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sábado, 26 de março de 2016

INTRODUÇÃO À DOUTRINA DO SER DE DEUS - Parte 4/4


4º) Em quarto lugar, com uma dimensão prática, afirmamos que usar o nome de Deus em vão é atentar contra o contra o seu SER.

Os teólogos de Westminster parecem fazer um link absolutamente consistente entre o NOME de DEUS e seu próprio SER. Vejamos:

111. Qual é o terceiro mandamento?
O terceiro mandamento é: "Não tomarás o nome to Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar em vão o nome do Senhor seu Deus": Ex 20:7

112. O que se exige no terceiro mandamento?
No terceiro mandamento exige-se que o Nome de Deus, os seus títulos, atributos, ordenanças, a Palavra, os sacramentos, a oração, os juramentos, os votos, as sortes, suas obras e tudo quanto por meio do quê Deus se faz conhecido, sejam santa e reverentemente usados em nossos pensamentos, meditações, palavras e escritos, por uma afirmação santa de fé e um comportamento conveniente, para a glória de Deus e para o nosso próprio bem e o de nosso próximo: Dt 28:58;Mq 4:5; Jr 4:2;32:39. Leia-se todo o Salmo 8.Sl 29:2;76:11;102:18;105:2,5;107:21,22;138:2; Mt 1:14;3:16;6:9;  I Tm 2:8; At 1:24,26; I Co 10:31;11:28,29; Fp 1:27;Cl 3:17; I Pe 2:12;3:15; Ap 15:3,4.

CONCLUSÃO:

Quando estudarmos o ser de Deus e os seus atributos, estaremos estudando sobre o caráter de Deus. Enquanto estivermos estudando os atributos de Deus, veremos algumas coisas acontecerem em nós, pelo impacto que o conhecimento do ser divino nos traz (CAMPOS, 2002, p.22).

domingo, 28 de fevereiro de 2016

SOLI DEO GLÓRIA - Parte 5/5


CONCLUSÃO:

SOLI DEO GLORIA: A Erosão do Culto Centrado em Deus 

Onde quer que, na igreja, se tenha perdido a autoridade da Bíblia, onde Cristo tenha sido colocado de lado, o evangelho tenha sido distorcido ou a fé pervertida, sempre foi por uma mesma razão. Nossos interesses substituíram os de Deus e nós estamos fazendo o trabalho dele a nosso modo. A perda da centralidade de Deus na vida da igreja de hoje é comum e lamentável. É essa perda que nos permite transformar o culto em entretenimento, a pregação do evangelho em marketing, o crer em técnica, o ser bom em sentir-nos bem e a fidelidade em ser bem-sucedido. Como resultado, Deus, Cristo e a Bíblia vêm significando muito pouco para nós e têm um peso irrelevante sobre nós.
Deus não existe para satisfazer as ambições humanas, os desejos, os apetites de consumo, ou nossos interesses espirituais particulares. Precisamos nos focalizar em Deus em nossa adoração, e não em satisfazer nossas próprias necessidades. Deus é soberano no culto, não nós. Nossa preocupação precisa estar no reino de Deus, não em nossos próprios impérios, popularidade ou êxito.



SOLI DEO GLÓRIA - Parte 4/5


2º) Erros, desvios e heresias em relação ao culto e à adoração:

a)  Na época dos reformadores:

Umas das maiores preocupações dos Reformadores, principalmente de Calvino, era a de purificar as corrupções que tinham se infiltrado no culto e na adoração da igreja de Cristo.

Nessa época muita atenção passou a ser dada à criatura, no culto, ao invés de ser dada unicamente ao criador. Então estátuas de pessoas passaram a ser prestigiadas no culto e ainda que a Igreja Católica dissesse e ainda diz que não adora a estátua, nem às pessoas ali representadas, ainda que pessoas se ajoelhem diante delas e lhes acendam velas e lhes prestem honra, uma coisa é líquida, certa e clara: a glória de Deus agora estava dividia no culto com suas próprias criaturas. Deus não admite isso. Leia comigo Isaías 42:8.

Além dessa absurda glória dada ao homem dentro do ambiente de culto a Deus, a Igreja Católica passou a inserir no culto uma série de elementos estranhos à bíblia, como por exemplo, o uso de velas, de paramentos sacerdotais, etc.

Existe duas formas de entender a teologia do culto: a) Princípio Normativo do culto: o que a bíblia não proíbe, posso ter no culto e na adoração a Deus. Esse princípio é o defendido pela Igreja Católica. A idéia é a seguinte: a bíblia proíbe velas no culto? Não, então posso ter. A vela não é um simples fator circunstancial, ela é um elemento litúrgico e existe um fator doutrinário e teológico no seu uso;  b) Princípio Regulador do Culto: só posso ter no culto e na adoração à Deus aquilo que a bíblia manda explicitamente ter. Esse princípio era defendido pelos Reformadores e visava a purificação da liturgia, do culto e da adoração de acréscimos sem embasamento das Escrituras sagradas.

Calvino colocou essa purificação do culto como algo central em sua vida e em sua teologia.

O Rev.Paulo Anglada, em seu excelente livro “Princípio Regulador do culto” confirma isso, ao afirmar que “O foco principal dos Reformadores, tais como Zwinglio [...], Farel e Calvino foi a purificação do culto das superstições e idolatria medievais” (ANGLADA. Paulo. Princípio Regulador do Culto. PES, 1997, p.6).

Essa preocupação dos Reformadores e especialmente de Calvino com o Culto e à Adoração a Deus se dá pela gravidade do assunto. Há quem pense que Deus aceita qualquer tipo de adoração. Isso não é verdade.

Lembremo-nos de Caim. Deus não recebeu a adoração dele.

Desde o tempo de Jesus havia a preocupação com o que podemos chamar de Adoração Aceitável a Deus, exatamente porque sempre houve e ainda há a possibilidade de Deus não aceitar nosso culto e nossa adoração. Veja essa preocupação em João 4:20.

Em João 4:24, o próprio Jesus ensina como deve ser o culto, a adoração para que seja aceitável por Deus: a) Em Espírito, que denota sinceridade de coração e b) Em Verdade (João 17:17), que denota conformidade com a Palavra de Deus, onde expressa como Ele quer ser Adorado.

b)      Em nossa época:

Bem, penso que em nossa época ainda convivemos com a mesma ofuscação da glória de Deus da época dos Reformadores, em relação ao culto e à adoração a Deus.

Nesse sentido, podemos ver claramente e mais uma vez a glória de Deus sendo dividida com a glória de homens, só que dessa vez, em nossa época, são eles “pregadores famosos”, cantores gospels e um elemento novo, que não existia no tempo dos Reformadores: o pecador. Sim, o culto hoje em dia é feito para agradar ao pecador e não para glorificar a Deus.

Os cultos, as igrejas, a adoração pouco a pouco foi sendo transformada em shows.

Hoje em dia temos pregadores e cantores com Fãs clubes, mais se parecem com pop stars . E, assim, a glória do culto e da adoração que deveria ser dada a Deus somente, Soli Deo Glória, é repartida com esses “profissionais da adoração”.

Mas há um aspecto do culto prestado a Deus hoje que também existia no tempo dos reformadores, mas que está cada vez mais evidente: a inclusão de práticas e elementos cúlticos sem a necessária base bíblica. Tudo isso para agradar o pecador ou ainda para satisfazer o desejo pessoal de pastores e líderes, especialmente de louvor.

Os crentes hoje seguem o mesmo princípio normativo do culto, defendido pela Igreja Católica e desprezam o Principio Regulador do culto, defendido pelos Reformadores.

A Confissão de Fé de Westminster, formulada no século XVII, no capítulo XXI.I, faz a seguinte afirmação sobre o Culto e a adoração a Deus: “o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras”.

Antes de continuarmos nossa abordagem sobre Erros, desvios e heresias em relação ao culto e à adoração, em nossa época, preciso mais uma vez recorrer à Declaração de Cambridge, sobre o Soli Deo Glória:

Negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se permitirmos que o afeiçoamento próprio, a auto-estima e a auto-realização se tornem opções alternativas ao evangelho”.

John. F. MacArthur, citando Charles Spurgeon, num brilhante artigo intitulado “Eu quero uma religião show”, escreveu:  “O fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças (comentar a vontade pq tem IPB que também faz, apesar da direção da igreja já ter proibido) e ordenanças. Se nos encontramos incapazes de frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens quanto à sua existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice”.

A igreja do Senhor precisa voltar a fazer a pergunta esquecida, quando algo novo vai ser incluído em seu culto, em sua adoração: Existe base bíblica para isso?[1] Isso é muito grave.

Ainda no livro “Princípio Regulador do culto”, já citado, é perguntado: Por que Deus não se agradou da oferta de Caim? Porque Nadabe e Abiú foram mortos por colocarem fogo estranho no oferecimento de incenso (Lv 4:17-20)? Por que Uzá foi morto ao segurar a arca da aliança quando os bois tropeçaram em Quidom? Resposta reformado-puritana: porque todos eles contrariam a lei do culto, o princípio bíblico regulador do culto, que atribui a Deus o direito de prescrever a maneira pela qual ele deseja ser adorado (ANGLADA, p.28).


[1] Evidentemente que essa exigência se dá, tão somente, para elementos litúrgicos e cúlticos, como por exemplo: orações, cânticos (tipo e instrumentos), pregação, sacramentos, mas não para elementos circunstanciais, como por exemplo, bancos, som, microfones, etc. Esses últimos não fazem parte do culto. Mas atenção: alguns elementos inseridos na adoração, ainda que não biblicamente comprovados, num ambiente de culto, passam a ser parte integrante desse culto, dessa adoração. Aqui, sim, cabe a pergunta antes de inserir esses elementos: “existe base bíblica para inserir essas práticas no culto, na adoração ao senhor? Ele pediu pra ser adorado com essas práticas? Veja a diferença entre Elementos e circunstanciais do culto, mais detalhadamente: “Elementos e Circunstâncias de Culto. A Igreja Presbiteriana faz diferença entre elementos e circunstâncias de culto. Elementos de culto são os atos que têm significado religioso, prescritos na Palavra de Deus como formas aceitáveis de culto. Na nova dispensação, apenas a leitura bíblica, a pregação, a oração, a ministração dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor, e o cântico de louvores a Deus são elementos regulares de culto (juramentos religiosos, votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais são, por sua própria natureza, elementos ocasionais de culto). Circunstâncias de culto são todas as demais coisas, de caráter não religioso, mas necessárias à realização do culto. Estas coisas não são fixas, não fazem parte do culto em si, não sendo, portanto, especificamente prescritas nas Escrituras. Mas devem ser ordenadas à luz da revelação geral, do bom senso cristão, de conformidade com os princípios gerais das Escrituras. Como exemplo de circunstâncias de culto na dispensação do Evangelho, estão: o local de culto, horário, duração e ordem do culto, móveis, iluminação, aquecimento ou ventilação, som, microfones, etc. Nenhuma dessas coisas deve adquirir conotação religiosa”. Conforme:  http://www.ipcpa.org.br/culto.php

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