Com
a notícia da esquisita renúncia do Papa Bento XVI o Vaticano ficou exposto. O
que teria realmente motivado o inusitado afastamento “voluntário” de Ratzinger?
Os comentários e as notícias não são das
melhores. Toda podridão, ou pela menos uma pequena parte dela, dos bastidores
da basílica de São Pedro estão vindo à tona. Até um dossiê foi formulado e
entregue ao renunciante Bento. A situação está tão difícil que os cardiais “papáveis”,
aqueles que participarão do Conclave para eleger o novo “Supremo Pontífice da
Igreja Romana”, estão pressionando para conhecer o conteúdo desse documento “secreto”.
Para saber mais sobre esse assunto, acesse: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21616.
Na
verdade, nada do que ali esteja, porventura, denunciado, será pior ou ainda
novidade tal que já não tenha sido notícia nos labirintos da Sé Romana. O
jornalista da Band, Fernando Mitre, no programa Canal Livre, exibido em
11/03/13, fez uma afirmação muito pertinente com relação ao momento vivido pela
Igreja Católica Romana. Em síntese, ele disse: “Essa crise é mínima
considerando os absurdos ocorridos na história dessa igreja. De papas devassos
a assassinos de cardiais; nada pode ser pior do que já foi um dia”. De fato, as
recentes acusações de desvios de verbas do banco do Vaticano, de Pedofilia e de
omissão moral por parte dos bispos refletem apenas os mesmos problemas com
nomes e características diferentes.
Não
podemos esquecer que essa mesma igreja, na idade média, chegou a vender salvação,
através das indulgências inventadas pelo então Papa Leão X. Muitos
historiadores cristãos consideram que esse fato foi a “gota d’agua” que faltava
para fazer eclodir a Reforma Protestante, que intentava trazer a “genuína
igreja de Cristo” de volta às Escrituras Sagradas.
A
Reforma obteve êxito no seu intento? Penso que por algum tempo, sim. Evidentemente
que apenas na perspectiva da “doutrina que salvou a Reforma Protestante de se
tornar um aborto histórico” – a doutrina da Igreja Invisível de Cristo -. O
problema é que as igrejas posteriores, mesmo aquelas que se dizem herdeiras da
Reforma, esqueceram-se dos antigos pressupostos pelos quais lutaram os Reformadores;
esqueceram-se da velha máxima “Igreja reformada sempre se reformando”.
Mas,
há ainda algo de muito intrigante nessa vasta história de desvios da ICAR:
Como uma genuína
igreja de Cristo, como já foi um dia a igreja Romana, chegou a tamanho grau de
desvio e distanciamento dos preceitos de Deus?
A
resposta a essa pergunta é tão simples quanto assustadora. Em primeiro lugar, devemos entender que esse
desvio não aconteceu de uma “hora para outra”. Foi um longo processo.
Pequenas concessões aqui e ali. Novas práticas, estranhas às Escrituras, sendo acrescentadas
sorrateiramente como parte de um grande projeto diabólico para desviar a genuína
igreja de Cristo. Essas práticas, maquiadas com ar de inofensividade, fazia com
que seus líderes assistissem a tudo passivamente como quem afirma “não sejamos
radicais, isso é uma besteira”. E depois mais uma inovação e mais
outra, até chegar nesse monstro chamado Vaticano. Em segundo lugar, precisamos
pensar seriamente sobre essa questão: no passado, uma igreja genuína de Cristo se desviou por
conta de pequenas concessões; nada garante que não ocorrerá novamente. Isso
já está ocorrendo com muitas igrejas Protestantes Históricas dos EUA e
certamente ocorrerá com qualquer igreja que trilhar os mesmos passos.
Por fim, revelamos os
motivos reais que fizeram o Papa Bento XVI não somente existir como renunciar.
É exatamente o mesmo motivo que está empurrando muitas Igrejas Protestantes
históricas para o mesmíssimo buraco:
O desvio e o
esquecimento do “Princípio Sola Scriptura”.
As
igrejas não perguntam mais o que a bíblia tem a dizer acerca de sua Fé e de sua
Prática. O
pragmatismo reina absoluto em nossas igrejas. O bonito discurso de
ter a Bíblia como “Única Regra de Fé e de Prática” foi abandonado faz tempo,
muito embora ainda seja balbuciado apenas “da boca para fora”. Esse é o real problema.
Se
o desvio e o abandono da Bíblia fossem, de fato, absolutos, a situação não
seria tão grave, pois apontaria inevitavelmente para o indício de uma nova
Reforma surgindo. Ainda com a Bíblia na mão, porém fechada, a igreja tem sido iludida e levada
a ficar satisfeita em tê-la apenas como “Uma das Regras de Fé e de
Prática, e não como a Única, como foi no passado recente”.
Líderes da igreja do Senhor:
voltemos ao princípio do Sola Scriptura. Os
Senhores são profetas de Deus eleitos ou outorgados, dependendo da forma de
governo eclesiástico, para governarem Sua igreja. Não tenham medo de se tornarem
impopulares, de desagradarem a muitos que correm em busca de resultados.
Coloquemos, como fez João Batista, a cabeça “a prêmio” pela mesma verdade que decapitou
muitos outros servos de Deus no passado. A verdade de Deus não muda. A igreja,
como ocorre com a ovelha, pode querer mudar; pode querer trilhar por caminhos
perigosos, mas cabe aos pastores e líderes desses rebanhos trazê-la sempre de
volta, usando o cajado, se preciso for.