Temos
registrado no livro de Atos dos Apóstolos, em
seus primeiros capítulos, e particularmente nos capítulos 1 e 2, que tratam
respectivamente da ascensão de Jesus e da descida do Espírito Santo, o marco
Zero do Cristianismo, dando início assim a sua grande carreira missionária.
A INFLUENCIA DO
IMPÉRIO ROMANO
Já
em meados do ano 100 dC existiam Igrejas em inúmeras cidades da Ásia Menor
e muitos lugares da Palestina, Síria, Macedônia, Grécia,
Roma, Alexandria e provavelmente na Espanha. Este
progresso assustador, em tão pouco tempo, deve-se, em certo sentido, pelo
domínio que o Império Romano exerceu em todo mundo, alcançando seu apogeu
exatamente no desabrochar da igreja de Cristo.
As condições facilitadoras
e necessárias, criadas e/ou desenvolvidas para atender à expansão do Império
Romano, acabaram contribuindo para o avanço do Cristianismo. Vejamos algumas
das mais importantes:
Um
mercado interlocal ativo;
A
unidade cultual;
Língua
comum;
Os
meios de transporte terrestres e marítimos.
Ao estudarmos este assunto
é impossível não notar a clara
intervenção de Deus na História, moldando os mapas geopolíticos, os tempos, os
povos, os corações dos governantes, os poderes políticos e tudo o mais que se
fizesse necessário para que seu Filho viesse tão somente na “Plenitude dos
Tempos“, isto é, quando todas as condições estivessem favoráveis para
possibilitar o alastramento de sua pregação, como registra o apóstolo Paulo em
sua epístola: “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido debaixo de lei” (Gal.
4:4).
AS PERSEGUIÇÕES
Por
mais que pareça paradoxal, um outro fator que possibilitou o alastramento do
Cristianismo foi a perseguição. Em
Atos 8:1-4, temos
os primeiros registros dessas perseguições, que se estenderam até o século IV,
com momentos de abrandamento e picos de crueldade.
Dentre
os mais impiedosos perseguidores da
Igreja destacamos o imperador Nero, que governou de 54 a 68 dC. A História
registra fatos de extrema impiedade, como, por exemplo, o de se divertir com os
cristãos, que eram atirados para os leões ou feitos tochas humanas para
iluminar a noite.
Entre
o ano 100 dC e o reinado de Constantino
em 306 dC, apesar das perseguições, o Cristianismo alcançou um
maravilhoso progresso, passando inclusive de Igreja perseguida para religião
oficial do império Romano em 313. O edito do imperador Constantino não só
proibia a perseguição aos cristãos como impunha a seus súditos que se tornassem
cristãos. Isto trouxe duas consequências para a história do Cristianismo, com
tentáculos que perduram até aos dias atuais:
A
primeira foi positiva:
Sendo o imperador Constantino favorável ao cristianismo, possibilitou e
facilitou seu progresso físico.
A
segunda foi negativa:
Obrigados ou ainda constrangidos a se tornarem cristãos (não era uma boa
política fazer parte de uma religião diferente da religião do imperador), os
súditos do império ingressavam no
cristianismo sem a devida e necessária conversão, levando assim para a Igreja
suas muitas práticas antigas, na maioria das vezes, oriundas de religiões
pagãs, como culto ao Imperador (de onde se origina as indumentárias do papa),
adoração de outras divindades e muitas outras heresias comuns à cultura
greco-romana, que foram posteriormente adaptadas e incorporadas até aos dias de
hoje.
COMO A IGREJA SE
TORNOU CATÓLICA
Até
aproximadamente o ano 400 dC, todas as Igrejas existentes se reuniam em concílios para tomar alguma
decisão de caráter doutrinário. Isto fica evidente em Atos
15. Foi exatamente isso que promoveu a ligação da igreja nos mais
variados pontos, passando a ser Católica (que quer dizer Universal), formando
assim uma espécie de governo geral para
todas as Igrejas, pois aceitavam a autoridade das decisões desses concílios. Os
principais concílios foram:
Data dC
|
Nome do concílio
|
Motivo
|
50
|
Jerusalém
|
Leis
judaicas e os Cristãos – Atos 15
|
325
|
Nicéia
|
Contra
o arianismo – Credo (Maria mãe de Deus)
|
381
|
Constantinopla
1º
|
Finalização
do Credo
|
432
|
Éfeso
|
Contra
o nestorianismo
|
451
|
Calcedônia
|
Contra
o monofisitismo
|
553
|
Constantinopla
2º
|
Contra
o nestorianismo
|
681
|
Constantinopla
3º
|
Contra
monotelitismo
|
869
|
Constantinopla
4º
|
A
paz entre o Leste e Oeste
|
1123
|
Latrão
1º
|
Disciplina.
Contra os Valdenses (Inquisição)
|
1545
|
Trento
|
Contra-Reforma
(Igreja Católica Romana)
|
1870
|
Vaticano
1º
|
Infabilidade
do Papa
|
A partir daí vemos na Igreja Católica (universal), um
processo de centralização de autoridade, com o aparecimento do Bispo com
caráter monárquico, isto é, o Bispo que a principio é somente o dirigente
de sua igreja local, surge como dirigente de várias igrejas.
A ideia de Diocese (conjunto de igrejas) se
fortalecia cada vez, tornando cada vez maior o poder dos Bispos.
Num passo mais adiante no processo de centralização, os Bispos das províncias
romanas tornaram-se, naturalmente, mais importante que os demais e
foram chamados Bispos de suas dioceses.
Continuando o
processo de centralização, Cinco Bispos se destacaram e foram
considerados Patriarcas, por serem Bispos de cidades importantes e
influentes tanto na política como na economia do império. A existência dessas "cinco maiores igrejas" (porque, na verdade, haviam muitas outras, faz cair por terra o argumento católico Romano de ser ela a única e verdadeira igreja, fundada por Cristo. Foram eles:
Bispo de Roma;
Bispo de Constantinopla
Bispo de Alexandria
Bispo de Antioquia
Bispo de Jerusalém
COMO A IGREJA SE
TORNOU ROMANA
Das
cinco cidades patriarcais, duas eram as
mais importantes: Roma e Constantinopla, pois eram capitais do
Império Romano, do ocidente e do oriente, respectivamente.
No
V século, com a chamada pretensão petrina (que o apóstolo Pedro teria
sido o primeiro Bispo de Roma), o Bispo de Roma fortaleceu-se e passou a
ser a última palavra do Cristianismo, dominando e liderando as demais
Igrejas e patriarcados, exceto o de Constantinopla que não se encurvou
ao poderio do Bispo de Roma. Este patriarcado deu origem a Igreja católica Ortodoxa Grega,
até hoje existente. Isto, na verdade, traz luz à pretensão católica
romana que afirma ter sido a primeira e única igreja cristã, fundada por Cristo
e por seus apóstolos. Como vimos, a igreja Ortodoxa Grega e outras são da mesma
época de fundação da igreja romana.
Também
nesse período houve um grupo que se separou do patriarcado de Constantinopla e
fundou outra Igreja independente, a Nestoriana (498 dC.).
Texto esclarecedor
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