Ensina a criança no caminho em
que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele (Prov. 22:6)
1º) O texto alerta antes de qualquer coisa para a NECESSIDADE
DE ENSINAR A CRIANÇA;
A necessidade de ensinar
se dá por conta da queda e consequente depravação do homem, transmitida via DNA,
por seus pais. Não é uma opção ensinar, é uma necessidade. Pois, “a estultícia está ligada ao coração da
criança, mas a vara da disciplina a afastará dela (Prov.22:15)”.
Isso é tão sério; a
necessidade de ensinar a criança é tão urgente, que se nada for feito as
consequências poderão ser desastrosas para toda a família e não somente,
apenas, para a criança. Vejamos o que nos di o sábio inspirado: “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a
criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe (Prov.29:15)”.
Alguém duvida que a
criança é má desde o seu nascimento? Às vezes quando em visita a alguma criança
que nasceu, é dito: “que anjinho”. Tem nada de anjinho. É um pecadorzinho.
Isso pode ser
facilmente constatado na prática: precisamos ensinar o que é errado para nossos
filhos? Imagine a cena: um pai chama seu filho e lhe diz: "filho, hoje vou
te ensinar a quebrar a TV e como bater na sua irmã". Já viram por aí alguma
escola que ensina a roubar? Alguma escola que ensina a usar drogas?
Alguma escola para corruptos? Para assassinos? Alguma escola de prostituição?
Obviamente que não! Já sabemos, naturalmente de tudo isso, sendo
necessário para passar da potência à prática, apenas a ativação, o startar do
gatilho, que já existe dentro de nós.
O Ensino, a educação é
uma espécie de graça comum, que serve para ir retirando o mal natural do
coração da criança e ir colocando coisas boas no lugar. Para saber mais
especificamente sobre isso, veja nosso post que trata especificamente desse
assunto:
É por isso que, quanto
mais um país investe - seriamente - em educação, em ensino, mais ele se
aproximará do ideal de justiça social, promovendo, assim, o bem social e
uma convivência mais harmoniosa entre seus cidadãos, pois mais pessoas estarão
com "menos mal" no coração. Pouca educação, por sua vez, é
igual a "mais mal" no coração, que resultará,
impreterivelmente, em graves problema sociais, como a criminalidade, por
exemplo. Muita educação, como já dissemos, é igual a "menos mal"
no coração, consequentemente, menos problemas sociais, que trará como resultado
um menor índice de criminalidade.
2º) O texto fala de COMO SE DEVE ENSINAR A CRIANÇA. Não é de
qualquer jeito. Existe um modelo de ensino que produz um resultado muito mais
eficaz e duradouro: O MÉTODO DO EXEMPLO.
Note que no texto
existe a expressão “ensina NO CAMINHO”, que é completamente diferente de “ensina O CAMINHO”.
Qual a diferença?
Ensinar “O caminho”
indica que você está apenas apontando por aonde ir, mas que você mesmo não vai
junto. Ensinar “NO caminho” indica que você caminha junto com seu filho,
no mesmo caminho, enquanto o ensina.
A
metodologia de apenas ensinar “O CAMINHO”, está baseada na expressão “faça o que eu digo, mas não faça o que eu
faço”.
É um
pai que bebe, mas que diz a seu filho para não beber. É um pai que manda o
filho comprar cigarro, mas lhe proíbe fumar. É um pai ou uma mãe que pouco se
interessa pelas coisa da igreja, que quase não vai a igreja e depois quer
obrigar seu filho a ir, dizendo: “você vai porque é o melhor pra sua vida”.
Casos típicos de pais/educadores que apenas apontam “O CAMINHO”.
Essa
era a metodologia de ensino utilizada pelos Fariseus. Eles eram os EDUCADORES/ENSINADORES
que utilizavam o método de ensino “faça
o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, que é o mesmo método de ensino
que apenas aponta “O CAMINHO” por onde se deve andar. Jesus reprovava
veementemente esse método de ensino.
Aquele que apenas aponta O CAMINHO.
Então falou Jesus às multidões e aos seus
discípulos, dizendo: Na cadeira de Moisés se assentam os escribas e fariseus.
Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais
conforme as suas obras; porque dizem e não praticam. Pois atam fardos
pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles
mesmos nem com o dedo querem movê-los.Todas as suas obras eles fazem a fim
de serem vistos pelos homens; pois alargam os seus filactérios, e aumentam as
franjas dos seus mantos; gostam do primeiro lugar nos banquetes, das primeiras
cadeiras nas sinagogas, das saudações nas praças, e de serem chamados pelos
homens: Rabi. (Mt 23:1-7).
Se o pai ou a mãe não
é envolvido na igreja, não faz a menor questão de frequentar a escola
dominical; falta ao culto Por qualquer motivo, não leva a sério a igreja, nem
tem compromisso com ela. Na igreja é uma coisa e em casa, no trabalho, no
lazer, na rua é outra completamente diferente. O que, possivelmente, acontecerá
com o filho que cresce nesse ambiente de desleixo completo? Começará, provavelmente,
a não querer ir mais para a igreja, a não ter mais interesse com as coisas
espirituais, até deixar completamente. A culpa foi do pai, foi da mãe, de ambos?
Sim, certamente.
Já a expressão “ensina NO CAMINHO”, usada no
texto, pressupõe que você estará junto com seu filho; VOCÊ E ELE, JUNTOS, NO
CAMINHO, como alguém que pega na mão do filho e vai caminhando com ele, mostrando
os perigos da estrada, lhe ensinando os preceitos básicos sobre Deus.
Mas atenção:
esse é um método extremamente eficaz, e, por isso mesmo, pode ser extremamente
perigo e nocivo para seu filho.
Porque a medida em que você
caminha junto com ele, NO CAMINHO, seu
filho estará lhe observando atentamente e todas as suas atitudes terão uma
dimensão pedagógica, isto é, ele vai imitar você. Isso potencializa o valor
do que está sendo ensinado com seu EXEMPLO.
3º) Será mesmo que PAIS QUE NÃO GUIAM FILHOS QUE SE DESVIAM? Será que o texto de Prov.22:6 está ensinando isso?
Será que aqueles que
se desviaram do caminho se desviaram por culpa dos seus pais, que não os
ensinaram o caminho ou que pelo menos não ensinaram o caminho direito?
Sim e não, eu diria.
A história dos reis é
um exemplo claro de como muitos filhos seguiram o exemplo negativo dos pais e
se desviaram dos preceitos do Senhor. LER: II Reis 23:36-37; II Reis 23:31-32.
Atenção para esses personagens: MANSASSÉS (avô do rei Josias: II Reis 21:1-2);
AMOM (pai do rei Josias: II Reis 21:19-20).
PORÉM, Se entendermos
que a culpa desse desvio é só dos pais, estamos tirando completamente a
responsabilidade moral dos filhos.
Os
comentadores do nosso texto base – Prov.22:6 - na bíblia de Genebra, edição
ampliada, sobre esse texto, alertam para o seguinte: “os jovens têm liberdade
de escolher o pecado e apostatar da fé” (GENEBRA, p. 840).
Portanto,
eles também devem ser responsabilizados por terem se desviado da fé, do Senhor
e da igreja.
Os
filhos devem lutar para não copiarem os maus exemplos de seus pais. Isso é
absolutamente possível.
A bíblia nos dá um bom
exemplo de um filho que rejeitou o caminho mau de seu pai e do pai de seu pai,
isto é, do seu avô. Ou seja, havia já um histórico de desvio dos caminhos do
senhor na sua família. Mas ele não aceitou essa situação e foi completamente
diferente do seu avô e do seu pai. Estamos nos referindo ao Rei Josias:
Tinha Josias oito anos de idade
quando começou a reinar e reinou trinta e um anos em Jerusalém. Sua mãe se
chamava Jedida e era filha de Adaías, de Bozcate. Fez ele o que era reto
perante o SENHOR, andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se desviou
nem para a direita nem para a esquerda (II Reis 22:1-2)
Isso denota a grande
responsabilidade moral, ética e espiritual que pesa sobre os filhos. Eles não
poderão simplesmente usar o desvio de seus pais como justificativa para seus
próprios desvios.