse Heráclito. Tudo está em fluxo e movimento constante, nada permanece. Por conseguinte, “não entramos duas vezes no mesmo rio”. Quando entro no rio pela segunda vez, nem eu nem o rio somos os mesmos.

Demócrito (460 a.C): Demócrito foi o primeiro a formular uma Teoria Atômica. Para ele, as transformações que se pode observar na natureza não significavam que algo realmente se transformava. Ele acreditava que todas as coisas eram formadas por uma infinidade de "pedrinhas minúsculas, invisíveis, cada uma delas sendo eterna, imutável e indivisível". A estas unidades mínimas deu o nome de ÁTOMOS. Átomo significa indivisível, cada coisa que existe é formada por uma infinidade dessas unidades indivisíveis.

A importância desses filósofos foi tão grande, como pioneiros, que não deve haver a preocupação se eles estavam certos ou errados em suas teorias. Precisamos entender que estamos diante do “nascedouro” da filosofia, diante de um modelo ainda embrionário. O que realmente importa nesse período é o fato que esses filósofos não aceitavam mais as respostas prontas fornecidas pelos mitos.

Eles mesmos produziam, após muita investigação reflexiva, suas próprias respostas. É realmente impressionante percebermos como alguém, “do zero”, consegue estabelecer as bases para uma das teorias mais importântes da humanidade: a teoria atômica.

Para saber mais sobre os pré-socráticos acesse:
http://www.consciencia.org/pre_socraticos.shtml 

1.1.2 Período Clássico ou Socrático
Os séculos V e IV a.C. na Grécia Antiga foram de grande desenvolvimento cultural e científico. O esplendor de cidades como Atenas, e seu sistema político democrático, proporcionou o terreno propício para o desenvolvimento do pensamento. É a época do grande pensador Sócrates. Ele começa a pensar e refletir sobre o homem (questões antropológicas). Para ele, a verdade está ligada ao bem moral do ser humano. Ele não deixou textos ou outros documentos, desta forma, só podemos conhecer as idéias de Sócrates através dos relatos deixados por Platão, que foi discípulo de Sócrates e defendia que a realidade não estava no físico, no palpável e sim no mundo das idéias. Os pensadores teriam a função de entender o mundo da realidade, separando-o das aparências. Platão desenvolveu a famosa “alegoria da caverna” com o objetivo de demonstrar o que aconteceu com Sócrates, que foi condenado à morte, por tentar abrir os olhos das pessoas contra as várias espécies de manipulações; além disso, nessa alegoria Platão estabelece as bases para sua teoria do conhecimento. Outro grande filósofo desta época foi Aristóteles que desenvolveu os estudos de Platão e Sócrates. Foi Aristóteles quem desenvolveu a lógica dedutiva clássica, como forma de chegar ao conhecimento científico. A sistematização e os métodos devem ser desenvolvidos para se chegar ao conhecimento pretendido, partindo sempre dos conceitos gerais para os específicos.

Nessa época também viveram os Sofistas, de onde surge a palavra sofisma. Sequiosos de conquistar fama e riqueza no mundo. Tornaram-se mestres de eloqüência, de retórica, ensinando aos homens ávidos de poder político a maneira de conseguir, ainda que por meios não lícitos, como o engano pela retórica. Esse legado é absorvido até hoje por muitos políticos. Foram muito combatidos por Sócrates.


1.1.3 Período Pós-Socrático

Está época vai do final do período clássico (320 a.C.) até o começo da Era Cristã, século I d.C, dentro de um contexto histórico que representa o final da hegemonia política e militar da Grécia.

Nesse período há um choque entre os filósofos Pós-Socráticos e o Cristianismo, que estava em pleno crescimento: de um lado os filósofos ensinavam que o mais importante da vida é o prazer; não importando os meios para consegui-lo e do outro o Cristianismo com seus freios éticos e morais.

O ensinamento, principalmente, dos Epicureus, acabam explicando porque temos, nesse período, relatos de homens que ficaram conhecidos como os mais devassos da história da humanidade, a exemplo de Calígula, Nero e tantos outros. Alexandre o grande também é desse período.

É interessante notarmos como a filosofia, diferentemente do que muitos pensam, acaba influenciando, na prática, a vida das pessoas. Destacamos nesse período:

ESTOICISMO: O fundador da escola estóica foi Zenão da ilha de Chipre (334 a. C.). A filosofia é cultivada unicamente em vista da moral, para dar ao homem a virtude e a felicidade. O fim supremo é a virtude. A verdadeira virtude estóica é a indiferença e a renúncia a todos os bens do mundo, os quais não dependem de nós, porquanto nos podem ser tirados, e por conseguinte nos amargurar. Todo o nosso conhecimento deriva dos sentidos. Os estóicos como, por exemplo, Marco Aurélio e Sêneca, defendiam a razão a qualquer preço.

EPICUREUS: Fundada por Epicuro que nasceu em Atenas (341 a. C.). Os seguidores dessa corrente afirmam que o fim único da existência é o prazer. Prega o Ateísmo, o universalismo (o ideal do homem sem pátria) o individualismo, mas de uma maneira ainda mais explícita do que os céticos. Não há deuses nem Verdades pelas quais se deva viver ou morrer. O ateísmo e a descrença é, para ele, condição de felicidade humana. O que deve fazer o Homem, segundo Epicuro? Fugir de todo sofrimento, paixão e perturbação (páthos). O homem deve viver para buscar o Prazer (conforme http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia_greco-romana). Há, contudo, uma acusação de que os historiadores cristãos da filosofia tenham transmutado o “prazer” de epiruco em “devassidão”, nos moldes do entendimento cristão de pecado. Mas, o que deve ficar claro é que ainda que essa teoria seja verdade, uma coisa não se pode negar: no mínimo a sociedade da época, principalmente os grandes imperadores romanos e líderes políticos, entenderam o prazer como uma forma de liberação dos “impulsos carnais ligados à toda liberalidade e ao sexo”. Isso se confirma pela grande concentração de pessoas, que tinham acesso a tal literatura, que viviam de forma desregrada e sem nenhum freio “ético ou moral”, buscando todo tipo de prazer; sexual, inclusive, a exemplo de Calígula.

CETICISMO : de acordo com os pensadores céticos, a dúvida deve estar sempre presente, pois o ser humano não consegue conhecer nada de forma exata e segura.

Um fato digno de registro demonstra bem esse choque ocorrido entre os filósofos Epicureus e Estóicos e o Cristianismo: é o fervoroso debate ocorrido entre o Apóstolo Paulo e esses filósofos. Um texto histórico riquíssimo, relatado nas Escrituras no livro de Atos dos Apóstolos 17:1-34, apresenta-nos esse debate filosófico (Paulo tem status de filósofo até mesmo para a academia):

“Tendo passado por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio. Alguns deles foram persuadidos e unidos a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos piedosos e muitas distintas mulheres. Os judeus, porém, movidos de inveja, trazendo consigo alguns homens maus dentre a malandragem, ajuntando a turba, alvoroçaram a cidade e, assaltando a casa de Jasom, procuravam trazê-los para o meio do povo. Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui, os quais Jasom hospedou. Todos estes procedem contra os decretos de César, afirmando ser Jesus outro rei. Tanto a multidão como as autoridades ficaram agitadas ao ouvirem estas palavras; contudo, soltaram Jasom e os mais, após terem recebido deles a fiança estipulada. E logo, durante a noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia; ali chegados, dirigiram-se à sinagoga dos judeus. Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim. Com isso, muitos deles creram, mulheres gregas de alta posição e não poucos homens. Mas, logo que os judeus de Tessalônica souberam que a palavra de Deus era anunciada por Paulo também em Beréia, foram lá excitar e perturbar o povo. Então, os irmãos promoveram, sem detença, a partida de Paulo para os lados do mar. Porém Silas e Timóteo continuaram ali. Os responsáveis por Paulo levaram-no até Atenas e regressaram trazendo ordem a Silas e Timóteo para que, o mais depressa possível, fossem ter com ele. Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade. Por isso, dissertava na sinagoga entre os judeus e os gentios piedosos; também na praça, todos os dias, entre os que se encontravam ali. E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele, havendo quem perguntasse: Que quer dizer esse tagarela? E outros: Parece pregador de estranhos deuses; pois pregava a Jesus e a ressurreição. Então, tomando-o consigo, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos saber que nova doutrina é essa que ensinas? Posto que nos trazes aos ouvidos coisas estranhas, queremos saber o que vem a ser isso. Pois todos os de Atenas e os estrangeiros residentes de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades. Então, Paulo, levantando-se no meio do Areópago, disse: Senhores atenienses! Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos; porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração. Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem. Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos. Quando ouviram falar de ressurreição de mortos, uns escarneceram, e outros disseram: A respeito disso te ouviremos noutra ocasião. A essa altura, Paulo se retirou do meio deles. Houve, porém, alguns homens que se agregaram a ele e creram; entre eles estava Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e, com eles, outros mais”.
Para saber mais sobre esse debate, acesse:
http://www.monergismo.com/textos/apologetica/Alan_Myatt_Apologetica5.pdf


1.2 HISTÓRIA DA FILOSOFIA MEDIEVAL

O pensamento na Idade Média foi muito influenciado pela Igreja Católica Romana[1]. Não é nenhum exagero afirmar que a igreja dominava todas as áreas do conhecimento. Desta forma, o teocentrismo acabou por definir as formas de sentir, ver e também pensar durante o período medieval.

Nesse momento a igreja é a responsável por dizer o que é e o que não é a verdade. Ou seja, há um retorno a uma situação muito semelhante ao período pré-filosófico, onde os mitos e as religiões primitivas também agiam dessa forma. Não precisamos mencionar o grande número de pessoas que foram queimadas vivas por discordarem da Igreja. Muitos padres e religiosos, inclusive.

Chamamos a atenção para a ausência de ruptura com o período imediatamente anterior (Filosofia Antiga). Os filósofos dessa época aceitavam, como grande contribuição, os escritos dos filósofos da antiguidade, tanto é assim que a ênfase desse período é justamente a tentativa de conciliar Fé e Razão, ou seja, os escritos filosóficos produzidos na antiguidade com as Escrituras Sagradas.

Esse período também pode ser subdividido da seguinte forma:

1.2.1 Patrística:

Período dos primeiros líderes do cristianismo pós era apostólica, chamados de “pais da igreja”, de onde vem a palavra Patrística. Destaca-se nesse período o grande filósofo Agostinho de Hipona, que viveu em meados do século IV d.C. Nesse momento ainda não temos a Igreja Católica Apostólica Romana com a configuração que temos hoje. Podendo ainda ser considerado como cristianismo primitivo. Essa configuração só acontece no século V d.C, com a chamada “pretensão Petrina” (ver nota 1).


1.2.2 Escolástica

A Escolástica representa o último período do pensamento cristão, que vai do começo do século IX até o fim do século XVI, isto é, da constituição do sacro romano império bárbaro, ao fim da Idade Média, que se assinala geralmente com a descoberta da América (1492). Este período do pensamento cristão se designa com o nome de escolástica, porquanto era a filosofia ensinada nas escolas da época, pelos mestres, chamados, por isso, escolásticos. Destaca-se, nesse período, Tomas de Aquino.


PERÍODO DE TRANSIÇÃO: RENASCIMENTO

Esse período que classificamos de transição é o período da Renascença. É Caracterizado por não ser da idade média nem da idade moderna; uma transição de fato que acabou culminando com a Reforma Protestante do século XVI, apesar disso, muitos historiadores consideram o Renascimento como parte integrante da Filosofia Moderna. Para saber mais sobre esse período que culminou com a reforma protestante acesse: http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento

SEGUNDA RUPTURA DE PARADIGMAS

Chamamos de segunda ruptura de paradigmas, a repulsa dos filósofos da modernidade pela produção filosófica do período imediatamente anterior, isto é, Filosofia Medieval, período que foi, inclusive, denominado de “idade das trevas”. Os filósofos modernos não aceitavam mais os pressupostos e as respostas pré-fabricadas pela igreja romana. Mais uma vez o homem se lança a buscar as próprias respostas para seus questionamentos. Isso denota uma clara ruptura, completa e absoluta, com o paradigma imediatamente anterior.

1.3 HISTÓRIA DA FILOSOFA MODERNA/CONTEMPORÂNEA

Com o Renascimento Cultural e Científico, o surgimento da burguesia e o fim da Idade Média, as formas de pensar sobre o mundo e o universo ganham novos rumos.

A definição de conhecimento deixa de ser religiosa para entrar num âmbito racional e científico. O teocentrismo é deixado de lado e entre em cena o antropocentrismo (homem no centro do Universo ).


Todo esse período, que vai do século XV a pelo menos o século XVIII, muito embora alguns historiadores costumem incluir ainda o século XIX, que tem, de fato, a “cara” da modernidade, pode ser traduzido em uma única palavra: HUMANISMO. Evidentemente que o humanismo não é exclusividade da modernidade, contudo, em nenhum outro período ele deixou traços tão marcantes.



O Humanismo, como esse traço marcante, surgiu em 1453 quando Moemé II (1432-1481) invadiu Constantinopla (atual Istambul/Turquia). Isso fez com que muitos pensadores fugissem para a Itália, levando consigo manuscritos de Platão, Plotino, Aristóteles. Já na Itália, inicia-se a retomada da cultura greco-romana, dando início a um movimento importantíssimo, capaz de promover uma mudança de era, “rompendo com o medievalismo e iniciando e a época  moderna da humanidade” (VASCONCELOS, 2011, p.115):

O Humanismo pode, com razão, definir-se pela palavra: o homem potencializado, celebrado, exalado até à divindade, livre de si mesmo, dominador da natureza, senhor do mundo. E, logo, um paganismo ainda mais radical que o antigo, portanto espiritual e interior [...]. Essa é a alma, o significado, não o valor, do Humanismo e da Renascença: uma alma pagã (PADOVANE, 1990, p.261,262).

Podemos afirmar que a modernidade é, também, a inauguração de uma “nova cosmovisão”, que põe de lado o teocentrismo (Deus como centro do universo) e dá ênfase ao antropocentrismo (o homem como centro do universo); 

Essa mudança de paradigma afeta todas as áreas do conhecimento humano, inclusive a teologia. Basta olhar para o histórico debate entre Lutero e Erasmo de Roterdam, um influente humanista, sobre a vontade humana, além da pregação de  Finney (XIX), etc.

Segundo o importante historiador da Filosofia - Humberto Padovani -, A Filosofia Moderna pode ser dividida nos seguintes períodos:

1º Renascença e Reforma (Séculos XV e XVI);
2º Racionalismo (Século XVII),
3º Empirismo (Século XVII e XVIII),;
4º Iluminismo (Século XVIII),
 


PERÍODOS DA MODERNIDADE

1º RENASCIMENTO:

Para muitos historiadores, não há diferença intrínseca entre Humanismo e Renascimento, visto que: ambos valorizam o homem e a natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural. Do ponto de vista da cosmovisão cristã, não há nenhum problema na valorização do homem (coroa da criação) e da natureza, visto que são criação de Deus. O grande problema é o que caracterizou a modernidade: a oposição ao divino.

Diversos fatores contribuíram para esse impulso intelectual, que acabou por provocar a retomada dessa espécie mais acentuada do Humanismo, traduzida, aqui, como Renascimento, embrião da modernidade e a própria Modernidade:

a) Ascensão da burguesia (comerciantes) e declínio do feudalismo (cessão de terras em troca de serviços dos vassalos);  b) A expansão marítima, que modificou a ideia de mundo; E, talvez, o principal deles: c) A Reforma Protestante, iniciada no século XV, que contestou a autoridade da Igreja Católica, “transferindo a autoridade do Papa para a consciência do indivíduo, iluminada pela bíblia”. Conquanto a Reforma Protestante tenha sido fundamental para a ruptura definitiva com a era Medieval, e, consequentemente, para o início de outra era – a modernidade – ela não fez, obviamente, oposição ao divino. Pelo contrário, ela ajudou a entender adequadamente o homem, a natureza e o próprio Deus.

A  Modernidade surge, então, em meio a esse quadro de efervescência cultural, de conquistas de novos continentes, de valorização do ser humano, de Reforma religiosa e, principalmente,  de descobertas científicas (VASCONCELOS, 2011, p.116).

2º RACIONALISMO:

O racionalismo é uma corrente filosófica que concebe a razão como a principal fonte do conhecimento. Apesar de considerar que existe uma interação entre o sujeito cognoscente e o mundo sensível, a experiência sensorial/corporal é secundária e, por vezes, prejudicial ao conhecimento. Assim, no racionalismo, o corpo ocupa um lugar secundário ou é desconsiderado na compreensão dos fenômenos e na apreensão dos significados nas línguas.

Racionalista, Platão considerava a existência de dois mundos: i) o mundo sensível, percebido pelos sentidos e ii) o mundo inteligível, onde está o raciocínio e a intuição. Para ele, quando o homem observa a realidade, ideias inatas, anteriores ao contato cultural, vêm à tona. As coisas do mundo sensível são apenas cópias imperfeitas do mundo das ideias. Diz o filósofo que a alma participou do mundo das ideias antes de integrar-se a um corpo. Depois de integrada e encarnada ao mundo terreno, traz consigo ideias inatas daquele mundo, que se configuram como princípios gerais para a apreensão do conhecimento. Assim, para Platão, nada no mundo físico oferece ao homem o conhecimento real, uma vez que os objetos perceptíveis estão sempre mudando, enquanto suas essências são fixadas. Para conhecer, é preciso ir além do sentido. Tudo aquilo que está ligado à matéria, ao corpo e, portanto, à subjetividade impede a intelecção perfeita.

Considerado o pai do racionalismo moderno, Descartes acredita que a razão pode chegar ao conhecimento da realidade de forma parecida com o conhecimento matemático, em que se verificam princípios gerais desligados do mundo físico e que podem ser deduzidos quando se analisa um objeto ou fenômeno particular. Para Descartes (1979), o que a mente sabe são suas próprias representações ou ideias. O que o ser humano sabe mais intimamente não está em seus corpos, mas na estrutura de suas mentes, na natureza da racionalidade (JOHNSON, 1987, p. xxvi). Esse modelo de pensamento exclui, então, o corpo de suas considerações, visto que ele – o corpo – introduz elementos subjetivos no estudo da razão, vistos como irrelevantes para a natureza objetiva do conhecimento e do significado[1].


  3º EMPIRISMO:

Empirismo é uma teoria criada dentro da filosofia para afirmar a essência sensorial como parte do conhecimento. Dentro da epistemologia existem vários pontos de vista - o estudo do conhecimento humano juntamente com o racionalismo, o idealismo e o historicismo - e o empirismo faz parte desta gama de estudos, no entanto, atuando em um papel da experiência e da evidência, que inclui a experiência sensorial na formação de ideias inatas ou de tradições.

Os empiristas utilizam como argumento as tradições/costumes que surgem baseados nas relações de experiências sensoriais anteriores. Na filosofia, é a ciência que enfatiza evidências - principalmente pelo fato de se basear em experiências.

É considerada uma parte fundamental do método científico porque considera que todas as hipóteses e teorias devem ser testadas em oposição às observações do mundo atual. Apesar de sensorial, o empirismo atua além do raciocínio à priori, da intuição ou da revelação.

John Locke, considerado o 'pai' desta filosofia, explicitou em seu livro Ensaio sobre o Entendimento Humano, que a mente do homem pode se assemelhar a uma tabula rasa, onde ideias vão sendo gravadas por meio da experiência - e, então, o homem passa a formar sua opinião.

Essa análise empirista da epistemologia dá origem a outras duas ideias: a ideia simples, sobre a qual não se pode estabelecer distinções - como cores, texturas, etc - e a ideia complexa, que seriam associações das ideias simples. Isto daria origem ao conceito abstrato de substância material[2].





4º ILUMINISMO:

O século XVIII assistiu a uma revolução intelectual de enorme importância na História da Humanidade. A ela foi dado o nome de iluminismo ou filosofia das Luzes (na Península Ibérica, recebeu o nome de Ilustração). Por essa razão, o século XVIII é também conhecido como o Século das Luzes. As ideias iluministas caracterizavam-se por alguns princípios fundamentais, a saber: o racionalismo, o natu­ralismo, o liberalismo, a igualdade perante a lei e o anticlericalismo

Aproximação entre racionalismo e empirismo: a síntese kantiana:[3]

Vários filósofos tentaram unir racionalismo e empirismo, mas é em Kant que essa síntese se vê mais produtiva. Kant (1980) postulava que quase todo o conhecimento apreendido pelo homem inicia-se com a experiência. Na introdução da Crítica da razão pura, ele afirma:

Não há dúvida de que todo o nosso conhecimento começa com a experiência; do contrário, por meio de que a faculdade de conhecimento deveria ser despertada para o exercício senão através de objetos que toquem nossos sentidos e em parte produzem por si só suas próprias representações, em parte põem em movimento a atividade de nosso entendimento para compará-las, conectá-las ou separá-las e, desse modo, assimilar a matéria bruta das impressões sensíveis a um conhecimento dos objetos que se chama experiência? Segundo o tempo, portanto, nenhum conhecimento em nós precede a experiência, e todo o conhecimento começa com ela (KANT, 1980, I, 2, p. 23. Grifo do autor).


Como já dissemos, alguns historiadores costumam estender a Modernidade até o século XIX e parece ser lá, ainda por conta da última parte da História da Filosofia Moderna - o Iluminismo, que, direta ou indiretamente, acabou por servir de "maternidade", aonde realmente nasce ou cresce um definitivo “novo homem”, depois de uma longa gestação: um homem autônomo, órfão e ao mesmo tempo assassino de Deus. É um “super-homem” que resolve agora, sozinho, todos os seus problemas.


Foi um período extremamente próspero, tanto para a ciência quanto para a filosofia. As pesquisas agora já não mais tinham freios; não havia mais ninguém para dizer até onde se poderia ir, como na idade média.

Apesar de ter sido um período extremamente fecundo e com grandes nomes da filosofia, destacamos o filósofo Friedrich Nietzsche, pai do humanismo moderno (figura acima).

Ele, em nossa leitura da história, é o filósofo responsável pela “cara da modernidade”. É ele quem estabelece ou quem melhor finca as bases do pensamento “livre-de-Deus”, que é uma característica bem peculiar da modernidade. Vejamos um pouco mais sobre ele:

Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu a 15 de outubro de 1844 (SÉCULO IX). Heidegger disse ter sido Nietzsche o primeiro a conceber metafisicamente o momento em que "o Homem se apressa a assumir o poder na terra na sua totalidade".

Sobre esse novo homem, sobre esse super-homem, recaem pois todas a responsabilidades. Ele não tem mais para quem apelar tal como o último dos homens ainda fazia no santuário em ruínas do seu Deus morto.

O homem Nietzscheniano é um homem auto-suficiente. É um homem que dispensa a existência de um Deus que lhe auxilie. Na verdade, sua filosofia EXALTA o homem e DIMINUI Deus até fazê-lo sumir. Nietzsche é considerado, por sua obra, e pela sua exaltação do homem, como o pai do humanismo moderno.

Não é por acaso que a figura acima lembra o famoso “SUPER-HOMEM”, que surgiu precisamente pela influência da FILOSOFIA HUMANISTA, inclusive de Nietzsche.

É esta a ideia de homem da modernidade e que tem, muitas vezes sido perpetuada também na contemporaneidade.

Adolph Hitler certamente usou uma leitura da filosofia Nietniana de um "super-homem" para basear seus ideais Nazistas. Diz-se que a irmã de Nietzsche, que o acompanhou nos seus últimos tempos de vida, ofereceu a bengala de Nietzsche a Hitler.

Onde está Deus", ele gritava. "Eu devo dizer-lhes. Nós o matamos - vocês e eu. Todos somos assassinos... Deus está morto. Deus continua morto. E nós o matamos (Friedrich Nietzche, Gaia Ciência (1882), parte 125)

Evidentemente que essa ruptura abrupta com o medievo era necessária. Claro que, Em CERTO SENTIDO, Nietzche quando anuncia a “morte de Deus” e Marx quando afirma que a “Religião é o ópio do povo” tinham suas razões.

Ambos viviam ainda sobre a ira dos desmandos da igreja católica da era medieval e isso explica a rispidez. Contudo, podemos afirmar que “USARAM O REMÉDIO CERTO, MAS NA DOSE ERRADA”.

O homem, quer queiramos ou não, é constituído de elemento material, mas também espiritual.

Com as duas guerras mundiais, essa filosofia que norteou a idade moderna ficou enfraquecida e passou um breve período de tempo desacreditada, contudo, ainda é ela quem rege nossos dias. Vivemos sob os mesmos ideais da modernidade. Por conta disso, “verdade para nós é o que a ciência diz ser a verdade. Isso é tão forte quanto o dogmatismo medieval”.



ALGUNS DOS PRINCIPAIS FILÓSOFOS DA MODERNIDADE 


Francis Bacon (1561 – 1626). Estadista e filósofo da ciência inglesa. Em seu principal trabalho, “Novum Organum”, Bacon buscou renovar o sistema indutivo de lógica na interpretação da natureza.

Thomas Hobbes (1588 – 1626). Materialista inglês que acreditava ser a guerra o estado natural do homem. Em “Leviatã”, Hobbes traçou uma teoria de governo humano em que o estado e a subordinação do homem a ele formam a única solução para o egoísmo humano.

René Descartes (1596 – 1650). Dualista, racionalista e teísta francês cujo sistema “cartesiano” é a base de grande parte da filosofia moderna. Desenvolveu uma teoria de conhecimento que fundamenta a ciência e a filosofia modernas, com base na certeza da proposição “Penso, logo existo”.

Benedicti de Spinoza (1632 – 77). Metafísico racionalista holandês que desenvolveu as idéias de “Descartes” mas, rejeitava seu dualismo.

Gottfried Wilhelm von Leibniz (1646 – 1716). Idealista e absolutista alemão cujo otimismo foi ridicularizado por “Voltaire” em “Cândido”. Afirmava que a realidade consiste em unidades de força chamadas “mônadas”.

David Hume (1711 – 76). Empirista, filósofo e historiador escocês, que desenvolveu as idéias de “Locke” em sistema de ceticismo. De acordo com Hume, “o conhecimento humano é limitado à experiência de idéias e sensações cuja verdade não pode ser verificada”.

Jean-Jacques Rousseau (1712 – 78). Filósofo social e político francês, que definia um “retorno à natureza” para combater a desigualdade causada pela sociedade civilizada.

Immanuel Kant (1724 – 1804). Alemão, fundador da “Filosofia Crítica”. Inicialmente influenciado por “Leibniz” e depois por “Hume”, buscava um enfoque alternativo ao racionalismo do primeiro e ao ceticismo do segundo. Na “ética”, formulou o “imperativo categórico” que afirma: o que é aplicado a um dever, ser aplicado incondicionalmente a todos.




Para saber mais sobre a Filosofia Moderna acesse:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia_moderna


E A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA?

Não foi sem propósito que abordamos esse momento da história da filosofia juntamente com a filosofia moderna. Em nossa opinião, nada houve de extremamente grave e importante que justificasse uma mudança de “era” (DE MODERNA PARA CONTEMPORÂNEA).

Como já dissemos anteriormente, vivemos sob os mesmos pressupostos da modernidade; nada mudou. Não houve nenhuma mudança de paradigma que justificasse essa pretendida mudança de “era”, repetimos.

EXATAMENTE por conta dessa falta de um “fato grave” ou ainda de uma “mudança radical de paradigma de pensamento” que justifique uma mudança de “era” que no ORGANOGRAMA DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA pusemos uma espécie de CANAL DE COMUNICAÇÃO que interliga a modernidade com o que comumente se chama de contemporaneidade. Queremos dizer, com esse CANAL que ainda vivemos uma extensão da modernidade, pelas razões demonstradas acima, conforme grifos.

Em certo sentido, podemos afirmar que ainda vivemos na “Modernidade”.

Muitos historiadores, obviamente, utilizam a terminologia “Contemporânea”, outros, entretanto, seguindo mais ou menos a linda de raciocino que queremos empreender aqui, essa mesma “era” chamam de “pós-modernidade”. Atrevo-me, porém, a afirmar: ainda vivemos na modernidade.

Se quiser, entretanTo, saber mais do que se chama ortodoxalmente de “contemporaneidade”acesse:


Prof.MSc.Fábio Correia
Professor de Filosofia da Faculdade Decisão-PE


 [1] COMO A IGREJA SE TORNOU CATÓLICA: Até aproximadamente o ano 400 d.C, todas as Igrejas existentes se reuniam em concílios para tomar alguma decisão de caráter doutrinário. Isto fica evidente em Atos 15. Foi exatamente isso que promoveu a ligação da igreja nos mais variados pontos, passando a ser Católica (que quer dizer Universal), formando assim uma espécie de governo geral para todas as Igrejas, pois aceitavam a autoridade das decisões desses concílios. A partir daí vemos na Igreja Católica (universal), um processo de centralização de autoridade, com o aparecimento do Bispo com caráter monárquico, isto é, o Bispo que a principio é somente o dirigente de sua igreja local, surge como dirigente de várias igrejas. A idéia de Diocese (conjunto de igrejas) se fortalecia cada vez, tornando cada vez maior o poder dos Bispos. Num passo mais adiante no processo de centralização, os Bispos das províncias romanas tornaram-se, naturalmente, mais importante que os demais e foram chamados Bispos de suas dioceses. Continuando o processo de centralização, Cinco Bispos se destacaram e foram considerados Patriarcas, por serem Bispos de cidades importantes e influentes tanto na política como na economia do império. Foram eles: Bispo de Roma; Bispo de Constantinopla; Bispo de Alexandria; Bispo de Antioquia; Bispo de Jerusalém. COMO A IGREJA SE TORNOU ROMANA: Das cinco cidades patriarcais, duas eram as mais importantes: Roma e Constantinopla, pois eram capitais do Império Romano, do ocidente e do oriente, respectivamente. No V século, com a chamada pretensão petrina (que o apóstolo Pedro teria sido o primeiro Bispo de Roma, muito embora não haja nenhuma sustentação histórica desse fato. Sequer a provas concretas que Pedro tenha pisado em solo Romano), o Bispo de Roma fortaleceu-se e passou a ser a última palavra do Cristianismo, dominando e liderando as demais Igrejas e patriarcados, exceto o de Constantinopla que não se encurvou ao poderio do Bispo de Roma. Este patriarcado deu origem a Igreja católica Ortodoxa Grega, até hoje existente. Isto, na verdade, traz luz à pretensão católica romana que afirma ter sido a primeira e única igreja cristã, fundada por Cristo e por seus apóstolos. Como vimos, a igreja Ortodoxa Grega e outras são da mesma época de fundação da igreja romana.Também nesse período houve um grupo que se separou do patriarcado de Constantinopla e fundou outra Igreja independente, a Nestoriana (498 dC.).
[1] Via Litterae • Anápolis • v. 5, n. 1 • p. 53-74 • jan./jun. 2013 • http://www2.unucseh.ueg.br/vialitterae
[2] http://www.afilosofia.com.br/post/empirismo/593
[3] Via Litterae • Anápolis • v. 5, n. 1 • p. 53-74 • jan./jun. 2013 • http://www2.unucseh.ueg.br/vialitterae

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