Dia
17/03/2013, no programa Esquenta de Regina Casé (sim, senhores, eu vi uma parte
desse “programa”, infelizmente) o tema abordado, de forma bem direcionada,
diga-se de passagem, foi a questão da Tolerância Religiosa; um dos temas da moda.
Esse
assunto tem cada vez mais espaço na mídia e até na Academia, principalmente por
meio do curso de Ciência da Religião, em nível de Pós-Graduação, Mestrado e
Doutorado. Um dos pressupostos básicos desse curso é a famosa “lógica do terceiro
incluído”. Em síntese, poderíamos dizer que essa lógica prevê uma convivência
harmoniosa entre as Religiões. Um discurso lindo aos menos avisados. Segundo
ela, o meu argumento e aquilo que creio está certo, mas o da outra Religião
também está certo. Uma antítese, de fato, da lógica Aristotélica, que afirma
não ser possível “uma coisa ser e não ser ao mesmo tempo”. Para clarear,
tomemos como exemplo a seguinte sentença: “A bíblia é inspirada por Deus”. Há
pessoas e religiões que creem assim. Outras, porém, negam completamente que
isso seja verdade. Pela “lógica do terceiro incluído”, quem estaria com a
razão? O que acredita na inspiração da Bíblia, mas também o que não acredita
nessa inspiração. Ou seja, é o fim da apologética, da hermenêutica e de tantas
outras ferramentas de investigação da verdade.
Essa
lógica, que supervaloriza o discurso da “tolerância Religiosa”, em nome de uma
perfeita harmonização entre as Religiões, esconde algo de muito perigoso em
suas entrelinhas: a relativização de preceitos bíblicos absolutos, como a
existência de Deus, a inspiração das Escrituras, a deidade de Cristo, a
realidade do céu, do inferno e do pecado, além de muitos outros ataques à
genuína fé cristã.
O
resultado prático da aceitação irrestrita da “lógica do terceiro incluído” é,
sem sombra de dúvidas, o Ecumenismo.
No
programa “Esquenta”, exibido pela TV Globo, já mencionado acima, estavam
presentes representantes dos mais variados seguimentos religiosos,
principalmente e de forma mais numerosa, por razões obvias, das religiões de
matriz Afro, como Umbanda, Candomblé, etc. Estava presente também um Padre, um
Rabino, uma percursionista Batista e ele - o “grande cantor” da música Gospel;
aquele que arranca suspiros das irmãs e que tem suas embaladas músicas cantadas
até mesmo nos círculos das Igrejas Históricas de teologia Reformada: Tales Roberto.
Todos eles, ao ritmo do samba. Afinal,
“samba é Samba”, disse o Tales.
Mas,
dentre as poucas falas do cantor Gospel (sim, poucas, porque, claramente, o
objetivo do programa é promover e desmistificar o Candomblé, a Umbanda e todas
as religiões de matriz Afro), uma me chamou a atenção. Perguntado pela
apresentadora, que já o denunciou como membro da Igreja Sara Nossa Terra, se sua igreja pregava a tolerância, a aceitação do diferente, sem titubear, respondeu Tales: “A minha igreja é diferente é é por isso que eu sou assim tão aberto. Eu sempre fui um cara aberto. Eu Procurei uma igreja que me aceitasse, assim do jeito que eu sou”.
O Tales passou longe de estar correto no modo e na escolha. Mas, não podemos negar: é assim mesmo que as pessoas escolhem uma igreja, hoje em dia. Aquela que tem tudo que eu gosto, tudo que me agrada e que me deixa viver de acordo com meus próprios pressupostos (desde que eu “chegue junto”, se é que me entendem); é essa mesmo a igreja ‘boa”. Quem vai escolher uma igreja que coloca o homem no seu devido lugar de miserável pecador? Que não massageia o seu ego? Que insiste na pregação e no estudo exaustivo das Sagradas Escrituras?
O Tales passou longe de estar correto no modo e na escolha. Mas, não podemos negar: é assim mesmo que as pessoas escolhem uma igreja, hoje em dia. Aquela que tem tudo que eu gosto, tudo que me agrada e que me deixa viver de acordo com meus próprios pressupostos (desde que eu “chegue junto”, se é que me entendem); é essa mesmo a igreja ‘boa”. Quem vai escolher uma igreja que coloca o homem no seu devido lugar de miserável pecador? Que não massageia o seu ego? Que insiste na pregação e no estudo exaustivo das Sagradas Escrituras?
A fala do
Tales Roberto descortina por completo a realidade que estamos vivendo: temos
hoje um grande Self
Service de igrejas. Literalmente tem “Igrejas para todos os gostos”.
Isso me
fez lembrar de uma postagem, publicada aqui no blog, sobre a edição de Nº 91 da Revista Eclésia, que
trazia exatamente esse título em sua capa: “Igrejas para todos os gostos”. Nessa reportagem a
revista lista cerca de 70 nomes esquisitos de igrejas. Alguns são realmente hilários,
quase não dá para acreditar que realmente existe alguém com tamanha capacidade
criativa e desvio das escrituras. Relembre alguns:
“Congregação
Anti-Blasfêmia”, “Igreja Chave do Édem”, “Igreja Batista A Paz do Senhor e
Anti-Globo”, “Igreja da Pomba Branca”, “Igreja ‘A’ de Amor”, “Igreja E.T.Q.B
(eu também quero benção)”, “Igreja Pentecostal do Pastor Sassá” e por aí vai. Para
relembrar essa postagem acesse: http://filosofiacalvinista.blogspot.com.br/2009/06/qual-o-nome-de-sua-igreja-como-bem.html.
“Eclesia
reformata et reformand est”- IGREJA REFORMADA SEMPRE SE REFORMANDO.