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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A INCOMPATIBILIDADE ENTRE ESPIRITISMO E CRISTIANISMO

Artigo completo a ser apresentado no III Simpósio Internacional de Ciências da Religião, em Setembro/2010, na Unicap.

Título original do Artigo: A IMPOSSIBILIDADE LÓGICA DE UM DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO TEÓRICO/DOUTRINÁRIO ENTRE O ESPIRITISMO E O CRISTIANISMO

INTRODUÇÃO

É possível ser um Cristão Católico e acreditar nos pressupostas da doutrina Espírita? Um fiel Católico Romano, por exemplo, pode, ao mesmo tempo e de forma coerente, acreditar na Ressurreição e na Reencarnação? Existe a possibilidade de convergência entre esses pensamentos que foram, ao longo da história, sempre tratados como antagônicos? Pode haver um intercâmbio de doutrinas e idéias entre Cristãos Católicos e o Espiritismo, sem um interesse proselitista? São questões intrigantes que aguardam respostas.

Cada vez mais o Espiritismo ganha a simpatia de Cristãos brasileiros, em detrimento de ser o Brasil o maior país Católico do mundo. Curiosamente é também o maior país espírita do mundo, segundo organização Espírita[1].

De acordo com o Censo 2000 (IBGE)[2], há 2,3 milhões de espíritas no Brasil. Esse número, obviamente, é contestado pelos espíritas. Um dos mais conceituados médiuns e oradores espíritas da atualidade, Divaldo Pereira Franco, fez a seguinte afirmação em seminário promovido pela Federação Espírita do Ceará – FEEC, em março de 2010: “Temos, segundo estatísticas, mais de sete milhões de espíritas. Mas elas não revelam a verdade [...]. Acho que temos por volta de 15 milhões de espíritas”[3].

Segundo a Revista Veja, esse número pode ser maior que o dobro:

Com uma resposta prática para essa questão crucial e a promessa de comunicação direta com os mortos, o espiritismo tornou-se a religião – ou, pelo menos, a segunda opção religiosa – de 40 milhões de brasileiros. Além dos espíritas professos, existe um número cada vez maior de fiéis de outras religiões, principalmente Católicos Romanos, que se dizem simpatizantes do Espiritismo, principalmente kardecista, e de seu maior ícone: o famoso médium brasileiro Chico Xavier[4].

Estima-se que, pelo menos, trinta por cento dos Católicos Romanos declaram e assumem acreditar, ao mesmo tempo, na Reencarnação e na Ressurreição. O estrondoso sucesso do filme Chico Xavier é uma clara demonstração da simpatia que esses brasileiros, nutrem pela doutrina Espírita. O filme bateu todos os recordes de bilheteria alavancando o cinema nacional, tendo arrecadado mais de vinte e oito milhões de reais, alcançando a incrível marca de seis milhões e cem mil espectadores.

Chaves, escritor Católico, considera a aproximação da Igreja Católica com o Espiritismo uma verdadeira evolução. Diz ele:

O autor desse livro é Católico. A evolução por que passa a igreja caracteriza-se também pela sua posição silenciosa e tolerante diante do crescente número de católicos que estão abraçando a Teoria da Reencarnação em todo o mundo. Trata-se do que já dissemos: a pluralidade de idéias e a unidade na diversidade na Igreja e em todo o Cristianismo da atualidade[5].

E ainda: “Há muitas pessoas que afirmam convictamente que a Reencarnação não está na bíblia. O autor deste livro também foi uma pessoa que pensava assim. Mas ela está, só que de um modo oculto, esotérico ou velado[6]”.

Essa estreita e estranha aproximação dos Cristãos, especialmente Católicos Romanos, com o Espiritismo e com a doutrina da Reencarnação será alvo de nossa reflexão neste artigo. Obviamente que o problema que trataremos aqui não está ligado a juízo de valores. Não será nosso foco a análise da veracidade da doutrina da Reencarnação ou mesmo da principal doutrina Cristã: a Ressurreição.


O problema que se interpõe aqui é se um Cristão, especialmente o Católico, pode, de forma coerente, nutrir, ao mesmo tempo, fé na Ressurreição e na Reencarnação, bem como em outros pressupostos basilares do Cristianismo e do Espiritismo.

Tentaremos demonstrar que esses dois “conceitos doutrinários confessionais” são auto-excludentes; ou seja, para acreditar em um é necessário, automaticamente, descartar o outro, sob pena de incoerência e conflito de idéias.

1- A COERÊNCIA ESPÍRITA FACE AO CRISTIANISMO CATÓLICO

Essa aproximação entre Espiritismo e Cristianismo, especialmente Católico, se dá apenas de forma unilateral, ou seja, enquanto, desavisadamente, muitos Cristãos simpatizam e se envolvem com a doutrina Espírita, eles, por sua vez e de forma muito coerente, pretendem se afastar cada vez mais desse Cristianismo.

Um exemplo clássico desse “coerente” distanciamento do Espiritismo em relação ao Cristianismo Católico é a mudança de nome do mais famoso médium Brasileiro, Chico Xavier:

O seu nome de batismo, Francisco de Paula Cândido, dado em homenagem ao santo do dia de seu nascimento foi substituído pela alcunha pela qual ficaria conhecido, Francisco Cândido Xavier, logo que ele rompeu com o catolicismo[7].
Ainda que outros motivos sejam apresentados como causa da mudança de nome do médium brasileiro, não há como negar o motivo religioso.

Essa prática é comum em outras religiões e tem o objetivo de um rompimento profundo com a situação anterior. O convertido ao Islã, por exemplo, ainda que não de forma obrigatória, costuma mudar seu nome de “batismo”. Tal prática sugere que o nome registrado na sua antiga religião pode ter ligações com o paganismo, politeísmo ou ainda com alguma característica de fé que deve, agora, ser negada. Funciona como uma espécie de “mudança” de cobertura espiritual. Vejamos sinteticamente a motivação da mudança de nome no Islã, para, por fim, concluirmos nossa argumentação sobre a decisão da mudança de nome de Xavier:

O costume remonta uma época (pré-Islâmica), onde o povo árabe, era composto por grandes politeístas e idólatras. Havia milhares de deuses, incluindo até mesmo a lua e o sol, chegando a existir ídolos feitos a partir de tâmaras [...]. Devido a isto, grande parte da população possuía nomes pagãos que iam contra o monoteísmo Islâmico, como por exemplo, Abdul Shams (Escravo do Sol). O Islam veio justamente para combater o politeísmo e reerguer o monoteísmo puro que fora anteriormente pregado por todos os profetas [...]. Tão logo o Islam começou a se expandir pela península arábica, os árabes, outrora pagãos, foram percebendo a grande quantidade de pessoas com nomes politeístas, a solução encontrada foi a substituição do nome verdadeiro por um nome pelo qual os membros da comunidade Islâmica passariam a chamar aquela pessoa. Uma espécie de apelido [...]. O costume se mantêm até hoje, sendo somente obrigatório quando o nome é claramente ofensivo ou pagão[8].

A mudança de nome de Xavier marca, definitivamente, uma mudança radical de religiosidade; uma negação real e contundente com os pressupostos mais basilares de sua antiga Religião. Nada mais coerente!

Muitos Cristãos querendo percorrer o caminho contrário julgam, ingenuamente, poder transitar tranquilamente entre o Cristianismo, especialmente Católico, e o Espiritismo.

Nesse sentido, o exemplo de Francisco Cândido Xavier deve ser seguido. Para crer nos mesmos pressupostos que ele creu, o Cristão, especialmente o Católico, deve, antes, romper definitivamente com tudo que o remete ao Cristianismo.

O Espiritismo pretende ser uma nova revelação, destinada – no dizer de AK – a instituir “a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de um altar” (VII, 269). E como nova revelação o Espiritismo se ufana de ser a “terceira das grandes Revelações” (VI, 23). [...] na realidade o Espiritismo é visceralmente anticristão em seus princípios e doutrinas[9].

Apenas um olhar superficial será capaz de pensar que essa análise está baseada em metodologia tendenciosa em favor do Cristianismo. Naturalmente esse tipo de argumento sofre a acusação de ser leviano e de estar trilhando por uma espécie de etnocentrismo, como se o olhar crítico do Cristão sobre o Espiritismo estivesse carregado de altivez e de um sentimento quase nazista de superioridade. Isso absolutamente não é verdade. O Espiritismo, diante do tema, não assume a postura de inferioridade ou de alguém que está sendo perseguido. Antes, pelo contrário, como veremos, há todo um interesse de sua parte de se desvencilhar do Cristianismo, especialmente do Católico Romano. O Espiritismo não quer ser Cristão, como muitos supõem.

No Jornal Espírita, em sua edição nº 317 de 01/2002, na coluna “qual é sua duvida”, sobre o questionamento se o Espiritismo é Cristão, foi formulada a seguinte resposta, que transcrevemos com o objetivo de reforçar nossa argumentação de antagonismo entre Cristianismo e Espiritismo:

Se tivéssemos outro nome para nos designar talvez fosse bem melhor, pois se ser cristão e ter que aceitar os maiores absurdos só porque constam da Bíblia, é melhor não o sermos [...]. E diante de tantos absurdos que fizeram e ainda fazem os que se dizem cristãos, preferimos somente ser chamados de Espíritas [...]. Não podemos ficar sujeitos às interpretações e dogmas impostos por qualquer pessoa. E nisso o Espiritismo é ímpar entre as religiões[10].

Como fica claro, o Espiritismo quer ser identificado como outra Religião, que não a Cristã. Isso precisa ser entendido e respeitado. É quase uma afronta dizer que um Espírita é um Cristão, em certo sentido.

Não estamos dizendo que os Espíritas estão errados; muito menos que estão certos. Como já deixamos claro, não é esta a nossa intenção neste artigo. Apenas estamos demonstrando que, devido ao antagonismo de princípios, não há a possibilidade de ser um “Cristão convencional”, que tem seus pressupostos fundamentados na inerrância e inspiração da Bíblia e, ao mesmo tempo, um Espírita.

Insistimos nesse tema porque é mais do que claro que a maioria esmagadora dos “Cristãos” que simpatizam com os preceitos Espíritas e que dizem acreditar na “peculiar” doutrina Espírita da Reencarnação, são Cristãos apenas “nominais” ou que não possuem nenhum tipo de conhecimento doutrinário de sua própria igreja. Isto é, não sabem exatamente como sua igreja crê e, por isso mesmo, entendem não haver nenhum problema lógico-doutrinário em crer em um e no noutro, ao mesmo tempo.

Muitos, inclusive, consideram as explicações Espíritas mais convincentes que as de suas igrejas, contudo, insistem em permanecer nelas. Queremos apenas estimular uma tomada de decisão. Nenhum problema em optar pela interpretação Espírita dos fatos e da própria Bíblia. Contudo, a necessidade de abandonar a fé Católica, por exemplo, nesse caso, é a única condição de uma postura coerente. Isso, inclusive, é uma forma honrosa e respeitosa para com aqueles que crêem exatamente como suas igrejas entendem ser uma fé sadia. Há muitos Católicos que acreditam fielmente no que sua igreja ensina; por isso mesmo podem, coerentemente, ser chamados de Católicos e merecem respeito. Não é justo turvar a “água do pensamento doutrinário” Católico e ainda assim receber tal designação.

Os Bispos, de humildes adeptos, tornaram-se poderosos e autoritários [...]. O pensamento profundo de Cristo desapareceu. Só ficaram os símbolos materiais. Essa obscuridade tornava mais fácil governar as multidões [...]. A crença em Satanás e no inferno adquiriu lugar preponderante na fé cristã. Em vez da religião de amor pregada por Jesus, o que prevaleceu foi a religião de terror [...][11].

Chico Xavier, em revelação entregue pelo espírito Emanuel (cujo nome é bem sugestivo) que era “sacerdote católico em sua última reencarnação no Brasil”, afirmando acerca desse Espírito, declara que ele veio “a fim de levar pequena parcela de instrução sobre o catolicismo que, deturpando nos seus objetivos as lições do evangelho tornou-se uma organização política em que preponderam as características essencialmente mundanas”[12].

3- A NEGAÇÃO DA ESSÊNCIA DO CRISTIANISMO

Passaremos a analisar apenas dois dos pontos mais melindrosos da fé Cristã, por conta de delimitação de espaço, negados veementemente pelo Espiritismo; fato que não é do conhecimento de muitos Cristãos, especialmente Católicos Romanos; “ignorância” essa que têm promovido o “intercâmbio religioso” entre essas antagônicas Religiões, no âmbito do chamado “Catolicismo Popular”. Além disso, abordaremos também a questão da caridade no Espiritismo e no Cristianismo.

Não iremos fazer citações para lastrear o pensamento Cristão por dois motivos óbvios: em primeiro lugar por conta de delimitação do tema de nosso artigo. Em segundo lugar, as doutrinas que serão abordadas abaixo não sofrem nenhum tipo de questionamento por nenhuma ramificação do Cristianismo, antes, pelo contrário, são doutrinas basilares que definem se alguém ou algum grupo religioso é ou não Cristão. Portanto, serão tomadas aqui, neste momento, apenas como contraste da “confissão de fé Espírita” que nega, veementemente, esses inquestionáveis pressupostos para todo aquele que quer ser chamado de Cristão.

Reiteramos nossa expectativa de uma necessária tomada de decisão ao lado desta ou daquela Religião.

3.1- O Espiritismo nega a deidade de Cristo

Apenas esse tópico já seria mais que suficiente para qualquer Cristão descartar por completo a simpatia e a possibilidade de continuar crendo nos dois pressupostos: do Espiritismo e do Cristianismo.

Para o Espiritismo Jesus é o espírito do mais alto nível, o mais desenvolvido e exemplo de perfeição moral, por isso, ele é grande Mestre. Ele não é Deus; é um dos filhos de Deus; é o mestre desse planeta; chegou a um estado de perfeição, conhecimento e pureza através de muitas reencarnações.

Ora, se Jesus, segundo o Espiritismo, não é Deus, como tem afirmado a Cristandade em todo o mundo, e, sim, apenas, um dos seus filhos, que difere de nós apenas na quantidade de vezes em que foi reencarnado, logo devemos concluir que ele é apenas um “simples homem evoluído”, cuja dinâmica do processo de Reencarnação nos levará também, automaticamente, um dia, a alcançar.

Em Obras Póstumas, Kardec falando sobre Jesus, afirma: "Importa, pois, (que) se risquem os milagres do rol das provas sobre que se pretende fundar a divindade da pessoa de Cristo"[13].

Em Gêneses, Kardec destrói a crença mais peculiar do Cristianismo:
Após o suplício de Jesus, seu corpo se conservou inerte e sem vida; foi sepultado como o são de ordinário os corpos e todos puderam ver e tocar. Após a sua ressurreição, quando quis deixar a Terra, não morreu de novo; seu corpo se elevou, desvaneceu e desapareceu, sem deixar qualquer vestígio, prova evidente de que aquele corpo era de natureza diversa da do que pereceu na cruz. O Espiritismo não só nega a humanidade de Jesus e sua ressurreição corporal, mas também a Sua divindade[14].: "Segundo definição dada por um espírito ele (Jesus) era um médium de Deus (A Gênese, p. 311, 353).

Em um importante fórum Espírita, sobre Jesus é afirmado o seguinte: “O Espiritismo apenas admite o seu caráter humano, e isso em nada pode ser tomado como absurdo. Rejeitando o dogma da divindade de Jesus, o Espiritismo nega somente o que resultou da elaboração de mentes humanas[15].

No Livro dos Espíritos, mais uma vez é confirmada categoricamente a negação da deidade de Cristo, ou seja, a principal razão de ser do Cristianismo é posta por terra:

Nós, os espíritas, sabendo que Jesus não é Deus, mesmo assim temos dificuldade em compreendê-lo na sua plenitude e de assimilar os seus ensinamentos. Isto por ser Jesus um Espírito sublimado, cujo significado cósmico está acima da nossa mortal capacidade para apreender as coisas transcendentais. E por sermos incapazes de limitá-lo com um mero nome ou expressão definidora, é que o Senhor da Vinha vem recebendo através dos séculos incontáveis cognomes, refletindo tal procedimento a nossa ansiedade de melhor conhecer aquele que foi “o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo”[16].

Concluiremos esse tópico com um dos mais surpreendentes e claros relatos de negação completa da deidade de Cristo e de tudo que caracteriza o Cristianismo, colhido de um dos mais importantes sites Espíritas da atualidade:

O Espiritismo demonstra a impossibilidade de Jesus ser o próprio Deus, afirmando que ele é criatura como todos nós. No entanto, a sua evolução infinitamente maior do que dos homens mais evoluídos da Terra, não é dádiva ou privilégio, e sim conquista. Criado por Deus num tempo infinitamente distante para nós, conquistou a evolução que todos estamos fadados a conquistar um dia [...]. O nosso Jesus não nasceu de uma virgem numa estrebaria em Belém de Judá. Não é unigênito, nem recebeu a visita dos Reis Magos, não foi tentado por inexistentes demônios, nem permanece pregado na cruz. Jesus nasceu e tem nascido em diferentes épocas e lugares nos corações dos homens que descobrem o seu amor. Quase sempre ele aparece em nossa vida num momento de crise, quando sufocamos de dor e desespero. Ele é como o Sol do Meio Dia, ou a luz da alvorada após noite escura e tempestuosa. Sua presença em nossa vida é como o orvalho da madrugada. Ele é o asserenador das tempestades, ordenando aos ventos que se calem, e às ondas que se acalmem. Da mesma forma ele acalma as nossas tempestades interiores, e nos estende a mão quando estamos afundando no mar revolto da vida. O nosso Jesus está sim, de braços abertos, esperando-nos para o amplexo de amor, o ósculo da paz. Aproximamo-nos e ajoelhamo-nos para beijar-lhe os pés. Porém, ele impede o nosso gesto de submissão e aperta-nos contra o seu próprio peito. Depois... Depois abre novamente os braços e seus olhos nos fala claramente: você é livre para ficar ou ir embora... Neste momento, parafraseamos Pedro, e respondemos: Para quem iremos nós, Mestre, se tu tens as palavras de vida eterna?[17].

3.2- O Espiritismo nega a Ressurreição, um dos pilares da fé Cristã

A doutrina Espírita da Reencarnação é a antítese da doutrina Cristã da Ressurreição. São doutrinas auto-excludentes em essência. Nenhuma delas, pelo seu caráter eminentemente religioso, pode ser provada cientificamente; muito embora haja forte reivindicação Espírita para a existência dessas provas em favor da Reencarnação, contudo, ainda não há nenhum registro de publicação científica séria que tenha abonado tal doutrina.

Sobre essas supostas provas, Blank relembra uma velha máxima da sociologia da religião: “toda concepção religiosa produz, por sua vez, as experiências correspondentes a essa mesma concepção”[18]. Portanto, assim como todos os outros temas pertinentes ao binômio Espiritismo versus Cristianismo, esse, e principalmente esse, torna-se uma questão de fé e não de provas. Assim sendo, deve haver uma escolha: “acreditar” na solução Espírita para a vida após a morte – a Reencarnação -, ou “acreditar” na solução do Cristianismo para esse mesmo problema – a Ressurreição.

Ante tal situação, devemos com toda sinceridade, aceitar um fato: a decisão pessoal a favor da Reencarnação ou de uma Ressurreição única e definitiva continua sendo, no fundo, uma decisão de fé. Tal decisão deve ser de cada um. E a única base certa e definitiva que temos é a nossa confiança de não sermos enganados por aqueles que se tornaram a base de nossa decisão. Não podemos escapar da necessidade que temos de decidir. Não é possível andar nos dois trilhos ao mesmo tempo. É o que tantos gostariam de fazer: ser cristãos e adeptos da Reencarnação, ao mesmo tempo. Isso não é possível[19].

Os Espíritas costumam dizer também que a Ressurreição é uma espécie de conclusão lógica da Reencarnação, numa clara tentativa de harmonizar “água e óleo”. Em um famoso site Espírita, numa “ação pedagógica catecismal” – perguntas e respostas – essa idéia é confirmada::

Pergunta 4: O dogma da Ressurreição da carne é a consagração da Reencarnação ensinada pelos Espíritos? Resposta: Como quereis que seja de outro modo? Dá-se com essa expressão o que se dá como tantas outras, que só parecem desarrazoadas aos olhos de certas pessoas que a tomam ao pé da letra e por isso são levadas à incredulidade [...]. A doutrina da pluralidade das existências se conforma à justiça de Deus; somente ela pode explicar o que sem ela é inexplicável. Como quereríeis que esse princípio não estivesse na religião? Pergunta 5: Então a igreja, pelo dogma da ressurreição da carne, ensina a doutrina da Reencarnação? Resposta: Isso é evidente. Essa doutrina é a conseqüência de muitas coisas que passaram despercebidas [...]. Não se pode, portanto, racionalmente admitir a ressurreição da carne, senão como uma figura simbolizando o fenômeno da reencarnação[20].

Essa mesma tentativa de harmonização é feita em outro importante site Espírita: “Assim, quem crê na reencarnação, não nega a ressurreição, como o afirmam, freqüentemente, alguns anti-reencarnacionistas”[21].

Em boa verdade, a interpretação da Ressurreição trazida pelo Espiritismo nega completamente o significado empregado pelo Cristianismo, em toda sua história:

Para nós a ressurreição é a condição do espírito voltar a viver no mundo espiritual de onde veio e no futuro quando atingir a perfeição ela será definitiva. Voltar à carne é reencarnação, ou seja, o espírito que está no momento vivendo no mundo espiritual retorna à carne para uma nova etapa de aprendizado e evolução. Ressurreição da carne é impossível, pois nosso corpo físico ao se decompor devolverá à natureza os elementos de quem tomou emprestado, é o que afirma a ciência. E afirmamos que a ciência é de Deus[22].

Até que ponto existe essa possibilidade de fusão entre esses antigos conceitos?
Vejamos de forma sintética suas definições:

a) Reencarnação: É a volta do espírito ao plano material. Quando o homem morre, o corpo desce à sepultura e o espírito segue para o mundo espiritual. A doutrina da reencarnação sustenta que o espírito retorna à vida terrena, em novo corpo, tantas vezes quantas sejam necessárias. O objetivo desse retorno “é fazê-los chegar à perfeição” e proporcionar um “melhoramento progressivo da Humanidade”. “As reencarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porque o progresso é quase infinito” (Quesitos 132, 167 e 169 do Livro dos Espíritos)[23]. “A Reencarnação significa a volta do Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, sem qualquer espécie de ligação com o antigo”[24].

b) Ressurreição: Significa a vivificação do corpo morto, não importa quanto tempo esteja nesse estado. Significa o reencontro do espírito com o corpo original: “E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais pelo seu Espírito que em vós habita” (Romanos 8.11). Na vinda do Senhor, “os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro”. Os que estiverem vivos na Sua vinda serão arrebatados e estarão para sempre com o Senhor (1 Tessalonicenses 4.16-17). Sob inspiração divina, o apóstolo Paulo declara: “Cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também cremos que aos que dormem em Jesus, Deus os tornará a trazer com ele” (v.14). A redenção dos cristãos abrange o corpo (Romanos 8.23). Exemplos na Bíblia Sagrada se contrapõem à doutrina da reencarnação. Ao ladrão que se arrependeu, Jesus prometeu: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23.43). Esse ladrão tinha motivos de sobra para reencarnar umas mil vezes até se tornar perfeito. Jesus perdoou seus pecados e lhe garantiu a vida eterna. Moisés e Elias apareceram na transfiguração de Jesus. Nada indica que tenham retornado à vida corpórea para serem purificados. Foram reconhecidos pela fisionomia original. De acordo com o ensino da Bíblia Sagrada, só há uma separação corpo-espírito, i.e., o homem só morre uma vez: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação” (Hebreus 9.27-28). Como vimos, o homem morre e fica aguardando julgamento. Haverá um dia em que todos serão julgados[25].


Essencialmente as doutrinas da Reencarnação e da Ressurreição diferem no seguinte aspecto: Na Ressurreição a alma unir-se-á ao “mesmo corpo”, através de uma ação miraculosa de Deus. Na Reencarnação, a alma uni-se a “outro corpo” completamente diferente do anterior e sem nenhuma espécie de resquício ou ligação. É uma aventura completamente outra.

Estamos diante de duas opções extremamente claras e que explicam, pelo viés da religiosidade, que pressupõe, sempre, o elemento fé, como será a vida após a morte. Assim como são claras essas explicações, também deve ser clara a escolha do “fiel Cristão”.

O Cristianismo Católico e também Protestante já fizeram sua escolha pela Ressurreição. São religiões confessionais como também o Espiritismo o é. Ou seja, elas confessam publicamente e por escrito aquilo em que crêem.

Ninguém é obrigado a ser Cristão Católico ou Protestante. É uma questão de opção, de simpatia, de entendimento pela conformação da verdade. Por isso mesmo, o Cristão, diante de tudo que já mencionamos, terá uma séria escolha a fazer: acreditar e aproximar-se ainda mais dos pressupostos de sua religião como a Ressurreição, por exemplo, ou, ao contrário, abdicar desse título e dedicar-se de corpo e alma aos pressupostos do Espiritismo como o da Reencarnação, por exemplo. É mais justo, mais honesto e mais saudável à sua própria fé.

3.3- A questão das boas obras para o Espiritismo e para o Cristianismo

O Espiritismo é considerado e reconhecido pela sua grande quantidade de obras de caridade. São obras realmente louváveis, do ponto de vista social. Os Espíritas têm diminuído a dor e o sofrimento de muitas pessoas ao longo de toda sua trajetória. São inúmeros orfanatos, abrigos de idosos etc. Por esse aspecto, inclusive, o Espiritismo ganha status de Cristianismo, fazendo quase ocultar as enormes diferenças doutrinárias entre um e outro. Há quem diga que é, na realidade, a única religião que pratica realmente o autêntico Cristianismo:

O Espiritismo, com a ajuda de espíritos mais evoluídos, descobriu as verdades do Cristianismo Primitivo, as quais se identificam plenamente com a essência dos Evangelhos, pois que eram os primeiros cristãos aquelas pessoas que mais ligadas estavam aos autênticos ensinamentos de Jesus, ensinamentos esses que lhes chegaram por intermédio dos próprios apóstolos e primeiros discípulos de Jesus[26].

É fora de qualquer questionamento que Jesus ensinou e mandou que se praticassem as boas obras a todas as pessoas. Nesse sentido, cumprem fielmente aos ensinamentos de Cristo?

Essa quer ser, talvez, a marca Cristã mais forte presente no Espiritismo. Sua eficácia no socorro aos mais necessitados tem arrebanhado milhares de Cristãos, especialmente Católicos, a simpatizarem com suas doutrinas. Essa marca tem sido, sem dúvida, a porta de entrada para o conhecimento, admiração e encantamento com o Espiritismo, de tal forma que crer na Reencarnação é apenas uma conseqüência dessa iniciação contemplativa.

Mas, a questão é: o que os faz cumprir com tanto empenho esse mandamento e realizar o número de obras de caridade que realizam? Será mesmo que a motivação é só “caridade por caridade”? Isto é, amor incondicional e sem “segundas intenções” pelas pessoas sofridas?

Essa indagação é extremante importante para verificarmos o quanto o Espiritismo está perto ou longe dos preceitos reconhecidamente cristãos, uma vez que foi o próprio Cristo quem estabeleceu os moldes e a motivação de toda obra de caridade:

6.1 Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste. 6.2 Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. 6.3 Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; 6.4 para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará (Mateus 6:1-4)[27].
Esse texto é emblemático. As ricas lições nele contidas nos advertem que devemos praticar a caridade, contudo, essa prática não pode, em hipótese alguma, ser contaminada por outra intenção que não a de promover a amenização da dor e do sofrimento do próximo. Essas obras de caridades devem ser praticadas, inclusive, em secreto. Não se deve divulgar o que se faz, já que a única motivação, como já dissemos, deve ser o beneficiamento do próximo e não o de quem está praticando a caridade. Curiosamente essa é a fonte da maior admiração dos Cristãos, especialmente Católicos, pelos Espíritas. Aquilo que os faz aproximar-se com um sincero desejo de ter também, assim como os Espíritas, essa condição de piedade, num quase pedido de desculpas por não ver sua religião agir assim, como esse modelo. Mas, tudo isso não deveria ficar em oculto, segundo os preceitos estabelecidos por Jesus?

Qual a motivação do Espírita para a reconhecida aptidão à prática da caridade?

O capítulo II do livro IV do Livro dos Espíritos, que fala das penas e gozos futuros, bem como das condições para a remissão da pena, define que tudo o que recebemos hoje, é conseqüência de nossos atos no passado, e que tudo o que iremos receber no futuro, é conseqüência de nossos atos de agora em diante. Vejamos o texto com alguns grifos:

O estado da alma após o desencarne, estado de felicidade ou de sofrimento, depende dos atos praticados nesta e em outras vidas. Não há recompensa ou sofrimento gratuito e eterno; há sim o resultado da Lei de Causa e Efeito (carma) [...]. A soma das penas é proporcional à soma das imperfeições, assim como o gozo e a felicidade celestial resulta das virtudes cultivadas em vida. Como há uma Lei do Progresso (Lei de Deus) que faculta a todas as almas atingir a perfeição, através do arrependimento, da expiação e da reparação, juntamente com a possibilidade das reencarnações, temos que o inferno é um estado de alma transitório e está em toda a parte onde haja almas sofredoras, assim como o céu está igualmente onde houver almas felizes. O espírito para se libertar do círculo da dor e do sofrimento, inclusive da necessidade de reencarnar, causados pelo uso perverso ou equivocado do livre-arbítrio, que o leva a desrespeitar a Lei de Deus, consciente ou inconscientemente, conhecedor ou ignorante da Lei, necessita expiar as faltas cometidas [...].O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são necessárias e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação. A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má-vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contato com as mesmas pessoas que de si tiveram queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes o reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito [...]. Compreendendo, assim, o significado de penas e recompensas, devemos nos esforçar para reparar as faltas cometidas em vidas anteriores, ou nesta vida mesmo, e aproveitar ao máximo a experiência e a oportunidade na carne, buscando incessantemente o progresso moral [...]. Toda conquista na evolução é problema natural de trabalho, porque todo progresso tem preço; no entanto, o problema crucial que o tempo impõe é débito do passado, que a Lei apresenta à cobrança. Retifiquemos a estrada, corrigindo a nós mesmos. Resgatemos nossas dívidas, ajudando e servindo sem distinção. Tarefa adiada é luta maior e toda atitude negativa, hoje, diante do mal, será juro de mora no mal amanhã[28].

Qual a motivação do Espírita para a reconhecida aptidão à prática da caridade? Não seria, ao contrário do que ensinou Jesus, uma espécie de “auto-caridade”? Se fosse possível retirar-lhes a doutrina do Carma, ainda seriam conhecidos por sua caridade? A idéia de praticar caridade para “obter algum tipo de benefício” está tão distante do ensinamento de Cristo quanto pode estar.

CONCLUSÃO

Diante do que expomos, esperamos ter deixado claro que não há possibilidade de intercâmbio, nem de nenhuma espécie de ecumenismo entre o Cristianismo, especialmente em suas vertentes mais conhecidas - Catolicismo e Protestantismo – e o Espiritismo; pelo menos na perspectiva do fiel. Isso não significa, em hipótese alguma, intransigência e impossibilidade de diálogo inter-religioso, entendido como o respeito pela crença do outro.

Também não estamos na contramão, necessariamente, dos recentes avanços da Ciência da Religião, isto é, o diálogo Inter-Religioso, a Interdisciplinaridade e, mais recentemente, a Transdisciplinaridade. Entendemos que as buscas pelo “Terceiro Incluído” podem significar, segundo seus defensores, o fim das lutas e das guerras religiosas, em seus mais variados níveis. Contudo, entendemos também que essa categoria não se aplica no caso de nossa análise e por um motivo muito simples: estamos tratando de crenças confessionais. Ou seja, com religiões que pré-definem, por escrito, aquilo que crêem e que seus adeptos devem crer. Para “incluir” uma terceira possibilidade, isto é, crer na Ressurreição e na Reencarnação, ao mesmo tempo, por exemplo, como marcas desses modelos religiosos, seria necessário a “recriação” tanto de uma Religião quando da outra.

Além disso, lembramos que “A lógica do terceiro incluído não abole a lógica do terceiro excluído: ela apenas limita sua área de validade”[29]. Em nossa avaliação, o tema abordado por esse artigo não extrapola essa área de validade.

Por quanto essa “nova lógica” esteja sendo comemorada, lembramos ainda que ela sofre duras críticas e que não há unanimidade quando à sua utilização em outras áreas de conhecimento que não a física quântica:

Edgar Morin explicitamente faz crítica à transdisciplinaridade como sendo um processo de nadificação do ser. É verdade que se alega a necessidade de uma religação dos saberes; que se critica o racionalismo estreito e se quer uma abertura para o complexo, o contraditório, o plural [...]. Mas a diferença é que os pensadores de hoje chegam na maior parte das vezes a uma pulverização total da realidade. É uma transdisciplinaridade que não dá liga, não faz sentido. Não há nada que a unifique, porque tudo é aleatório[30].

Respeito, diálogo, mas também coerência de confessionalidade. Saber em que crer não significa, necessariamente, querer impor sua religiosidade sobre a do outro.

BIBLIOGRAFIA

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http://www.hottopos.com/rih6/dora2.htm
[1] Conforme: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/apaiva/brasil-pais-mais-espirita.html. O importante expoente Espírita, Divaldo Pereira Franco, em entrevista ao Jornal Diário do Nordeste, de Fortaleza, explica os motivos que tornam o Brasil o maior país Espírita do mundo: Diário - Mas por que o Brasil é o maior país espírita do mundo? Divaldo - Pela nossa miscigenação. Nossas heranças indígenas e africanas. E também por causa da cultura européia, portuguesa. O português é um povo muito crente. Veja a mudança dos deuses convencionais realizada no Brasil pela nossa herança africana. São muitas. Oxalá é o Senhor do Bonfim; Janaína é Nossa Senhora. Quando o espiritismo chegou ao Brasil, por volta de 1875, houve uma reação acadêmica e clerical, hoje suplantada. Por outro lado, as doutrinas ortodoxas estão em crise por causa da decadência dos valores e o academicismo encontra-se arrebentado em conseqüência das conquistas modernas. Tudo que era paradigma no Século XX, não é mais no Século XXI, conforme: http://www.mundoespirita.com.br.
[2] Conforme Federação Espírita Brasileira, disponível em: http://www.febnet.org.br/site/conheca.php.
[3] Conforme http://www.mundoespirita.com.br/index.php?act=conteudo&conteudo=874.
[4] Conforme: http://veja.abril.com.br/110505/p_112.html
[5] CHAVES, Jose Reis. A reencarnação: segundo a bíblia e a ciência. 1998, p.156
[6] Chaves, 1998. P.59.
[7]Conforme: http://www.diariodepernambuco.com.br/vidaurbana/especiais/chico_xavier/historico.shtml
[8] Conforme: http://mulhernoislam.blogspot.com/2010/02/por-que-os-convertidos-mudam-de-nome.html, acessado em 19/08/2010.
[9] KLOPPENBURG, Boaventura. O Espiritismo no Brasil: orientação para os católicos. Petrópolis: Vozes, 1960, p.369
[10] Conforme: http://www.portaldoespirito.com.br/portal/artigos/paulosns/espiritismo-eh-cristao.html.
[11] LÉON.Denis. Cristianismo e Espiritismo. FEB. 2002., p.40.
[12] Emmanuel; XAVIER, Francisco Cândido. Há 2000 anos: episódios da história do cristianismo no século I : romance 18 ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1983. p.27.
[13] KARDEC, Allan. Obras póstumas. 9. ed. Rio de janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1942.p.126.
[14] KARDEC, Allan. A gênese: Os milagres e as predições segundo o espiritismo. 28. ed. Rio de Janeiro: Feb, 1985. P.311,347.
[15]http://www.forumespirita.net/fe/artigos-espiritas/quem-e-jesus-e-qual-a-sua-missao-segundo-espiritismo/
[16] KARDEC, Allan. O livro dos espíritos: . 87. ed. São Paulo: Instituto de difusão espírita, 1994. 625
[17]http://www.espirito.org.br/portal/artigos/amilcar/jesus-para-o-espiritismo.html, acessado em 27/07/2010.
[18] BLANK, Renold J., Reencarnação ou ressurreição: Uma decisão de Fé. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1995. p.8.
[19] BLANK, 1995, p.10.
[20] Conforme: http://www.comunidadeespirita.com.br/perguntasresp/ressurreicao%20x%20reencarnacao.htm
[21] Conforme: www.espirito.org.br/portal/artigos/jose-chaves/a-universidade.html
[22] Conforme: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/paulosns/presbiterianismo-e-reencarnacao.html
[23] http://blogespiritismo.blogs.sapo.pt/50338.html
[24] Conforme: http://www.ceismael.com.br/artigo/reencarnacao.htm
[25] Conforme: http://blogespiritismo.blogs.sapo.pt/50338.html
[26] Conforme: http://www.espirito.com.br/portal/artigos/jose-chaves/cristianismo-e-espiritismo.html
[27] Conforme: http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=71
[28] KARDEC, 1994. XIV.
[29] Conforme: http://www.unicap.br/observatorio/pages/grupos_de_estudos/8.3..doc
[30] Conforme: http://www.hottopos.com/rih6/dora2.htm

2 comentários:

  1. Em meio à tantas religiões e suas doutrinas e dogmas, e em meio à tantos pensamentos filosóficos irá nascer o homem que rompa com todo este conceito e não tenha medo de aprender a usufruir da luz que há em si, a única que pode iluminar a escuridão de seu coração Essa luz que nos ilumina possui um simples nome: "humildade"

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  2. Prezado Antonio Pedro: Isso já faz parte da profecia bíblica. Acho melhor ficar do lado vencedor: o lado do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

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