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terça-feira, 8 de abril de 2014

O GOVERNO MILITAR NÃO É DE DEUS: SÓ TEM CORRUPÇÃO NO GOVERNO PT #SQN - Parte 3

Não defendo o PT. Pelo contrário, uma rápida pesquisa aqui no blog será suficiente para ver que tenho dito que o governo do PT foi um dos mais corruptos da história do Brasil. Faz de PC Farias um simples trombadinha. Por muito menos do que o PT fez e faz Collor sofreu o impeachment. Contudo, vejo certas postagem em defesa da Ditadura Militar que tenho a nítida impressão que era tudo "anjinho". Que não havia corrupção no governo militar. Sou absolutamente a favor que se denuncie os escândalos e corrupção do PT. Mas não posso concordar com "dois pesos e duas medidas". Essa omissão é realmente irritante; mais ainda quando parte de pastores e outros líderes religiosos.

Muitos casos de corrupção igualmente ocorreram no Governo Militar. Citaremos apenas alguns:

Logo iniciou seu governo, o marechal Castello Branco (1964-1967) prometeu dar ampla divulgação às provas de corrupção do regime anterior por meio de um livro branco da corrupção – promessa nunca cumprida, certamente porque seria preciso admitir o envolvimento de militares nos episódios relatados. Desde o início o regime militar fracassou no combate à corrupção, o que se deve em grande parte a uma visão estritamente moral da corrupção. Os resultados da moralidade privada dos generais foram insignificantes para a vida pública do país. O regime militar conviveu tanto com os corruptos, e com sua disposição de fazer parte do governo, quanto com a face mais exibida da corrupção, que compôs a lista dos grandes escândalos de ladroagem da ditadura. Entre muitos outros estão a operação Capemi (Caixa de Pecúlio dos Militares), que ganhou concorrência suspeita para a exploração de madeira no Pará, e os desvios de verba na construção da ponte Rio–Niterói e da Rodovia Transamazônica. Castello Branco descobriu depressa que esconjurar a corrupção era fácil; prender corrupto era outra conversa: “o problema mais grave do Brasil não é a subversão. É a corrupção, muito mais difícil de caracterizar, punir e erradicar”. Conforme: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/moralismo-capenga.
Na manhã de 27 de junho de 1983, quando o estouro do grupo Coroa-Brastel começou a despejar estilhaços pelo país, atingindo 35 mil investidores, a história já tinha, desde o início um personagem, mais do que um réu, era o vilão: o empresário Assis Paim Cunha, presidente do grupo, que, até a véspera, era um disputado frequentador de gabinetes e dos negócios da Velha República. Ele era acusado de ter derramado no mercado financeiro 500 bilhões de cruzeiros, na moeda de então, em letras frias. Isto é, sem a devida cobertura em financiamentos. Depois de um silêncio inicial, o empresário começou a contra-atacar, primeiro produzindo o rombo de 500 bilhões e depois acusando as autoridades governamentais da época, como os ministros Delfim Netto, Golbery do Couto e Silva, Ernane Galvêas e o presidente do Banco Central, Carlos Langoni [...]. A denúncia contra Galvêas foi rejeitada. Já a acusação contra Delfim, então deputado pelo PPR-SP, não chegou a ser examinada. A Câmara dos Deputados negou licença ao STF para processá-lo. Conforme: http://tiooda.com.br/index.php/corrupcao/2282-coroa-brastel-o-escandalo-que-sacudiu-a-velha-republica.
Na Ditadura Militar: 1. O custo das rodovias construídas no período não eram divulgados, mas algumas vezes vi notícias que vazavam dos Tribunais de Contas e, segundo elas, o custo era sempre multiplicado por dez. Uma rodovia de um milhão, por exemplo, custava dez milhões aos cofres públicos. A ponte Rio-Niterói, inaugurada em março de 1974, teve um superfaturamento “um pouquinho” maior: custou onze vezes o custo real. Nenhum jornal fez matéria sobre isso. Só o Pasquim ousou dar uma cutucada. Publicou uma foto da ponte, com uma legenda mais ou menos assim: “Ilusão de ótica: onde vocês veem uma ponte, são onze pontes”. 2. Na pequena cidade de Floresta, Pernambuco, a agência do Banco do Brasil fazia empréstimos a pessoas influentes do estado, supostamente para plantar mandioca. Mas elas nunca pagavam: alegavam que a seca destruíra os plantios que nunca foram feitos e os prejuízos eram cobertos pelo seguro agrícola. Em 1981, quando se descobriu a mutreta, calculava-se que o valor total dos “empréstimos” chegara a 700 milhões de dólares. O processo de desvio de dinheiro não foi concluído e, claro, nenhum dinheiro foi devolvido. 3. Em Pernambuco mesmo, no ano seguinte, grandes pecuaristas pediam financiamento para comprar farelo para alimentar o gado e aplicavam o dinheiro na caderneta de poupança. Essa história ficou conhecida como “fraude do farelo”. 4. Entre 1977 e 1980, o governo abriu uma linha de crédito para financiamento de exportações brasileiras para a Polônia, e o governo polonês ofereceu como garantia títulos podres, que ficaram conhecidos como “polonetas”. Alguns bilhões de dólares (que na época valiam muito mais do que hoje) foram para o ralo.  5. Escândalo da Capemi. A Caixa de Pecúlios, Pensões e Montepio, fundada e dirigida por militares, tinha um plano privado de aposentadorias que arrecadou muito dinheiro de civis também. Alegando que precisava diversificar suas ações, a Capemi foi contratada em 1980 para desmatar uma área em que seria instalada a usina de Tucuruí. Não desmatou e o dinheiro sumiu. Quem aplicou nessa aposentadoria privada, dançou. E não era pouca gente: tinha dois milhões de associados aos planos de previdência privada.  6. Em 1981, havia muitas denúncias de corrupção e chegou a ser criada uma CPI para apurar denúncias como o chamado “escândalo Lutfalla”, de tráfico de influência de Paulo Maluf para a concessão de altos empréstimos do BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, atual BNDES) a empresas da família Lutfalla, à qual pertence Sylvia Maluf, esposa do ex-governador, em estado pré-falimentar. Entre as denúncias a serem apuradas, havia também muitos empréstimos suspeitos da Caixa Econômica Federal e corrupção nos Correios. Mas o partido governista, o PDS (Partido Democrático Social), tinha maioria e conseguiu abortar a CPI.  7. Escândalo Delfin. O Grupo Delfin, de Ronald Levinshohn, era a maior empresa privada de crédito imobiliário quando, em 1982, uma reportagem do jornalista José Carlos de Assis mostrou que ele tinha uma dívida de 60 bilhões de cruzeiros com o BNH… e pagou dando dois terrenos avaliados em 9,2 bilhões.  8. Em 1978, o governo publicou uma foto da frota de navios comprados, se me lembro bem, para a Fronape – Frota Nacional de Petroleiros. Eram uns trinta navios. Mas um jornalista, usando uma lupa, viu que todos os navios tinham o mesmo nome. Ou seja, era um navio só. Era uma imagem montada. Quanto dinheiro terá sido embolsado nessa história?  9. Mordomias, denunciadas pelo jornal O Estado de S. Paulo em 1976, durante o governo Geisel: os altos salários e as vantagens indevidas chamadas “mordomias” dadas a altos funcionários do governo. Até hoje a palavra mordomia tem sentido pejorativo.  10. Tem uma história estranha que não entendi direito, de dois cheques do Banco Econômico, no valor de US$ 53 milhões, em 1976, que não foram honrados e o ministro Ângelo Calmon de Sá, do governo Geisel, com voz no Conselho Monetário Nacional, mandou a conta para o Tesouro, que pagou tudo.  11. No final de 1977 ou início de 1978, faltavam alguns meses para vencer o contrato de concessão da Light – do Rio de Janeiro – para um grupo canadense. A empresa, então, seria entregue de graça para o Brasil, dali uns meses. Mas o governo não esperou: comprou a dita cuja pelo valor de mercado, então, quem recebeu uma baita grana de graça foi o grupo canadense. Claro que muita comissão rolou por baixo dos panos. 12. Em 1974, a inflação foi de cerca de 35%, mas o ministro Delfim Netto decretou que tinha sido de 14%, e todos os salários, por exemplo, foram reajustados por esse índice, baixando violentamente a renda dos trabalhadores.  13. Segundo a revista Times, numa edição de 1981, empresas europeias deram 140 milhões de dólares em propinas e suborno para autoridades brasileiras, para pegarem uma fatia da construção da usina de Itaipu. Rolou tanta grana na construção que muita gente defendia que o Brasil não pagasse a dívida contraída para ela, dizendo que os que emprestaram sabiam que o dinheiro era desviado.  14. Uma coisa que considero escandalosa era a sujeição ao FMI – Fundo Monetário Internacional. Metodicamente vinha aqui uma mulher desse vampiro internacional dar ordens. Chamava-se Ana Maria Jul. Mandava demitir gente, cortar dinheiro de áreas sociais, mandava e desmandava. Era uma coisa tão horrorosa que escandalizava gente de quase tudo quanto era tendência política. Tanto que até Tancredo Neves, quando se candidatou a presidente, falou sobre o FMI: “Não vou pagar a dívida com a fome do povo brasileiro”. Outros casos: Empréstimo de 30 bilhões de cruzeiros ao Grupo Coroa, para compra uma empresa falida. A construção da primeira usina atômica de Angra dos Reis. Quanto custou? A construção de dezenas de estádios de futebol, todos com apelidos terminados em “ão”: Castelão (em Fortaleza), Vivaldão (em Manaus) e muitos outros. Quanto custaram aos cofres públicos? A construção dos aeroportos do Galeão e de Cumbica. As dívidas dos usineiros do Nordeste, que nunca foram pagas (continuam não sendo, ao que parece). O dinheiro – muito dinheiro! – para socorrer vítimas das secas, no Nordeste, ia sempre parar nas mãos de “coronéis”, enquanto o povo morria à míngua. Aliás, nessa história lembro dos poços artesianos construídos depois da ditadura, para abastecer cidades do Nordeste. Em Serra Talhada, Pernambuco, devia ter um deles. Mas quando foram ver, o tal poço tinha sido feito na fazenda do deputado Inocêncio de Oliveira, virou propriedade dele. Conforme: http://revistaforum.com.br/digital/138/quando-nao-havia-corrupcao-brasil/.
 Tá bom ou quer mais?

quinta-feira, 3 de abril de 2014

O SANTO QUE O PADRE JOSÉ DE ANCHIETA ESTRANGULOU


O Padre José de Anchieta (1534-1597), com atuação no Brasil a partir de 1553, foi canonizado por decreto papal do Papa Francisco, nesta quinta-feira, 03/04/2014, depois de ter sido beatificado pelo Papa João Paulo II, em 1980. Veja um pouco de sua história:


Mas, por que só agora Vaticano? Por que tanta demora em canonizar o Padre José de Anchieta? 
O padre Simão de Vasconcelos (1597-1671), autor de A vida do venerável do padre José de Anchieta, levou a Roma um pedido de beatificação do biografado, mas só seria atendido séculos depois, em 1980, pelo papa João Paulo II. Contra a canonização de Anchieta pesaria a acusação de ter participado do extermínio de um “herege francês” na costa da Guanabara. Conforme:http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/enfim-santo
As informações abaixo podem explicar o motivo da demora:

Na chamada invasão Francesa (1555), Nicolas Durand de Villegaignon (1510-1571), fingindo-se de Calvinista, alcançou a amizade do vice-almirante Gaspard de Coligny, um dos principais conselheiros do reino, que nutria fortes simpatias pela Reforma, conseguindo, assim, o apoio do rei Henrique II (1547-1559), para fundar aqui no Brasil a França Antártica, que serviria de refugio aos protestantes perseguidos e escorraçados na Europa.

Viagem autorizada, depois de reunir um bom número de homens, chegaram ao Rio em 10 de novembro de 1555. Villegaignon impôs trabalhos forçados aos colonos. Isso fez com que sua estadia no Brasil não fosse tranquila.

Segundo o historiador Auderi de Souza Matos:
Diante das dificuldades surgidas, Villegaignon decidiu escrever à Igreja Reformada de Genebra, solicitando o envio de pastores e outras pessoas que ajudassem a elevar o nível religioso e moral da colônia e evangelizassem os indígenas. Por sua vez, Calvino e seus colegas escolheram alegremente para acompanhar o grupo os pastores Pierre Richier (50 anos) e Guillaume Chartier (30 anos). Conforme: http://www.mackenzie.com.br/6996.html .  
Depois outros huguenotes (calvinistas franceses) também vieram ao Brasil.

Um desses Huguenotes foi Jacques Le Balleur. É aqui que entra o Padre José de Anchieta. Existe um fato registrado na história, pelo menos a partir de uma vertente de interpretação, que o Padre José de Anchieta teria participado do assassinato de Jacques Le Balleur. Ou melhor: ele mesmo teria estrangulado Le Balleur. 
Após a expulsão dos franceses da Guanabara, Anchieta e Manuel da Nóbrega teriam instigado o Governador-Geral Mem de Sá a prender em 1559 um refugiado huguenote, o alfaiate Jacques Le Balleur, e a condená-lo à morte por professar "heresias protestantes". Em 1567, Jacques Le Balleur foi preso, e conduzido ao Rio de Janeiro para ser executado, mas o carrasco teria recusado a executá-lo. Diante disso, Anchieta o teria estrangulado com suas próprias mãos. O episódio é contestado como apócrifo pelo maior biógrafo de Anchieta, o padre jesuíta Hélio Abranches Viotti, com base em documentos que, segundo o autor, contradizem a versão, conforme:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_Anchieta.
Por que será que só agora o Padre José de Anchieta foi Canonizado? No século XVIII, houve grande investigação em Roma, e, até então, por conta dessa sua suposta participação nesse crime, a canonização havia sido comprometida. Será que pelos padrões e conceito de “santidade” que tem a Igreja Romana, ele deveria mesmo ter sido canonizado?

Fica o registro dessa passagem nebulosa da vida do Padre José de Anchieta. Teria ele participado desse assassinato, como afirmam alguns historiadores ou, ao contrário, ele é totalmente inocente, como afirmam outros tantos?

Para saber mais sobre esse assunto recomendamos a leitura do Livro do Ex-Padre Anísio Pereira Reis, “O Santo que Anchieta Matou”, que pode ser baixado no seguinte endereço: https://pt.slideshare.net/slideshow/anibal-pereira-dos-reis-o-santo-que-anchieta-matou/33465828 

Trechos do livro do livro de Anísio Pereira Reis, um ex-padre convertido ao protestantismo “O santo que Anchieta matou”:
A participação assassina de Anchieta: EMBORA TEIMASSEM os sacerdotes em demova-lo de suas “heresias”, Bollés, na Bahia, permaneceu inflexível nas suas convicções e em anunciar, com ousadia o Evangelho aos circunstantes. Em chegando ao Rio de Janeiro incumbiram Anchieta, há pouco ordenado sacerdote e como neo-sacerdote com todo o fogo inquisitorial, de dissuadir o Pastor de suas idéias religiosas.Se nas masmorras baianas, sofrendo atentados, sua fé permaneceu inabalável perante os assédios da apostasia, não seria o “pe.” José capaz de remover-lhe da consciência a decisão de fidelidade à Palavra de Deus. Naqueles tempos de espesso obscurantismo religioso, a lei fazia um sacerdote acompanhar o réu ao cadafalso. No caso de Bollés, Anchieta foi quem o seguiu. As últimas instâncias para abjurar o Calvinismo e refugiar-se no romanismo, como todas as vestidas anteriores, caíram no vazio. A vítima do ódio clerical, impertérrita, permaneceu em sua lealdade a Jesus Cristo! João Francisco de Lisboa reconhece: “com ânimo firme e resoluto, perseverou na sua fé, e afrontou a morte”. Retardou o algoz o desfecho fatal. Dizem que por imperícia, mas na verdade por compaixão do inocente que tendo sido por ele já instruído a cerca do Evangelho. O fato que Anchieta, de espírito odiento, antecipou-se ao carrasco e enforcou Bollés, um dos mártires evangélicos do Brasil.“E porque o carrasco, talvez condoído, sem coragem de apressar a morte da vitima inocente - ele mesmo, o santo José de Anchieta”, no dizer do católico Arthur Heulhard, ”acaba de matá-lo, dizendo, ufano, ao carrasco acovardado: Eis a como se mata um homem! VOl LA COMM IL FAUT FAIRE (ROY DEL’AMERIQUE, pgs. 170-171, obra essa publicada em 1897 por ocasião das festas do tricentenário de Anchieta, em cujas páginas também classifica Villegaignon de “O Caim da América”). E Anchieta se tornou além de responsável por tantos crimes perpetrados sobre tudo contra indígenas indefesos, culpado também da torpíssima ação de ser algoz de um SANTO. Baixar de: https://pt.slideshare.net/slideshow/anibal-pereira-dos-reis-o-santo-que-anchieta-matou/33465828

segunda-feira, 31 de março de 2014

O GOVERNO MILITAR NÃO É DE DEUS: 1964 FOI GOLPE SIM - Parte 2


 
Há exatos 50 anos, num fatídico 31 de março de 1964, o Brasil era tomado pelos militares. Claro que essa é apenas uma versão. A outra versão, defendida, inclusive, por muitos cristãos - pastores e líderes protestantes -, conta que essa data marca o que preferem chamar de "contrarrevolução" ou "contragolpe". Segundo essa versão, o país estava prestes a ser transformado em um país comunista. Nesse momento, entraram em ação nossos heróis militares e nos livraram desse mal.

Como sabemos, a história não é neutra. Ela sempre será influenciada pelos pressupostos daquela que a conta. Por mais que falemos em "história empírica", embasada por meio de documentos comprobatórios, esses e os momentos em que foram formulados carecerão sempre de interpretação, que por sua vez carecerá de neutralidade.

Nossa intenção nesse post não é analisar os detalhes e as entrelinhas da história já contada. Nos limitaremos a um exercício simples, de expor fatos que não são contestados por nenhuma das partes, sem a intenção, entretanto, de interpretá-los. Vamos a eles:

1º) No cenário imediatamente anterior ao golpe ou ao contragolpe, como queiram, havia uma situação de democracia no Brasil? O povo escolhia seus representantes?

 Resposta: Sim. "De acordo com a Constituição de 1946, o mandato do presidente vigoraria por cinco anos. Assim, Dutra governara até 31 de janeiro de 1951, passando a faixa presidencial para o eleito nesta eleição.1 O direito ao voto foi permitido a todos os brasileiros com mais de dezoito anos de ambos os sexos, mas os analfabetos eram proibidos a votar.2 Foi determinado, também, que a eleição para presidente e vice-presidente ocorreriam de forma separada", conforme: http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o_presidencial_no_Brasil_em_1960;

2º) Qualquer Brasileiro poderia concorrer à eleição, inclusive militares?

Resposta: Sim. "O PSP sem ter feito coligação, lançou novamente Adhemar Pereira de Barros, então prefeito de São Paulo e ex-governador, mas com bases mais sólidas. O Movimento Trabalhista Renovador e o PDC lançaram o dissidente do PTB Fernando Ferrari para vice-presidente [...]. O então vice-presidente João Belchior Marques Goulart, o Jango, se candidatou novamente ao cargo de vice [...]. A sensação da eleição foi mesmo a ascensão irresistível do populista Jânio da Silva Quadros. Este, de obscuro professor em São Paulo, onde foi vereador e prefeito, passou a Governador do Estado, com reputação no combate à corrupção. [...]. Como candidato governista inicialmente do Partido Social Democrático (PSD) e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), tendo recebido o apoio de outros partidos de esquerda sendo eles o Partido Social Trabalhista (PST), o Partido Socialista Brasileiro (PSB), e o Partido Republicano Trabalhista (PRT), foi lançado a candidatura do marechal Henrique Baptista Duffles Teixeira Lott, ex-ministro que havia se notabilizado por garantir a posse do presidente Juscelino Kubitschek, cinco anos antes, conforme: http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o_presidencial_no_Brasil_em_1960.

Chamamos atenção para o candidato Henrique Baptista Duffles Teixeira Lott. Ele era militar e concorria normalmente, de forma democrática, à presidência do Brasil. Para saber mais sobre ele: http://pt.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_Estado_no_Brasil_em_1964. 

Como fica claro acima,  à época, o Brasil gozava de liberdade política, tendo assegurado um dos principais instrumentos da democracia: o voto popular.

3º) Quem foi eleito democraticamente? 
 

Eleitos democraticamente,  pelo voto popular e de acordo com a Constituição em vigor: Jânio Quadros para Presidente e João Goulart para Vice-Presidente. O candidato militar Henrique Baptista Duffles Teixeira Lott não foi eleito. Ou seja, o povo não o queria como presidente. O povo não quis ter um presidente militar, naquele momento.

4º) O que aconteceu após a eleição democrática?

Resposta: Jânio renunciou ao mandato no mesmo ano de sua posse (1961), e quem deveria substituí-lo automaticamente e assumir a Presidência era João Goulart, segundo a Constituição vigente à época, promulgada em 1946. Porém este se encontrava em uma viagem diplomática na República Popular da China. Militares então acusaram Jango de ser comunista e o impediram de assumir seu lugar como mandatário no regime presidencialista.

Depois de muita negociação, lideradas principalmente pelo cunhado de Jango, Leonel de Moura Brizola, na época governador do Rio Grande do Sul, os apoiadores de Jango e a oposição acabaram fazendo um acordo político pelo qual se criaria o regime parlamentarista, passando então João Goulart a ser chefe-de-Estado.

Em 1963, porém, houve um plebiscito, e o povo optou pela volta do regime presidencialista. João Goulart, finalmente, assumiu a presidência da República com amplos poderes. 
Conforme: http://pt.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_Estado_no_Brasil_em_1964

Note-se que o povo escolheu, por duas vezes, Jango. Uma pelo voto democrático e a outra pela escolha do presidencialismo.

 5º) O que aconteceria se o povo tivesse votado no militar Henrique Baptista Duffles Teixeira Lott, então candidato a Presidente do Brasil?

Resposta: "Se [Lott] tivesse ido para a presidência do Brasil, teria instaurado um governo de legabilidade e de respeito à pessoa humana, e uma vinculação com partidos políticos, porque era um democrata sincero, inteligente e honrado. Com Lott na presidência, não teríamos ditadura militar durante vinte anos, não teríamos a falência nacional. Nada disso teria acontecido", segundo Sobral Pinto, no enterro de Henrique Teixeira Lott..

Mas, o povo não quis assim. O povo não queria um militar na presidência. Fato.

6º) Jango concluiu, finalmente, o mandado que o povo lhe conferira por duas vezes? O Golpe Final:

Resposta: Em 31 de março daquele ano, os militares iniciam a tomada do poder e a deposição de Jango. No dia 2 de abril, o presidente João Goulart partiu de Brasília para Porto Alegre e Ranieri Mazilli (PSD) assumiu a presidência interinamente. Dois dias depois, João Goulart se exilou no Uruguai

Em 9 de abril, foi editado o AI-1 (Ato Institucional número 1), decreto militar que depôs o presidente e iniciou as cassações dos mandatos políticos. 

No mesmo mês, o marechal Castello Branco (Arena) foi empossado presidente com um mandato até 24 de janeiro de 1967. Conforme: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/golpe-militar-de-1964-1-elites-e-militares-derrubaram-o-governo-de-jango.htm

7º) Golpe ou Contragolpe?

 Resposta: O povo elegeu Jânio Quadros. Ele renunciou. Pela constituição vigente o vice-presidente deveria assumir. Depois de muitas idas e vindas e a ratificação do povo, João Goulart finalmente assume a presidência, como o povo sempre quis. Os militares, então, depõem o então presidente. Ou seja, não respeitou a vontade popular. Passou por cima da maior expressão da democracia: o voto popular. Os militares estabeleceram um governo não legitimado pelo povo, na base da força bélica, usurpando o poder legítimo de escolher seus governantes que o povo possuía. O povo não escolheu isso. Sequer quis votar num candidato militar. 

Se isso não for GOLPE.....o que mais será?

8º) O que significa negar esses dados?

 Resposta: Sabedores, como já dissemos, que toda história é necessariamente engajada, não podemos negar o foto de que contar  "penas" um ponto de vista ou uma parte dos fatos com a clara intenção de induzir seguidores ou ovelhas a votarem de acordo com os pressupostos políticos daquele que intenta a indução, constitui-se, na nossa opinião, quebra do 9º mandamento, de acordo com as perguntas 144 e 145 do Catecismo Maior de Westminster, que indaga e responde:  

144. Quais são os deveres Quais são os deveres exigidos no nono mandamento?

"Os deveres exigidos no nono mandamento são: conservar e promover a verdade entre os homens e a boa reputação de nosso próximo, assim como a nossa; evidenciar e manter a verdade, e de coração, sincera, livre, clara e plenamente falar a verdade, somente a verdade, em questões de julgamento e justiça e em todas as mais coisas, quaisquer que sejam; considerar caridosamente os nossos semelhantes; amar, desejar e ter regozijo pela sua boa reputação;entristecer-nos pelas suas fraquezas e encobri-las, e mostrar franco reconhecimento dos seus dons e graças; defender sua inocência; receber prontamente boas informações a seu respeito e rejeitar as que são maldizentes, lisonjeadoras e caluniadoras; prezar e cuidar de nossa boa reputação e defendê-la quando for necessário; cumprir as promessas lícitas; empenhar e praticar tudo o que é verdadeiro, honesto, amável e de boa fama. Lv 19:15;Ef 4:25; Pv 14:5;17:9;22:1;25:23;26:24,25;31:9; Sl 15:2-4;82:3;101:5;119:158; II Cr 19:9; Jr 9:3;42:4; Jo 8:49;At 20:20,27; Rm 1:8;I Co 1:4,5;13:4-7;II Co 1:17,18;11:18,23;12:21; Fp 4:8; Cl 3:9; II Tm 1:4,5; I Pe 1:8; III Jo 3,4,12; Hb 6:9.  

145. Quais são os pecados proibidos no nono mandamento? Os pecados proibidos no nono mandamento são: tudo quanto prejudica a verdade e a boa reputação de nosso próximo, bem assim a nossa, especialmente em julgamento público, o testemunho falso, subornar testemunhas falsas, aparecer e pleitear cientemente a favor de uma causa má; resistir e calcar à força a verdade, dar sentença injusta, chamar o mau, bom e o bom, mau; recompensar os maus segundo a obra dos justos e os justos segundo a obra dos maus; falsificar firmas, suprimir a verdade e silenciar indevidamente em uma causa justa; manter-nos tranqüilos quando a iniqüidade reclama a repreensão de nossa parte, ou denunciar outrem, falar a verdade inoportunamente, ou com malícia, para um fim errôneo; pervertê-la em sentido falso, ou proferi-la duvidosa e equivocadamente, para prejuízo da verdade ou da justiça; falar inverdades, mentir, caluniar, maldizer, depreciar, tagarelar, cochichar, escarnecer, vilipendiar, censurar temerária e asperamente ou com parcialidade, interpretar de maneira má as intenções, palavras e atos de outrem; adular e vangloriar; elogiar ou depreciar demasiadamente a nós mesmos ou a outros, em pensamento ou palavra; negar os dons e as graças de Deus; agravar as faltas menores; encobrir, desculpar e atenuar os pecados quando chamados a uma confissão franca; descobrir desnecessariamente as fraquezas de outrem e levantar boatos falsos; receber e acreditar em rumores maus e tapar os ouvidos a uma defesa justa; suspeitar mau; invejar ou sentir tristeza pelo crédito merecido de alguém; esforçar-se ou desejar o prejuízo de alguém; regozijar-se na desgraça ou na infâmia de alguém; a inveja ou tristeza pelo crédito merecido de outros; prejudicar; o desprezo escarnecedor; a admiração excessiva de outrem; a quebra de promessas legítimas; a negligência daquelas coisas que são de boa fama; praticar ou não evitar aquelas coisas que trazem má fama, ou não impedir, em outras pessoas, tais coisas, até onde pudermos. Gn 3:5,12,13;4:9;9:22;21:9;26:7,9; Ex 23:1; Lv 5:1;19:11,15-17; I Sm 2:24;22:9,10; II Sm 12:13,14;IRs 21:8;Is 5:23;28:22;29:20,21;58:1;59:4,13;Jr 9:3;20:10;48:27;Sl12:2,3;15:3;22:9,10".  

Da mesma forma, fazer comentários desrespeitosos e que denigrem a imagem pessoal de qualquer presidente da república, em nossa opinião, constitui-se igualmente quebra do 5º mandamento, conforme a pergunta 124 do Catecismo Maior de Westminter, que indaga e responde: 

Que significam as palavras “pai” e “mãe”, no quinto mandamento? As palavras “pai” e “mãe”, no quinto mandamento, abrangem não somente os próprios pais, mas também todos os superiores em idade e dons, especialmente todos aqueles que, pela ordenação de Deus, estão colocados sobre nós em autoridade, quer na Família, quer na Igreja, quer no Estado. Gn 4:20,21;45:8; II Rs 2:12;5:13; Is 49:23; Pv 23:22,25; I Tm 5:1,2;Gl 4:19.

quarta-feira, 19 de março de 2014

O GOVERNO MILITAR NÃO É DE DEUS - Parte 1

Vejo com certa estranheza a defesa apaixonada da volta dos Militares ao poder. Que isso parta de militares, fico calado. Afinal, cada um quer "puxar a brasa pra sua sardinha".

Quando leio postagens dessa natureza fico sonhando com essa volta. Ah, como seria bom! Eis que era tudo muito bom! Pelo menos é assim que pintam o quadro.

Tenho a nítida impressão que estamos diante do binômio "governo de Deus" (extrema-direita, militares) X "governo de Satanás" (esquerda, PT). Não é essa a pregação? Parece até coisa dos maniqueus, babilônicos e neopentecostais, ao melhor estilo do livro "Este mundo Tenebroso". 
 
Por outro lado, entendo que essa ânsia por justiça e mudança é mais que coerente. Do jeito que está não dá pra ficar. É MUITA IMPUNIDADE.

IMPUNIDADE? Essa palavra atrapalhou meu sonho.

Todos concordam, imagino, que uma das maiores promotoras dessa impunidade é a Lei que permite ao criminoso aguardar o julgamento em liberdade. A policia prende, a justiça solta. Mas, claro, a culpa não é do magistrado. A culpa é da legislação.

"O promotor de Justiça Marco Aurélio Lima do Nascimento, do Pará, responsável pela acusação no processo de Eldorado dos Carajás, criticou a impunidade vigente no País. Por mais hediondo que seja o crime, o criminoso nunca vai para a cadeia, porque pode se valer de uma infinidade de recursos judiciais, que retardam a aplicação da justiça por dez, vinte ou trinta anos, disse o promotor".

De quem é culpa? Querem jogar a culpa da impunidade no colo do PT. Claro que o PT tem sua parcelinha; bem acentuada, diga-se de passagem. Mas não é honesto culpar só o PT. Que os militares façam isso, fico até calado. Afinal, cada um quer "puxar a brasa pra sua sardinha".

A interferência no meu sonho começa com uma Lei. Por que o PT não pensou nessa Lei antes, se me permitem o anacronismo. Pelo menos poderia continuar sonhando com a volta dos meus heróis militares.

"Nascimento propôs aos deputados que revoguem a Lei Fleury (Lei 5941/73), que permite ao condenado aguardar em liberdade o julgamento do recurso".

Opa, opa. Mas, 1973 já era PT no poder? O partido responsável por toda a impunidade no nosso querido Brasil? Não é essa a sugestão e indução? Que isso parta de militares, fico calado. Afinal, cada um quer "puxar a brasa pra sua sardinha".

"Para o promotor, essa lei é um "entulho autoritário, um resquício da ditadura", e tem servido para garantir a impunidade dos criminosos que dispõem de condições econômicas para pagar bons advogados":

 http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/88530.html.

Quem teria sido responsável pela promulgação dessa Lei promotora de impunidade? Lula, Dilma? Tem gente que não diz isso, mas cria um ambiente para que todos culpem o PT. Que isso parta de militares, fico calado. Afinal, cada um quer "puxar a brasa pra sua sardinha".

Com que objetivo ela teria sido promulgada? Bom, espero que algum historiador nos diga isso; poste algum comentário esclarecendo essa questão, se você é um deles.

Sua autoria foi motivada por um tal de Sergio Paranhos Fleury, provavelmente algum militante esquerdista #sqn. Para saber mais sobre ele, clique no link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sérgio_Fleury 

Que o PT tenha uma ideia dessa, por motivos espúrios, fico até calado. Mas que isso parta do GOVERNO MILITAR...

Ou EMÍLIO G. MÉDICI era do PT?  Saber disso é importante, pois essa lei tem sua assinatura.
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/103329/lei-fleury-lei-5941-73

Isso, você não verá no NOVO PÚLPITO chamado Facebook. Que isso não parta de militares, fico calado. Afinal, cada um quer "puxar a brasa pra sua sardinha".

Mas, ser omitido por Cristãos é parada...rs.

Nota: É evidente que Deus controla absolutamente todas as coisas. Nada foge ao seu domínio, controle e gerenciamento. Afinal "o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina” (Provérbios 21.1). Digo isto para que não me acusem de não acreditar na Soberania do Governo de Deus, devido ao título que dei a esta série. A provocação é exatamente para contrapor ao argumento, amplamente divulgado por pastores e outros cristãos, de que o Governo Militar é a solução de todos os nossos problemas; que foi um governo perfeito e que é um governo de Deus. Nossa intenção é demonstrar que lá e cá temos coisas boas e coisas ruins. Não é honesto evidenciar apenas as coisas boas de um regime.
 
Próxima postagem da série "governo militar não é bem assim como estão dizendo": O legado de Denfin Neto, ministro do governo militar, para o Brasil

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