Salomão, no auge de sua "sabedoria"
inspirada, alertou: "Ensina a criança no caminho em que deve
andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele" (Prov 22:6). A
questão é: no quesito "adoração" o que estamos ensinando às nossas
crianças? Como elas devem adorar ao Senhor? Antes de responder, uma dúvida logo
se abaterá nos corações observadores: a questão que se coloca se aplica somente
enquanto forem crianças ou também quando elas crescerem, quando se tornarem
adultas? Por isso a resposta à primeira pergunta seria: "depende".
Ensinamos que a adoração ao Senhor deve seguir o Princípio Regulador do Culto.
Ou seja, na adoração aquilo que está ordenado nas escrituras, deve ser feito.
Aquilo, porém, que não está ordenado nas escrituras ou delas não se possa
inferir, deve ser evitado; abolido. Criticamos igrejas que teimam em manter em
suas liturgias "grupo de coreografias", "danças litúrgicas"
e todas essas invenções. Mas, entrando direto no assunto, nas EBF'S (Escola
Bíblica(?) de Férias) da vida, ensinamos nossas crianças a "adorarem"
ao Senhor com "danças" e ainda nos sentimos gratos por vê-las "pulando
e dançando" enquanto "adoram" ao Senhor. Ensinamos às crianças:
"dancem, pulem, saltem de um lado para o outro", quando estiverem
"adorando" ao Senhor. Quando crescem, porém, queremos a todo custo
ensinar: "a adoração ao Senhor deve ser ordeira, solene, sem inovações,
sem danças, sem pulos, sem invenções da mente humana ou sugestões de
satanás". Quanta incoerência! Seria essa incoerência fruto do entendimento
de que as crianças de hoje em dia são retardadas e não mais entendem o puro e
simples evangelho e os preceitos básicos de Deus e que por isso precisamos, como
diz um adágio que critica essa postura, "vestir Jesus de palhaço" para que
seja mais agradável e palatável aos seus olhos"? Ou, antes, essa
incoerência é fruto de quem aprendeu errado e hoje está apenas repassando
errado às crianças? Ou ainda é ela apenas uma forma de rebeldia e resistência
aos ensinamentos corretos que conhecem, mas não concordam muito? Radicalidade?
Sim, sim. Parece que essa última opção responde bem às indagações. Afinal, são
"apenas crianças". Sem problemas, se Salomão estivesse errado! As grandes
barragens começam a se romper e ao final causam grandes tragédias por meio de
pequenas brechas e pequenas rachaduras. Da mesma forma temos visto isso
acontecer na igreja cristã. Pequenos desvios doutrinários e litúrgicos e
pequenas concessões de líderes que não quiseram parecer "radicais"
levaram a igreja Romana, por exemplo, ao nível de desvio que se encontra hoje.
Portanto, sejamos pelo menos, coerentes: se entendemos que não há nenhum
problema teológico/doutrinário em "adorar" ao Senhor com "danças"
ensinemos isso à toda igreja e não apenas aos pequeninos. Tá cheio de adulto
nas igrejas querendo "soltar a franga" na liturgia da
"adoração". Certamente vão "amar". Mas, se ao contrário,
entendemos que o a adoração deve seguir o Princípio Regulador do Culto, que
ensina que ela deve ser ordeira, simples e sem inovações, ensinemos igualmente
do menor ao maior, porque, como alertou o sábio: "o caminho que ensinarmos
é o caminho que as crianças seguirão". Que seja assim, para a aprovação ou
reprovação dos que ensinam a esses pequeninos.
quarta-feira, 17 de julho de 2019
segunda-feira, 24 de junho de 2019
A MORADA FINAL DOS JUSTOS A PARTIR DOS PURITANOS
O que os Puritanos pensavam sobre a MORADA FINAL dos justos e dos ímpios?
Joel Beek e Mark Jones, em sua extensa obra "Teologia Puritana", tratando sobre a "Escatologia Puritana", fazem a seguinte advertência à quem quer estudar o pensamento escatológico dos "gigantes da fé":
Existe nossa tendência de impor as categorias escatológicas de amilenarismo, pré-milenarismo e pós-milenarismo, vigentes nos séculos 20 e 21, à escatologia puritana, que não tinha tais categorias. Craw Gribben defende convincentemente que a teologia puritana consegue "desafiar e transcender os conceitos contemporâneos [...]. Às vezes intérpretes contemporâneos impõem aos puritanos categorias do século 21 (BEEKE, JONES, 2016, p.1090, 1110).
Portanto, conceitos como "morada temporária ou provisória no CÉU e morada definitiva e final dos justos na TERRA, ainda que transformada" definitivamente não fazem parte, como padrão, do arcabouço teológico/doutrinário dos Puritanos.
Mas isso significa que os Puritanos não tinham uma INTERPRETAÇÃO sobre onde seria a MORADA FINAL dos homens, justos e ímpios? Obviamente que não!
O fato é que aqueles que querem defender tais conceitos devem seguir sozinhos em suas "aventuras hermenêuticas escatológicas contemporâneas", novidades dos séculos XX e XXI, sem o apoio dos Puritanos.
Os Puritanos não tinham nenhuma dúvida de onde seria a MORADA FINAL dos justos e dos ímpios e isso foi refletido, irrefutavelmente, na Confissão de Fé e nos Catecismos de Westminster, produzidos por eles.
O problema é que os teólogos reformados presbiterianos contemporâneos consideram, majoritariamente, a INTERPRETAÇÃO dos Puritanos acerca desse assunto como "INGÊNUA" e "INCOMPLETA". Mas, para não assumirem isso, sob pena de serem acusados de "não confessionalidade" dizem que os puritanos são "silentes" quanto ao tema. Mas isso não é verdade, como demonstraremos e como já demonstramos em outra postagem, sob o título: A MORADA FINAL DOS JUSTOS A PARTIR DAS CONFISSÕES E CATECISMOS REFORMADOS (pesquisar no blog):
1) Para começar, vejamos o que diz John Bunyan, contado entre os puritanos, em sua obra mais famosa "O peregrino", que conta a trajetória do Cristão até chegar à sua morada final. No último capítulo, intitulado "Cristão e Esperançoso atravessam o Rio da Morte e entram, finalmente, na Cidade Celestial". A narrativa utiliza expressões como "nova Jerusalém", "cidade celestial", "Sião", "Monte Santo" sempre como sinônimos de CÉU, como fica claro:
Já às portas do CÉU [...] à medida que se aproximavam da cidade, tinham dela uma vista cada vez mais perfeita. Era toda de pérolas e pedras preciosas. Também as ruas eram revestidas de ouro. Ali — disseram — estão o monte Sião, a Jerusalém celeste, o inumerável exército dos anjos e os espíritos aperfeiçoados dos homens justos. Agora vocês irão para o paraíso de Deus, onde verão a árvore da vida e comerão de seus frutos eternos. Quando lá chegarem, receberão mantos brancos e viverão todos os dias ao lado do Rei, por toda a eternidade[...]. A cena, para quem a pudesse observar, era como se o próprio CÉU descesse para recebê-los [...]. E agora os dois homens, por assim dizer, se viam no CÉU antes de lá entrar, extasiados que estavam pela visão dos anjos e pela audição de notas tão melodiosas. Dali também já avistavam a própria cidade e julgaram ouvir todos os sinos repicando como sinal de boas-vindas (trecho da obra O peregrino).
2) Outro puritano, Thomas Manton, escrevendo sobre "o que aguarda cada pessoa", afirma: "Naquele dia, o bodes serão separados das ovelhas [...]; essa distinção permanecerá para sempre, um daqueles grupo ocupará o CÉU, e o outro o inferno" (BEEKE, JONES, 2016, p.1127). E ainda: "O longo estudo de Manton oferece uma exposição daquilo que é resumido na Confissão de Westminster" (BEEKE, JONES, 2016, p.1127)
3) Escreve o puritano John Dod; "A cada manhã considere: 1. Vou morrer. 2. Posso morrer antes do anoitecer.3.Para onde irá minha alma: para o CÉU ou para o inferno? (BEEKE, JONES 2016, p.1156)
4- Richard Baxter escreveu "O descanso eterno dos santos. Um guia para o CÉU e para longe do inferno" (BEEKE, 2016, p.1156).
5- O puritano Samuel Rutherford, no leito de morte afirmou: "Estarei radiante - eu o verei como ele é - eu o verei reinar [...] meus olhos, estes meus próprios olhos, e não outros, verão meu Redentor". O CÉU tinha muitas glórias, mas a visão de Cristo, o redentor, era a glória principal (BEEKE, JONES, 2016, p.1160).
6) Chistopher Love, puritano DELEGADO DA ASSEMBLEIA DE WESTMINSTER, escreveu sobre "as glórias do CÉU e o pavor do inferno", uma série de de dezessete sermões que falavam sobre o CÉU e o inferno. Em um deles, sobre a segunda vinda de Cristo, afirma:
Aquela condição felicíssima e imutável [...], que Deus preparou para os eleitos no CÉU, para ser desfrutada depois do dia do juízo, ocasião em que o corpo se levantará da sepultura e ser unido à alma, e ambos receberão para sempre a glória com de Deus, jesus cristo, O Espírito Santo, os santos e os anjos. É isso que chamamos de glória: esse ajuntamento do corpo e da alma, em que ambos participarão da glória, desfrutando das três pessoas da Trindade, de todos os santos e anjos para sempre (BEEKE, JONES, 2016, p.1163).
Beeke, comentando sobre o pensamento escatológico de Love, para não deixar nenhuma dúvida, afirma: "Esse estado envolve a glorificação tanto do corpo quanto da alma. Love, delegado da Assembleia de Westminster, reflete o ensino puritano padrão da Confissão de Fé de Westminster (CFW)" (BEEKE, JONES, 2016, p.1163) e ainda:
Love comenta que o CÉU, que é a morada de Deus e a capital do seu reino [...] é o local onde a alma é glorificada no momento de sua morte e onde mais tarde o corpo e a alma serão glorificados por ocasião da ressurreição. o CÉU existe como paraíso (Lc 23;43), habitação eterna (Jo 14.2; 2 Cor 5.1; Lc 16.9), cidade que virá (Lc 23;43), habitação eterna (Col 1.12) e lugar de alegria (Sl 16.11). Quanto a localização, Love rejeita a ideia de "que existirá um novo CÉU e uma nova terra e que aqui [i.e., na nova terra] os eleitos viverão e serão glorificados". Ele também rejeita a ideia de que o CÉU é simplesmente qualquer local onde Deus habita, sem estar ligado a um lugar em particular. Em vez disso, ele defende [...] que o CÉU é aquele espaço mais brilhante e glorioso bem acima dos céus visíveis, chamado terceiro CÉU, onde Deus manifesta sua glória a anjos e santos benditos (BEEKE,JONES, 2016, p.1167).
Essa é a INTERPRETAÇÃO padrão dos puritanos acerca da "morada final dos santos", transmitida aos Símbolos de Fé de Westminster, como já deixaram claro Joel Beeke e Mark Jones, citados acima.
Portanto, não há possibilidade de assumir para si outra INTERPRETAÇÃO sem rejeitar essa INTERPRETAÇÃO dos puritanos e dos próprios símbolos de Fé, como demonstrei também na outra postagem citada acima.
Portanto, não há possibilidade de assumir para si outra INTERPRETAÇÃO sem rejeitar essa INTERPRETAÇÃO dos puritanos e dos próprios símbolos de Fé, como demonstrei também na outra postagem citada acima.
Os escritos de Love sobre o CÉU e o inferno são uma expressão fiel das ideias puritanas comuns sobre o assunto. Embora as posições de Love e a de seus contemporâneos sobre o CÉU não tenham as mesmas nuanças que encontramos em estudos reformados atuais sobre o tema [...], não há dúvida de que até o século 17 não houve geração alguma de teólogos que se equiparasse aos puritanos no que diz respeito a expor as glórias do CÉU e os pavores do inferno. A obra de Love está entre as melhores (BEEKE, JONES, 2016, p.1188).
Como já está claro, tudo se resume à escolha entre as duas escolas de INTERPRETAÇÃO que tratam sobre MORADA FINAL DOS SANTOS - a escola Puritana, refletida, também, nos Símbolos de Westminster e a escola dos teólogos atuais.
7) Thomas Goodwin, puritano, ao escrever sobre "o bendito estado de glória que os santos possuirão após sua morte", afirma; "Não há nada mais encorajador para os piedosos [...] que o fato de poderem caminhar [...] com o coração erguido ao CÉU (BEEKE, JONES, 2016, p.1159).
8) John Owen, afirmou; "os santos na terra anseiam pelo CÉU (BEEKE, JONES, 2016, p.1165).
9) Richard Sibbes, puritano, afirmou: "Sem Cristo o CÉU não é CÉU" (BEEKE, JONES, 2016, p.1165).
10) Outro puritano, Robert Bolton, afirma: "CÉU é aquele lugar ao qual Cristo ascendeu e onde Deus, de forma bem especial, habita, e é o lugar onde todos os benditos estarão para sempre" (BEEKE, JONES, 2016, p.1168).
Bolton e Love refletem a ideia histórica e comum cristã de que a morada eterna dos santos ressuscitados - e não somente a morada das almas de homens justos aperfeiçoados - será [...] o CÉU (BEEKE,JONES, 2016, p.1168).
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
REFORMA 501 ANOS: A NECESSIDADE DE REFORMA E AS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA QUE ELA OCORRA
O que foi a Reforma Protestante? De forma sintética, podemos dizer: foi um movimento de retorno aos princípios basilares das Escrituras Sagradas, que haviam sido pulverizado a ponto de quase desaparecerem. Ou seja, a Reforma não foi um movimento pontual, circunscrito a um tempo, visto que o que gerou sua necessidade pode ocorrer, e tem ocorrido, em todo e qualquer tempo. Desviando-se do princípio de Sola Scripture a Igreja de Cristo, nasce junto a necessidade de Reforma.
Foi assim com a igreja de Roma, única igreja cristã no ocidente, até o século XVI. Foi assim também na Igreja da Inglaterra - Anglicana -, separada da igreja Romana por motivos espúrios e conveniência do Rei Henrique VIII. Separou-se da Igreja Romana, mas não promoveu as Reformas necessárias para que a igreja retornasse às Escrituras Sagradas, motor que move todo e qualquer movimento de Reforma da Igreja de Cristo. Lloy-Jones, comentando sobre essa questão, afirma:
"Henrique VII, como se sabe muito bem, estava realmente interessado em uma só coisa, e essa era poder conseguir o divórcio e novo casamento. Isso o levou ao desejo de livrar-se do Papa e da sua autoridade, para que ele próprio se tornasse o chefe da igreja da Inglaterra" (LLOY-Jones, 2016, p.282).
Isso deixa claro que não basta afastar-se do epicentro do erro. É preciso muito mais que isso pra que se crie um ambiente adequado e favorável à Reforma da igreja. Não basta nem mesmo ser apenas combativo; é preciso ser assertivo e proativo.
Já aqui passamos a refletir sobre as condições necessárias para que aja essa Reforma. Não é preciso muito. Basta, tão somente, haver homens ou pelo menos um homem com a consciência de que as Escrituras Sagradas devem nortear todos os princípios de Fé e de Prática da igreja. E, na Igreja da Inglaterra, assim como Lutero na Igreja Romana, eles existiam. Eram os Puritanos. Ainda que exista alguma dificuldade para determinar a data de nascimento do movimento Puritano na Inglaterra, Lloy-Jones defende que ser Puritano não é simplesmente fazer parte de um grupo temporal. Ser Puritano é ter uma "atitude Puritana", que é sumarizada no desejo e no empenho para que a Igreja de Cristo tenha as Escrituras como única regra de Fé e de Prática.
Algumas controvérsias na Igreja da Inglaterra, acabaram por deixar claro a diferença entre o que Lloy-Jones chama de "espírito Anglicano" e "espírito Puritano". Uma delas tratava sobre a necessidade e obrigatoriedade do uso dos paramentos clericais:
"Essas questões indiferentes são sem importância e, contanto que o evangelho esteja sendo pregado e a igreja esteja sendo preservada, todos deveriam ficar satisfeitos" [...]. A isso, replicavam os puritanos: se não são importantes, por que vocês as impõe obrigatoriamente? [...]. O conceito anglicano é progressivo, evolutivo, é o conceito tipicamente "católico", ao passo que o dos puritanos é um conceito estático, que declara que essas coisas são determinadas pelo Novo Testamento, e isso de uma vez por todas [...]. Essa é uma exposição ampla da diferença. O anglicanismo sempre ensinou esta ideia progressiva, esta ideia evolutiva que acentua que a igreja, em sua experiência e sabedoria, continua a fazer descobertas e obtém novas percepções do ensino das Escrituras. Isso leva a certos desenvolvimentos e acréscimos na igreja, em questões de governo, cerimônia e assim por diante. Por outro lado, os Puritanos diziam: Não, o ensino é fixo no Novo Testamento, e devemos permanecer nele" (LLOY-Jones, 2016, p.285.287).
E, ainda, tratando sobre o "rosto" que a igreja de Francoforte deveria ter:
Diziam os Anglicanos: "eles teriam que fazer como haviam feito na Inglaterra, e teriam que ter o rosto de uma igreja inglesa. Ora essa era uma declaração tipicamente anglicana [...]. A isso Jon Knox replicou: Queira o Senhor que ela tenha o rosto da igreja de Cristo. Igreja inglesa - igreja de Cristo. Aí vocês têm a divisão essencial entre anglicano e puritano" ((LLOY-Jones, 2016, p.287).
Na igreja de Cristo sempre haverão aqueles que apresentarão o "espírito anglicano/católico", que não entende inclusões e inovações (extra-bíblicas) no culto e nas práticas religiosas como problemáticas. Mas, também, em todos os tempos, haverão homens e mulheres com o "espírito puritano", que conclamarão a igreja de Cristo a voltar para as Escrituras Sagradas, somente.
Qual a postura e o "espírito" que você tem adotado na sua comunidade cristã?
Lembre-se: "não é preciso muito. Basta, tão somente, haver homens ou pelo menos um homem com a consciência de que as Escrituras Sagradas devem nortear todos os princípios de Fé e de Prática da igreja".
Foi assim com a igreja de Roma, única igreja cristã no ocidente, até o século XVI. Foi assim também na Igreja da Inglaterra - Anglicana -, separada da igreja Romana por motivos espúrios e conveniência do Rei Henrique VIII. Separou-se da Igreja Romana, mas não promoveu as Reformas necessárias para que a igreja retornasse às Escrituras Sagradas, motor que move todo e qualquer movimento de Reforma da Igreja de Cristo. Lloy-Jones, comentando sobre essa questão, afirma:
"Henrique VII, como se sabe muito bem, estava realmente interessado em uma só coisa, e essa era poder conseguir o divórcio e novo casamento. Isso o levou ao desejo de livrar-se do Papa e da sua autoridade, para que ele próprio se tornasse o chefe da igreja da Inglaterra" (LLOY-Jones, 2016, p.282).
Isso deixa claro que não basta afastar-se do epicentro do erro. É preciso muito mais que isso pra que se crie um ambiente adequado e favorável à Reforma da igreja. Não basta nem mesmo ser apenas combativo; é preciso ser assertivo e proativo.
Já aqui passamos a refletir sobre as condições necessárias para que aja essa Reforma. Não é preciso muito. Basta, tão somente, haver homens ou pelo menos um homem com a consciência de que as Escrituras Sagradas devem nortear todos os princípios de Fé e de Prática da igreja. E, na Igreja da Inglaterra, assim como Lutero na Igreja Romana, eles existiam. Eram os Puritanos. Ainda que exista alguma dificuldade para determinar a data de nascimento do movimento Puritano na Inglaterra, Lloy-Jones defende que ser Puritano não é simplesmente fazer parte de um grupo temporal. Ser Puritano é ter uma "atitude Puritana", que é sumarizada no desejo e no empenho para que a Igreja de Cristo tenha as Escrituras como única regra de Fé e de Prática.
Algumas controvérsias na Igreja da Inglaterra, acabaram por deixar claro a diferença entre o que Lloy-Jones chama de "espírito Anglicano" e "espírito Puritano". Uma delas tratava sobre a necessidade e obrigatoriedade do uso dos paramentos clericais:
"Essas questões indiferentes são sem importância e, contanto que o evangelho esteja sendo pregado e a igreja esteja sendo preservada, todos deveriam ficar satisfeitos" [...]. A isso, replicavam os puritanos: se não são importantes, por que vocês as impõe obrigatoriamente? [...]. O conceito anglicano é progressivo, evolutivo, é o conceito tipicamente "católico", ao passo que o dos puritanos é um conceito estático, que declara que essas coisas são determinadas pelo Novo Testamento, e isso de uma vez por todas [...]. Essa é uma exposição ampla da diferença. O anglicanismo sempre ensinou esta ideia progressiva, esta ideia evolutiva que acentua que a igreja, em sua experiência e sabedoria, continua a fazer descobertas e obtém novas percepções do ensino das Escrituras. Isso leva a certos desenvolvimentos e acréscimos na igreja, em questões de governo, cerimônia e assim por diante. Por outro lado, os Puritanos diziam: Não, o ensino é fixo no Novo Testamento, e devemos permanecer nele" (LLOY-Jones, 2016, p.285.287).
E, ainda, tratando sobre o "rosto" que a igreja de Francoforte deveria ter:
Diziam os Anglicanos: "eles teriam que fazer como haviam feito na Inglaterra, e teriam que ter o rosto de uma igreja inglesa. Ora essa era uma declaração tipicamente anglicana [...]. A isso Jon Knox replicou: Queira o Senhor que ela tenha o rosto da igreja de Cristo. Igreja inglesa - igreja de Cristo. Aí vocês têm a divisão essencial entre anglicano e puritano" ((LLOY-Jones, 2016, p.287).
Na igreja de Cristo sempre haverão aqueles que apresentarão o "espírito anglicano/católico", que não entende inclusões e inovações (extra-bíblicas) no culto e nas práticas religiosas como problemáticas. Mas, também, em todos os tempos, haverão homens e mulheres com o "espírito puritano", que conclamarão a igreja de Cristo a voltar para as Escrituras Sagradas, somente.
Qual a postura e o "espírito" que você tem adotado na sua comunidade cristã?
Lembre-se: "não é preciso muito. Basta, tão somente, haver homens ou pelo menos um homem com a consciência de que as Escrituras Sagradas devem nortear todos os princípios de Fé e de Prática da igreja".
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
sábado, 13 de outubro de 2018
A (CONTRA) COMEMORAÇÃO DOS 500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE: A doutrina que liga o Protestantismo ao Cristianismo Apostólico - Parte 3/4
Qual a doutrina mais importante para o
Protestantismo?
Se fizéssemos uma enquete com esse
questionamento, entre as mais variadas correntes teológicas do protestantismo,
teríamos um inacreditável reduzido número de respostas; pois, em linhas gerais,
no que é essencial, a maioria dos protestantes concordam. A doutrina da
salvação pela graça, provavelmente, seria a mais votada. Outras doutrinas
também receberiam um considerável número de votos, a exemplo das doutrinas da
Soberania de Deus, Suficiência das Escrituras e da Contemporaneidade dos Dons.
No entanto, no que diz respeito à historicidade do cristianismo
protestantes, nenhuma dessas doutrinas, em nossa opinião, é
a mais importante. A questão é: qual a apostolicidade das igrejas evangélicas? O que liga – historicamente – os protestantes ao
cristianismo primitivo, fundado por Cristo e por seus apóstolos?
É legítimo um grupo que não tem essa “raiz
histórica” dizer-se igreja legítima de Deus? Os antigos católicos romanos
costumavam responder que não. Segundo eles, a Igreja Católica Apostólica Romana
foi a “primeira” e “única” igreja fundada por Cristo e pelos Apóstolos. Mas,
isso não é verdade?
Tirando alguns exageros e o descabido
“homicídios da história”, essa afirmação tem algo de verdadeiro sim. A igreja romana
não foi a “primeira” nem a “única”, mas, certamente, foi “uma das” igrejas
fundadas por Cristo e pelos Apóstolos. Nesse sentido, podemos afirmar:
historicamente, é uma igreja apostólica. Desse mal eles não sofrem,
diferentemente dos evangélicos.
Qual foi o apóstolo que fundou a igreja
evangélica? (Claro que não estou aqui me referindo a esses “pseudo-apóstolos
dos últimos dias”). Aquele que tem o mínimo de bom senso e que conhece um
pouquinho de história tem que reconhecer: as igrejas evangélicas foram criadas à revelia de
Cristo e de seus Apóstolos. O protestantismo mais
próximo dessa “raiz primitiva” é aquele fruto imediato da Reforma Protestante:
Luteranos, Reformados Calvinistas Anglicanos, Reformados Calvinistas
Presbiterianos, Batistas (se considerarmos sua origem no movimento Anabatista)
e outros reformados.
Todo esse “protestantismo raiz” tem como único “parentesco
histórico” com os apóstolos o “Catolicismo Romano”. O problema é que os
protestantes negam e não querem saber dessa espécie de “cordão umbilical do
cristianismo apostólico”. Não querem ter nada a ver com ela. Com isso,
reconhecem: são outra coisa e não – historicamente – uma igreja legitimamente
fundada por Cristo e seus apóstolos.
Nosso leitor deve estar pensando: “isso é uma
brincadeira; ele vai concluir explicando tudo”. Não é não. Vou repetir: as
igrejas evangélicas – todas elas – historicamente, não possuem nenhuma ligação
com o cristianismo primitivo, nem com os Apóstolos, nem com Cristo,
historicamente falando.
Mas, há uma doutrina que salva toda essa
história; que evitou que os protestantes tivessem se tornado em um “aborto da história”. A doutrina mais importante para os cristãos não católicos
(romanos e ortodoxos): a doutrina das duas naturezas da igreja.
O Catecismo Maior de Westminster, com grande
heroísmo, da pergunta 62 até a pergunta de nº 65, aborda essa importantíssima
questão. Diz o catecismo (pergunta 62) que a igreja possui uma dimensão visível – é a igreja visível -, constituída por todos (salvos e não salvos) que professam a
“verdadeira religião”. Ora, o que é a verdadeira religião se não
aquela fundada e comissionada por Cristo e por seus Apóstolos, com suas marcas?
Nesse sentido, os protestantes estariam fora,
considerando apenas o aspecto histórico. Contudo, a outra dimensão da igreja, a
dimensão
espiritual – a igreja invisível – nos trás de volta ao
cristianismo autêntico.
Vejamos:
Pergunta 64:“O que é a igreja invisível?” Resposta: “A igreja invisível é o número total dos eleitos que foram,
são ou ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, o cabeça”.
Eis a doutrina mais importante do
protestantismo. Dela depende estar unido verdadeiramente a Cristo ou não. A ideia
de uma igreja invisível (mas real e verdadeira) acaba, por completo, com a necessidade lógica de
uma ligação direta, física e histórica com o cristianismo primitivo; com a igreja literal fundada por Cristo e pelos seus Apóstolos
(Jerusalém, Roma, etc).
Em ultima análise, todos os protestantes verdadeiros e eleitos em Cristo (porque há aqueles que só
fazem parte da igreja visível) fazem parte da verdadeira igreja de Cristo: a igreja invisível, aquela constituída apenas pelos eleitos de Deus, em
qualquer época, em qualquer lugar, independe de tempo, espaço e história.
segunda-feira, 25 de dezembro de 2017
A (CONTRA) COMEMORAÇÃO DOS 500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE: estaria correto o pressuposto da ICAR em ter sido ela a única e verdadeira igreja de Cristo, fundada pro ele mesmo? - Parte 2/4
Temos
registrado no livro de Atos dos Apóstolos, em
seus primeiros capítulos, e particularmente nos capítulos 1 e 2, que tratam
respectivamente da ascensão de Jesus e da descida do Espírito Santo, o marco
Zero do Cristianismo, dando início assim a sua grande carreira missionária.
A INFLUENCIA DO
IMPÉRIO ROMANO
Já
em meados do ano 100 dC existiam Igrejas em inúmeras cidades da Ásia Menor
e muitos lugares da Palestina, Síria, Macedônia, Grécia,
Roma, Alexandria e provavelmente na Espanha. Este
progresso assustador, em tão pouco tempo, deve-se, em certo sentido, pelo
domínio que o Império Romano exerceu em todo mundo, alcançando seu apogeu
exatamente no desabrochar da igreja de Cristo.
As condições facilitadoras
e necessárias, criadas e/ou desenvolvidas para atender à expansão do Império
Romano, acabaram contribuindo para o avanço do Cristianismo. Vejamos algumas
das mais importantes:
Um
mercado interlocal ativo;
A
unidade cultual;
Língua
comum;
Os
meios de transporte terrestres e marítimos.
Ao estudarmos este assunto
é impossível não notar a clara
intervenção de Deus na História, moldando os mapas geopolíticos, os tempos, os
povos, os corações dos governantes, os poderes políticos e tudo o mais que se
fizesse necessário para que seu Filho viesse tão somente na “Plenitude dos
Tempos“, isto é, quando todas as condições estivessem favoráveis para
possibilitar o alastramento de sua pregação, como registra o apóstolo Paulo em
sua epístola: “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido debaixo de lei” (Gal.
4:4).
AS PERSEGUIÇÕES
Por
mais que pareça paradoxal, um outro fator que possibilitou o alastramento do
Cristianismo foi a perseguição. Em
Atos 8:1-4, temos
os primeiros registros dessas perseguições, que se estenderam até o século IV,
com momentos de abrandamento e picos de crueldade.
Dentre
os mais impiedosos perseguidores da
Igreja destacamos o imperador Nero, que governou de 54 a 68 dC. A História
registra fatos de extrema impiedade, como, por exemplo, o de se divertir com os
cristãos, que eram atirados para os leões ou feitos tochas humanas para
iluminar a noite.
Entre
o ano 100 dC e o reinado de Constantino
em 306 dC, apesar das perseguições, o Cristianismo alcançou um
maravilhoso progresso, passando inclusive de Igreja perseguida para religião
oficial do império Romano em 313. O edito do imperador Constantino não só
proibia a perseguição aos cristãos como impunha a seus súditos que se tornassem
cristãos. Isto trouxe duas consequências para a história do Cristianismo, com
tentáculos que perduram até aos dias atuais:
A
primeira foi positiva:
Sendo o imperador Constantino favorável ao cristianismo, possibilitou e
facilitou seu progresso físico.
A
segunda foi negativa:
Obrigados ou ainda constrangidos a se tornarem cristãos (não era uma boa
política fazer parte de uma religião diferente da religião do imperador), os
súditos do império ingressavam no
cristianismo sem a devida e necessária conversão, levando assim para a Igreja
suas muitas práticas antigas, na maioria das vezes, oriundas de religiões
pagãs, como culto ao Imperador (de onde se origina as indumentárias do papa),
adoração de outras divindades e muitas outras heresias comuns à cultura
greco-romana, que foram posteriormente adaptadas e incorporadas até aos dias de
hoje.
COMO A IGREJA SE
TORNOU CATÓLICA
Até
aproximadamente o ano 400 dC, todas as Igrejas existentes se reuniam em concílios para tomar alguma
decisão de caráter doutrinário. Isto fica evidente em Atos
15. Foi exatamente isso que promoveu a ligação da igreja nos mais
variados pontos, passando a ser Católica (que quer dizer Universal), formando
assim uma espécie de governo geral para
todas as Igrejas, pois aceitavam a autoridade das decisões desses concílios. Os
principais concílios foram:
Data dC
|
Nome do concílio
|
Motivo
|
50
|
Jerusalém
|
Leis
judaicas e os Cristãos – Atos 15
|
325
|
Nicéia
|
Contra
o arianismo – Credo (Maria mãe de Deus)
|
381
|
Constantinopla
1º
|
Finalização
do Credo
|
432
|
Éfeso
|
Contra
o nestorianismo
|
451
|
Calcedônia
|
Contra
o monofisitismo
|
553
|
Constantinopla
2º
|
Contra
o nestorianismo
|
681
|
Constantinopla
3º
|
Contra
monotelitismo
|
869
|
Constantinopla
4º
|
A
paz entre o Leste e Oeste
|
1123
|
Latrão
1º
|
Disciplina.
Contra os Valdenses (Inquisição)
|
1545
|
Trento
|
Contra-Reforma
(Igreja Católica Romana)
|
1870
|
Vaticano
1º
|
Infabilidade
do Papa
|
A partir daí vemos na Igreja Católica (universal), um
processo de centralização de autoridade, com o aparecimento do Bispo com
caráter monárquico, isto é, o Bispo que a principio é somente o dirigente
de sua igreja local, surge como dirigente de várias igrejas.
A ideia de Diocese (conjunto de igrejas) se
fortalecia cada vez, tornando cada vez maior o poder dos Bispos.
Num passo mais adiante no processo de centralização, os Bispos das províncias
romanas tornaram-se, naturalmente, mais importante que os demais e
foram chamados Bispos de suas dioceses.
Continuando o
processo de centralização, Cinco Bispos se destacaram e foram
considerados Patriarcas, por serem Bispos de cidades importantes e
influentes tanto na política como na economia do império. A existência dessas "cinco maiores igrejas" (porque, na verdade, haviam muitas outras, faz cair por terra o argumento católico Romano de ser ela a única e verdadeira igreja, fundada por Cristo. Foram eles:
Bispo de Roma;
Bispo de Constantinopla
Bispo de Alexandria
Bispo de Antioquia
Bispo de Jerusalém
COMO A IGREJA SE
TORNOU ROMANA
Das
cinco cidades patriarcais, duas eram as
mais importantes: Roma e Constantinopla, pois eram capitais do
Império Romano, do ocidente e do oriente, respectivamente.
No
V século, com a chamada pretensão petrina (que o apóstolo Pedro teria
sido o primeiro Bispo de Roma), o Bispo de Roma fortaleceu-se e passou a
ser a última palavra do Cristianismo, dominando e liderando as demais
Igrejas e patriarcados, exceto o de Constantinopla que não se encurvou
ao poderio do Bispo de Roma. Este patriarcado deu origem a Igreja católica Ortodoxa Grega,
até hoje existente. Isto, na verdade, traz luz à pretensão católica
romana que afirma ter sido a primeira e única igreja cristã, fundada por Cristo
e por seus apóstolos. Como vimos, a igreja Ortodoxa Grega e outras são da mesma
época de fundação da igreja romana.
Também
nesse período houve um grupo que se separou do patriarcado de Constantinopla e
fundou outra Igreja independente, a Nestoriana (498 dC.).
terça-feira, 31 de outubro de 2017
A (CONTRA) COMEMORAÇÃO DOS 500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE - Parte 1/4
Em meio às muitas e justas comemorações dos 500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE um fato inusitado e até inesperado chama a atenção: a campanha Católica "PROTESTANTES VOLTEM PRA CASA". A campanha conta com um SELO comemorativo (acima) e um VÍDEO bem sugestivo desse chamamento (abaixo):
Além disso, a campanha prevê várias ações, como ROSÁRIO PELA CONVERSÃO DOS PROTESTANTES, não por acaso exatamente no dia 31/10/, dia da Reforma Protestante:
E ainda e a EDIÇÃO DE 03 LIVROS:
1) Index Librorum Prohibitorium (1564):
É a versão revisada e publicada após o Concílio de Trento sob liderança do papa Pio IV. No texto original, que traduziremos na íntegra do latim, também estão expostos uma introdução do referido papa, um prefácio composto pela Delegação do Sínodo Tridentino e 10 regras anexas úteis para os estudos de homens doutos, sem prejuízo da verdade e da religião. Como textos de introdução ao Index, publicaremos três tratados da fé de renomados professores católicos. São eles: Antônio Angueth, Carlos Nougué e Sidney Silveira.
2) A "Heresia Protestante" do dr. Carlos de Laet (1847-1927):
Laet conta-se entre um dos maiores intelectuais leigos católicos da história do Brasil. Escreveu cerca de 3.000 artigos para inúmeros jornais, traduziu para o português a encíclica Rerum Novarum e foi declarado Conde Romano pelo Papa. Além disto, foi membro-fundador e presidente da Academia Brasileira de Letras, além de ter sido professor e diretor do colégio Pedro II. Entrou em um debate com o pastor protestante Álvaro Reis e o resultado desse histórico embate é o escopo desse livro.
3) “Objeções e erros protestantes com as respectivas respostas irrefutáveis” é um livro do Servo de Deus Padre Júlio Maria de Lombaerde (1878-1944).
Pe. Julio foi um padre Belga que começou a vida religiosa como missionário na África e pregou na Europa antes de vir para o Brasil em 1912. Durante as décadas seguintes, fundaria três congregações em solo brasileiro: as Filhas do Coração Imaculado de Maria em Macapá/AP; os Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora e as Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora em Manhumirim/MG. O Servo de Deus possui uma vasta obra literária que se encontra quase perdida. Apenas entre os escritos mapeados, são 63 livros e centenas de cartas. O pe. Júlio Maria ainda editava o jornal “O Lutador” no qual respondia aos questionamentos de protestantes. Do compêndio de algumas respostas surgiu o livro que reeditaremos nesta campanha.
O CENTRO DOM BOSCO, do Rio de Janeiro, um dos articuladores dessa campanha, apresenta a seguinte fundamentação:
"Estamos nos aproximando dos 500 anos da revolução protestante. Como o filho pródigo que abandonou o seu lar, milhões de pessoas se afastaram da Igreja fundada por Jesus Cristo desde o infame episódio. Por isso, é tempo de voltar para a Igreja Católica. Que todos sejamos um na Verdade. Protestantes, Voltem para Casa!".
Até que ponto isso é verdade? Há verdades nesse pressuposto? Jesus Cristo realmente fundou a Igreja Católica Apostólica Romana? São os protestantes uma espécie de aborto histórico, sem nenhuma ligação umbilical com o cristianismo primitivo?
Na segunda parte dessa série em comemoração aos 500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE estaremos desmistificando e desmoronando esse que é o principal argumento da Igreja Católica Apostólica Romana, pra se afirmar como única igreja verdadeira. Na terceira parte estaremos demonstrando as bases doutrinárias e teológicas que ligam o Protestantismo ao verdadeiro e autêntico Cristianismo, e, finalmente, na quarta parte postaremos as principais reportagens e comemorações históricas desse marcante 500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE.
QUEERMUSEU: O QUE HÁ POR TRÁS DA POLÊMICA EXPOSIÇÃO NO ESPAÇO CULTURAL SANTANDER? 3/3
Algumas opiniões sobre o QUEERMUSEU:
QUEERMUSEU: O QUE HÁ POR TRÁS DA POLÊMICA EXPOSIÇÃO NO ESPAÇO CULTURAL SANTANDER? 2/3
A arte sempre esteve presente quando se intentou provocar uma mudança radical de paradigma social. O Renascimento é um grande exemplo disso. Não era raro obras, quadros, pintudos com temas de confronto direto às estruturas religiosas. A arte, de fato, é uma grande aliada das mudanças. Umberto Ecco, em sua obra magistral "O Nome da Rosa" descreve essa utilização da arte com a intenção de minar as forças e o poder da igreja Romana, no século XIII, dentro dos mosteiros.
A QUEERMUSEU acaba por revelar um dos principais objetivos desse tipo de "arte": combater a cultura judaico-Cristã, em última análise. Não é só uma investida contra o cristianismo enquanto religião, antes, trata-se de algo maior, de uma guerra conta a cosmovisão cristã, que serve de base para toda a cultura ocidental. Por conta disso, esse tipo de exposição sempre trás obras que denigram símbolos reconhecidamente cristãos, porque, só assim, desconstruindo a cosmovisão cristã, é que será possível provocar mudanças radicais no paradigma cultural, com o fim de secularizar todas as áreas da vida.
Kuyper compreendeu bem a guerra cultural que se desencadeia contra o Cristianismo. Não é luta de uma religião contra a outra ou mesmo do ateísmo teórico contra a religiosidade. É luta entre visões de mundo, entre cosmovisões. Vejamos o que ele afirma:
Não há dúvida, então, de que o Cristianismo está exposto a grandes e sérios perigos. Dois sistemas de vida estão em combate mortal. O Modernismo está comprometido em construir um mundo próprio a partir de elementos do homem natural, e a construir o próprio homem a partir de elementos da natureza; enquanto que, por outro lado, todos aqueles que reverentemente humilham-se diante de Cristo e o adoram como o Filho do Deus vivo, e o próprio Deus, estão resolvidos a salvar a “herança cristã”. Esta é a luta na Europa, esta é a luta na América, e esta também é a luta por princípios em que meu próprio país está engajado, e na qual eu mesmo tenho gasto todas as minhas energias por quase quarenta anos.Nessa luta apologética não temos avançado um único passo. Os apologistas invariavelmente começam abandonando a defesa assaltada, a fim de entrincheirarem-se covardemente em um revelim atrás deles. Desde o início, portanto, tenho sempre dito a mim mesmo, -“Se o combate deve ser travado com honra e com esperança de vitória, então, princípio deve ser ordenado contra princípio. A seguir, deve ser sentido que no Modernismo, a imensa energia de um abrangente sistema de vida nos ataca; depois também, deve ser entendido que temos de assumir nossa posição em um sistema de vida de poder, igualmente abrangente e extenso. E este poderoso sistema de vida não deve ser inventado nem formulado por nós mesmos, mas deve ser tomado e aplicado como se apresenta na História. Quando assim fiz, encontrei e confessei, e ainda sustento, que esta manifestação do princípio cristão nos é dada no Calvinismo (KUYPER, 2002, p.19).
Como já deve ter ficado claro, a arte é uma das principais ferramentas ou armas de combate a uma cultura estabelecida e o surgimento de outra. Precisamente por isso é que numa exposição de "artes" voltada para o grupo LGBT, estará sempre presente temas religiosos. Para que eles se sintam confortáveis é absolutamente necessário diminuir a influência que o Cristianismo exerce fora dos templos e o motivo é um só: a total impossibilidade lógica do cristianismo aceitar como natural e normal a homossexualidade.
Lutemos, pois, a luta que nos está proposta, em defesa da cultura ocidental, alicerçada sob as bases do Cristianismo.
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
QUEERMUSEU: O QUE HÁ POR TRÁS DA POLÊMICA EXPOSIÇÃO NO ESPAÇO CULTURAL SANTANDER? 1/3
Há um fato envolvido na polêmica exposição QUEERmuseu, ocorrida no Espaço Cultural do Banco Santander, em setembro/2017, na cidade de Porto Alegre-RS, que passou desapercebido pela maioria das pessoas. Na verdade, a maioria delas não têm conhecimento desse importante detalhe. Focaram, por razões óbvias, "nas obras" que retratavam desvios e bestialidades como zoofilia, pedofilia, além do tipificado crime de vilipêndio.
Alguém já se perguntou por que o nome da exposição é QUEER?
Certamente não tem nada a ver com o verbo "querer", como, talvez, se quis sugerir ou se possa imaginar, de forma subliminar. QUEER é o nome de uma teoria: "Teoria Queer". É uma teoria sobre a categoria Gênero, tão na moda atualmente.
Basicamente essa teoria propõe que a orientação ou identidade sexual não está diretamente ligada à questões genéticas, biológicas. Antes, pelo contrário, os "papeis sexuais" são fruto de um "Construto Social", não existindo, segundo essa teoria, portanto, "papéis sexuais" biologicamente definidos, nem um traço na essência da natureza humana que possa definir antecipadamente esses papais. Ou seja, a Construção Social é que definirá esses papéis: se homem, se mulher ou se algo "ALÉM" disso, que é precisamente o que significa o termo "TRANS": trans-homem-mulher e todas as variações TRANS possíveis.
No vídeo abaixo, um parlamentar alemão saúda pelo menos 60 variações TRANS, reconhecidas na Alemanha:
No vídeo abaixo, um parlamentar alemão saúda pelo menos 60 variações TRANS, reconhecidas na Alemanha:
O termo "Construto Social" pressupõe o conjunto de percepções e visões de mundo produzidos por uma dada sociedade. Mas, também, pressupõe a existência de "construtores". Isso explica a militância em torno da chamada "cultura TRANS". A Teoria Queer intenta possibilitar, em relação ao gênero, que as pessoas possam assumir "papéis sexuais" a partir do que a própria sociedade (entenda-se, na prática, "construtores sociais") pré-definir como novos e possíveis "papéis sexuais".
De pronto se identifica, no cerne da Teoria Queer, um traço que é característico dos ideólogos sociais: seus pressupostos não partem do olhar intencional do cientista para compreender uma dada realidade. Antes, pelo contrário, a intenção é "Construir a própria realidade". Nesse sentido, não se encontra na Teoria Queer o que poderia ser chamado de "papel da boa ciência".
Não há limites de "papeis sexuais" para a Teoria Queer. Não há também "papéis sexuais" pré-definidos. A regra é exatamente retirar todos os limites "impostos pelo argumento biológico-genético". Isso significa dizer que qualquer "papel sexual" é válido e que todos devem ser aceitos como perfeitamente possíveis e normais. Ou seja, um homem pode ter relações ativas ou passivas com uma mulher, com outro homem, com uma criança e até com animais. Nada disso será tratado como anti-natural e muito menos como bestialidade. Por conta disso, obras que contemplam no mesmo cenário, homossexualismo e zoofilia, além de pedofilia, têm espaço franqueado, sem o menor constrangimento, na polêmica exposição do Espaço Cultural Santander:
A ideia de não ter limites quando o assunto é "papel sexual", o que, como já está claro e repetimos, inclui práticas como "zoofilia, necrofilia e pedofilia", é defendida por um dos mais famosos Miilitantes Queer do Brasil, o Deputado Federal Jean Willis, que no vídeo abaixo insinua que classificar tais práticas com conotação negativa é nada mais nada menos que fruto de "preconceitos arraigados da extrema direita":
Por fim, esperamos ter deixado claro que o nome da exposição foi pensado e escolhido cuidadosamente, com o objetivo de difundir os pressupostos da teoria Queer.
Nas próximas postagens trataremos sobre os principais objetivos ocultos da Teoria Queer e entenderemos os motivos da mistura sexualidade x religiosidade (2/3), além de analisarmos as atitudes tomadas por diversos seguimentos da sociedade (3/3).
quinta-feira, 27 de julho de 2017
SOLA SCRIPTURA - Parte 5/5
5- O
EMBATE SOBRE O SOLA SCRIPTURE E O RELATIVISMO NOS NOSSOS
DIAS:
Apenas para citar algumas áreas em que a igreja de nossos dias tem permitido a entrada de práticas sem a devida preocupação com o embasamento escriturísticos: No Culto (danças litúrgicas, shows, peças teatrais, etc). Na forma de arrecadação de verbas (enquanto a bíblia só reconhece dízimos e ofertas, a igreja tem inovado e utilizado coisas como baratilhos, cantinas, mensalidades, taxas, etc).
Evidentemente que a igreja tem esquecido de perguntar "o que a bíblia diz" sobre determinadas crenças e práticas em muitas outras áreas, mas, basta, por hora, a reflexão: a igreja dos nossos dias precisa voltar urgentemente a perguntar qual o ensino bíblico acerca das coisas que intenta crer e fazer. Sola Scripture já; hoje!
quarta-feira, 26 de julho de 2017
SOLA SCRIPTURA - Parte 4/5
4- O
EMBATE ENTRE O SOLA SCRIPTURA E O PENTECOSTALISMO NO SÉCULO XIX E XX
Os REFORMADORES não enfrentaram esse
problema relativo CONTEMPORANEIDADE E ATUALIDADE DE DONS ESPETACULARES COMO
LÍNGUAS, PROFECIAS, NOVAS REVELAÇÃO, SONHOS. Esse é um debate que é travado na
igreja cristã principalmente a partir de 1906 com o advento do Pentecostalismo,
que nasce na Rua Azuza, nos EUA, onde um grupo reunido disse ter recebido
manifestações dos DONS ESPETACULARES QUE CARACTERIZARAM A ERA APOSTÓLICA. O
Brasil foi muito afetado pelo Pentecostalismo porque muito cedo essa movimento
iniciado na Rua Azuza, em 1906 chegou por aqui. Já em 1910 o Pentecostalismo se
estabeleceu no Brasil.
Sola Scriptura, como já vimos,
significa que todas as práticas religiosas, doutrinas e cultos devem emanar
“somente” das Escrituras Sagradas. Pressupõe também que toda e qualquer “nova
revelação” e, portanto, extrabíblica, deve ser REJEITADA, pois a Escritura, o
Canon fechado, os 39 livros do VT e os 27 do NT, são SUFICIENTES PARA A IGREJA
DE CRISTO e inerrantes.
Era assim que pensavam os reformadores. É
assim que pensam os Reformados até hoje. Agora, perguntamos: É assim que
pensam os Pentecostais?
Para os PENTECOSTAIS, assim como para os CATÓLICOS, como já vimos, a palavra de Deus não é a ÚNICA regra de fé e prática. Os CATÓLICOS DÃO À TRADIÇÃO E AS BULAS PAPAIS o mesmo valor de autoridade das Escrituras. Os PENTECOSTAIS, da mesma forma, nas NOVAS REVELAÇÕES, que podem vir por “profecias”, “sonhos”, ou através das “línguas estranhas”.
Quantos casamentos feitos e
desfeitos; quantas “visitas pessoais” do próprio Deus nos arraiais
Pentecostais. Falam como se pela boca do próprio Deus: “eis que sou Deus que te
digo varão”. Quebra flagrante do terceiro mandamento. É mais do que claro que “as novas revelações” possuem, para os
pentecostais, status de regra de fé e de prática, posto que eles obedecem
cegamente a “ordem de Deus”, vinda diretamente de um “VASO”. Bom seria
que obediência se estendesse à voz de Deus publicada na bíblia. Mas não é esse
o caso, infelizmente. Alguém poderia
negar essa realidade?
O pressuposto Pentecostal de “ESCRITURA
TAMBÉM” e não “SOMENTE A ESCRITURA”, como defendiam os REFORMADORES, pode
causar a falsa impressão de similaridade com o pressuposto da Reforma, mas são
diametralmente opostos. “ESCRITURA TAMBÉM” pode ser, e tem sido em muitas
ocasiões, TRAVESTIDO por “Somente Novas
Revelações, nada de bíblia”.
Permita-me ilustrar o que acabamos de
argumentar: há muitos anos atrás, em nossa igreja, uma irmã envolvida com o
Pentecostalismo recebeu a seguinte revelação: “seu atual marido não é o que
Deus escolheu para você”. Essa mesma “profecia” foi levada pela mesma
“profetisa” (pessoa com grande reconhecimento no meio pentecostal, possua cargo
ou não) a um membro da igreja Assembléia de Deus: “vaso, a sua atual esposa não
é a mulher que Deus escolheu pra você”. Resultado: ambos deixaram seus cônjuges
e passaram a viver maritalmente “felizes para sempre”. Detalhe: a tal profetisa
conhecia os dois pombinhos. Lembro que o conselho da igreja listou uma série
incalculável de versículos bíblicos para aquela irmã, na esperança de fazê-la
entender o quanto estava enlameada com o pecado de adultério. Sua resposta a
cada versículo era: “esse eu já sei
decorado, mas nada vai fazer eu mudar de ideia porque eu tenho a confirmação da
revelação de Deus na minha vida”. É ou não é “somente nova revelação e bíblia
nada”? Ela foi disciplinada, saiu da nossa igreja e foi fazer parte de
uma igreja Pentecostal com seu novo parceiro "canela de fogo".
Diante disso,
podemos afirmar: o pressuposto Pentecostal que contrasta com o “Sola Scriptura”
é: “Escritura também, mas não só Escritura”.
A IPB, como uma igreja
reformada, ENTENDE QUE A BÍBLIA É SUFICIENTE E NÃO ACREDITA NA CONTEMPONEIDADE
DOS DONS ESPETACULARES. A IPB entende que eles CESSARAM COM O FECHAMENTO DO
CANOM BIBLICO.
Aliás, já havia profecia
quando ao encerramento desses dons. Leia I COR 13: 8-11. A TEOLOGIA REFORMADA TEM
ENTENDIDO QUE ESSE “PERFEITO” É A CONCLUSÃO DO CÂNON BÍBLICO, A COMPLETUDE DAS
ESCRITURAS, visto que todo o contexto anterior, como o capítulo 12 e o
posterior, como o 14 estão tratando de formas de Deus se revelar ao seu povo.
Agora leia Hebreus 1:1 –
João 14:6 e João 17:17
Palmer Robertson, escrevendo
sobre o fim, a cessação dos DONS ESPETACULARES, em seu livro "A palavra Final", faz a seguinte afirmação:
"O
término da atividade revelacional concretizado por Deus não deve ser lamentado
como se fosse algo como o expirar de um amigo predileto. Ao contrário, deve ser
visto como uma caixa repleta de joias que expõe à vista o inestimável tesouro
existente em seu interior. Por mais decorada e bela que seja a caixa, a
substância propriamente dita tem de ser encontrada na plena revelação do próprio tesouro que jaz no seu interior" (pg.62).
A Escritura Sagrada é esse tesouro e os dons espetaculares a bela caixa de deu lugar ao tesouro propriamente dito.
A
Confissão de Fé de Westminster, interpretação oficial da IPB sobre esse assunto
de ATUALIDADE OU CESSAÇÃO DOS CHAMADOS DONS ESPETACULARES, faz a seguinte
afirmação:
I. Ainda
que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo
manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam
inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus
e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em
diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela
sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o
mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e
malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda.
Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos
modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo.Sal. 19:
1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb.
1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II
Pedro 1: 19. VI. Todo
o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele
e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na
Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se
acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por
tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima
iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas
reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus
e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de
ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras
gerais da palavra, que sempre devem ser observadas. II Tim.
3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor.
11:13-14.
Assinar:
Postagens (Atom)