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quarta-feira, 12 de junho de 2013

A FAMÍLIA SOB ATAQUE – Parte 2/2


2-O verdadeiro alvo dos ataques

Vamos refletir agora sobre os motivos desses recentes ataques contra a família tradicional. Talvez um pouco de história do Cristianismo nos ajude a entender isso.

O Historiador argentino Justos Gonzales, em sua famosa coleção sobre a história da igreja Cristã, fez a seguinte afirmação: “quanto mais o sangue dos mártires escorria pela terra, mas o Cristianismo avançava”.

Logo, os inimigos ou o inimigo do Cristianismo percebeu que não seria possível vencer a Igreja de Cristo atentando diretamente contra ela, como ocorreu nos primeiros séculos mais intensamente. A estratégia, então, precisava ser mudada. É aí onde entra a explicação dos motivos que levam a família tradicional a estar sob mira, sob ataque.

Mais uma vez recorreremos à CFW para entender melhor esse assunto:

“II. O matrimônio foi ordenado para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça humana por uma sucessão legítima e da Igreja por uma semente santa, e para impedir a impureza” (CFW, XXIV).

Se nosso historiador argentino estiver certo, combinado com os motivos pelos quais o matrimônio foi ordenado apenas para um homem e mulher, para macho e fêmea, conforme a Confissão de Fé de Westminster, não será difícil concluir que o ataque à família é, em última análise, um ataque indireto cujo alvo principal e final é a Igreja de Cristo; o Cristianismo.

3- Com quem contrair Matrimônio? A visão dos teólogos de Wesminster:

“III. A todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar; mas é dever dos cristãos casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religião reformada não devem casar-se com infiéis, papistas ou outros idólatras; nem devem os piedosos prender-se desigualmente pelo jugo do casamento aos que são notoriamente ímpios em suas vidas ou que mantém heresias perniciosas. Ref. Heb. 13:4; I Tim. 4:3; Gen.24:57-58; I Cor. 7:39; II Cor. 6:14. IV. Não devem casar-se as pessoas entre as quais existem os graus de consagüinidade ou afinidade proibidos na palavra de Deus, tais casamentos incestuosos jamais poderão tornar-se lícitos pelas leis humanas ou consentimento das partes, de modo a poderem coabitar como marido e mulher” (CFW, XXIV). 

4- Considerações sobre o divórcio:

V. O adultério ou fornicação cometida depois de um contrato, sendo descoberto antes do casamento, dá à parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso de adultério depois do casamento, à parte inocente é lícito propor divórcio, e depois de obter o divórcio casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta. Ref. Mat., 1: 18-20, e 5:31-32, e 19:9. VI. Posto que a corrupção do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a fim de indevidamente separar aqueles que Deus uniu em matrimônio, contudo só é causa suficiente para dissolver os laços do matrimônio o adultério ou uma deserção tão obstinada que não possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil; para a dissolução do matrimônio é necessário haver um processo público e regular. não se devendo deixar ao arbítrio e discreção das partes o decidirem seu próprio caso. Ref. Mat. 19:6-8; I Cor. 7:15; Deut. 24:1-4; Esdras 10:3” (CFW, XXIV).

4.1- O caso da "deserção obstinada":

A possibilidade de divórcio em casos onde há “deserção obstinada” só é configurada e só pode ser requerida pela parte ofendida ou passiva no processo do término injusto do matrimônio. Ou seja, ninguém pode, legitimamente, argumentar essa possibilidade para justificar sua própria vontade ativa nessa dissolução. Essa “deserção obstinada” só pode ser requerida pela parte passiva. O cônjuge que abandona o matrimônio não pode usar essa expressão da Confissão de Fé em sua defesa. Apenas a parte ofendida ou passiva pode fazer uso dela em sua defesa, para não ficar eternamente presa a um  matrimônio que foi finalizado sem seu consentimento, ainda que tenha tido alguma culpa na tomada de decisão do seu ex-cônjuge. Ex: a esposa abandona o lar por um motivo injusto (a falta de adultério). Ela, a princípio, não pode defender-se usando a questão da “deserção obstinada”. A parte passiva, o esposo, esse, sim, pode requerer o divórcio nessas circunstâncias. 

Para ficar ainda mais claro essa questão da "deserção Obstinada", vamos dar uma olhada no que significa o termo "deserção":  "s.f. Ato de abandonar (um partido, uma causa etc.). Ato de desertar do serviço militar. Sinônimo de deserção: abandono, abjuração, apostasia, apostasia, desistência" (http://www.dicio.com.br/desercao/).

Considerando que a "deserção" só é assim entendida pela parte abandonada, é evidente que a parte que abandonou não pode requerer tal termo para sua própria defesa. Muito pelo contrário; se houver o mínimo de inteligência, o desertor vai querer provar que não desertou; que não cometeu tal crime. Vai querer esconder essa parte da Confissão de Fé e não trazê-la em sua defesa, pois ela só aumenta e evidencia seu erro, ao mesmo tempo em que dá à parte abandonada alguns direitos. Esse termo é um termo bem conhecido das forças armadas. Se um soldado, por exemplo, é convocado para uma guerra e foge, pelo exército ele é considerado um "desertor". Já o saldado, provavelmente, se sentirá um espertalhão. Porém, essa deserção dá ao exercito alguns direitos: de punir tal soldado com expulsão da corporação e até com prisão. Em alguns países, esse crime - a deserção - é considerado tão grave que o soldado é levado à corte militar onde recebe severa punição. O mesmo se dá no caso de "deserção de matrimônio", como trata a Confissão de Fé. Ou seja, a parte abandonada tratará o "desertor" como tal e não o contrário. Isso lhe dará alguns direitos, analogamente ao exército abandonado: o principal deles é propor justamente o divórcio legal, para não mais ficar presa ao matrimônio dissolvido pelo "desertor", ficando, assim, livre para casar-se novamente.  Ao desertor, porém, o rigor da lei e suas respectivas punições. 

 5- O Catecismo Maior e o divórcio:

Há outra importante consideração a ser feita com relação ao divórcio ou ao abandono injusto do cônjuge, isto é, o abandono provocado por outro motivo além do traição conjugal. Esse tipo de abandono é tratado pelos teólogos de Westminster como quebra do 7º Mandamento – Não adulterarás”. Vejamos o que diz a pergunta 139, do Catecismo Maior de Westmister:

139. Quais são os pecados proibidos no sétimo mandamento?

Os pecados proibidos no sétimo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são: adultério, fornicação, rapto, incesto, sodomia e todas as concupiscências desnaturais; todas as imaginações, pensamentos, propósitos e afetos impuros; todas as comunicações corruptas ou torpes, ou o ouvir as mesmas; os olhares lascivos, o comportamento impudente ou leviano; o vestuário imoderado; a proibição de casamentos lícitos e a permissão de casamentos ilícitos; o permitir, tolerar ou ter bordéis e a freqüentação deles; os votos embaraçadores de celibato; a demora indevida de casamento; o ter mais que uma mulher ou mais que um marido ao mesmo tempo; o divórcio ou o abandono injusto; a ociosidade, a glutonaria, a bebedice, a sociedade impura; cânticos, livros, gravuras, danças, espetáculos lascivos e todas as demais provocações à impureza, ou atos de impureza, quer em nós mesmos, quer nos outros.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

A FAMÍLIA SOB ATAQUE – Parte 1/2



1-Família nuclear: constituição natural ou cultural?

Em nenhum outro momento da história, numa tendência crescente e com características universais, a constituição familiar tradicional foi tão rechaçada e atacada. Novos modelos e novas configurações estão sendo propostas:  homem + homem + filhos adotivos ou mulher + mulher + filhos adotivos.

As reinvindicações e as vitórias da comunidade LGBT estão cada vez maiores. Primeiro a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Depois a liberação para adotar filhos, e, agora, contra a própria Constituição Federal, o casamento homoafetivo.

Antes de qualquer coisa é importante frisar que a constituição familiar, nos moldes tradicionais, isto é, homem + mulher + filhos = família, não é, nem de longe, uma questão cultural, como muitos têm afirmado. É, antes, uma questão eminentemente religiosa, uma vez que para acreditar nela é preciso, impreterivelmente, acreditar em outros pressupostos ou premissas anteriores, como por exemplo, a existência de Deus, a inspiração da Bíblia Sagrada e no criacionismo.

Contudo, inevitavelmente, torna-se também, uma questão natural se considerarmos a urgente necessidade basilar da perpetuação da espécie. Contra esse fato simplesmente não há argumentos válidos, sob pena de serem os homossexuais, como já disse em outra postagem, “os profetas do fim da humanidade”. Para ler essa postagem: http://filosofiacalvinista.blogspot.com.br/2010/03/impressao-que-temos-ao-andarmos-pelas.html.

Corroborando com a lógica natural da perpetuação da espécie, a Bíblia apresenta como única forma válida e coerente de constituição familiar a seguinte:

“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gêneses 2:24).

Logo na gênese da criação o modelo cíclico e contínuo é estabelecido. A família deve ser constituída por homem e uma mulher, que gerarão filhos, que crescerão e que, por sua vez, deixarão seu núcleo familiar inicial para constituírem suas próprias famílias e assim sucessivamente.

Se esse modelo não fosse apresentado na Bíblia, haveria outro modelo capaz de promover a perpetuação da espécie? Evidentemente que esse não é o único objetivo dessa constituição familiar, mas, certamente, é um dos principais. O fato é que mesmo em civilizações pagãs, que nunca tiveram nem interesse nem acesso aos textos bíblicos, necessariamente, esse modelo familiar precisou prevalecer e se estabelecer, por motivos mais do que óbvios.

Um importante documento elaborado no século XVII, interpretando essa questão afirma:

“I. O casamento deve ser entre um homem e uma mulher; ao homem não é licito ter mais de urna mulher nem à mulher mais de um marido, ao mesmo tempo (CFW, XXIV)”.

Essa afirmação está lastreada não em uma questão cultural, mas numa decisão soberana daquele que Soberanamente criou dessa e não de outra maneira, como o próprio Cristo aponto:

“Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher (Mat 19:4)”.

Note que o motivo central da constituição familiar tradicional, bem como de sua negação, não pode ser a cultura. Antes, essa formação está baseada no fato natural de Deus ter criado Macho e Fêmea, como está claro na expressão “no princípio”.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA NA PRODUÇÃO DE UMA RELIGIOSIDADE SADIA




Mateus 28:19-20: “19.Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;  20.ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.

Algumas pessoas costumam dizer que não gostam de teologia. “Meu negócio é vida prática”, afirmam. São verdadeiros "Teolofóbicos". No texto acima, um dos mais conhecidos, sempre que é citado, pontua-se a questão do “Ide” (v.19), da “evangelização”. Mas, não podemos esquecer que o mesmo imperativo para “evangelizar” é aplicado, com a mesma intensidade, para a necessidade do “ensino na palavra de Deus” (v.20). Em Mateus 22:29, Jesus levanta mais uma vez a questão da importância do aprofundamento no estudo das escrituras. Diz ele: “Errais, não conhecendo as Escrituras”. Em João 5:39, sobre esse assunto, mais uma vez Jesus incentiva o aprofundamento nas escrituras, diz ele: “Examinai as escrituras”.

Portanto, não devemos fazer essa equivocada distinção dicotômica entre Teologia e Vida prática. Afinal, como alguém já disse, somos aquilo que acreditamos, aquilo que aprendemos, aquilo que lemos. Erra gravemente quem pensa que o estudo da teologia produz uma vida apática e desassociada de atitudes práticas.

Os maiores missionários do passado eram, também, profundos conhecedores da Teologia, especialmente Reformada. O sociólogo Max Weber, autor do livro de não ficção mais importante do século XX “Ética protestante e o Espírito do Capitalismo”, por exemplo, após um denso estudo sobre variadas culturas, chegou à conclusão que os países cuja população era predominantemente Calvinista, possuíam melhor qualidade de vida, com maior desenvolvimento espiritual, ético e moral. Ele atribui isso ao conhecimento profundo da doutrina Reformada. Veja o que ele afirma:

O Deus de Calvino exigia de seus crentes não boas ações isoladas, mas uma vida de boas ações combinadas em um sistema unificado. Mas no curso de seu desenvolvimento, o calvinismo acrescentou algo de positivo a isso tudo, ou seja, a idéia de comprovar a fé do indivíduo pelas atitudes seculares. [...] consideramos apenas o calvinismo e adotamos a doutrina da predestinação como arcabouço dogmático da moralidade puritana, no sentido de racionalização metódica da conduta ética.(WEBER, 2004. p.91,94,96).

Precisamos entender que sempre fazemos uma opção teológica. Queiramos ou não. Ainda que afirmemos não gostar de teologia.

OU SOMOS CALVINISTAS OU SOMOS ARMINIANOS.

Não temos como fugir disso. Essa escolha reflete diretamente na nossa prática cúltica e litúrgica. Quando dizemos: “não quero saber de estudar teologia”; sem saber, nossas atitudes e forma de adoração, acabam por revelar, automaticamente, a posição teológica que estamos seguindo.

Um bom exemplo disso é o sistema de APELO, trazido por Charles Finey, no século XIX. Muita gente diz que não gosta de teologia, mas, sempre, depois de sua pregação, faz o famoso “apelo” para que as pessoas aceitem a Cristo. Isso, caros irmãos, é teologia pura. Se está certa ou não, é outro assunto. Isso é uma prática complemente lastreada por uma posição teológica.

Ou somos Calvinistas ou somos Arminianos, repetimos. Não temos como fugir disso. Queiramos ou não, assumimos uma posição teológica. Sem contar nos muitos absurdos e nas muitas aberrações, que temos visto no meio evangélico, pela pura falta de estudo da Palavra de Deus; da Teologia.

Não seria mais prudente, então, seguir a orientação de Jesus e estudar profundamente sua palavra? Isso é teologia. Fazendo isso, podemos escolher, sem nenhuma imposição, a postura teológica que mais simpatizamos, que mais, em nossa opinião, se aproxima da verdade das Escrituras Sagradas. Porém, essa escolha “consciente” só poderá ser feita mediante um conhecimento aprofundado da Palavra de Deus, que só pode ser adquirido com o estudo da Teologia.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

BREVES REFLEXÕES SOBRE A LAICIDADE DO ESTADO



O que significa um Estado Laico? Responder e ter clareza sobre isso é de grande importância. A falta de conhecimento ou mesmo um conhecimento apenas superficial do que realmente significa um Estado Laico tem levado religiosos e ateus a assumirem posturas igualmente extremistas.

Pode o Estado manter em suas repartições símbolos religiosos, por exemplo? Essa é apenas uma questão a ser refletida. Talvez, uma das menores. Porém, é uma questão sintomática. Ela revela o grau de distorção acerca desse assunto.

Antes de continuarmos, vamos rever a definição de Estado Laico, de forma simples e sintética:

“Um Estado secular ou estado laico é um conceito do secularismo onde o Estado é oficialmente neutro em relação às questões religiosas, não apoiando nem se opondo a nenhuma religião. Um estado secular trata todos seus cidadãos igualmente, independente de sua escolha religiosa, e não deve dar preferência a indivíduos de certa religião. Estado teocrático ou teocrático é o contrário de um estado secular, ou seja, é um estado onde há uma única religião oficial (como é o caso do Vaticano e do Irã). O Estado secular deve garantir e proteger a liberdade religiosa e filosófica de cada cidadão, evitando que alguma religião exerça controle ou interfira em questões políticas. Difere-se do estado ateu - como era a extinta URSS - porque no último o estado se opõe a qualquer prática de natureza religiosa. Entretanto, apesar de não ser um Estado ateu, o Estado Laico deve respeitar também o direito à descrença religiosa”. Conforme: http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_secular.

Devemos notar que o Estado Laico não é contra a Religião ou a Religiosidade. Antes, pelo contrário, ele tem o dever de defender o direito de culto ou de qualquer outra expressão religiosa do cidadão.

Os ateus, sob a alegação de terem seu “direito de não crer” violado, querem transformar de forma sutil, inteligente, maliciosa, discreta, imperceptível e intencional o “Estado Laico” em um “Estado ateu”. Ou seja, querem que o Estado se oponha a qualquer tipo de Religiosidade ou expressão religiosa. Querem proibir o uso de símbolos religiosos em repartições públicas, por exemplo. Mas, será que isso é uma reinvindicação válida e justa? Sim e Não, eu diria. Vejamos:

Sim, se o símbolo religioso tiver sido adquirido com dinheiro público, principalmente.

Mas há ainda outras situações, mais gerais e abrangentes, que tornaria a reclamação dos Ateus e de, agora, “outros credos”, justa e válida:

a)Se o símbolo religioso “peculiar” estiver ocupando área comum de espaço público. Exemplo: uma imagem de uma santa católica no pátio da Secretaria de Educação do Estado, ainda que não tenha sido adquirida com dinheiro público. Um protestante, certamente, não iria gostar de ver que um espaço que “também” lhe pertence está sendo usurpado por uma crença que ele definitivamente não concorda. Da mesma forma o ateu.

b)Se o espaço público estiver sendo utilizado com o fim de divulgar uma “bandeira religiosa” específica. Exemplo: um evangélico que prega sua mensagem no metrô. Por mais que entendamos que a mensagem pregada é verdadeira, não dá pra conviver harmonicamente com esse tipo de prática num Estado Laico. O que os evangélicos achariam se um religioso do Candomblé resolvesse fazer um “despacho” no metrô? Essa é uma expressão religiosa tal qual sua pregação. Nesse caso, se o Estado Laico entende ou permite que o evangélico manifeste sua expressão religiosa, deve também assegurar o mesmo direito ao Macumbeiro.

Não, se o símbolo religioso estiver sendo usado por um funcionário público ou mesmo por um contribuinte, no exercício pleno de sua liberdade religiosa e nos limites de seu espaço particular.

A França, por lobby do ateísmo, proibiu até mesmo que alunas frequentassem aulas usando a tradicional “burca”, símbolo religioso do Islamismo. Isso não é, definitivamente, ato legítimo de um Estado Laico. Isso é decreto de “Estado Ateu”. É uma invasão e uma violação à liberdade religiosa e à própria liberdade, em si. Curiosamente isso ocorreu no país que é considerado um dos mais importantes símbolos da Liberdade. 

Nesse sentido, o funcionamento do Estado Laico é análogo ao de um condomínio. Ou seja, cada condômino tem total liberdade de encher seu apartamento com santos católicos ou da umbanda, por exemplo. Porém, ele não pode utilizar as áreas comuns do condomínio para fazer prevalecer seus símbolos religiosos ou ainda a cor de sua preferência individual, com a qual pinta seu imóvel.

Evidentemente que existem outras questões mais complexas que envolvem esse assunto e que não iremos abordar nessa breve reflexão, como por exemplo: a questão do “casamento gay”, da “adoção de filhos por casais gays”, o “direito a pensão alimentícia e herança em caso de relações homoafetivas” e tantas outras.

Algumas dessas questões não possuem nenhum caráter religioso. Trata-se apenas de uma questão de justiça, como é o caso do direito a herança e de ser dependente em planos de saúde, requeridos pelos gays. Nessas, o estado deve resolver e, sequer, perguntar algo aos religiosos. Outras, porém, envolvem questões de crença, como o chamado “casamento gay e adoção”. Os não religiosos e ateus, porém, não reconhecem isso. Querem até que o Estado ignore a opinião dos Religiosos. Mas essa é uma postura de um Estado Ateu e não de um Estado Laico.

terça-feira, 14 de maio de 2013

O JESUS MORDOMO DOS NEOPENTECOSTAIS


Agente escuta cada uma em ônibus. Já usei essa frase antes, quando escrevi um post intitulado "O Evangelho do Biscoito e o Homicídio do Cérebro". Ao final dessa postagem você poderá clicar no link para conferir.

O fato é que tive novamente o desprazer de ouvir outra pérola. Alguém conhece algum equipamento que bloqueia a audição ao menor sinal de besteirol gospel? Como não existe isso, é melhor nos contentarmos com o dito popular "é melhor ouvir isso do que ser surdo". Então permita-me relatar o fato:

Toca o celular de uma senhora e ela atende: "Alô, a paz do Senhor". Nesse momento já estava claro: era um telefonema entre crentes. "Tu tás onde", perguntou a irmã. "Eu já estou no ônibus", disse e continuou: "Marminina (é o bode gaiato é?) ainda tás na parada é?".

E, agora....a cartada final:

"Se preocupe não que vou orar pra Jesus agora pra ele mandar seu ônibus".

Sinceramente, não sei se estou exagerando ou se estou perdendo a "fé". Será que o trocadilho "uns fé-de-mais e outros fé-de-menos" realmente está certo? Eu, obviamente, seria aquele que fé-de-menos".

Naquele mesmo instante me veio à mente a figura de um mordomo pronto a servir ao seu senhor, ou melhor, à sua senhora. Esse pessoal leva a sério mesmo o texto que Jesus diz que "não veio para ser servido e sim para servir" (Marcos 10:45).

Ela disse assim, repito:

"Se preocupe não que vou orar pra Jesus agora pra ele mandar seu ônibus".

Eu ouvi assim a oração daquela crente de uma igreja neopentecostal, totalmente envolvida e enlamiada pelo teologia da properidade, que transforma, em última análise, Deus em empregado dos crentes:

"Se preocupe não que vou mandar James, meu famoso mordomo, providenciar um ônibus pra você agora. Afinal, ele é meu empregado; faz tudo que eu mando e na hora em que eu ordeno".

Agora veja outro modelo de oração:

"E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres" (Mateus 26:39).

Quanta diferença!

Escute a música abaixo e entenderá melhor o que estamos argumentando. Logo no início, a denúncia contra os falsos ensinamentos dos falsos apóstolos de hoje em dia:

"Eu sinto verdadeiro espanto no meu coração
Em constatar que o evangelho já mudou.
Quem ontem era servo agora acha-se Senhor
E diz a Deus como Ele tem que ser"

sexta-feira, 10 de maio de 2013

NO DIA DAS MÃES, DIGA-LHE O QUANTO SEU AMOR É PECAMINOSO


Neste mundo conturbado em que o ódio e a violência imperam, temos um referencial de amor a seguir: a figura da mãe. Esse amor é cantado, é tema de novela, de filmes e de reportagens. “Amor só de mãe”, diz o dito popular.

De fato, talvez não tenhamos um modelo melhor e maior, entre os “só-humanos”, para falar de amor. Como diria o cantor Leonardo Sullivan “mãe é palavra que Deus inventou. Um anjo que à Terra chegou, voando nas asas do amor. Mãe, palavra mais doce que o mel, talvez um pedaço do céu, que Deus transformou em mulher”. 

O cantor-poeta traduziu bem nossos sentimentos em relação à nossa mãe; ela é praticamente um “extraterrestre”, com virtudes impossíveis de serem encontradas nos “outros” seres humanos. Ela tem superpoderes e ninguém ouse mexer com suas crias.

Ela é capaz de dar sua própria vida em favor dos seus filhos? Muitas têm feito isso.

Amor incontestável. Mas, amor a quem?

No livro do Profeta Isaías, está registrado a seguinte pergunta retórica: “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre?” (Isaías 49:15a). Obviamente que a resposta esperada é não.

A Bíblia também em I Reis 3:16-28 (não deixe de ler), nos dá um exemplo claro do que podemos adjetivar de “amor materno”. Esse amor transcende até às questões sociais. Ele é maior que a pobreza; é maior que a riqueza. Ele é o mesmo entre madames e prostitutas. O texto acima relata que uma prostituta abriu mão do seu próprio filho, deixando-o com sua rival, ex-mãe, para, por fim, poupar-lhe a vida, por conta do decreto Real para “dividir a criança ao meio” (v.25), visando acabar com aquela demanda. Enquanto uma queria vencer, a mãe só tinha uma preocupação: proteger a vida do seu filho. Isso era tudo o que importava. Ela não ligava para a dor que essa separação pudesse lhe trazer. Algo mais importante que sua própria vida estava em jogo. Muitas se anulam. Sim; muitas deixam de ser “mulher”, “pessoa”, “indivíduo” para que seus filhos sejam tudo.

Quanto amor! Amor incontestável. Mas, amor a quem?

O chamado “amor de mãe” é tido como puro; como a expressão mais límpida do amor. Mas, será que é mesmo? Pode de um coração corrupto brotar algo límpido e puro realmente? Não podemos esquecer que mesmo o “coração de mãe” está enegrecido pelo pecado. É corrupto. Tão depravado quanto pode ser. Todos os seus desígnios são “continuamente mau” (Gênesis 6:5). Para saber mais sobre esse assunto, sobre a depravação total do homem, acesse e leia sobre o primeiro ponto do Calvinismo: http://filosofiacalvinista.blogspot.com.br/2009/05/os-cinco-pontos-do-calvinismo.html

Desculpe dizer, mas o coração da sua mãe é corrupto. E sabe de uma coisa: se você que está lendo essa postagem também é mãe, não se iluda: o seu também é depravado; insistentemente corrupto. Sim, o amor que você diz ter por seu filho ou filha é contaminado pelo pecado. Não é límpido, não é puro e mais: é motivado por questões egoísticas.

Se a mãe é capaz de dar sua vida pelo filho, até mesmo de anular-se, não é, certamente, por singeleza de coração. Por amor puro. Antes, pelo contrário, é por um desejo secreto de “auto beneficiar-se” ou ainda de se “auto promover”. Mas isso está escondido no mais profundo de suas entranhas. Sim, eu sei. É lamentável dizer isso. Na verdade, quando a mãe ama o filho ou a filha, ela, na verdade, está “se amando”, pois acaba entendendo, inconscientemente, por conta do DNA do pecado, que seus filhos não passam de uma extensão dela. Vivendo o filho, ela vive. Tendo sucesso o filho, ela tem sucesso. Fracassando, é ela quem fracassa. Por ela e não pelos filhos, em última análise, é que ela luta desesperadamente para que seus filhos - sua projeção - prevaleçam. É um desejo tacanho e egoísta. Isso torna-se evidente quando a mãe lança mão e mata o hóspede do seu ventre; aborta, por entender que tem esse direito. Afinal, pensa equivocada e soberbamente: "é extensão do meu corpo, logo, posso dispor dele como bem entender". Na verdade, o mundo tem que girar ao seu redor. Por isso mesmo, quando os filhos chegam à adolescência e finalmente “cortam o cordão umbilical” e se apresentam como “outro-ser” e não mais sua extensão, as mães têm muito maior dificuldade em aceitar. Sentem-se, de certa forma, traídas, roubadas, subtraídas. Precisam, agora, aprender a “amar esse outro e novo ser” que se apresenta em sua frente; completamente outro. Essas coisas não podem ser reveladas. O mecanismo de defesa do cérebro não permite que isso venha à luz.

Mas a bíblia é terrível. Ela revela a maldade residente em nosso coração, por mais oculta que esteja. “todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia” (Isaías 64:6).

Lembra da pergunta retórica de Isaias, acima? Pois é, muitas mães têm esquecido dos seus filhos que ainda amamentam. Isso é fato. Mas, o texto quer ressaltar o amor verdadeiro e incomparável de Deus. Veja o texto:

“Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti (Isaías 49:15).

O amor de Deus, sim. Esse é o único desprovido de segundas intenções. Único puro; único límpido.

Neste dia das mães diga a sua mãe o quanto seu coração é dacaído, distanciado e inimigo de Deus. Diga-lhe que sua bondade não será suficiente para salvá-la. E que, se depender dela e do seu amor, ambos perecerão terrivelmente no inferno. Depois disso, fale sobre a graça de Deus. Única alternativa de salvação que lhe resta. 

Série: Datas comemorativas.

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