4- DANDO SUPORTE AOS
LÍDERES
Como já vimos no capítulo
3, liderança não é algo que se nasce com ela, antes é algo que se aprende, com
muito esforço, observação, treinamento e muita dedicação. Partindo desse
pressuposto, passaremos a abordar alguns
PRINCÍPIOS ou LEIS que servem para dar suporte e bagagem aos
líderes, para enfrentarem esse grande
desafio de conduzir pessoas.
4.1- PRINCÍPIO OU LEI DA
VISÃO
“A liderança começa quando
surge uma visão”. A visão é o marco
divisor entre um líder e um não líder. Ter uma visão é ter uma IMÁGEM
muito CLARA de algo que o líder quer que seu grupo seja, faça ou alcance.
Quando um grupo está sob a direção de alguém que não tem visão, o resultado é
confusão, desordem, revolta, abuso de liberdade e anarquia.
A história registra algumas
visões que alguns líderes tiveram e que, a partir dela, mudaram a realidade de
seu povo, de sua nação. Um exemplo clássico é a visão de Martin Luterking,
demonstrada em seu famoso discurso de 1963
no Lincoln Memorial. Disse ele: “...Eu tenho um sonho
(visão)...meus quatro filhos um dia viverão em uma nação onde não serão
julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”. Mahatman
Gandhi teve uma visão de uma Índia livre, quando ainda era dominada pela
Inglaterra. E o que não dizer da visão de Neemias, um dos maiores líderes do
povo de Deus? Ele teve a visão de uma cidade forte, reconstruída, com seus
muros reerguidos, e, tudo isto, quando só havia destroços (voltaremos a falar
mais sobre este grande líder).
A visão pode ser de
natureza MICRO ou de natureza MACRO, ou ainda uma junção das duas. Por
exemplo: Um líder de jovens cristãos pode ter uma visão de determinadas tarefas
ou programações (VISÃO MICRO), mas com a intenção num objetivo, numa visão
maior: que seus liderados alcancem uma maior comunhão com Deus (VISÃO MACRO).
O líder precisa acalentar sua VISÃO, sonhar
com ela, devotar-se a ela, amá-la, dedicar-se de todo o coração, pensar nela o dia todo para que seu coração
flameje (Sl 39:3), de forma que isso se transforme em “Dínamus”, em força propulsora
para que venha a AGIR em
função dessa visão que teve, para que ela venha a concretizar-se. O líder não é um simples sonhador ele trabalha para tornar sua visão
em algo real. Quando isso acontece a visão deixa de ser só visão e ganha também
um caráter de MISSÃO. Contudo para se cumprir uma missão de forma
satisfatória, é necessário que se estabeleça METAS, que nada mais são
que uma série de passos específicos e mensuráveis, ou seja, para cumprir uma
missão é necessário um planejamento estratégico. O próprio Jesus adverte para a
necessidade de planejamento no cumprimento de uma missão advinda da visão do
líder.
O líder precisa de uma VISÃO,
mas precisa também transforma-la em MISSÃO,
que por sua vez só será cumprida se estabelecido METAS. Quantas
visões maravilhosas que não passam de sonhos de “Alice”, por que não foram
transformadas em missão, quantas missões fracassadas, por que não tiveram metas
definidas.
Muitos líderes acreditam que podem levar suas visões e projetos adiante "somente" com carisma e influência. Não podem! Por isso, muitos fracassam e levam seus liderados ao desânimo e frustração. Estabelecer metas bem definidas é um passo importantissimo para o sucesso do projeto. Isso é, inclusive, um preceito Biblico. Leia Lucas 14:28-32.
Muitos líderes acreditam que podem levar suas visões e projetos adiante "somente" com carisma e influência. Não podem! Por isso, muitos fracassam e levam seus liderados ao desânimo e frustração. Estabelecer metas bem definidas é um passo importantissimo para o sucesso do projeto. Isso é, inclusive, um preceito Biblico. Leia Lucas 14:28-32.
Geralmente as METAS são:
4.1.1-De elaboração (como será o evento na prática)
4.1.2-De organização (o
que se precisa para a realização do evento)
4.1.3-De custos (quanto
se gastará e como captar recursos)
4.1.4-De alcance (o
que se espera do evento)
4.1.5-De marketing (divulgação
do evento, caso necessário)
4.1.6-De soluções (aqui se resolve problemas e imprevistos)
4.1.7-De avaliação (a missão foi cumprida? Como melhorar?)
Outro ponto importante
(trataremos mais detalhadamente no princípio ou lei da influência) é a
consciência de que a VISÃO de um líder é diferente da visão de um cientista,
por exemplo. O sucesso do cientista beneficiará a muitos, mas, não requer o
envolvimento direto delas. O líder trabalha por meio de outras pessoas, por
isso precisa ter habilidade para vender sua idéia para seu grupo. Fazer com que
cada liderado ASSUMA A IDÉIA como se fora sua. Luterking mais uma vez
tem algo a nos ensinar: “sonho que se sonha só é sonho que se sonha só, sonho
que se sonha junto é realidade”.
Neemias, assim como tantos
outros homens de Deus, teve a visão de uma Jerusalém reconstruída, arregaçou as
mangas, estabeleceu metas e viu a cidade
de pé. O próprio Luterking teve a visão
de um país mais justo, sem preconceitos, trabalhou em função dela, exerceu sua
influência e obteve êxito. Gandhi teve a visão de uma Índia
livre, não cruzou os braços e ela tornou-se realidade. Observe: “Toda mudança permanente
e duradoura começa com uma VISÃO”.
“O
tamanho do líder e sua importância depende do tamanho e importância de sua
VISÃO”.
Mas, atenção: a visão não pode ser "fantasiosa" a ponto e tornar-se impossível de ser cumprida. Por exemplo: querer levar seu grupo de liderados adolescentes a evangelizar astronautas em órbita; se é que me entendem.
Mas, atenção: a visão não pode ser "fantasiosa" a ponto e tornar-se impossível de ser cumprida. Por exemplo: querer levar seu grupo de liderados adolescentes a evangelizar astronautas em órbita; se é que me entendem.
4.2-
PRINCÍPIO OU LEI DA INFLUÊNCIA
Mandar
é fácil. Ser chefe é fácil. Ser gerente é fácil. O comando de uma equipe quase
não se requer empenho quando existe um cargo , uma patente, uma hierarquia.
Quando a pessoa que está na posição superior está sob o escudo blindado da
autoridade conferida. O diretor de uma empresa manda e seus subordinados obedecem (sob pena de
demissão). O comandante militar ordena e seus subalternos lhe prestam continência.
A própria autoridade do policial militar reside em sua farda. Vemos essa
verdade até mesmo nas autoridades eclesiásticas constituídas.
Esse tipo de obediência não
é exatamente a que um líder ou ainda um futuro líder deve esperar de seus
liderados. O líder pode até ter um cargo, ser referendado por uma instituição
ou mesmo ter uma patente superior, mas seus liderados não lhe seguirão por
causa disso, mas, por que querem, porque precisam, por que são influenciados
por ele. Ela (obediência) deriva somente da influência e não pode ser delegada.
Liderança sem influência, principalmente nas organizações voluntárias, como o é
a igreja, por exemplo, não funciona.
Caso alguém não consiga
influenciar naturalmente, ele pode ser um líder? De forma alguma, pois a
influência é a essência da liderança. Ele pode até ser um ótimo chefe ou
gerente, nunca um líder. O poder da influência entretanto é algo completamente
possível de ser adquirido. Basta responder a uma pergunta: Por que algumas
pessoas influenciam e outras não? O que há nelas de diferente? Vejamos algumas
características que acabam provocando a aparição natural da influência:
4.2.1- AUTENTICIDADE:
Ser autêntico com as
pessoas, falar a verdade, ter transparência em seus atos e palavras. Essa era
uma das bases mais importantes da liderança de Jesus de Nazaré (ler Mateus
7:28-29) Ele fala como quem tem autoridade). Interessante notar que esse
texto confronta exatamente a autoridade de “líderes constituídos” e a de Jesus.
Qual o importante cargo que Jesus exercia na sua religião? Qual era seu cargo
no judaísmo? Nenhum, apesar disso, influenciava seus seguidores, em
contrapartida os líderes constituídos não conseguiam arrebanhar as pessoas, por
vontade própria, e isso pela sua falta de autenticidade de suas vidas (Ler
Mateus 23:27). A bíblia também nos faz uma séria advertência em Mateus 5:7:
“seja o vosso sim sim e o vosso não não”. A influência que o líder está
exercendo sobre seu grupo é o termômetro que mede seu poder de
liderança.
No evangelho de João
6:58-71 (ler), vemos outro exemplo interessante do que uma vida autêntica
pode provocar: Jesus não fazia esforço algum para arrebanhar seus seguidores.
Notem que Ele está praticamente mandando seus seguidores embora, mas eles não
querem ir, tamanha a influência que Jesus exercia sobre eles devido a
autenticidade de suas palavras (ler ainda Efésios 4:25).
Precisamos deixar bem claro
que ter um título de prestígio e chefia definitivamente não é o mesmo que ser
um líder. “A verdadeira liderança não pode ser concedida, ela é conquistada”.
Que confiança os liderados terão se seus líderes não são autênticos?
4.2.2
– HUMILDADE:
Ao
contrário do que muitos pensam a humildade confere um poder extraordinário ao
líder. Como diz Haggai: “Se espera desenvolver todo seu potencial como líder
será bom aprender a enfrentar a
crítica com tranqüilidade. Conta-se uma história de Abrão Lincon que teria
dado uma ordem expressa para que seu secretário de guerra Staton
deslocasse um pelotão para determinado lugar, ele por sua vez recusou-se
e ainda criticou o presidente: “Lincon é um bobo”. Quando o presidente dos EUA
soube fez a incrível afirmação: “se Staton disse que sou um bobo é porque sou,
ele quase sempre está certo”. Reviu sua ordem sem o menor problema e acabou
concordando com seu comandante. Isso surpreendeu até Staton, que passou a ser
não mais um simples subordinado mais um admirador.
O
que não dizer então da humildade do Homem mais poderoso e importante que já
pisou na face da terra, Jesus? Desde o seu nascimento passando por toda sua
vida (Ler salmo 22 e Isaías 53 e Filipenses 2:6). Não esquecendo do exemplo
maior:
“Depois,
deitou água na bacia e passou a lavar os pés dos discípulos e a enxugar-lhos
com a toalha que estava cingido [...]. compreendeis o que fiz? [...]. Ora, se
eu, sendo o senhor e mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés
uns os outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também”
(João 13:1-20).
Infelizmente muitos líderes vêm em seus liderados verdadeiros “capachos, empregados, escravos”. Ao invés de os servirem querem ser servidos por eles a todo custo, usando, para isso, a “ordenação” do cargo ou posto que possui. Veja mais uma vez o que Jesus, o maior de todos, em tudo, ensina:
“Convosco não deve ser assim; se alguém quiser ser
grande, seja servidor; quem quiser ser o primeiro, seja servo de todos; pois o
Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10-43-45).
Moisés é reconhecidamente um dos maiores Líderes
que a história da humanidade já conheceu. Ele compreendeu a essência do que
significa liderar “ovelhas que não são suas”. No texto de Números 27, Moisés
acabara de saber que não entraria na terra prometida; no destino final de sua
missão, pela qual lutou durante quarenta longos anos. Essa punição, entretanto,
não tinha, para Moisés, uma importância maior. Não que ele não fizesse questão
de entrar na terra. Para ele, exemplo de
Líder, havia algo mais importante que seu próprio bem estar, que sua própria
vida: a vida de seus Liderados. Moisés,
em momento algum tentou argumentar com Deus a seu favor. Seu alvo, sua
preocupação era o povo que conduzia e por ele suplicava; "Senhor, autor e
conservador de toda a vida, ponha um homem (um novo líder, já que Deus não
permitiria que ele seguisse adiante do povo) sobre esta congregação"
(Números 27:15-16).
A figura
abaixo, na parte superior, representa bem, infelizmente, a visão de Liderança que muitos cultivam
hoje.
Precisamos
contudo ter cuidado com a falsa humildade, que é pior que a falta de humildade.
Um poeta inglês Samuel afirmou: “...o
pecado mais apreciado pelo Diabo é o orgulho que imita a humildade”. Isso é
muito comum no meio religioso. Algumas pessoas para parecer mais humildes e
piedosas que as outras afirmam ter uma espécie de linha particular de acesso a
Deus; existe alguém mais prepotente do que esta? É a síndrome avisada por Jesus
em Lucas 20:46-47 (Ler). Precisamos nos afastar desse horrível pecado.