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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O "PRINCÍPIO" REGULADOR DO CULTO E SUA UTILIZAÇÃO ERRADA PELOS NEOPURITANOS

1- Introdução

Iniciamos nossas reflexões tratando sobre o erro da “antropocentridade” do culto nos nossos dias. Evidentemente que esse é um problema gravíssimo e que tem atingido a igreja do Senhor fazendo-a desviar-se por caminhos tortuosos, conforme já demonstramos em outro post.

É certo também que não é justo incluir apenas os irmãos pentecostais nesse grupo de “desviados dos princípios Escriturísticos” (não desligados do Senhor), no que diz respeito ao culto e a muitas outras áreas da vida da igreja. Evidentemente que precisamos reconhecer: algumas igrejas (locais) e muitos líderes (pastores, presbíteros e diáconos, da IPB e de outras igrejas históricas) têm aumentado essa fileira; cedendo, assim, à tentação de um culto voltado a agradar o pecador, objetivando abarrotar suas igrejas.

Contra esses desvios, personificados na nova modalidade de igrejas “evangélicas”, também convencionalmente chamadas de “neopentecostais”, temos lutado incessantemente (para livrar a IPB dessa influência); sem perspectivas, inclusive, de vislumbrarmos o final dessa batalha. Contudo, nos últimos dias, uma nova modalidade de “desvio” tem acometido a IPB e provocado muitas celeumas. Diferentemente do caso anterior, essa nova investida não vem de nenhuma “classificação eclesiástica”, mas de diversas “células” formadas de pessoas pertencentes a diversas denominações (inclusive da IPB), o que faz desse um problema atípico. Trata-se da influência dos chamados “neopuritanos” (a utilização desse termo, aqui, não tem nenhuma intenção de resgatar suas possíveis raízes históricas).

Nessa segunda parte, desse breve artigo, procuraremos refletir, como prometemos inicialmente, sobre algumas dessas idéias. Que fique claro, entretanto, que não faremos isso comissionados por nenhuma instância da IPB, mas, tão somente, por amor à reflexão, como leigos, inclusive. Nossa intenção é criticar (mas não para ofender e sim para provocar novas reflexões). Entendemos que a crítica é uma ferramenta importantíssima na construção de uma religiosidade sadia. Como diria o filósofo alemão Karl Popper “toda teoria (interpretação) precisa ser falseada (bombardeada, criticada) porque se depois desse procedimento ela se mantiver intacta, quanto mais digna será de ser seguida”. Nesse sentido, isso já acontece com as escrituras e suas interpretações. Ela tem prevalecido, para a glória de Deus.

Como oficiais da IPB, entendemos que precisamos estar atentos e prontos a combater tudo que atrapalhe a comunhão da igreja e fira seus símbolos de fé (como é o caso, em nosso entendimento), não importando de onde venha: se do meio pentecostal ou ainda do meio reformado (infelizmente e com muita tristeza),

“Até que todos cheguemos à unidade da fé [...] para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Efésios 4.13-14).

Evidentemente que ninguém, com o mínimo de sabedoria, deve enclausurar-se em suas teorias (ou interpretações) a tal ponto que não fique espaço algum para mudanças. Nesse sentido, em nosso caso, quando publicamos algo em um espaço público, esperamos tão somente contribuir para o debate em questão. Pedimos então que opinem a respeito; fiquem à vontade para comentar e criticar o que será exposto. Não queremos radicalizar, mas ajudar nesse processo mútuo de ensino/aprendizagem.

Enumeramos cada etapa para facilitar as possíveis refutações.

2- A Igreja Presbiteriana do Brasil e os Puritanos

O termo “Puritano” tem causado, em muitos presbiterianos que não conhecem sua própria história, verdadeira repulsa. A IPB é uma igreja essencialmente Puritana. E o que exatamente faz da IPB uma igreja puritana? Seus símbolos de Fé: a Confissão de Fé de Westminster e os Catecismos Maior e Menor de Westminster, todos formulados pelos puritanos. Herança bendita e extraordinária porque se trata da fiel exposição da bendita e extraordinária Palavra de Deus. Evidentemente os Puritanos têm muitas outras contribuições ao mundo e à IPB particularmente, contudo, essa contribuição como “Padrão de Fé”, limita-se “tão somente” aos documentos citados acima (outros documentos foram elaborados na mesma assembléia de Westminster, mas não foram adotados pela IPB).

Isso faz da IPB, além de uma igreja Puritana, uma igreja Confessional. Isso significa que, hipoteticamente falando, mesmo se o maior de todos os teólogos – João Calvino – ensine (ou interprete) algo diferente do que está ensinado (ou interpretado) nos referidos símbolos de fé, como membros da IPB (especialmente pastores, presbíteros e diáconos), por questão de coerência, devemos optar pela interpretação dos documentos de Westminster.

E em relação aos assuntos em que os símbolos de fé adotados pela IPB são silentos? Não podem ser ensinados na IPB? Podem sim, contudo, com muito zelo e cautela, a juízo do pastor e do conselho, sabedores que eles (esses assuntos ou ainda a interpretação desses assuntos) não possuem, para a IPB, oficialmente, nenhum status de “fiel exposição das Sagradas Escrituras”; não podendo, portanto, ser ensinado, nem cobrado, necessariamente, como tal.

3- Os Puritanos e a adoração

Temos aqui uma boa oportunidade para desfazer alguns “equívocos” com relação à abordagem puritana da adoração. Tem sido ensinado, nos últimos dias, que nossa adoração deve “imitar” ou “seguir” os mesmos passos (inclusive com riquezas de detalhes) da “adoração Puritana”. Mas, não é dito, entretanto, que não havia consenso entre eles, relativamente a esse assunto.

Infelizmente essa “omissão” tem causado muitas dificuldades na mente dos incautos. A idéia que é transmitida é a seguinte: “Os Puritanos” só cantavam salmos, “Os Puritanos” não permitiam outros cânticos, “Os Puritanos” eram contra instrumentos etc. Isso dá a impressão que esse era um conceito fechado e absolutamente aceito por todos eles. Mas isso não é verdade. Se usarmos de um pouco de sinceridade teremos que admitir que havia muita divergência, entre eles, quanto aos aspectos externos da adoração (divergência de interpretação da teologia do culto).

Alguém, por exemplo, já ouviu algum ensinamento quanto à opinião de John Owen (considerado como um dos mais importantes Puritanos), em relação à oração? Sabia que ele considerava falsa toda e qualquer oração espontânea? Não sabia? Claro, isso é propositadamente omitido por aqueles que defendem a salmodia exclusiva, mas que, por outro lado, concordam, defendem e fazem esse tipo de oração em suas igrejas. Diante da contradição, perguntamos: não é para seguir o que ensinavam “Os Puritanos”? Owen, pelo menos, era coerente em seu ensino: se só podemos cantar “salmos inspirados” (porque existem salmos não inspirados também) como poderíamos ter tamanha ousadia em dirigir palavras “espontâneas” (nascidas em nosso coração falível) a Deus? Packer, em seu famoso livro “Entre os Gigantes de Deus”, quanto a essa “divergência litúrgica”, no que tange à questão da oração, afirma o seguinte:

"A oração de improviso é necessariamente desigual em sua qualidade? [...]. Quanto a essas indagações, os evangélicos exibem diferenças em nossos dias, tal como os Puritanos diferiam uns dos outros em sua própria época. Baxter, por exemplo, tal como Calvino e Jonh Knox, aprovava uma liturgia que desse lugar às orações espontâneas, segundo a orientação dos ministros; mas Owen sustentava que “todas as liturgias, como tais (às de Baxter, Calvino e Knox), são falsas adorações usadas para frustrar a promessa de Cristo quanto aos dons e quanto ao Espírito de Deus”. Quem estaria certo? Novamente, tocamos aqui em uma questão que não é simples, nem pode ser considerada morta" (PACKER, 1991,p.269).

A falta de referência a essa questão da oração é muito interessante. Por que nunca vimos, nem mesmo nos cultos considerados “dentro dos padrões puritanos”, o liturgo anunciando: “vamos orar a oração de Ana” ou ainda “vamos orar a oração de Daniel”, ou “vamos orar a oração do fariseu e do publicano”? Coisa de Anglicano ou Católico Romano? Não, de Puritano também.

Por que só ouvimos “alarde” com relação à salmodia exclusiva (inspirada) e nenhuma palavra sobre o uso exclusivo de “orações inspiradas” no culto, mesmo sendo igualmente um ensinamento “dos Puritanos”?

A Confissão de Fé de Westminster (único ensino Puritano adotado como “padrão de fé” pela IPB, juntamente com os catecismos, como já demonstramos), dá uma ênfase muito grande à questão da oração, chegando a afirmar que é “parte especial do culto”. Ora, se por um lado “Os Puritanos” ensinavam a salmodia exclusiva, por outro lado também “ensinavam” que a oração não podia ser espontânea e sim, exclusivamente, inspirada. A questão é: porque os adeptos de uma (salmodia exclusiva) não adotam também a outra (orações inspiradas) em seus cultos? Adotar um ensinamento e não adotar o outro é uma completa falta de senso e uma contradição inacreditável, uma vez que a base do argumento serve tanto para um como para o outro.

Diante do exposto, esperamos ter ficado claro que não é justo simplesmente afirmar: “Os Puritanos” ensinavam assim ou pensavam assim, principalmente quanto à adoração. O mais honesto seria afirmar: “Alguns Puritanos pensavam assim, mas outros pensavam de forma completamente diferente”.

Antes que alguém possa dizer (e alguém dirá): “os Puritanos só discordavam nesse aspecto da adoração – a oração –“ (o que já seria suficiente para desmontar o argumento dos recentes “ventos de doutrina”), queremos deixar claro que há evidências históricas que demonstram que a discordância era muito mais abrangente, atingindo quase todos os itens relacionados aos aspectos externos da adoração.

Packer, na obra já citada, reconhece que quanto ao aspecto interno (espiritual) da adoração, de acordo com um dos princípios ensinados por Jesus (Jo 4:24), isto é, ao “trabalho do coração”, de fato, havia unidade entre os puritanos. Porém, não é omisso a ponto de não demonstrar que, quanto ao aspecto externo da adoração, como já dissemos, havia grande grau de discórdia que havia entre eles. Veremos algumas importantes constatações nesse sentido:

Minha principal preocupação, portanto, não é com as controvérsias a respeito da adoração que dividiram os puritanos tanto do clero anglicano quanto uns dos outros […]. As controvérsias deles sobre os aspectos formais e externos da adoração eram reais e contínuas, religiosamente motivadas e defendidas de forma apaixonada […]. Não pretendo traçar detalhes históricos, nem tomar partidos (não quero começar tudo de novo!), mas, procurarei enfocar os problemas que ocasionaram aquelas controvérsias, a fim de demonstrar exatamente o quanto o conflito dividiu as partes conflitantes (PACKER, 1991, p.265). E ainda: […] a autoridade e a suficiência das Escrituras […] serviam de base comum para ambos os lados do conflito, embora não estivessem de acordo sobre como aplicar esse princípio. Em outras palavras, o desacordo deles estava relacionado à interpretação e ao conteúdo das Escrituras e não ao princípio formal da natureza e da extensão de sua autoridade (idem, 1991, p.266).

Não vamos nos estender mais nessa questão. Concluo esse tópico fazendo um apelo: Por favor, ensinem tudo, sem nada omitir. Não venham ensinar que “Os Puritanos” diziam dessa ou daquela maneira, como se houvesse uma “estranha” harmonia entre eles. Esse desacordo, entretanto, não diminuí em absolutamente nada a importância que esses servos de Deus tiveram e ainda têm para a igreja do Senhor, porque são fruto de um desejo sincero de encontrar a melhor interpretação para essa difícil questão. Entretanto, quão verdadeiro é também dizer que esse “desacordo”, explicitamente, desautoriza o que está sendo ensinado, quanto à adoração, nesses últimos dias, em nome dos Puritanos. Querem fazê-lo? Que façam, mas não em nome dos Puritanos, pelo menos citem aqueles que pensam analogamente aos senhores, contudo, não esqueçam de observar que nem todos pensavam assim.

4- O que é e o que não é o “Princípio” Regulador

Quero começar esse tópico fazendo uma denuncia: Estão querendo transformar o Princípio Regulador do Culto (PRC) em uma Regra Reguladora do Culto (RRC). Isso é muito interessante porque PRC foi idealizado exatamente para combater a RRC.

No tempo dos Puritanos, por exemplo, havia (e ainda há), principalmente entre os anglicanos (muitos puritanos eram anglicanos), o estabelecimento de “regras rígidas” para direcionar o culto. Não havia lugar para a espontaneidade. O “Livro Anglicano de Orações Comuns” normatizava, de forma radical, como a liturgia deveria se desenrolar, passo a passo. Outra Regra Reguladora do Culto, muito combatida pelos Puritanos, era a utilizada pela Igreja Católica Romana. Ryken, em seu livro “Santos no Mundo”, tratando sobre a ojeriza dos Puritanos a essas “rígidas regras”, que visavam “engessar” o culto, faz a seguinte afirmação:

Uma preocupação principal do culto Puritano era a tentativa de preservá-lo de uma rotina que perdera seu poder através da mera repetição. Isto achava-se no coração da hostilidade Puritana ao Livro Anglicano de Orações Comuns [...]. Os Puritanos ansiavam pela liberdade e irritavam-se debaixo do confinamento (RYKEN, 1992, p.137).

Segundo Packer,

“Havia e continua havendo três diferentes modos de dirigir a adoração pública: contar com uma liturgia fixa, como Livro de Oração; ter um manual de orientações gerais (que, como tal, não prevê maiores detalhes), como o Westminster Diretory (não adotado pela IPB); ou deixar nas mãos do ministro ou da congregação regulamentar à vontade a sua própria adoração (essa opção está profundamente ligada com o chamado “princípio normativo do culto”, que defende que tudo que não é expressamente proibido no culto é, então, permitido). Essas alternativas estão historicamente ligadas aos anglicanos, aos presbiterianos e aos independentes (hoje representado pelos grupos pentecostais, renovados e liberais, em todas as suas variantes) e quacres, respectivamente” (PACKER, 1991, p.268).

Como Igreja Presbiteriana do Brasil, obviamente, que não podemos considerar como corretos nem o primeiro nem o terceiro modo (apesar disso, muitas igrejas locais, por falta de conhecimento, têm optado por esse último).

Muito embora a IPB não adote o Westminster Diretory, como “padrão de liturgia”, por força de sua confissão de fé, segue esse mesmo caminho do segundo modo descrito por Packer (manual de orientações “gerais”).

Dirigir a adoração por meio de “orientações gerais” ou mesmo de “princípios gerais” e não por “normas detalhadas”, sempre foi uma opção de presbiteriano e de muitos outros Reformados. Uma sábia opção, diga-se de passagem. Isso posto porque nem mesmo os mais profundos teólogos conseguiram desenvolver “uma liturgia cristã ideal”, em suas nuances. E não conseguiram simplesmente porque ela não está registrada, explicitamente, nas Sagradas Escrituras. Dela podemos abstrair, tão somente, “princípios gerais”.

“Os reformadores alemães, suíços e ingleses adotavam os mesmos princípios básicos quando à adoração [...]. Concordavam, igualmente, que cada igreja ou federação de igrejas tem a responsabilidade de estabelecer os detalhes de sua própria adoração, de acordo com o princípio apostólico [...] “edificação” (I Cor 14:26) [...]. Finalmente concordavam que as igrejas tem a liberdade de praticar sua adoração da maneira que melhor se adapta à edificação de seus membros [...] de tal modo que eles estavam certos de que as várais igrejas, em várias situações pastorais, diferenciariam quando aos detalhes” (PACKER, 1991, p.267).

A aplicação, equivocada, do Princípio Regulador do Culto como uma “Regra Rígida (RRC)” acaba gerando situações embaraçosas e que acabam por arrebanhar muitos irmãos na luta contra a implantação do verdadeiro PRC. Packer, tratando sobre esse assunto, expõe algumas dessas situações:

"A tentativa de pôr o ideal Puritano sobre a vida e a adoração da igreja, levou a alguns argumentos curiosos, como a “prova” de que dois cultos eram obrigatórios aos domingos, com base em Números 28:9-10, que prescreve dois holocaustos a cada sábado [...] ou a “prova” de que o ministro deve permanecer em um só lugar durante o culto, com base na declaração de Atos 1:15” (PACKER, 1991, p.267).

4.1- Qual a diferença de um “Princípio” para uma “Regra”?

Tanto o termo “Princípio” como o termo “Regra ou Norma” foram emprestados do vocabulário jurídico. Por mais que se queira dizer que em teologia eles assumem uma nova conotação não há como separá-los, indiscriminadamente, de suas raízes, sob pena de deixarem de ter o significado que se propõem, tanto em direito, como em teologia ou ainda em uso coloquial. Vejamos um pouco o que significa um e outro termo, a partir de sua origem, de sua raiz jurídica:

"O professor Bonavides (2000, p. 248-250), afirmou [...] que os princípios possuem alto grau de generalidade relativa, enquanto que as regras são de baixo grau de generalidade [...] os princípios são qualitativamente distintos das regras: 1.°) Uma regra é ou não é cumprida, um princípio possui vários graus de concretização, variando em razão de condicionalismos fáticos e jurídicos; 2.°) Os princípios podem coexistir, apesar de serem antinômicos, as regras em conflito excluem-se. Aqueles permitem "balanceamento de valores e interesses", as regras exigem o tudo ou nada; 3.°) Os princípios podem envolver problemas de validade e de peso, as regras só enfrentam questão de validade".

Observe ainda esses dois exemplos para clarear ainda mais a diferença entre “Princípio” e “Regra”:

“A aula começa às 7:30 da manhã. O aluno que chegar à sala depois desse horário não terá direito à presença”. Eis um exemplo de regra. Nesse exemplo, não há meio termo: o aluno deve chegar antes do horário marcado. Se chegar um minuto depois, estará descumprindo a regra e, portanto, deverá sofrer a sanção nela prevista. É na base do tudo ou nada. Agora veja um exemplo de princípio: “A aula começará bem cedo. O aluno deve chegar o mais cedo possível”. Observe que a estrutura da frase mudou substancialmente. Não é possível estabelecer com precisão qual é o horário exato em que a aula começará. Vai depender de diversos fatores. Num dia de chuva, o mais cedo possível é um pouco mais tarde do que num dia de sol. Se o carro “der o prego”, certamente haverá um atraso. Se houver engarrafamento, idem.

“O princípio Regulador do culto é um princípio que admite dentro de si várias normas, várias regras; bem como não admite, em hipótese alguma, outras tantas. Ele não é uma norma analítica, mas um princípio Geral”.

4.2- Definições e dificuldades do termo Princípio Regulador do Culto


“Princípio regulador do culto (ou princípio regulador da adoração) é a designação dada à forma como os calvinistas interpretam a relação entre o culto cristão e o segundo mandamento. De acordo com esta perspectiva, Deus só deve ser adorado da forma que ele mesmo requer nas Escrituras Sagradas”. http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_regulador_do culto

“Segundo Matthew McMahon, o Princípio Regulador do Culto afirma apenas isto: O verdadeiro culto é ordenado somente por Deus; o falso culto é algo que Ele não ordenou. Este era o conceito puritano a respeito do culto”.

Que o culto deve ser de acordo como Deus requer em sua Palavra; que o verdadeiro culto é aquele ordenado por Deus, todos nós concordamos. Mas, eis aqui uma grande dificuldade. De que parte das Escrituras estamos falando? Gerard Van Groningen, em um importante artigo, intitulado “A influência do culto do antigo Testamento na Liturgia”, lista pelo menos cinco épocas distintas em que houve variação no quesito adoração. Vejamos:

"Será que o Antigo Testamento oferece direção para uma adoração no culto contemporâneo? Isso nos leva imediatamente a um problema histórico que oferece um estudo muito desafiador: Que parte do Antigo Testamento devo estudar? Há pelo menos quatro épocas representadas no culto no Antigo Testamento: Primeira: De Adão ao Êxodo. Era um culto centralizado na família, pode ser chamado de adoração doméstica[...] Segunda: Desde Moisés, em Êxodo 19, até I Samuel. Foi o período do Tabernáculo. O Tabernáculo era a habitação simbólica de Deus, era um palácio portátil, mas era um palácio[...]. Terceira: De Davi até o Exílio. Essa foi a época do templo e a maior mudança foi a centralidade do culto. Era a adoração de um povo como um todo [...].Quarta: A era do exílio. Nessa época não havia templo, não havia sacrifício, não havia sacerdócio. Contudo, Deus enviou profetas, como Ezequiel e Daniel. Supõe-se, portanto, que os grupos fiéis se reuniram no exílio e começaram o que depois ficou conhecido como “sinagoga”[....]. Quinta: A era pós-exílica, com Neemias e Esdras. A partir de então, o templo foi restaurado, os sacerdotes voltaram a atividade, e os sacrifícios passaram a ser trazidos [...]. Então, à medida que analisamos estas cinco eras, encontramos mudanças, mas há sempre um lugar de adoração; há mudanças na liderança, mas há sempre o papel do líder; há ainda o papel da música, da Toráh e da hora de oração".
http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/meio/culto_antigo_liturgia.htm

Percebem a dificuldade? Qual o período, com sua particularidade, iremos seguir na nossa adoração? Precisamos ter muito cuidado com esse argumento. Só podemos dizer que nossa adoração segue as recomendações bíblicas por meio de “princípios gerais” e nunca através de “regras reguladores”.

O próprio Gerard Van Groningen, mais uma vez reconhece isso. Diz ele:

“Assim, nessas cinco eras, encontramos [...] princípios permanentes para o período do Novo Testamento: 1. Adoração, 2. A postura do povo na adoração, 3. O líder, 4. A adoração deve expressar a relação pactual estabelecida por Deus entre Ele e o Seu povo, 5. O quinto princípio da adoração é que há um julgamento pelo pecado e, por isso, o sacrifício deve ser representado, 6. O último princípio de que vou tratar é que o culto é para toda a família”.

Desafiamos, inclusive, que nosso leitor poste em comentário, um único texto bíblico que demonstre, em riqueza de detalhes, como deve ser uma liturgia de um culto cristão. Claro que ninguém citará I Cor 14:26 afinal, essa liturgia apresentada pelo Apóstolo Paulo não se parece, nem de longe, com a liturgia que dizem ser a ideal para nossas igrejas. Contudo, esse é o texto mais claro sobre o assunto.

5- A Igreja Presbiteriana do Brasil e o Princípio Regulador do Culto

O maior de todos os teólogos, o reformador João Calvino, ensinava o “Princípio Regulador” do culto. E fazia isso porque entendia ser um ensinamento extraído das Escrituras Sagradas e que qualquer desvio desse “princípio” seria um caminhar perigosamente às margens do abismo, assumindo sério risco de “adorar em vão”.

“Calvino sustentava este princípio utilizando diversas passagens bíblicas, incluindo 1 Samuel 15.22 – “Obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender, melhor do que a gordura de carneiros” – e Mateus 15.9: “Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”.
http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=63

Sendo a IPB uma igreja historicamente reconhecida como calvinista, não poderia assumir outra postura frente a esse assunto. A IPB entende que o culto deve ter seus “princípios” firmados tão somente nas escrituras sagradas:

"A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras (CFW, XXI, Do culto Religioso e do domingo)".

Portanto, é fora de qualquer cogitação utilizar-se de recursos, práticas e elementos, no culto público, estranhos à Palavra de Deus. Práticas que “jamais” foram prescritas nas Escrituras Sagradas devem ser completamente descartadas em um culto da IPB. É bem verdade que alguns pastores e conselhos da IPB (não a IPB, insistimos), julgando erroneamente terem “carta branca” para definir sua própria liturgia, negam aquilo que juraram em sua ordenação e incluem, de forma grotesca e rebelde, “fogo estranho” no culto público. Coisas como “danças litúrgicas”, “coreografias” etc, tem sido, infelizmente, incluídas no culto público, porém, isso é uma flagrante quebra do Princípio Regulador do Culto defendido pela IPB. Em síntese, a IPB adota e defende o “Princípio” Regulador do Culto; entendido, diga-se de passagem, como um “Princípio” e não como uma “Regra Rígida”, como o livro de oração dos anglicanos, por exemplo.

6-A utilização errada do Princípio Regulador do Culto

Chegou o momento de nossa reflexão em que estaremos discutindo questões mais práticas e demonstrando como, em nossa opinião, o “Princípio” Regulador do Culto está sendo usado, por “algumas Células”, das mais diferentes denominações, de forma exagerada, equivocada e até mesmo legalista, como bem salienta Marckato Jr.

Os problemas relativos a esse tipo de utilização equivocada, que acaba transformando, como já dissemos, o que era pra ser um “princípio norteador” (o que já seria suficiente para barrar os exageros e o “fogo estranho” em nossas liturgias, como foi, desde o início, a intenção do PRC) em uma “rígida regra”, perpassa por algumas abordagens. Veremos apenas duas:

6.1- Salmodia Exclusiva: Segundo essa “célula”, é errado (pecado?) cantar outro cântico no culto público que não os “salmos inspirados” (porque existem salmos não inspirados também). Nem mesmo hinos do hinário devem ser cantados, segundo os defensores desse pensamento, mas apenas os Salmos (metrificados?).

6.2- Proibição de Instrumentos musicais, corais e solos nos cultos: Segundo essa mesma “célula”, não existe base bíblica para permitir-se a utilização de tudo isso no culto.

Basicamente são essas as reclamações daqueles que se sentem seguir, fielmente, os passos dos Puritanos (De qual deles? Pois não havia consenso sobre muitos desses assuntos, entre eles, como já demonstramos) e que, por isso mesmo, já estão sendo conhecidos, mais uma vez de forma pejorativa (só que isso não constitui, hoje, “um sofrer por Cristo”, como foi no passado) de “os novos puritanos”. Essa designação tem sito utilizada porque, diferente dos verdadeiros Puritanos, esses, não pautam sua vida “inteira” num projeto radical (no bom sentido) de seguir os ensinamentos da palavra de Deus. Antes, empunham apenas algumas bandeiras e por elas matam e morrem. De forma que não é raro encontrar-se um neo-puritano brigando com toda a sua liderança constituída, indo à fogueira se necessário, para defender a salmodia exclusiva ou mesmo a proibição de mulheres orarem no culto, e, ao mesmo tempo, não se preocupando em guardar o dia do senhor.

Esse alarde que estão fazendo já ultrapassou fronteiras. Veja o que Gerard Van Groningen, comentarista do Catecismo Maior, da editora Os Puritanos, disse acerca do assunto: “É um apelo à tradição puritana, querem cultuar como os puritanos fizeram, e eu estou ouvindo alguns rumores de que isso está acontecendo também no Brasil”.
Baseados em suas mentes sectárias, causam grandes problemas às igrejas, assumindo uma postura que é peculiar às seitas: “a confiança narcisista de serem os únicos certos”. Esquecem que fazem parte de uma igreja conciliar, democrática e que possui todos os recursos possíveis para as mudanças necessárias. Preferem a truculência; preferem quebrar o 5º mandamento ao rebelarem-se contra a liderança constituída por Deus, não considerando, entretanto, que a bíblia trata esse pecado – o da rebelião – análogo ao pecado da feitiçaria (I Sam 15:23), tamanho são os males que causam no meio do povo de Deus. Querem ensinar quando não são responsáveis pela docência da igreja. Querem dirigir e governar a igreja quando não foram escolhidos por ela para tal ofício. Arrebanham os incautos de forma sorrateira; dão as costas às decisões e ensinamentos dos pastores e presbíteros; “emburram” quando as coisas não são da forma como querem.

Contra esse grupo e com relação a esses assuntos a IPB já se pronunciou, como veremos mais adiante. “Perdemos”, entretanto, esse tempo em contestá-los com o simples objetivo de demovê-los de sua soberba. Claro que existe a possibilidade deles estarem completamente certos e nós, os outros, completamente equivocados e desviados das escrituras. Mas, isso não lhes dá o direito de fazer o que e como estão fazendo. Existe uma liderança constituída. Não estão satisfeitos com ela? Problema algum; a IPB dispõe de meios “legais” e constitucionais para tirá-los, para exonerá-los. Façam isso e depois se coloquem à disposição da igreja, em eleição de oficiais. Caso a igreja reconheça seu chamado e vocação; aí sim: estarão legitimados a liderar, ensinar, pastorear. Nunca, porém, saibam disso, a dizer e ensinar o que a IPB não diz e ensina.

Trataremos mais detalhadamente apenas dessas duas questões sugeridas acima.

6.1- Salmodia Exclusiva:

Penso que devemos começar essa seção relembrando o significado da palavra “salmo”, porque tem muita gente fazendo “tempestade de copo d’água”. Essa confusão parece ter lugar quando se quer dar um significado a essa palavra que ela simplesmente não tem, isto é, querem que a palavra “salmo” signifique exclusivamente “livro” e “livro inspirado”. Vejamos algumas definições:

a) Salmos ou Tehilim( do hebraico תהילים, Louvores[...]Tal como em outras tradições culturais, também a poesia hebraica andava estreitamente associada à música. Assim, embora não seja de se excluir para os salmos a possível recitação em forma de leitura, "todavia, dado o seu gênero literário, com razão são designados em hebraico pelo termo Tehillim, isto é, «cânticos de louvor», e, em grego psalmói, ou seja, «cânticos acompanhados ao som do saltério». In:

b- Na Sagrada Escritura Hebraica, Séfer Tehellim, ou em resumo, Tillim (Hinos); no A.T. grego, chama-se Psalmoi, donde o título da Vulgata e das traduções mais recentes, Psalmi, Salmos. No codedex grego A’ é apelidado de psalterium (instrumento que acompanhava o canto dos Salmos e, em seguida, coleção de Salmos assim executados), conde provém o psalterium da Vulgata e o Psaltério das traduções modernas. In:
http://www.fatheralexander.org/booklets/portuguese/old_testament_p.htm

c- Salmo em hebraico é "Tehellim" que significa Hino, porém a palavra hebraica mais usada é "Mizmor". Portanto, os Salmos são cânticos, louvores ao Criador.

d- Salmo: Hino de louvor a Deus (Dicionário da Bíblia de Almeida, da Sociedade Bíblica do Brasil).

Parece mais que claro que a palavra salmo, essencialmente, significa: hino, cântico.

Quando a Confissão de Fé de Westminster, no capítulo XXI, que trata sobre “O Culto religioso e do Domingo”, afirma “o cantar salmos com graças no coração”, está, de fato mandando cantar “exclusivamente” os Salmos da bíblia? Claro que não. O que significa salmo? Como vimos, a frase poderia muitíssimo bem ter sido redigida da seguinte maneira: ”o cantar hinos ou cânticos com ações de graças no coração”, sem perder, contudo, seu sentido original. Há ainda o fato de que a palavra “salmos” está grafada, na confissão, com a letra “s” (minúscula), o que, segundo alguns, pode ser mais um indício de que ela signifique, de fato, qualquer cântico espiritual e não exclusivamente os “Salmos” inspirados das escrituras, uma vez que este sempre é grafado com a letra “S” (maiúscula). Esse último argumento está sendo bastante rebatido, pelos “exclusivistas”.

Para nós, a grande questão está na interpretação de um texto bíblico básico, citado pela confissão, para embasar tal afirmação:

“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Colossenses 3:16).

Os defensores da S.E afirmam existir nessa passagem uma espécie de “hebraísmo”, ou seja, salmos, hinos e cânticos significariam a mesma coisas, isto é: Salmos.

Para não estender muito a questão vamos evocar um dos mais aclamados teólogos dos últimos tempos, Wlliam Hendriksen. Diz ele, comentando o texto em questão:

Paulo reconhece claramente a natureza edificante do canto que glorifica a Deus [....]. Assim, no que se refere a salmos [...] nenhuma dificuldade. Quanto a hinos, se a definição de Agostinho for correta, existem hinos que não pertencem ao saltério do Antigo Testamento; hinos tais como o Magnifiacat (Lc 1:46-55). E o Benedictus (Lc 1:68-79). Fragmentos de outros hinos do Novo Testamento parecem estar incluídos nas cartas de Paulo (Ef 5:14; Cl 1:15-20; I Tm 3:16) [...]. A palavra canção [...] Efésios 5.19 e Colossenses 3.16, mas também Apocalipse 5.9; 14:3, onde “o novo cântico” é indicado [...]. Em tudo e por tudo, parece que o apóstolo emprega esses três termos [...] distinguno-os [...]: O termo salmos se refere [...] ao Saltério do Antigo Testamento; hinos, principalmente aos cânticos neotestamentários de louvor a Deus ou a Cristo; e cânticos espirituais, a quaisquer outras canções sacras” (HENDRIKSEN, 2007, p.431).

Alguém se habilita a dizer que o Hendriksen está errado? (Tenho certeza que sim). Com que autoridade? A de quem leu meia dúzia de livros?

Em nossa opinião, a clara posição do teólogo acima acaba com a discussão sobre o “possível” ensinamento de salmodia exclusiva. Isso nunca foi um prática na e da IPB.

O importante teólogo da Igreja Reformada, querido irmão, por quem tenho muita estima e respeito, Rev.Adriano Gama, ao analisar o badalado livro “Salmodia exclusiva, uma defesa bíblica” do Pr. Brian M. Schwertley, publicou em seu blog a seguinte conclusão sobre o assunto:

“Parece que o Pr. Brian pretende transformar o mandamento de se “cantar os Salmos” em “cantar EXCLUSIVAMENTE os Salmos”. Para tanto, alega que há um livro de cântico oficial na Bíblia que é justamente a coleção de 150 Salmos. Ele sempre insiste que não podemos, portanto, cantar composições mesmo inspiradas no Culto que não seja EXCLUSIVAMENTE os Salmos e cantar qualquer coisa que não Salmos é sacrilégio. Quando, mencionamos que há outros “cânticos inspirados” nas Escrituras como o Cântico de Mirian, os Cânticos que o Apóstolo Paulo e outros dirigiram ao Senhor, o Pr. Brian parece criar uma classe inferior de “Cânticos ou composições inspiradas” ao dar a entender que tais “composições inspiradas” não fazem parte da coleção de 150 Salmos. Perguntamos: poderíamos cantar estes cânticos inspirados ou outras partes das Escrituras no Culto? Ou cometeríamos sacrilégio? Haveria os Salmos de ser “mais” inspirados do que outras partes das Escrituras? E quando acrescentamos que há para as igrejas reformadas outros elementos de culto que são “composições humanas não-inspiradas” como Credo Apostólico, leitura do Catecismo de Heidelberg, Confissão Belga, as Formas litúrgicas, as orações e a própria pregação, ele diz que o louvor é um elemento distinto. Mas o que significa esta distinção? Qual o problema finalmente, o fato de ser “composições humanas não-inspiradas”, não estar na coleção dos 150 Salmos, ou o que? A própria formulação: ou a coleção dos 150 Salmos ou nada, parece ser estabelecida de forma arbitrária. Parece que assim ele estabelece um Cânon dentro do Cânon sendo o primeiro superior ao segundo. Parece que a conclusão é que há uma supervalorização dos Salmos em detrimento de outras partes das Escrituras”.

Já poderíamos parar nossa argumentação por aqui, entretanto, como não somos teólogos e sim leigos (o que pressupõe uma visão limitada e interpretação sem nenhuma expressão técnica) solicitamos a um dos mais respeitados teólogos, professor do SPN - Seminário Presbiteriano do Norte, Rev.Gaspar de Souza (www.profgaspardesouza.blogspot.com), para dar sua opinião sobre o assunto. Veja o que ele pensa:

“FORMAÇÃO E ESTRUTURA DO SALTÉRIO: 1) O Saltério passou por 4 estágios até alcançar sua composição atual. Só passou a ser usado como livro de cânticos (2Cr 29.30) e como pode ser percebido na divisão do Escrito: 1 - 41; 42 - 72; 73 - 89; 90 - 106; 107 – 150; 2) Do fato de que o Saltério não é composto apenas de cânticos, mas também de orações e lamentos, que eram recitados e não cantados. Os indicadores técnicos apontam para isso. Por exemplo, o termo Mizmor (Salmo) é para canção acompanhada de instrumento de corda(Ops!) (57 salmos têm esta designação); Masquil (Salmo Didático) é um poema para meditação; Tephilah (Oração) etc. 3) Os Indicadores Instrumentais do Salmos: Binguinot - instrumento de corda (Sl 4; 5; 54; 55 etc); Al-Almalot (sobre donzelas, literalmente... rssss. Para vozes femininas, soprano e poderia indicar, instrumento afinados à voz de soprano); Al-Hashminit (instrumento de oito cordas). DA LEXICOGRAFIA MUSICAL DO NOVO TESTAMENTO: 1) O termo Himnos é um estrangeirismo no NT, mas os rabinos passaram a usar para distinguir os cânticos sagrados dos profanos. A idéia de que Himnos refere-se a um cântico de Halel (especialmente em Mt 26.30) é tardia, do Talmude Babilônico, 300 anos depois de Cristo. O termo Himnos, no NT, era usado para qualquer cântico da ação (Cf. At 16.25). 2) O substantivo Psalmós fala da vibração das cordas do arco e o do som do instrumento de corda. No AT, o verbo Pallein, tradução de Nignah (música) aparece em Sl 69.12 (68.13 na LXX) para falar de cântico profano. 3) No NT Psalmós aparece 4x em Lc; 3x em Paulo; o verbo aparece 3x em Paulo e 1x em Tiago. Em Lucas (20.42; 24.44), por exemplo, tem em vista o conjunto dos Escritos do AT chamado de Ketubhim (inclui os Sl, Pv, Jó, Ester, Ed-Ne, Dn, Cr, Rt, Lm, Ct). Restingir, então, o termo ao Saltério é desonestidade exegética. 4) O termo Odé no NT, com o adjetivo Pneumatikós, quer dizer que os cânticos, mesmo que improvisados, deveriam ser a Cristo e sua obra redentora, como acontece em 1Tm 3.16. DA SINTAXE E DA TEOLOGIA EM Ef 5.18, 19 e Col 3.16: 1) A expressão "hinos, salmos e cânticos espirituais" não quer dizer "Saltério". Paulo (e a quem ele escreveu) conhecia a expressão "Livro dos Salmos" (Lc 20.42; At 1. 20). Se Paulo quisesse que o Saltério fosse cantado, teria sido extremamente específico, como era de seu costume. 2) O texto diz que devemos "falar", "cantar" e "salmodiar", todos no Particípio presente, o que diz que são ações simultânea. Então, todo sermão, oração e ensino devem vir do Saltério, se for o caso dos 3 termos serem sinônimos. 3) Que, embora pudesse haver (há muito que se discutir aqui) hebraísmo nestes versos, sempre haverá diferenças entre os termos. Por exemplo, "mandamentos, estatutos e juízos", embora possam significar TUDO que Deus ordena, há diferenças entre eles (Cf. Amós 2.4) 4) Que os termos de Ef 5.19 são da LXX (Septuaginta), versão grega não inspirada e cujos títulos são apenas isagógicos, isto é, referências históricas dos salmos. 5) Que o adjetivo "espirituais" não quer dizer só "inspirado", mas aqui os cânticos devem contrastar com "carnais" (Cf. Ef. 1.3; 6.12; 1Co 2.15; Gl 6.1). Ou seja, os cânticos devem refletir os pensamentos renovados (Ef. 4. 17 - 23; Cf. Col 3.2 e Fp 4. 8,9) 6) Que em Col 3.16, o contexto não é de "Culto Público", mas da vida diária dos cristãos (vv. 3.1 - 25:4. 1 6). Daí o fato de Paulo falar em "ensinando-vos" e "admoestando-vos" "uns aos outros"(pron. refl. plural). 7) Se se tratasse de "culto público" teríamos uma balbúrdia, pois TODOS ensinariam e admoestariam uns aos outros (Cf. Col. 1. 2). 8) Se "salmos, hinos e cânticos espirituais" refere-se ao Saltério, então é com este que devemos ensinar e admoestar, pois a sintaxe diz que estas duas ações verbais (particípio presente) ligam-se aos dativos "salmos, hinos e cânticos espirituais". O Dativo é locativo ou instrumental. Aqui, sem dúvida, é instrumental. Em outras palavras: ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros usando como instrumento "salmos, hinos e cânticos espirituais". Veja a confusão se os 3 termos querem dizer Saltério apenas. O PRINCÍPIO REGULADOR DO CULTO (PRC): 1) O Objetivo do PRC era excluir a Missa, Orações pelo Mortos e pelos Santos, Serviços Litúrgicos Católico ou Anglicano. 2) Os nossos irmãos Puritanos NÃO cantavam SÓ Salmos. Isso pode ser atestado pelo Saltério de Calvino (http://genevanpsalter.redeemer.ca/) 3) Outros Saltérios também incluíram cânticos. Por exemplo, o Saltério Escocês. 4) Os Reformadores, Puritanos e Comentaristas Reformados NUNCA apoiaram a Salmodia Exclusiva e NUNCA entenderam o PRC como princípio para S.E. HISTÓRIA DA IGREJA: 1) A Igreja Primitiva compôs Hinos e Cânticos (e Salmo - Cf. Ef 1. 3 - 14): e.g Fp 2. 6 – 11. 2) Clemente de Alexandria (200 d.C) compôs o hino "Shepherd of Tender Youth"; 3) O Historiador Plínio disse que os "cristãos entoavam hinos a Cristo como a um deus"; 4) Os Comentaristas Peter Lange, Lenski, W. Hendriksen, Manton, M. Henry, A.T.Robertson, J. Lightfood, Hodge e outros confirmam que tanto a Igreja do NT quanto os cristãos pós-apostólico não cantavam APENAS os Salmos. 5) Como forma de combater as Heresias, as igrejas incentivavam a composição de hinos Trinitários, por exemplo. 6) Na Idade Média, Bernard de Clairvaux compôs hinos que foram cantados ao lado dos Salmos. 7) Lutero compôs hinos que foram cantados entre os protestantes; 8) Isaac Watts, o primeiro a revisar o saltério, começou a compor hinos e cânticos. Isto desencadeou uma reação de um pequeno grupo de algumas igrejas que descartou o Saltério. 9) Este grupo adotou a posição da Salmodia Exclusiva. Foram eles que começaram a restringir o cânticos aos Salmos e a proibir os instrumentos musicais. Deste grupo, por não conseguir transformar todas as igrejas reformadas, surgiu a Igreja Livre da Escócia. 10) Faltam testemunhos apostólicos, das igrejas cristãs de todas as épocas (seja Ocidental ou Oriental), das igrejas protestantes (luterana, reformadas e arminianas) acerca da SALMODIA EXCLUSIVA. Só isso seria suficiente para fazer os irmãos adeptos desta posição pensarem bem. CONSIDERAÇÕES: 1) Os Salmos Metrificados não passam de paráfrases. Não são os SALMOS mesmos, como traduzidos, mas são paráfrases. Sendo assim, os "salmodistas" adicionam palavras não inspiradas, subtraem palavras inspiradas; reorganizam as palavras dos Salmos (licença poética, claro). O Saltério como temos não passa de uma produção humana. Deveríamos cantar A TRADUÇÃO MAIS FIEL POSSÍVEL. Na minha opinião, Fábio, quem faz isso é o grupo VPC, por exemplo, ao cantar o Sl 96. Compare um Salmo Metrificado abaixo com o Salmo traduzido:

Metrificado:
Feliz é o homem
que não vai Conforme os ímpios vão
Nem com os pecadores tem
Alguma comunhão

Traduzido:
Bem-aventurado o homem
que não anda segundo o conselho dos ímpios
nem se assenta na roda dos escarnecedores

Na minha modesta opinião (ainda como um conhecedor médio de exegese e línguas bíblicas), não temos o Salmo 1 ali. Temos uma interpretação, uma paráfrase. Faltam os verbos principais (anda, detém, assenta), faltam adjetivo e substantivos (conselho, caminho, roda e escarnecedores); interpreta-se a parte final do verso (nem sem assenta....) como "alguma comunhão". Enfim, não há diferença alguma desta paráfrase da paráfrase que encontramos no NCC, e.g. N. 22 (Sl 19), N. 29 (Sl 103), N. 34 (Sl 136) e outros. 2) Existem centenas de Salmos fora do Livro de Salmos (Cf. Êx 15. 20; Jz 5; Is 51; 26.1; Ef. 1. 3 - 14) 3) A História da Redenção levou aos Cristãos a comporem hinos (Lc 2. 13, 14; 46 - 55; 19. 37, 38; Ap 4.11; 5. 4 - 6; 9 - 14); 4) Deveríamos, mesmo assim, cantar ao lado dos cânticos, hinos de nossos hinários, os Salmos e outras porções das Escrituras. Bom, são estas as breve razões pelas quais eu não sou adepto da Salmodia Exclusiva. Cantos os Salmos parafraseados (metrificados), mas canto os cânticos que exaltam a Jesus Cristo e Sua Obra e as glórias do Deus Triúno. O que está acima é apenas um resumo. Muito mais tem para ser dito. Já me propus a analisar o livro do Brian, mas falta-me tempo. Por outro lado, aceitei o convite para falar sobre esse assunto, muito mais para que os irmãos salmodistas entendam que há diversidade neste ponto; e que isso não diminuirá em nada os princípios da Reforma abraçados por nós. À luz do exposto acima, entendo que a CFW não está falando de Salmos (Livro), mas de cânticos que reflitam o ensinamento bíblico. Assim interpretaram nossos irmãos da IPB em seu PL/IPB. Espero ter ajudado, irmão Fábio. Queira Deus que os irmãos salmodistas não nos pertubem, visto que nossas consciências estão cativas à Palavra de Cristo. Oriente aos irmãos a investigarem as questões. Por não investigarem, abraçam todas as novidades que se digam "Reformada". Em Cristo Jesus, Gaspar de Souza”.

6.2- Proibição de Instrumentos musicais, corais e solos nos cultos: Segundo essa mesma “célula”, não existe base bíblica para permitir-se a utilização de tudo isso no culto.

Recentemente as igrejas que utilizam em seus cultos “cantores (solos)”, corais e instrumentos musicais têm sido acusadas de trazer “fogo estranho” ao culto, de cometerem “sacrilégio”, de pecarem contra o Senhor. O “Princípio” Regulador do culto tem sido usado, de forma equivocada, em nossa opinião, para fundamentar tal posição. Um dos textos preferidos daqueles que querem proibir tais práticas está registrado na Confissão de Fé de Westminster, capítulo XXI: “Mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás”.

A grande questão é: quem inventou essa história de “cantores” no culto? Quem inventou essa história de corais no culto? Quem inventou essa história de instrumentos musicais no culto? As imaginações e invenções dos homens? As sugestões de satanás? Respondemos: nem uma coisa nem outra. O próprio Deus inventou. O próprio Deus ordenou, o próprio Deus instituiu. Gerard Van Groningen reconhece isso:

"Davi deu prescrições, em nome de Deus, a respeito dos corais e grupos instrumentais, mas os sacrifícios, o serviço sacerdotal, e as festas de sábado continuaram".
http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/meio/culto_antigo_liturgia.htm
Vejamos agora alguns textos bíblicos que fundamentam o que acabamos de argumentar acima:

Cantores/solos:

II Crônicas 20.21 Aconselhou-se com o povo e ordenou cantores para o SENHOR, que, vestidos de ornamentos sagrados e marchando à frente do exército, louvassem a Deus, dizendo: Rendei graças ao SENHOR, porque a sua misericórdia dura para sempre. II Crônicas 5.12: e quando todos os levitas que eram cantores, isto é, Asafe, Hemã, Jedutum e os filhos e irmãos deles, vestidos de linho fino, estavam de pé, para o oriente do altar, com címbalos, alaúdes e harpas, e com eles até cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas; II Crônicas 35.25 Jeremias compôs uma lamentação sobre Josias; e todos os cantores e cantoras, nas suas lamentações, se têm referido a Josias, até ao dia de hoje; porque as deram por prática em Israel, e estão escritas no Livro de Lamentações. Esdras 2.41 Os cantores: os filhos de Asafe, cento e vinte e oito. Esdras 2.65 afora os seus servos e as suas servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; e tinham duzentos cantores e cantoras. Esdras 2.70 Os sacerdotes, os levitas e alguns do povo, tanto os cantores como os porteiros e os servidores do templo habitaram nas suas cidades, como também todo o Israel. Esdras 7.7 Também subiram a Jerusalém alguns dos filhos de Israel, dos sacerdotes, dos levitas, dos cantores, dos porteiros e dos servidores do templo, no sétimo ano do rei Artaxerxes. Neemias 11.22 O superintendente dos levitas em Jerusalém era Uzi, filho de Bani, filho de Hasabias, filho de Matanias, filho de Mica, dos filhos de Asafe, que eram cantores ao serviço da Casa de Deus. Neemias 12.45 e executavam o serviço do seu Deus e o da purificação; como também os cantores e porteiros, segundo o mandado de Davi e de seu filho Salomão. Neemias 12.46 Pois já outrora, nos dias de Davi e de Asafe, havia chefes dos cantores, cânticos de louvor e ações de graças a Deus.

Quero ainda, apenas para reflexão, citar mais um texto nessa cessão. Antes, porém, quero lembrar ao nosso leitor que alguns defendem, de forma apaixonada, a salmodia exclusiva. Vejamos o texto. I Coríntios 14.26: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação”. Observe a expressão “um tem salmo”. O que significa? Que toda a congregação cantaria o Salmo ou, ao contrário, seria cantado por “um”? Isso não seria um solo (forçando um pouco)? Fica a pergunta para nossa reflexão.

Coral/coro:

Neemias 12.24 Foram, pois, chefes dos levitas: Hasabias, Serebias e Jesua, filho de Cadmiel; os irmãos deles lhes estavam fronteiros para louvarem e darem graças, segundo o mandado de Davi, homem de Deus, coro contra coro. Neemias 12.31 Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e formei dois grandes coros em procissão, sendo um à mão direita sobre a muralha para o lado da Porta do Monturo. Neemias 12.38 O segundo coro ia em frente, e eu, após ele; metade do povo ia por cima do muro, desde a Torre dos Fornos até ao Muro Largo; Neemias 12.40 Então, ambos os coros pararam na Casa de Deus, como também eu e a metade dos magistrados comigo.

Instrumentos musicais:

I Reis 10.12 Desta madeira de sândalo, fez o rei balaústres para a Casa do SENHOR e para a casa real, como também harpas e alaúdes para os cantores; tal madeira nunca se havia trazido para ali, nem se viu mais semelhante madeira até ao dia de hoje. II Samuel 6.5 Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris, com pandeiros e com címbalos. I Crônicas 15.16 Disse Davi aos chefes dos levitas que constituíssem a seus irmãos, os cantores, para que, com instrumentos músicos, com alaúdes, harpas e címbalos se fizessem ouvir e levantassem a voz com alegria. I Crônicas 16.42 Com eles, pois, estavam Hemã e Jedutum, que faziam ressoar trombetas, e címbalos, e instrumentos de música de Deus; os filhos de Jedutum eram porteiros. I Crônicas 23.5 quatro mil porteiros e quatro mil para louvarem o SENHOR com os instrumentos que Davi fez para esse mister. II Crônicas 5.13 e quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram para se fazerem ouvir, para louvarem o SENHOR e render-lhe graças; e quando levantaram eles a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos músicos para louvarem o SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre, então, sucedeu que a casa, a saber, a Casa do SENHOR, se encheu de uma nuvem; Salmos 61.1 [Ao mestre de canto. Com instrumentos de cordas. De Davi] Ouve, ó Deus, a minha súplica; atende à minha oração.
Creio que essa quantidade de citações já é suficiente. Há problemas de interpretação nessas passagens, no que diz respeito à utilização tanto de coro, cantores e instrumentos musicais no VT e em nossos dias? Claro, reconhecemos, contudo, não podemos fugir dessa verdade: “Não foi a imaginação ou invenção do homem, nem tão pouco as sugestões de satanás que os incluíram no louvor a Deus. O próprio Deus um dia declarou que se agradava disso e, portanto, os instituiu para seu louvor”. Se utilizarmos o “Princípio” Regulador do Culto, equivocadamente, como uma “regra ou norma rígida”, como querem, dificilmente poderíamos inferir ser utilizável esses recursos (que Deus se agradara no passado) no culto hoje. Contudo, se fazemos a aplicação correta desse princípio “como um princípio”, provavelmente teremos a possibilidade de louvarmos ao Senhor com esses recursos, instituídos por Ele mesmo, para seu louvor e adoração. Vejamos abaixo como seria a utilização correta, em nossa opinião, nestes casos, do “Princípio” Regulador do Culto, baseados na origem, na raiz do termo, conforme tratamos no item 4.1. Vejamos a diferença entre “Princípio” e “Regra”, no que diz respeito à questão da adoração:

PRINCÍPIO
Deus gosta de ser adorado com música

REGRA
Só os levitas podem ser cantores no templo.
Só os levitas podem ser cantores e participar de corais no templo;

PRINCÍPIO
Deus gosta de ser adorado com instrumentos musicais

REGRA
Só os levitas podem tocar instrumentos no culto

Notem: O “Princípio” é mais geral e Invariante. A norma é mais específica e pode variar. Isto é, o fato de não existir mais o sacerdócio levítico não implica, necessariamente, que Deus não quer ou não goste mais de ser adorado com músicas, instrumentos musicais, solos ou corais. Pelo menos não baseados na opção feita pela IPB: “Princípio Regulador” e não “Regra Reguladora”.

Vejamos agora outra situação, hipotética e apenas para efeito didático:

PRINCÍPIO
Deus não gosta de ser adorado com música

REGRA
Os levitas estão autorizados a adorar a Deus com música;
Os levitas podem fazer solos e corais

PRINCÍPIO
Deus não gosta de ser adorado com instrumentos musicais

REGRA
Só os levitas podem tocar esses instrumentos no culto

Neste segundo caso, estaríamos então desautorizados, hoje, não somente de utilizarmos solos e corais, mas, primariamente de adorar a Deus com músicas e instrumentos musicais.

A “Regra” deve estar submissa ao “Princípio”. Cantar, solar, ter corais no culto, utilizar instrumentos musicais, em última análise, depende tão somente da identificação do “Princípio Geral”, ou seja, neste caso especificamente: Deus gosta de ser adorado com música ou Deus não gosta de ser adorado com música? Deus gosta de ser adorado com instrumentos musicais ou Deus não gosta? Se o princípio é “gosta de ser adorado com música” então, logicamente, não há nem um problema em fazer isso com solos, corais e instrumentos musicais. Se, ao contrário, o princípio é “Deus não gosta de ser adorado com música”, decorre daí, igualmente, que não podemos ter em nossos cultos nenhum tipo de música, muito menos ainda, por razões obvias, corais, solos e instrumentos musicais.

Um princípio é um princípio e uma regra é uma regra. Redundâncias à parte, isso precisa ficar absolutamente claro, pois tem muita gente querendo transformar o que é “apenas” um “princípio norteador” em uma “Regra rígida e legalista”.

O reconhecido teólogo Jonh Mackarto Jr, parece ter compreendido perfeitamente a distinção entre “Princípio” e “Regra” que acabamos de demonstrar acima. Fugindo dos “detalhes” (por coerência com a proposta de qualquer “princípio”, que é ser mais geral e norteador), nosso teólogo se afasta da utilização errada do chamado “Princípio Regulador do Culto”, diferentemente do que fez Spurgeon (que transformou o que era para ser apenas um “princípio norteador em “rígida regra”), aproximando-se de forma prudente e coerente de todas as bênçãos trazidas pela correta compreensão e utilização desse que é um “Princípio Norteador e não uma Regra Rígida e Frívola”. Vejamos:

“A questão que surge a seguir é sobre como o princípio Sola Scriptura pode ser usado para regular o culto. Alguém pode indicar o fato de que Charles Spurgeon utilizava o princípio regulador para excluir o uso de qualquer instrumento musical no culto. Spurgeon recusou permitir a utilização de um órgão no Tabernáculo Metropolitano, porque acreditava que não havia base bíblica para música instrumental no culto cristão. Na verdade, ainda existem crentes que, pelo mesmo motivo, se opõem a música instrumental. É óbvio que nem todos os que afirmam a ortodoxia do princípio regulador necessariamente concordam em todos os detalhes sobre como ele deveria ser aplicado. Alguns poderiam salientar tais diferenças nas questões práticas e sugerir que todo o princípio regulador é, por isso mesmo, insustentável. William Cunningham observou que críticas contra o princípio regulador freqüentemente procuram desacreditá-lo recorrendo à tática do reduzi-lo ao absurdo. Mas o princípio regulador tem de ser interpretado e explicado com o exercício do bom senso. Dificuldades e diferenças de opiniões podem surgir a respeito dos detalhes, mesmo quando o discernimento correto e o bom senso influenciam a interpretação e aplicação do princípio. Mas isto não oferece qualquer fundamento para negar ou duvidar das verdades ou da ortodoxia do próprio princípio regulador. Cunningham reconheceu que o princípio regulador com freqüência é empregado para argumentar contra coisas que podem ser reputadas como relativamente sem importância, tais como ritos, cerimônias, vestimentas, órgãos, ajoelhar-se, prostrar-se e outros recursos exteriores da religião formal. Por causa disso, Cunningham afirmou: “Algumas pessoas parecem imaginar que o princípio regulador se preocupa com a insignificância intrínseca das coisas”. Portanto, muitos concluem: os que advogam o princípio regulador fazem-no porque realmente gostam de contender por coisas insignificantes. Com certeza, ninguém se deleitaria em disputas por questões irrelevantes. É verdade que o princípio regulador ocasionalmente tem sido utilizado daquela maneira. Uma obsessão por aplicar qualquer princípio aos menores detalhes pode facilmente se tornar uma forma destrutiva de legalismo. Mas o princípio Sola Scriptura, aplicado ao culto, é sempre digno de ser defendido com ferocidade. O princípio em si mesmo não é trivial. Além disso, a falha de apegar-se à prescrição bíblica no que se refere ao culto é exatamente aquilo que mergulhou a igreja nas trevas e na idolatria da Idade Média. Não tenho interesse em suscitar um debate sobre instrumentos musicais, vestimentas pastorais, decoração do templo ou outros assuntos. Se existem aqueles que utilizam o princípio regulador como um trampolim para tais debates, excluam-me de entre eles. As questões que inflamam minha preocupação relacionada ao culto contemporâneo são mais profundas do que tais assuntos. Referem-se ao próprio âmago do que significa adorar a Deus em espírito e em verdade.

7- Conclusão:

Não precisaríamos ter “perdido” todo o tempo empreendido nesse post. A IPB, de forma coerente já se pronunciou sobre o assunto. Com essa decisão concluo:

CE-SC/IPB - 2008 – Doc. CXCIII - Quanto ao documento 202 - Proveniente do Presbitério Sul Paulistano - Sínodo de Piratininga - Ementa: Consulta do Presbitério Sul Paulistano Sobre Práticas Neo-Puritanas. Considerando: 1. Que as práticas elencadas pelo PSPA tais como: cântico exclusivo de salmos, proibição de mulheres cristãs de orarem nos cultos da Igreja, proibição de instrumentos musicais e de corais nos cultos não encontram amparo nos símbolos de fé da Igreja e nem nos Princípios de Liturgia que regem o culto na Igreja Presbiteriana do Brasil; 2. Que a Igreja Presbiteriana do Brasil é historicamente uma Igreja litúrgica, e que tem primado por um culto solene, embasado nas Sagradas Escrituras conforme interpretado pelos seus símbolos de fé; A CE-SC/IPB-2008 RESOLVE: 1. Lamentar que as restrições esposadas por aqueles que defendem tais práticas estejam trazendo confusão no seio do povo presbiteriano; 2. Determinar aos pastores que observem os ―Princípios de Liturgia da Igreja Presbiteriana do Brasil como parâmetro litúrgico para os cultos em suas igrejas, bem como os fundamentos teológicos do culto esposados pela Confissão de Fé de Westminster e seus Catecismos Maior e Breve como norteadores para uma sadia teologia do culto; 3. Determinar aos concílios da Igreja Presbiteriana do Brasil que velem pela execução da liturgia reformada, conforme expressa nos Símbolos de Fé e Princípios de Liturgia adotados pela IPB, repelindo todas as práticas estranhas a eles, quer sejam elas ―Neo-Puritanas de restrição de genuínos atos litúrgicos quer sejam de acréscimos de práticas antropocêntricas ―Neo-pentecostais.

99 comentários:

  1. Fábio,

    Seu artigo é bastante esclarecedor! Interessante os que fazem do "salmodia exclusiva" como algo santo em si mesmo, de tal forma que se não a observarem são tratados como hereges e até mesmo capazes de se dividirem por causa disso.

    Salmodia sim, exclusiva não.

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  2. Olá, Pb. Fábio. Excelente postagem e reflexão. Espero que os adeptos da "S.E" entendam que a nossa liberdade em Cristo não deve ser menosprezada. Afinal, você demonstrou que a "moeda tem dois lados". O problema é que "eles" só viram um.

    Outra coisa: os links do Groningen não estão funcionando. Dão o erro "404", ou seja, página não encontrada. Verifique, por favor.

    Forte abraço, irmão.

    Gaspar de Souza

    PS: só corrige o tal do "um dos mais respeitados teólogos". Um "professor" tá de bom tamanho...rsssss.

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  3. Fábio,

    Quanto aos links, procure colocar o link inteiro, sem as reticências (...) pois isso dá "a página não existe".

    Vou esperar você corrigir os links para publicar nos Eleitos de Deus, ok?

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  4. Caro Rev.Gaspar:

    O importante teólogo é por minha conta; minha opinião e de muita gente também..rs.

    Heitor:

    Obrigado pelas correções. Se quiser, fique à vontade para publicar no eleitos de Deus.

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  5. É fato que os salmos eram canções novas quando foram compostas, por isso esta não seria uma exortação para nós compormos uma nova canção. O salmista chama-nos para que cantemos as suas canções novas (Salmos), mas não nos ordena a compor os nossos proprios canticos. Esta é uma distinção importante!


    Os canticos de libertação transformam-se para nós numa canção nova por causa do frescor de misericordia de D'us para conosco. Essa eh a idea tanto de Isaias 42:10 como dos Salmo(149:1).

    Spurgeon diz:

    "Os homens são feitos novas criaturas e a sua canção é igualmente nova..."

    A Nova Biblia de Genebra ou Bíblia de Estudos da Reforma diz que, “frequentemente tais "novos salmos" são encontrados nos contextos de guerras vitoriosas e podem tambem ser considerados como gritos da vitória.”

    Nos Salmos os "novos canticos" apenas indicam que o frescor da misericordia do Senhor renova-se a cada manha. Mas como isso, nao devemos entender que exista uma ordem expressa para compormos os nosso proprios canticos.

    A idea eh a seguinte: "Cante um Cantico Novo, mas nao Componha um Novo"!

    Um bom exemplo disso seria o Salmo 144:9, que igualmente enfatiza a esperança da vitória que “a canção nova” expressa!

    Matthew Poole fala similarmente deste cantico novo como sendo “a matéria ou a ocasião renovada”, “fresca”, “nova para uma canção”, “uma grande e nova ocasião” e “nova misericordia”. Quantas ocasiões novas fazem com que D'us dê-nos a oportunidade de renovar o nosso louvor a Ele (cf. Matthew Pool foi um teologo contemporâneo de Joao Calvino).

    "Novo” nas Escrituras pode significar "incomun" ou "diferente", como se nunca tivesse existido antes. Esta definição diz respeito ao que Cristo disse em Joao 13:34. Este mandamento tinha caído em desuso pelo egoismo dos homens que viam talmandamento como sendo "algo novo", mesmo que fosse "tão velho quanto o proprio D'us". O mesmo principio aplica-se ao "novo cantico" que nao eh outra coisa se nao uma renovacao de ocasioes na vida do povo de YHVH, as quais ocorriam por meio do cantico dos "velhos Salmos".

    Calvino concorda com esta idéia do “renovo” no comentário de vários versos que falam de uma "canção nova". Descreve esta "novidade" como “rara e bem escolhido”, “singular e digno de relembrança”, “incomun e extraordinária”, “singular ou rara”, “raros e incomuns” e “distingue [guiu] daquelas que os santos usavam diariamente para louvar a Deus.

    Cristo nos exorta a amarmos uns aos outros “um mandamento novo”. Este mandamento não existiu sempre? Sim, sempre existiu. O proprio Cristo diz que devemos amar a Deus sobre todas as coisas, e ao nosso proximo como nos mesmos. Certamente, a segunda taboa da lei é devotada a amar nosso proximo, porque o amor é a realização da lei. Joao diz que esse nao era um novo mandamento, mas um antigo mandamento que foi dado no principio. Cristo nao disse que na existia anteriormente. Sendo assim, o que eh chamado de novo, nao eh necessariamente novo, e sim, os velhos Salmos que se renovam a cada manha com a misericordia do Senhor.

    Em fim... aonde eh esinado nas Escrituras que podemos e/ou devemos compor canticos novos?

    Mauro Silva

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  6. Ainda sobre o a palavra "novo"...

    Quando nós ouvimos a palavra “nova”, nós pensamos geralmente em algo que foi feito recentemente e que nunca existiu ateriormente, mas a Escritura não usa sempre o termo desta maneira e com o mesmo significado.

    EX.: Interessante, o Salmo 96 parece não ser uma composição "nova". Ela foi extraída de uma das cançoes mais longas que eh encontrada em 1 Cr. o 16:8 - 36 e abrange somente vv. 23-33 desse capítulo. (Ou era esta última canção uma expansão da anterior?).

    Observe que, o uso da palavra "nova" nos referidos textos nao singnifica necessariamente algo "novo" (Joao 13:34, 2 Jo 1:5; 1 Jo 2: 6-8,10). O povo de D'us experimentava o renovo do HaShem (Senhor) cantando os Salmos que ja existiam sem que, tivesse que compor nenhum novo cantico! Mesmo porque, nao ha ordem para isso. A Palavra de D'us eh sempre aplicavel a toda e qualquer situacao porque a mesma renova-se a cada manha, e nos nao temos o direito de compor nada, e sim, de cantar os designios de D'us de forma distinta, de acordo com cada situicao (ou seja, sempre cantaremos um cantico novo). Gracas a D'us por esse renovo de Sua Palavra!!
    Mauro

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  7. Caro Mauro:

    Seus argumentos são realmente interessantes. Gostaria de postasse um comentário sobre:
    1-Salmodia Exclusiva no Novo Testamento;
    2-Já que só podemos cantar "salmos inpirados", o que acha sobre orações espontâneas? Não deveríamos orar somente as "orações inspiradas" da bíblia?

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  8. Resposta a segunda pergunta.

    Nobre Presbítero,

    Eu acredito, assim como outros "divines" (Cf. The Encyclopedia Puritanica Project: Orville Naves, Thomas Manton, Thomas Boston, William Ames et al) que nós apenas devemos "orar à Bíblia", mas quanto a isso não há mandamento, ou há?? Salvo o engano, o Senhor Jesus apenas nos ensinou um padrão (Pater Noster em Mateus 4:7-15). Por isso, segundo alguns "Bible Scholars" such as Stanley Porter & Cyntia Westfall (ambos do McMaster Divinity College-CA) os quais acreditam que uma vez que as orações mantem a mesma estrutura e padrões ensinados, elas podem ser ou não espontâneas.

    Parafraseando... o que o Senhor Jesus estaria dizendo seria: "Orai assim", em vez de: "ore isto". Mas isso não implicaria em dizer que, quem optar por manter a estrutura padrão da "Oração do Pai Nosso" por meio de uma leitura ipsis verbis de tal oração estaria cometendo algum pecado contra a integridade desta. Mas... no tocante ao cântico exclusivo dos Salmos não podemos dizer que temos á mesma opção.

    Mauro Silva

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  9. "Portanto, oreis assim:"(observe que, Ele nao disse "oreis isto", e sim, "oreis assim"), por isso eh que, mesmo as "oracoes espontaneas" devem ter por base o padrao ensinado por Jesus em Mateus 6:9-13a).
    Neste caso, nao seria de todo espontanea (ao nosso bel prazer)!! Ou seja, devemos cantar e orar a Biblia (principio reformado), de acordo com o padrao oferecido por Cristo.

    "Afinal, só podemos orar aquilo que Deus mesmo prescreveu e já aceitou, segundo as Sagradas Escrituras, certo?

    Vai que alguém ora alguma heresia? Por isso eh que, Paulo diz que "...nao sabemos orar como convem"(Rom 8:26).

    Mauro S.

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  10. Resposta a Primeira Pergunta

    Uso Exclusivo dos Salmos.

    Que tipo de cântico deve ser um elemento do culto Cristão? As palavras usadas para cântico no Novo Testamento (“salmos”, “hinos” e “cânticos”) não são termos técnicos, mas simplesmente parecem referir-se a músicas. (No grego do Antigo Testamento, estas três palavras são usadas para referir-se aos Salmos Canônicos.) Por exemplo, é dito que Jesus contou um hino (Mt. 26:30) em que certamente um dos salmos canônicos foi utilizado. Em contra partida, o salmo citado em I Cor. 14:26 provavelmente não é um salmo canônico (alguns acham que se tratava de um cântico revelacional).

    Veja também as referências de cânticos em Rm. 15:9, I Cor. 14:15 e Tg. 5:13. O tipo de cântico usado no Novo Testamento não pode ser confirmado pelas palavras disponíveis. Outras indicações são necessárias para saber o que deve ser cantado.

    Muitos argumentam que os cristãos estão livres para compor e cantar qualquer música que seja ortodoxa em seu conteúdo. O argumento permeia o raciocínio de que cantar louvores ao Senhor é semelhante à oração. Visto que estamos livres para formular nossas orações, estamos livres para compor músicas. Mas não é auto-evidente que a música deva ser semelhante a oração.

    Talvez deva ser similar à leitura das Escrituras. O elemento cúltico da leitura da Escritura é limitado à leitura da Palavra inspirada, canônica. Tal limitação pode não parecer ser necessariamente severa, logicamente. Muitos escritos ortodoxos e edificantes produzidos por cristãos podem talvez ser lidos no culto. Porém, a maioria concordaria que deveríamos ter como um ato de culto a leitura das palavras inspiradas de Deus (veja I Tm. 4:13).

    Como reflexão, pelo menos na adoração veterotestamentária , cantar parece mais com a leitura da Escritura do que com a oração, porque enquanto o Velho Testamento não tem um livro de oração, ele tem um livro de cânticos. Deus, por uma razão que possa nos frustrar, providencia cânticos inspirados para o culto, mas não orações.

    Verdadeiras razões podem ser levadas em conta para a necessidade de músicas inspiradas. A música é uma atividade do povo de Deus que os une em uma atividade de resposta altamente emocional a Deus. A emoção elevada da música e seu potencial para abusos talvez possam ser uma razão para que Deus tenha inspirado as palavras para aquela resposta do povo de Deus. Também, a oração e pregação no culto público nas igrejas reformadas são elementos executados por líderes ordenados. A igreja separou líderes que são vocacionados, examinados, chamados e ordenados para a obra. Os cânticos que são “livres” raramente possuem estes padrões de cuidado e supervisão.

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  11. Continuação... Uso Exclusivo dos Salmos no NT.


    Claramente os Salmos canônicos foram designados para cantar, o que Jesus e seus discípulos fizeram na última ceia. Certamente, a chamada de Paulo para cantar “salmos, hinos e cânticos espirituais” abrange o convite para cantar Salmos canônicos. No mínimo, portanto, devemos concluir dos exemplos e ensinamentos da Escritura que cantar os Salmos canônicos devem ser uma parte significativa do cântico da Igreja.

    "Além disso, a Septuaginta usa igualmente as mesmas palavras em três lugares diferentes dos salmos. A palavra “ode”, por exemplo, é encontrado no Antigo Testamento em inumeras passagens (por exemplo Ex 15:1; Deut 31:19, 21, 22; 32:44; Jz 5:12; 2 Samuel 22:1; Habacuque 3:1,19). O profeta Isaias exorta os santos a cantarem um hino novo (humnos) (42: 10). E no Novo Testamento nós podemos ler que “odes” esta sendo cantado em Ap 5:9; 14:3; e l5: 3. E em todas as ocasioes o autor esta se refrindo ao cantico dos Salmos exclusivamente." Diz Gordon Clark.

    Alguns defensores da salmodia exclusivo defendem que, os três substantivos encontrados em Ef 5:19 - salmos, hinos, e canticos espirituais - estão “na mesma categoria gramatical,” unidos pela junção “e” (kai). Sendo assim, a exegese dos termos: “hinos” e as “canticos espituais” devem ser considerados como iguais aos “salmos.” Conseqüentemente, se os salmos são considerados com Escritura Sagrada, da mesma forma são os hinos e as canticos espiturais.

    A sintaxe do verso exige que os salmos e os hinos sejam tipos específicos “de ode espirituais.” Sendo essa a ideia do autor, que por sua vez eh defendida por alguns eruditos do Novo Testamento tais como: Hendriksen, Bruce, Calvin, e Lenski, (assim com pelas versoes KJV, NKJV, NASV, NIV, e RSV) que a leitura mais natural do verso é que o “espiritual” modifica somente as canções do substantivo (odais). Ou seja, a ideia da salmodia exclusive permanence.

    Os defensores da salmodia exclusive tambem alegam que a tradução grega do Antigo Testamento hebraico, o Septuaginta (LXX), faz uso de três palavras que servem com títulos a versão do salterio. Sao elas: A palavra (psalmos) que é encontrada 67 vezes, hino (humnos) ocorre 13 vezes, e canticos (ode) que é encontrado 36 vezes. E no contexto do Salmo 76, todas as tres três ocorrencias se referem ao uso exclusive dos Salmos.

    "Os Salmos são cristocêntricos. Jesus testificou que os Salmos foram escritos sobre Ele (Lc. 24:44-45). Martinho Lutero chamou o Salmo de “uma pequena Bíblia” e o achou cheio de Cristo. Um ditado antigo da Igreja declara: “ Sempre in ore psalmus, sempre in corde Christus ” (“sempre um salmo na boca, sempre Cristo no coração”). Os Salmos contêm profecias explícitas de Cristo (e.g., Salmos 22 e 110). Eles são cheios de tipos que iluminam a pessoa e obra de Cristo. Eles descortinam sua obra redentiva em várias perspectivas. A Igreja deve evitar a tendência do liberalismo e dispensacionalismo, de ambos, e perder de vista Cristo nos Salmos além de perder a continuidade de Israel do Velho Testamento no Novo Testamento.

    Mauro

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  12. Caro Mauro:


    Olá Mauro:

    Suas respostas são sempre muito interessantes. Mas tenho algumas observações: Parece claro que você considera que o ideal é “orar as orações da bíblia”, mas que, ao mesmo tempo, faz e sua igreja também “orações espontâneas” (estou certo?). Bom, acho que deverias ser tão radical quanto sua posição em relação à Salmodia Exclusiva. Não dá pra pensar diferente: se não podemos cantar algo não inspirado também não deveríamos ousar em elevar nossa voz “indigna” à Deus. Com relação às palavras de Jesus: “Orareis assim”, sinceramente, no NT, isso poderia ser considerado muito mais claramente numa defesa de exclusividade de “orações inspiradas” que a própria defesa da S.E no NT. Quanto ao fato de na sua igreja apenas os oficiais e ministros ordenados orarem, quero parabenizá-los pelo zelo e cuidado. Zelo este que não encontramos nem mesmo nas escrituras, visto que podemos perceber até mesmo mulheres orando. O fato de Paulo dizer que "não sabemos orar como convém", não significa, nem de longe, que ele está mandando orar as orações da bíblia e sim que está ressaltando a graça de Deus, no ES que traduz nossas "próprias" orações. Mas, fico feliz em ver que há uma ponta de coerência em seus argumentos. Ora, se só canta salmo também só deve utilizar orações inspiradas (muito embora na prática não seja assim não é?).

    Com relação à sua defesa de uma suposta S.E no NT. Em minha opinião, não há sustentação, uma vez que você mesmo reconhece alguns “cânticos”, no NT, fora do “Saltério”.Ora, se há pelo menos um “Cântico” no NT fora do Saltério, cai por terra qualquer possibilidade de argumentação em favor da S.E. Veja sua surpreendente afirmação: “O tipo de cântico usado no Novo Testamento não pode ser confirmado pelas palavras disponíveis. Outras indicações são necessárias para saber o que deve ser cantado”. Imagino que essas “outras indicações” sejam fora do NT e até das Escrituras (como interpretações duvidosas e não aceitas de forma unânime); sendo assim, não conseguiu responder minha indicação quanto à defesa da S.E no NT.

    No mais, me pareceu óbvio que apesar dos seus bons argumentos a questão ainda não está devidamente esclarecida. Pelo menos não a ponto de “matarmos e morrermos” por causa dela. Não a ponto de causar muita divisão no meio da igreja. Acabamos, por conta de empunharmos certas bandeiras (e isso é uma característica do que tem sido chamado de “neo-puritanismo”, ou seja, alardear apenas sobre alguns pontos polêmicos, diferentemente dos “antigos puritanos” que discordavam (e por isso mesmo não deveríamos te essa questão como fechada) dos aspectos externos do culto, mas eram unânimes quanto aos aspectos espirituais desse culto. Penso, caro irmão, que devemos observar o PRC como um princípio e não como uma regra rígida, como querem e queriam os católicos e anglicanos.
    Tudo de bom!

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  13. Vocês são muito simplistas sem profundidade bíblica e exegéticas...

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    1. Escreve uma oração com nove palavras pra chamar o autor do artigo, que é denso e devidamente fundamentado, de simplista...

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  14. Mauro:

    Sou leigo, avisei desde o início do artigo. Por isso também citei várias autoridades no assunto. por falar nisso, na sua opinião, o Hendriksen está errado em sua interpretação de Col 3:16?

    No mais, ao que parece, sua "profundidade bíblica e exegética" não resisti a "simples" perguntas e reflexões de um leigo.

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  15. Nobre Presbítero Fábio,

    Eu não entendi a razão do seu comentário. Talvez o nobre irmão tenha se equivocado quanto a autoria do mesmo, o que me parece ser o caso. Se o irmão não havia percebido, todos os meus postes trazem o meu nome.

    Quanto a William Hendriksen... eu diria que não me valho do "argumentum ad hominem" em detrimento do claro ensino das Escrituras sobre o tema em questão. Entenda que eu não me oponho ao uso do argumento ad hominem, apenas acredito que ele deve preceder uma acurada análise do texto.

    Em termos de Historiografia Protestante, eu acredito que Calvino tem muito a dizer sobre o assunto(Cf. W. Robert Godfrey, John Calvin: Pilgrim and Pastor; Calvin’s On the Necessity of Reforming the Church; Ralph J. Gore Jr., “The Pursuit of Plainness: Rethinking the Puritan Regulative Principle of Worship,” PhD dissertation, Westminster Theological Seminary, 1988, and therefore the relationship between Calvin and the Puritans) Veja também: The Whole Manner of Worship: Worship and the Sufficiency of Scripture in Belgic Confession Article 7. The RPW is found with Calvin, in the Belgic Confession, and also in Lord’s Day 35 of the Heidelberg Catechism.

    Quanto a ser laicato, o que me parece não ser o seu caso... Como dizem os americanos:"No pain, no gain"(sem dor, sem vitória).

    Mauro Silva

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  16. Prezado irmão Mauro:

    Daria para o irmão ser menos evazivo?..rs..?
    Por favor, rsponda: William Hendriksen está errado na sua interpretação de Col 3:16? O irmão poderia também ver a interpretação de Calvino desse mesmo texto e também o texto de efésios que trata do assunto. Acredito que não repetirá "calvino tem muito a dizer sobre o assunto".
    Forte abraço.

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  17. A quanto tempo...
    o interessante Pb. Fábio, que vc está bastante incomodado pelo fato de alguns teologos defenderem a salmodia exclusiva e alguns pastores reformados a praticarem em suas igrejas, visto que na sua igreja a liturgia é aberta... porque brigar por algo que vc já têm? ora, uma igreja que canta apenas os salmos não está tão suscetivel ao erro que geralmente entra na igreja através da música. é fato, acredito até mesmo na sua igreja, que os cantores, chamados de levitas como se tivessemos voltado ao tempo de moisés, antes de cantarem algum novo cântico devem apresentar o mesmo ao pastor ou liderança, para não cantarem alguma heresia. cantando apenas os salmos vcs estariam livres de mais uma tarefa, a de examinar cada nova música que iriam cantar...
    um abração...
    Pb. alexandre galvão

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  18. Olá Presb.Alexandre Galvão:

    Bom vê-lo por aqui. Você está enganado. Não estou incomodado com quem defende ou deixa de defender a Salmodia Exclusiva. Estou apenas deixando muito claro que esta não é a posição da IPB-Igreja Presbiteriana do Brasil. A IPB nunca reconheceu essa prática. Exatamente por isso que tenho combatido, mas não por quem é adepto dela; antes, ao contrário, estou combatendo apenas para evitar que esse "VENTO DE DOUTRINA" invada a IPB e causa problemas, como tem causado em muitas de nossas igrejas. Extranho muito o fato do irmão defender tal posicionamento, sendo presbítero, quando a IPB, oficialmente, não reconhece tal prática. Tem certeza que o irmão é presbítero da IPB? Porque se não estás sabendo, peço que leia mais uma vez a decisão do Supremo Concílio da IPB, que manda "Reprimir", inclusive com ação disciplinar, todo o vento de doutrina; quer venha de neopentecostais, quer venham de neopuritanos. Pra que esse vento de doutrina não "contamine" a igreja que faço parte é que tenho sido combativo, só isso, caro irmão. Aparece aqui para relembrarmos os bons tempos.

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  19. Presb.Galvão:

    Que bom que o irmão lembra que aqui na nossa igreja temos o cuidado de verificar as letras e a teologia dos cânticos. Não se preocupe, não é trabalho algum, é nosso dever. O irmão já andou por tantas igrejas que deve estar confundindo. Aqui na igreja nunca houve e nunca haverá levitas. De onde tirou essa idéia? Nunca nem se falou nisso aqui.
    Forte abraço. E Alícia? Está bem?

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  20. "Analfabetismo Funcional e o Uso dos Salmos por Calvino"

    Sugiro que o irmao leia mais sobre o assunto para que possa falar com conhecimento de causa. Em vez de apenas usar informacoes tecerizadas e/ou secundarias.

    Segue aqui o prefacio de Calvino sobre Liturgia e uso dos Salmos.

    Calvin's Preface to the Psalter
    From Geneva, this l0th of June, 1543.

    WHY THE CHOICE OF THE PSALMS? What is there now to do? It is to have songs not only honest, but also holy, which will be like spurs to incite us to pray to and praise God, and to meditate upon his works in order to love, fear, honor and glorify him. Moreover, that which St. Augustine has said is true, that no one is able to sing things worthy of God except that which he has received from him. Therefore, when we have looked thoroughly, and searched here and there, we shall not find better songs nor more fitting for the purpose, than the Psalms of David, which the Holy Spirit spoke and made through him. And moreover, when we sing them, we are certain that God puts in our mouths these, as if he himself were singing in us to exalt his glory. Wherefore Chrysostom exhorts, as well as the men, the women and the little children to accustom themselves to singing them, in order that this may be a sort of meditation to associate themselves with the company of the angels. Calvino tambem cita a defesa que Joao Crisostomo faz do cantico exclusivo dos Salmos, ele diz: " Por isso, Crisostomo exorta os homens, mulheres e tambem as criancas a canta-los,esperando que os mesmos sirvam de um tipo de meditacao para eles mesmos com a companhia dos anjos.

    Elementos de Culto in Calvino.

    Now there are briefly three things which our Lord commanded us to observe in our spiritual assemblies: namely, the preaching of His Word, prayers public and solemn, and the administration of the sacraments.

    E em seguida ele diz que "St. Paulo ensina que nao oramos apenas quando falamos, mas quando estamos cantando tambem".

    St. Paul speaks not only of praying by mouth: but also of singing. And in truth we know by experience that singing has great force and vigor to move and inflame the hearts of men to invoke and praise God with a more vehement and ardent zeal. Care must always be taken that the song be neither light nor frivolous; but that it have weight and majesty (as St. Augustine says), and also, there is a great difference between music which one makes to entertain men at table and in their houses, and the Psalms which are sung in the Church in the presence of God and his angels.
    Observe a dinstincao que Calvino faz entre a musica que entretém os homens a mesa em suas casas, e os Salmos que sao cantados na Igreja na Presenca de Deus e seus anjos.

    Mauro Silva

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  21. VENTO DE DOUTRINA ou Falta de Informacao???

    Unidade Cristologica das Escrituras...
    O Livro dos Salmos assim como outros livros do NT, falam de Cristo proferitamente, e isso eh notorio! Nao se trata de imposicao messiaca alguma, e sim, de unidade cristologica das Escrituras. Quem afirma ser o uso dos salmos um julgo de escravidao, [imposicao messianica], nao tem conhecimento dos fatos! Pois, Cristo e os apostolos citaram os Salmos com um proposito definido [mostrar a unidade e cumprimento das Escrituras].

    Quanto a "ressuscitar" a salmodia exclusiva; eh bom saber que, ela sempre existiu e esta em pleno vigor nas Igrejas Reformadas e Presbiterianas na America do Norte, Irlanda, Inglaterra e Escocia a mais de 3 seculos. A saber: Reformed Presbyterian Church of America, Presbyterian Reformed Church, Protestant Reformed Church, Free Church of Scotland (Continuing), Free Reformed Church, Heritage Reformed Congregations, [Netherland Reformed Church Gereformeerd Gemeenten], Christelijke Gereformeerde Kerken, Eglise Reformee du Quebec e outras!

    Ignorantia legis neminem excusat ("A ignorancia da lei nao justifica ninguem").

    Mauro Silva

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  22. Seguem aqui os sites das igrejas que praticam a salmodia exclusiva. Que segundo o irmao seriam levadas por "Vento de Doutrina".

    Free Reformed Church
    http://www.frcna.org/
    Heritage Netherlands Reformed Congregation
    http://www.hnrc.org/
    Netherlands Reformed Congregation
    http://www.nrcrws.org/
    Presbyterian Reformed Church
    http://www.presbyterianreformed.org/
    Protestant Reformed Church
    http://www.prca.org/

    Mauro

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  23. Gostaria de expor o meu comentário sobre a salmodia exclusiva dizendo o seguinte: não acho que precisamos criticar que a defende. O que devemos criticar é o radicalismo dos defensores da salmodia exclusiva em condenar aqueles que não a defendem.

    Poxa, será que eu devo ser considerado um herege, ou um desviado só por não defender a salmodia exclusiva? Será que devo ser considerado uma "ameaça" à sociedade calvinista e reformada?? rsrs

    O que percebo em Calvino é que ele não era contra o cantar os salmos, porém, vejo que ele não era adepto da exclusividade do cantar os salmos.

    Houve um tempo em que a igreja de Henebra não tinha Confissão de Fé ou uma Ordem do Culto. O que Calvino fez foi musicar o Credo Apostólico e os Dez Mandamentos, e mandar cantá-los pela congregação(Fonte: A Liturgia Reformada - Ensaio Histórico, Socep, p. 20).

    Os Reformadores não descartaram outros hinos antigos que haviam sido associados de perto com os salmos na devoção pública. O Te Deum, o Cântico de Simeão, o Magnificat, foram também transferidos, em um formato métrico, para o ritual protestante. Mas o mais usado com freqüência foi o HIno de Ambrósio e Agostinho (Fonte: A Liturgia Reformada - Ensaio Histórico, Socep, p. 27).

    Inclusive, o Cântico de Simeão foi cantado justamente na última participação de Calvino (já muito doente) antes da morte na Catedral de Saint Pierre, em genebra. Essse cântico era cantado geralmente após a celebração da Santa Ceia Fonte: A Liturgia Reformada - Ensaio Histórico, Socep, p. 41).

    Que Calvino sempre incentivou o cãntico de salmos não é de se duvidar. Agora, o que é estranho é tentar provar que Calvino concordava com a EXCLUSIVIDADE DO CÃNTICO DOS SALMOS.

    O próprio Calvino cncordava que se cantasse outras partes das Escrituras. Inclusive houve até um esforço de algumas pessoas para se metrificar outras partes das Escrituras com o apoio de Calvino! Por quê seria diferente hoje? Será que os salmos é mais inspirados do que outras partes da Bíblia?

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  24. Salmodia Exclusiva: Ainda Nao eh o fim!

    Justificando o uso dos Salmos metrificados de Genebra...

    Uma boa traducao dos salmos deve auxiliar no cantico dos mesmos. Do contrario, como alguem poderia cantar o que nao entende?? E esse mesmo principio eh aplicado a traducao do texto Sagrado. A traducao tanto da Biblia quanto dos Salmos para metrificacao visa decodificar a mensagem de Deus, ou seja, transformar a mensagem de YHVH em mensagem humana (pois Deus eh um bom comunicador).

    Uma vez que, nao temos os textos originais (AT & NT), deveriamos deixar de ler e aplicar as Escrituras do Antigo e do Novo Tesmentos em nossas vidas? Certamente que nao! Mas, esse eh o argumento dos que se opoem a metrificacao dos Salmos e o uso exclusivo dos mesmos.

    Alguem ja perguntou: "qual o status canônico dos Salmos de Genebra??" Nenhum! Nos nao somos catolicos romanos, nos temos o direito e o dever de pregar e cantar na lingua vernacular do povo, e nao em grego ou hebraico! Por isso eh que, a resposta a uma possivel pergunta retorica seria nao! Pois, os salmos metrificados de Genebra nao sao canonicos [inspirados], mais uma vez que, eles mantêm a mesma essencia, teologia e estrutura semantica do texto, eles devem ser cantandos no culto publico. A essa habilidade de metrificar e sitematizar o ensino profetico de Cristo nos Salmos per se, a propria Biblia chama de salmodiar (cf. Sl 47:6, 61:8, 75:9, 81:2).

    Mauro Silva

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  25. Fábio,

    Citei um exemplo de Calvino, mas poderia citar exemplos de outros reformados. Vendo as opiniões dos primeiros reformados, chego a seguinte conclusão:

    Se entre eles não houve consenso quanto à salmodia exclusiva, porque haveria consenso agora entre nós?

    Não estamos mais vivendo no perído de formação do pensamento teológico da igreja cristã. Esse período passou, é passado. O que estamos vivendo é tão somente a aceitação e a subscrição de um pensamento teológico já formado, estabelecido e aprovado unanimemente. Naquela época, havia um estudo rigoroso (de vários dias, meses ou anos) para se determinar qual doutrina é bíblica ou herética. Hoje, não se precisa mais disso.

    Hoje, uma das bases que adotamos para uma doutrina ser taxada de heretica ou bíblica é o uso da época de formação dos pensamentos, ou seja, base histórica.

    Portanto, para concluirmos que a salmodia exclusiva deve ser adotada nos cultos como algo "correto e bíblico", deve-se apoiar em subsídios históricos que mostrem uma "decisão final" por parte de concílios e assembléias aprovando (de forma unânime) a exclusividade do cânticos dos salmos, condenando qualquer culto que não adote tal resolução.

    Como nunca houve consenso entre os reformadores quanto a exclusividade de se cantar os salmos no culto, logo não podemos taxar a salmodia exclusiva como "caso encerrado" se ela mesma nunca foi encerrada históricamente.

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  26. Porque nao cantar Outras Partes (canticos) das Escrituras.

    Em se tratando de outros canticos da Biblia, esses hinos nao nos foram dados por YHVH com o proposito de serem cantados no culto publico (ou seja, Ele nao nos deu nenhum outro livro de louvor) e sim os 150 salmos que por sua vez falam de Cristo Profeticamente.

    Porque nao cantar Canticos nao Inspirados.

    Quanto aos canticos nao inspirados a Deus, eles nao sao confiaveis para o louvor a Deus, assim como nao podem ser confiaveis para ensinar o povo de Deus a canta-los.

    E publico e notorio que "os Salmos sao o unico hinario universal" capaz de unificar a Igreja de Cristo, ao invez de dividir e dissiminar heresias no seio da igreja como fazem os outros canticos pluralistas modernos. E mais...
    Por serem inspirados por Deus e consequentemente inerrantes (preservados de erros), os Salmos nos dao uma precisa compreensao de Deus e da vida crista, enquanto que os hinos modernos nos apresentam uma visao equivocada de Deus e de seus atributos.

    Por essas e outras razoes fica claro que, os hinos nao inspirados e pluraristas consituim-se em um atentado a pureza da Igreja de Cristo, assim como a Communio Sanctorum ("Comunhao dos Santos").

    Por fim, ha algum argumento valido que justifique a escolha de qualquer hinario escrito por homens em lugar da Biblia(Cantico dos Salmos)?? A reposta eh Nao!! Ou seja, escolher entre a Biblia (cantar os Salmos) ou colocar qualquer hinario acima da Biblia (cantar hinos nao inspirados).

    SOLA SCRIPTURA

    Mauro Silva

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  27. Mas Mauro Silva,

    Não sei pra você mas para nós presbiterianos de linha reformada, não aceitamos o termo "Jeová" como significado do termo "YHVH". Logo, os salmos metrificados erram em colocar a palavra "Jeová".

    Por que não colocar a palavra "Iavé" ou "Senhor"? A substituição da palavra nos salmos metrificados irá trazer heresia ao cântico? Ou a subsituição trará aos salmos um desvio do pensamento histórico-cristão da palavra?

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  28. O Equivoco Historiografico e o Argumentum Ad Hominem.

    Eu posso atribuir valores semanticos pertinentes a minha filosofia de interpretacao hermeneutica), e ainda sim, nao sera garantido que essa era a ideia tencionada pelos "divines"(puritanos) que desenvolveram didaticamente tal principio. Nos podemos avaliar diacronicamente a evolucao do termo per se, (principio) mas, nunca tomar uma medida interpretativa inversamente proporcional (anacronica).
    Ou seja, atribuir conceitos de um determinado contexto e area especifica e aplica-los a interpretacao da CFW ocnsitui-se em deslealdade academica! Pois, os divives tinham em mente a ideia de uso exclusivo dos Salmos em mente quando confeccionaram tal documento.

    Devemos subordinar as nossas perspectivas hermenueticas a luz das lentes interpretativas dos primeiros proponentes do PRC (The Divines).

    Mauro S.

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  29. Heitor,

    Nem todas as igrejas reformadas cantam Iave. Embora, a forma comumente aceita seja essa.

    Mauro

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  30. Mauro, deculpe mais seus argumentos são rasos demais.

    A sua resposta à pergunta "Porque nao cantar Outras Partes (canticos) das Escrituras" não me convence pela simples razão de você querer separar partes da Bíblia para serem usadas no culto e outras partes não. E ainda tráz um agravante: você está caindo no mesmo erro de Marcião!

    A sua resposta à pegunta "Porque nao cantar Canticos nao Inspirados" também não me concence. Ora, não consigo entender como pode ser considerado um hino "estranho" no culto a Deus um cântico que diz:

    "Santo, Santo, Santo, Deus onipotente, Cedo de manhã, entoamos Teu louvor... Tuas obras louvam teu nome com fervor... És um só Deus supremo criador"

    O Hinário Presbiteriano simplesmente contém hinos com uma profunda teologia bíblica. Esses hinos nada mais são do que o cântico da nossa fé em Deus, pelo que Ele é e pelo que Ele faz. Isso é cantar aquilo que cremos; cantar doutrinas bíblicas! Cantar Credos!

    Se esse hino e tantos outros são considerado "estranho" no culto, então porque citar escritores em nossas pregações, uma vez que deveríamos citar APENAS a Bíblia? Citar palavras de homens para ilustrar nossas mensagens (mesmo que sejam doutrinariamente corretas) não é cometer sacrilégio?

    Da mesma forma, porque nós não oramos as orações registradas na Bíblia? Mesmo que sejam orações espontâneas doutrinariamente corretas, não deveríamos evitar para não cometermos sacrilégio?

    A idéia é: se estamos comentendo sacrilégio ao cantarmos hinos doutrinariamente corretos escritos por homens não-inspirados (como dizem os defensores da Salmodia Exclusiva), então por que limitarmos aos cânticos somente? E os outros elementos de culto podem ser observados usando métodos humanos não-infalíveis?

    Por que somente este elemento de culto deve ser observado inspiradamente? Qual é a diferença entre este elemento de culto e os outros (pregação, oração, santa ceia...)

    A falta de respostas fundamentadas a essas e às outras perguntas não me incentiva a defender a salmodia exclusiva.

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  31. Mauro,

    Você diz: "Nem todas as igrejas reformadas cantam Iave".

    Então, com que cara vou ficar diante das Testemunhas de Jeová se elas ouvirem eu cantar um hino onde há a palavra que eu tanto condeno? Não acha isso uma hipocrisia?

    Então eu não vou mais criticar as TJ's, pelo contrário, vou até incentivá-las a usar o termo preferido delas!!!

    Você diz: "Nem todas as igrejas reformadas cantam Iave". Talvez seja por isso que eu não defendo a exclusividade do cânticos dos salmos!

    Mauro, há ainda outro agravante: há muitos salmos métricos que são "interpretativos". Não são exatamente os salmos bíblicos, mas interpretação deles.

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  32. Heitor,

    Aconselho ao irmao observar os outros postes ja mencionados aqui. E mais... Nao eh tentando fragilizar os meus argumentos com o seu mero retoricismo que o irmao ira provar a sua proposicao. Alias... eh raro encontrar-se em seus argumentos o uso de textos-prova (dicta brobantia). O que para mim denuncia a sua falta de pericia teologica & exegetica quanto a abordagem do texto.

    Mauro Silva

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  33. Voce nao entendeu. Vou explicar novamente!

    Alguns Reformados e Presbiterianos da Escocia, Irland & EUA nao usam o termo Jave, Iave; whatever!!

    Mauro

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  34. Nao ha nenhuma intencao de sacralizar qualquer genero musical de um tempo ou cultura, mais vale salientar que, os generos literarios da Biblia sao aplicaveis a qualquer cultura ocidental ou oriental em qualquer epoca, sendo assim, o cantico dos salmos deve sequir o respectivo genero deste livro.

    Acredito que, voce nao entendeu a ideia central de defesa do PRC no que tange ao ensino claro das Escrituras tanto do AT como do NT quanto ao cantico dos Salmos.

    Os Salmos nao sacralizam a cultura judaica da epoca de sua composicao, mais assumem as caracteristicas de um dos generos literarios da lingua hebraica (poetica). Por ocasiao do ensino profetico de Cristo nos Salmos eh que, eles devem ser metrificacoes com o intuito de decodificar os ensinos messianicos. Sendo assim, eles (Salmos) devem ser cantados de acordo com as caracteristica melodicas da revelacao inspirada por Yahweh em hebraico. Com isso, podemos perceber que, por serem versos liricos eh que os Salmos devem ser cantado como tal.

    Ou seja, cantar versos lirios em ritmo de samba, axe, forro, rock e outros, alem de ser biblicamente inadmissivel eh ridiculo!

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  35. Quais sao os seus argumentos ateh o presente momento? O que vejo eh que, voce so se utiliza do argumento alhei e nao apresenta prova alguma de que, os seus pressupostos tem base biblica. O que vejo em sua fala eh o interesses de replicar os meus argumentos de acordo com o seu experiencialismo! Por favor, apresente a sua treplica ao meu poste sobre a nao inspiracao dos salmos metrificados e o uso exclusivo do mesmo no culto pubilco.

    Mauro Silva

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  36. Mauro,

    Se você perceber, preferi optar por argumentos históricos. Acredito que o uso da história (leia-se testemunho da igreja), é de suma importância para compreendermos que essa questão não foi "fechada" em uma decisão unânime. Por que "fechar" agora?

    Quanto ao uso da pericia teologica & exegetica e o uso de textos-prova (dicta brobantia), estão ausentes em meus argumentos pelo simples motivo que o uso de tais artifícios não foi suficiente para que a igreja reformada se poscionasse definitivamente a favor da salmodia exclusiva.

    Acredito que o uso de tais artifícios foi, sim, usado pelos reformadores que são a favor da salmodia exclusiva. Como também o uso de tais artifícios para se provar ao contrário foi usado por aqueles que são contra. Acredito que ambos usavam a Bíblia para provar seus argumentos. A que conclusão chegaram? Nenhuma!

    Os que defende a salmodia exclusiva continuaram a cantar somente os salmos, e o que eram contram continuaram cantando os salmos e outros hinos.

    Contra fatos, não há argumentos: a história prova que não houve consenso entre os reformadores! E não se tem prova de insultos, críticas, brigas e divisões entre os reformadores de pensamentos divergentes, atitude que encontramos em alguns presbiterianos.

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  37. Meu experiencialismo?

    Nossa, a que ponto chegamos nosso debate!!! Não é a minha experiência que está em jogo, e sim a experiência (leia-se "testemunho") da igreja!

    Mauro, não tenho interesse em apresenta tréplica aos seus argumentos pelo simples motivo de que elas não irão te convencer, entendeu?

    Não quero convencer ninguém. Não quero provar nada a ninguém. Repito meus motivos: nenhum dos reformadores a favor se convenceram pelos argumentos dos que são contra, e vice-versa. Porque eu teria que te convencer?

    Confesso que seus argumentos são bons. Seus argumentos servem para aqueles que são contra o cântico dos salmos (que não é o meu caso e nem o de Fábio). Mas não servem para provar a exclusividade do cântico dos salmos.

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  38. Heitor,

    A minha intencao nao eh "conversionista". Eu nao pretendo persuadir cristao algum do seu "erro" ou sobre a "correta teologia reformada" que deve ser aplicada a adoracao publica. O que fiz aqui foi meramente mostrar que, segundo o que o proprio irmao disse: "...E não se tem prova de insultos, críticas, brigas e divisões entre os reformadores de pensamentos divergentes...". Ou seja, eu quis mostrar que, se alguns irmaos acreditam que existem argumentos consistentes por parte dos que se opoem ao uso exclusivo dos Salmos,tambem existem argumentos consistentes por parte dos que defendem tal exclusivismo. Sendo assim, nao haveria razao alguma para nos degladiarmos. Em outras palavras, eu sou favoravel a idei de que os reformados nao devem persegui uns aos outros!
    Mauro

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  39. Caríssimos irmãos Heitor/Mauro:

    Não quero me meter no debate que estão travando, aliás, alto nível. Estão dando excelente contribuição para a questão. Apenas vou fazer algumas observações. Não precisa responder ok? Continuem o debate..rs..

    Mauro, vc não escuta ninguém? Veja o que vc diz:

    "Quanto aos canticos nao inspirados a Deus, eles nao sao confiaveis para o louvor a Deus, assim como nao podem ser confiaveis para ensinar o povo de Deus a canta-los".

    Não viu os hinos citados por Heitor? Verdadeiras pregações cantadas?

    Outra coisa:

    "deslealdade academica! Pois, os divives tinham em mente a ideia de uso exclusivo dos Salmos em mente quando confeccionaram tal documento".

    Isso sim, é desonestidade acadêmica. Já deixei claro, via Packer, que os Puritanos, quando aos aspéctos externos do culto, divergiam e muito. Exatamente por conta do uso desse expediente que vcs são classificados como neopuritanos. Porque não ensina que os Puritanos não admitiam orações espontâneas, acusando até Calvino de Sacrilégio? Nesse aspecto cada "i" tem seu próprio "pingo"? Isso é desonestidade acadêmcia. Não quero comete o mesmo erro. Nem todos os Puritanos pensavam assim. E você segue os que não pensam assim. Porque não dá essa opção honesta aos outros, quando à S.E? Você sabe que nem todos concordavam.

    Heitor:

    Seu argumento também está errado, desculpe:

    "Os que defende a salmodia exclusiva continuaram a cantar somente os salmos, e o que eram contram continuaram cantando os salmos e outros hinos".

    Quem canta ou não canta, para o Senhor o faz, certo? O grande problema é que quem é adpto da S.E, considera os crentes que não o são como inferiores, espiritualmente e intelectualmente.

    Forte abraço irmãos, não percam tempo respondendo a este leigo. Por favor, continum o debate. Estou aprendendo de camarot vip..rs..

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  40. Mauro, é exatamente isso que estou querendo dizer quando você diz: "se alguns irmaos acreditam que existem argumentos consistentes por parte dos que se opoem ao uso exclusivo dos Salmos,tambem existem argumentos consistentes por parte dos que defendem tal exclusivismo".

    É exatamente por isso que os puritanos não chegaram a um consenso. Esse é o ponto-chave que estou querendo chegar: se não houve consenso entre eles, não terá entre nós.

    Fábio,

    O que quero mostrar com meu argumento é que os antigos puritanos sempre praticaram aquilo que achavam correto: sejam eles defensores da S.E. ou não. Um puritano a favor da S.E. não tentava anular, ou criticar, o outro puritanos que era contra a S.E.

    O que eu quis dizer era que cada puritano praticava aquilo que acreditava ser o correto, em paz com os outros. Porque não poderia haver tal comportamento entre nós hoje?

    O meu argumento é uma crítica aos puritanos de hoje intolerantes com outros puritanos também de hoje, entendeu?

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  41. Internautas Calvinistas
    Catálogo de Sites e Blogs Reformados

    www.internautascalvinistas.blogspot.com

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  42. alicia vai muito bem! e sua familia vai bem?

    interessante vc defender com unhas e dentes a posição oficial da IPB quando ela é contraria CFW abertamente. vc taxa os irmão que defendem a salmodia exclusiva como neopuritano, quando na verdade são biblicos. vc acha que cantar exclusivamente os salmos é vento de doutrinas( heresia) então a igreja verotestamentaria era herege.. pois eles cantavam exclusivamente os salmos... ou o irmão acha que eles cantavam musica de nani azevedo, cassiane e marcos antônio... entenda os salmos são cânticos inspirados por Deus e eram cantados na igreja na sua infâcia no AT e isso é claro...e não vejo nenhum livro de cânticos revelado por jesus ou os apostolos no NT, ou vc vai se utilizar dos argumentos e práticas neopentencostais que diz que podemos cultuar a Deus segundo as mais novas revelações do Espírito, e segundo nosso bom parecer...qual hino será que jesus cantou... não me diga que foi uma música do grupo diante diante do trono...imagine o apostolo paulo convidando o grupo de louvor para cantar enquanto toda igreja sentada assiste a APRESENTAÇÃO passiva e mais escutando muitas vezes canções fracas, pragmaticas, capitalistas,existencialistas e outros istas que são cantados nas nossas igrejas... fábio sou defensor da verdade, das escrituras sagrada, subscrevi um dia a confissão de fé CFW e ainda a subscrevo porntanto meu compromisso primeiro e maior é com DEus e não com pastores e pensadores que apostatam da fé professando o oposto daquilo que um dia professaram...

    Alexandre Galvão

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  43. Você citou bem Van Gruningem a respeito da evolução liturgica no Antigo Testamento, eis o texto "Será que o Antigo Testamento oferece direção para uma adoração no culto contemporâneo? Isso nos leva imediatamente a um problema histórico que oferece um estudo muito desafiador: Que parte do Antigo Testamento devo estudar? Há pelo menos quatro épocas representadas no culto no Antigo Testamento: Primeira: De Adão ao Êxodo. Era um culto centralizado na família, pode ser chamado de adoração doméstica[...] Segunda: Desde Moisés, em Êxodo 19, até I Samuel. Foi o período do Tabernáculo. O Tabernáculo era a habitação simbólica de Deus, era um palácio portátil, mas era um palácio[...]. Terceira: De Davi até o Exílio. Essa foi a época do templo e a maior mudança foi a centralidade do culto. Era a adoração de um povo como um todo [...].Quarta: A era do exílio. Nessa época não havia templo, não havia sacrifício, não havia sacerdócio. Contudo, Deus enviou profetas, como Ezequiel e Daniel. Supõe-se, portanto, que os grupos fiéis se reuniram no exílio e começaram o que depois ficou conhecido como “sinagoga”[....]. Quinta: A era pós-exílica, com Neemias e Esdras. A partir de então, o templo foi restaurado, os sacerdotes voltaram a atividade, e os sacrifícios passaram a ser trazidos [...]. Então, à medida que analisamos estas cinco eras, encontramos mudanças, mas há sempre um lugar de adoração; há mudanças na liderança, mas há sempre o papel do líder; há ainda o papel da música, da Toráh e da hora de oração".

    Correto.
    Concordo com o que você expos sobre a salmodia, não tem base. Quero fazer algumas observações que achei interessante

    Van Groningem não comentou o Catecismo Maior como fora dito.
    Sobre a questão dos instrumentos você não pode pegar textos de forma aleatória e chamar como provas, principalmente por você ter postado e mostrado a evolução liturgico no Antigo Testamento.
    Você sabe o que é teologia bíblica? se você souber você perceberá que não pode chamar textos que expressavam o desenvolvimento liturgico para apoiar os nossos procederes liturgicos, quaisquer que sejam. Isto é anacronismo e eisegese.
    Van Gruningem defende um Mitte e todo o raciocio tem que ser em cima disto. Falando sobre o desenvolvimento da relação salvivica de Deus para com o homem A CFW diz: V. Este pacto no tempo da Lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a Lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena remissão dos pecados e a vida eterna: essa dispensarão chama-se o Velho Testamento. Cap VII Sessão V
    Observe que os textos chamado estão dentro deste periodo. Refletindo uma pratica liturgica desta época
    Quando a CFW trabalha a relação salvivica de Deus e o homem numa perspectiva neo testamentaria diz: Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substância, as ordenanças pelas quais este pacto é dispensado são a pregação da palavra e a administração dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanças, posto que poucas em número e administradas com maior simplicidade e menor glória externa, o pacto é manifestado com maior plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações, aos judeus bem como aos gentios. É chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos de graça diferentes em substância mas um e o mesmo sob várias dispensações. Cap.VII Sessão VI. Neste periodo a liturgia também foi marcada por um desenvolvimento, você citou bem o caso aos Corintios, mas veja logo abaixo como se deu o desenvolvimento liturgico da igreja

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  44. Vamos ver se havia cantores e solos nos cultos primitivos até o periodo de CFW

    Liturgia no didaquê
    A Didaquê (ou o Didaquê), documento originário do primeiro século, mostra, em princípio,
    como se celebravam os serviços litúrgicos na Igreja primitiva:
    01 - Culto dominical:
    “Reunindo-vos no Dia do Senhor, parti o pão e dai graças, depois de haver confessado as
    vossas transgressões”. Aqui a ordem inicial do culto aaraônico se obedece:
    a. Confissão: Tal confissão se fazia à vista do reconhecimento da grandeza e majestade de Deus:
    “Porque isto é o que foi dito pelo Senhor: Em todo lugar e tempo oferecer-me-eis um sacrifício
    puro, porque eu sou Rei grande, disse o Senhor, e meu nome é admirável entre as nações”.
    b. Ação de graças: Gratidão pela certeza do perdão e da redenção, graciosas dádivas do Filho de
    Deus.
    c. Comunhão: Ato memorativo de vinculação a Cristo e de fraternidade comunitária.
    02 - Celebração eucarística:
    “A respeito de ação de graças assim fareis”:
    a. “Acerca do cálice: Damos-te graças (eucaristia), nosso Pai, pela santa vinha de Davi, teu servo,
    a qual nos fizeste conhecida por meio de Jesus Cristo, teu servo. A ti a glória para sempre”.
    b. “E sobre o fragmento de pão: Damos-te graças, nosso Pai, pela vida e o conhecimento que
    nos deste a saber através de Jesus Cristo, teu servo”. “A ti seja a glória pelos séculos”.
    “Como esse fragmento estava disperso sobre os montes e, recolhido, fez-se um, assim seja
    reunida a tua Igreja desde os confins da terra em teu reino! Porque tua é a glória, teu o poder
    através de Jesus Cristo para sempre”.
    c. “Depois da distribuição dos elementos eucarísticos: Somos-te gratos, Pai santo, por teu nome,
    que fizeste habitar em nossos corações, pelo conhecimento, e fé, e imortalidade, que nos deste
    a saber por meio de Jesus Cristo. A ti seja a glória pelos séculos”.
    d. “Ação de graças pela criação e pela providência: Tu, Senhor onipotente, criaste todas as
    coisas por causa do teu nome, e deste alimento e bebida aos homens para deleite, para que te
    sejam agradecidos, mas a nós nos agraciaste com o alimento espiritual e a bebida da vida eterna
    por instrumentalidade de teu servo. Acima de tudo, damos-te graças porque és poderoso. A ti
    seja a glória para sempre”.
    e. “Intercessão pela Igreja: Lembra-te, Senhor, de tua Igreja, para livrá-la de todo mal e fazê-la
    perfeita em teu amor, reune-a desde os quatro ventos, santifica-a em teu nome, que para ela
    preparaste. “Porque teu é o poder e a glória para sempre”.
    f. “Súplica para volta de Cristo (Maranata): Venha a graça, e passe este mundo! Hosana ao
    Deus de Davi! Se alguém é santo, aproxime-se; se não o é, arrependa-se: Maranata. Amém”.
    Note bem: Toda seção termina com uma doxologia, uma declaração exaltatória da glória
    de Deus, geralmente recitada pela congregação. Depois das doxologias comumente liam-se os seguintes
    textos: Ap 4.11; Mt 24.31; 21.9,15; I Co 16.22.
    A Didaquê mostra-nos que a Igreja dos primeiros séculos possuía uma liturgia elabora,
    executada pelo dirigente com respostas da comunidade. Elaboração e regulamentação observam-se.
    Nada de improviso e de influências localistas. Mantinham-se os vínculos com a velha dispensação,
    entendendo que a Igreja é, de fato, a consumada herança davídica.

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  45. Liturgia segundo Justino o Martir
    Em sua Apologia a Antonino Pio, registra os seguintes princípios de
    Ordenação do Culto:
    01 - Proanáfora ou Liturgia da Palavra: ( * )
    a. Memórias dos apóstolos: Textos dos profetas, dos evangelhos e das epístolas.
    b. Instrução com base nos textos lidos.
    c. Exortações requeridas pelas lições ministradas. Destaques exortatórios.
    d. Orações comunitárias em forma de litania.
    e. Salmos e hinos.
    Hinos e cânticos espirituais, acredita-se, sejam os grandes cantos veto e neotestamentários
    tais como: O Cântico de Míriam, o Cântico de Débora, Benedictus, Magnificate e textos do Novo
    Testamento metrificados e musicados.
    02 - Anáfora ou Liturgia do Aposento Alto: ( * * )
    a. Ósculo da paz ou recepção carinhosa dos irmãos.
    b. Ofertório em favor dos irmãos humildes.
    c. Introdução dos elementos. Palavras da instituição.
    d. Oração de Consagração.
    e. Ação de graças pela criação, providência e redenção (Cf Didaquê).
    f. Anamneses, recordação da Paixão. (1)
    g. Dedicação; colocação de dons e virtudes nas mãos de Deus.
    h. Epiclesis, invocação do Verbo e do Espírito Santo para abençoarem o pão e o vinho. (2)
    i. Intercessões.
    j. Amém congregacional.
    k. Distribuição dos elementos.
    l. Comunhão.
    m.Despedida dos fiéis.

    Liturgia do fim do III século e inicio do IV século
    Como modelo geral, a liturgia do período mencionado pode ser apresentada com a seguinte
    ordem:
    01 - Liturgia da Palavra:
    a. Lições: Lei, profetas, epístolas, Atos e evangelhos.
    b. Salmos selecionados: Entoados, podendo ser intercalados entre lições.
    c. Aleluias: Ação de graças ao Salvador.
    d. Mensagem: (Uma ou mais).
    e. Litania diaconal para catecúmenos e penitentes. (*)
    f. Despedida dos catecúmenos e penitentes.
    02 - Liturgia do Aposento Alto:
    a. Litania diaconal para os fiéis, após a qual se liam os nomes dos membros da Igreja local,
    inclusiva dos falecidos. (3)
    b. Bênção da paz ou saudação (Paz seja convosco).
    c. Ofertório.
    d. Apresentação dos elementos eucarísticos.
    e. Preparação dos elementos. Misturava-se água ao vinho.
    f. Sursum Corda: (citada em seguida). (4)
    g. Oração congregacional (às vezes o Pai Nosso).
    h. Ação de graças pela: Criação, providência, governo e salvação. (Acréscimo: Governo).
    i. Sanctus (citado a seguir).
    j. Ação de graças pela redenção em Cristo.
    k. Palavras da instituição.
    l. Anamneses (recordação da Paixão). (1)
    m.Epiclesis. (2)
    n. Intercessão.
    o. Oração dominical.

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  46. p. Partição dos elementos.
    q. Elevação: “O Santo para os santos”.
    r. Comunhão: Cantavam-se os hinos dos salmos 34 e 43.
    s. Ação de graças pela comunhão.
    t. Litania diaconal final. (3)
    u. Despedida dos fiéis.

    (Manual Francês de Estrasburgo)
    01 - Liturgia da Palavra:
    a. Leitura introdutória: Sl 124.8: “O nosso socorro está em o nome do Senhor, Criador do céu e da
    terra”.
    b. Confissão de pecados (individuais e coletivos).
    c. Palavra bíblica de perdão.
    d. Absolvição (Declaração de que o perdão vem de Deus, declarado por sua palavra nas Escrituras.
    Textos declaratórios do perdão).
    e. Leitura do Decálogo com a comunidade respondendo, após cada mandamento, com o “Kyrie
    Eleison”: “Senhor, tem misericórdia de nós”.
    f. “Colecta” por iluminação: Oração breve de dedicação (6).
    g. Lição (ou pastorais).
    h. Sermão.
    02 - Liturgia do Aposento Alto:
    a. Apresentação da oferenda.
    b. Intercessões.
    c. “Pai Nosso” parafraseado.
    d. Preparação dos elementos enquanto se canta o Credo Apostólico.
    e. Oração de consagração (eliminou-se a Epiclesis).
    f. Palavras da instituição.
    g. Exortação.
    h. Partição.
    i. Distribuição dos elementos.
    j. Comunhão, enquanto se canta um Salmo.
    k. “Colecta” pós comunhão (Oração breve de gratidão e despedida dos fiéis).
    l. Bênção Aaraônica e Apostólica.
    m.Despedida dos fiéis pelo pastor.

    Segundo o diretório de Culto de Westminster
    Liturgia da Palavra:
    a. Chamada à adoração com sentenças bíblicas.
    b. Oração de Invocação (Não da pessoa, mas do poder de Deus).
    c. Hino ou Salmo metrificado.
    d. Momentos de Oração (Adoração, gratidão e súplica).
    e. Hino ou Salmo metrificado.
    f. Lição do Antigo Testamento.
    g. Salmo, hino ou antífona.
    h. Lição do Novo Testamento.
    i. Mensagem para crianças.
    j. Hino para crianças.
    k. Recitação do Credo dos Apóstolos.
    l. Intercessões.
    m.Pastorais e anúncios.
    n. “Colecta” de dedicação.
    o. Hino.
    p. Sermão (concluído ou não com oração).

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  47. q. Hino.
    r. Doxologia final.
    02 - Liturgia do Aposento Alto:
    a. Palavras bíblicas de convite à adoração.
    b. “Colecta” de pureza (Oração breve para Deus purificar a vida do crente).
    c. Hino ou Salmo.
    d. Palavras da instituição.
    e. Apresentação dos elementos.
    f. Oração de consagração.
    g. Distribuição.
    h. Comunhão.
    i. Palavras de Consolo pós-comunhão: Recordam-se os irmãos mortos, já triunfantes, para consolo
    dos que militam.
    j. Breves intercessões.
    k. Salmo, hino ou doxologia.
    l. Bênção Apostólica.

    Liturgia do livro comum de oração
    Hino.
    2 - Sentenças Bíblicas.
    3 - Exortação.
    4 - Confissão de Pecados.
    5 - Oração Dominical.
    6 - Introdução (Versículos e respostas seguidos de “Glória Patri”).
    7 - Salmos em prosa e “Glória Patri”.
    8 - Lição do Antigo Testamento.
    9 - Cântico.
    10 - Credo Apostólico.
    11 - Kyrie.
    12 - Pai Nosso.
    13 - Sufrágios (7).
    14 - Colectas.
    15 - Antífonas.
    16 - Ação de graças.
    17 - Sermão.
    18 - Bênção Apostólica.

    cadê os corais? os solistas com seus CDs no final do culto nas portas das Igrejas?

    Só uma curiosidade na igreja que o imrão faz parte há guarda para ver se existe praticas neopuritanas.
    Quando os ""tristes"" são descobertos vão para uma especie de gueto? recebem algum sinal que os identifique?
    Que roupa especial os inquisidores usam na hora de retirar o ""mal"" da igreja?

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  48. Prezado anônimo:

    Antes de qualquer coisa pediria que o irmão pudesse se identificar, colocando seu nome ao final de seus comentários ok? Gostaria de saber também se o querido irmão é membro da IPB, pois para eles, especificamente, esse artigo foi produzido; para dirimir algumas dúvidas que surgiram dentro de nossas igrejas.

    Agredeço muitíssimo o importante apanhado histórico que vc fez, quanto à liturgia, desde os primeiros séculos. Fantástico, realmente. Parabéns. Contudo, caríssimo irmão, o fato de não ter existido "corais", "instrumentos musicais" etc, na história, como bem vc demonstrou, não significa dizer, NECESSARIAMENTE, que nunca possa existir. Afinal, o que regula nossas vidas e nossas liturgias? A história? A sociedade? Os líderes religiosos desses séculos que vc citou? Claro que não, vc sabe disse. Nossa vida e nossa liturgia devem ser reguladas pelas Escrituras Sagradas e por ela, não temos condições de afirmar uma LITURGIA ESSENCIAL E PERFEITA, mas, apenas "princípios", como já demonstrei no artigo. Porque será que o irmão fez uma brilhante exposição do desenvolvimento da liturgia na história e não nas escrituras? Certamente por motivos obvios: isso não é possível, vc sabe. Van Gruningem pergunta muito bem: qual parte das escrituras devemos seguir quanto à liturgia?

    (Tens razão. Quem comenta o CMW é Jabannes Greerbardus Vos).

    Você me acusa de usar textos fora de seu devido contexto. Se observar bem, só utilizei esse texto para rebater o argumento de que "corais", "intrumentos musicais" etc, no culto são "invenções humanas ou sugestões de satanás". Isso chega a ser ridículo. Demonstrei que se alguem inventou essas práticas no CULTO, foi o próprio Deus. Refute isso, se puder.
    Agora vou matar sua curiosidade:

    Na igreja que faço parte (IPB-Jordão e vc?)não há guardas não...rs. Há, sim, presbíteros preocupados e atentos e que não permitem que nenhum tipo de "vento de doutrina" entre em nossa igreja, sejam elas "neopentecostais" ou "neopuritana", que em essência é a mesma coisa. Ou seja, nos dois casos a IPB não reconhece como uma interpretação coerente desse assuntos. Quanto os "tristes" são descobertos (essa foi boa..rs) eles são ensinados, de acordo com os preceitos oficiais aceitos pela IPB. Caso esses "tristes" não acatem os ensinamentos da IPB e insistam em continuar causando discórdia e a ensinar o que a IPB não reconhece, são, prontamente DISCIPLINADOS, por presbíteros e pelo pastor, todos normais e sem nehuma espécie de paramentos. Repito: o procedimento é este para "qualquer mal (para usar suas palavras)", qualquer vento de doutrina. Respondido?

    Tudo de bom!

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  49. Irmão não faço parte da IPB
    Toda posição precisa ser atacada até por motivos lógicos, se for a verdade prevalecerá.
    As pessoas em sua busca desenfreada de legitimação dos seus discursos, deixam de ver o óbvio.
    O óbvio é o que foi posto "postura odiada pela pós modernidade e sua negação de absolutos"
    O nosso culto, querido irmão, tem influência sinagogal. Quando a Igreja cristã surgiu, havia dois ritos liturgicos: O do Templo com seu sacrificios e o da sinagoga com sua centralidade no estudo da lei. A liturgia cristã é influenciada por este tipo de rito liturgico (sinagogal) e no rito sinagogal não existia cantores, corais e vendas de CD (anacronismo para descontrair)
    POr isso, que citei a história eclesiastica. Não temos alguns elementos da liturgia que era realizada no templo na liturgia cristã. Percebes isto?. Percebes o obvio??????????????????????
    Talvez alguém diga: E as instruções dada aos corintios? Deixa responder a nossa diatribe. A Igreja de Corintios não serve de paramentro liturgico para a igreja moderna, pois lá temos uma situação contextual, uma situação que refletia uma igreja sem o cânon completo, ou seja, sem as cartas neo testamentarias.
    Mas, depois do fechamento do cânon? Onde estão as linguas? Profecias? na liturgia? Você sabia que não existia exorcimos no culto cristão primitivo?
    A grande questão irmão é a seguinte: O grande desejo de legitimar nossas práticas pragmaticas. Onde encontraríamos o alicerce? nas Escrituras para a balburdia liturgica atual? Em lugar nenhum. Usando sua fala quando pôs o texto Van Groningem e chegando a conclusão obvia: cada época tem uma peculariedade, um desenvolvimento. (isto é a noção de Teologia Bíblica, ou seja, a revelação progressiva da Palavra de Deus, que por sua vez reflete na vida cúltica da Igreja. Com este presuposto, entendemos que o culto fora familiar, depis foi ao redor do tabernaculo, depois foi no templo, foi na siangoga e depois era no templo e na sinagoga. No periodo cristão era simples, só precisava de um pouco de agua, de pão e de vinho e das Escrituras) E este posicionamento reflete o MITTE estabelecido NO AT e no VT
    Desda forma, a liturgia que é nosso serviço. (povo + Trabalho)deve reflete nossa teologia bíblica, ou seja, nosso sitz im lemb dentro do contexto liturgico da história da salvação.
    Sossego pra tua alma!!!!!!!!!!!!!!

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  50. Caríssimo anônimo misterioso, que não é membro da IPB..rs...

    Concordo contigo. O filósofo alemão Karl Popper já dizia isso: "toda teoria deve ser falseada (bombardeada com críticas, questionamentos), antes de ser aceita; depois disso, quanto mais ela se mantiver intacta mais digna de ser seguida". Concordo com vc também que muitos têm enveredado por uma caminho extremamente perigo: "o do culto antropocêntrico" (aliás escrevi sobre isso, caso tenha interesse está publicado em 2009/setembro, com o título "PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO CULTO CRISTÃO: Do culto antropocêntrico à utilização errada do “Princípio Regulador do Culto” pelos Neo-Puritanos").
    E, claro, também vejo isso com tristeza. Tenho visto verdadeiros exageiros em todas as igrejas evangélicas, inclusive na IPB também. Contra essas coisas tenho lutado fortemente e até feito algumas "inimizades" por denunciar esses "erros doutrinários graves na liturgia". Contudo, caro irmão, repito: sua base de argumentação não está lastreada nas Escrituras Sagradas. Veja o que você diz:

    "Quando a Igreja cristã surgiu, havia dois ritos liturgicos: O do Templo com seu sacrificios e o da sinagoga com sua centralidade no estudo da lei. A liturgia cristã é influenciada por este tipo de rito liturgico (sinagogal) e no rito sinagogal não existia cantores, corais e vendas de CD (anacronismo para descontrair - também sou radicalmente contra essa prática)".

    Mostre-me nas escrituras a Liturgia da Sinagoga que calarei! Como podes querer que teu argumento tenha força "canônica" quando é baseada única e exclusivamente em "levantamentos históricos"? Não estou descartando a história nem dizendo que tudo isso que vc falou não seja importante. Só não podemos querer "empurrar de garganta abaixo" como se Bíblia fosse algo que não tem esse status. Percebes isto? Percebes o obvio??????????????????????

    Você diz "No periodo cristão era simples, só precisava de um pouco de agua, de pão e de vinho e das Escrituras)". Esqueceu dos louvores a Deus? Sinceramente também sou de opinião que o culto deve ser simples, sem "invenções humanas", mas, quando o irmão diz "No período Cristão", está se referindo a que época exatamente? Já que vc argumenta que a igreja de Corinto não pode ser um referencial à liturgia (muito embora seja a única liturgia claramente estabelecida ans Escrituras), suponho que estás se referindo aos primeiros séculos do cristianismo, certo? Sendo assim, mas uma vez a base do seu argumento está fundada em "motivos extra-bíblicos" e, isso, não pode em hipótese alguma, ser ensinado para a igreja como se fosse uma claríssimo ensinamento bíblico. Percebes isto? Percebes o obvio??????????????????????

    Tenho certeza que o irmão prima pelos ideais reformados, portanto, não esqueça nunca: "Sola Scripture". Percebes isto? Percebes o obvio??????????????????????

    Tudo de bom!

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  51. Caro irmão,

    Não tenho o hábito de entrar em sites ou blogs de debates teológicos, tampouco postar comentários, embora já o tenha feito.

    Mas sinto-me no dever, nesse instante, de postar um breve comentário sobre algo que julgo grave erro: um testemunho equivocado a respeito do pensamento de John Owen sobre oração na igreja, e, como consequência, uma aplicação preconceituosa e mais equivocada ainda.

    Se isso ocorre conosco quando interpretamos ditos humanos, e com isso fazemos sérias acusações e maculamos o testemunho de pessoas, imaginemos quando interpretamos mal a Palavra de Deus; como isso é perigoso, a ponto de mancharmos a igreja de Cristo.

    Com toda a consideração e respeito, acredito que seu entendimento e sua interpretação sobre o comentário de Packer na página 269 do livro "Entre os Gigantes de Deus" editado pela "Fiel" por iniciativa e apoio do "Projeto Os Puritanos" está completamente equivocada.

    Se existia alguém mais avesso às formas litúrgicas fixas (como defendida pelos Anglicanos ao adotarem o Livro de Oração), ou às formas alternadas de oração, ou seja, fixas e espontâneas (como defendidas por Baxter), esse alguém era Owen.

    O que Packer diz é que Owen considerava falsa a liturgia "segundo orientação dos ministros", não que Owen era contra orações espontâneas, muito pelo contrário. Ele só era a favor desse tipo de oração, e sua argumentação se baseava em Efésios 4, onde descreve os dons dados por Deus à Sua igreja e de forma especial aos ministros do evangelho.

    Você poderá confirmar isso em:

    http://www.meetthepuritans.com/2009/09/08/john-owen-on-liturgies-and-laziness/
    Ou mesmo no próprio livro de Packer citado, em outros capítulos.

    Repito. A citação do livro diz: "Baxter,..., tal como Calvino, aprovava um liturgia que desse lugar às orações espontâneas, SEGUNDO A ORIENTAÇÃO DOS MINISTROS;" [Grifo meu] "mas Owen sustentava que todas as liturgias COMO TAIS" [Grifo meu] "são... falsas adorações...usadas para frustar a promessa de Cristo quanto aos dons e quanto ao Espírito".
    Neste ponto Owen quer enfatizar a operação do Espírito nos corações dos crentes, ou seja, a espontaneidade litúrgica, capacitando os ministros a fazerem orações extemporaneamente.

    A crítica que Owen fazia quanto à liturgia se devia ao fato de que os bispos anglicanos argumentavam que eles não tinham habilidades ou dons necessários para fazerem orações extemporaneamente, portanto suas orações e liturgia deveriam ser estabelecidas
    previamente e seguidas fixamente sem espontaneidade.

    Caso ainda haja alguma dúvida sobre esse ponto, sugiro ao irmão a leitura da obra "Breve instrução na adoração a Deus" do próprio Owen, citada no site (aqui o irmão poderá encontrar muito material sobre John Owen): http://www.ccel.org/ccel/owen/worship.iii.i.xxxvi.html

    Para encerrar, é bom lembrar que alguns pastores puritanos e em algumas ocasiões, faziam orações lidas, mas nunca foi material
    considerado inspirado, visto que, como o próprio Owen cita em seus comentários de Romanos 8:26, nós não sabemos orar como convém.

    Também é bom observar que no Manual de Culto Presbiteriano há várias orações que podem ser lidas, caso o ministro deseje, durante o Batismo, santa Ceia, casamento, ordenação de presbíteros e ministro, etc e nunca se disse que estas orações são inspiradas e pensar isso é desprezível.

    Lembro também, embora não seja muito comum, nem deva ser norma, que muitas igrejas Presbiterianas vez por outra oram
    congregacionalmente a oração do Pai Nosso; ou seja, uma oração inspirada, e nem por isso este momento é visto como absurdo.

    Seria tão bom se procurássemos colocar em evidência as virtudes dos irmãos e não fôssemos à cata de suas imperfeições, pois estamos tão longe da piedade de homens como Owen e tantos outros servos de Deus do passado. Queira Deus que cheguemos à essa maturidade.

    Em busca da paz e não da discórdia,
    Heraldo

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  52. Irmão, sossego em tua alma sempre!
    O pressuposto contrário também é verdadeiro. Não tem como você mostrar coros, solos e CDs vendidos pós culto nas páginas do NT
    Irmão, as Escrituras estabelecem elementos de culto: Pregação,Eucaristia (partir do pão) Orações, louvores e Coleta.
    É questão de você querer ver o óbvio, mas se não quiser ver, não vou ficar com raiva.
    Se a igreja vivia no contexto judaico que possuia dois ritos. (Existia talvez, o rito dos essênios, mas como eles eram meio pertubados dos nervos e queria ficar sozinho e como ninguém aqui admite nenhuma influência essênica no cristianismo, não considero este possivel rito) Mas, voltando ao nosso assunto, a evidência e implicita. Veja o conceito, você poderia reproduzir um dos ritos, qual foi reproduzido? POr que não vemos na paginas das Sagradas Escrituras "os nomes dos supostos corais, cantores"??? Por que não vemos nos relatos escrituristicos os ensaios dos corais escondidos dos judeus e posteriormente do Império Romano? Mas, vemos o relato liturgico dos primerios cultos em Atos e em "Corintios"
    O que queria que você ponderasse, irmão:
    1- Isto é prática hodierna
    2- Não tem respaldo dentro de uma cosmovisão da Teologia Bíblica
    Irmão com muita boa vontade vemos também um evolução liturgica apresentada no livro aos Hebreus. Tudo bem, que lá a questão não é dos corais, cantores e CDs vendidos. e sim da substituição do sacrificio. Você percebe que os sacrificios eram culto? e que na época da Igreja primitiva eles existiam? Só que eles não eram mais observados? Isto indica mudança do rito liturgico, percebe?????????
    Veja, por que os cantores, solos, corais não são mencionados?????????
    Qual é a prova cabal para sabermos se existia ou não, essas práticas no rito liturgico da igreja??????????
    É só olharmos a história!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Percebes???
    Sossego pra tua alma, não quero que você mude seu pensamento, mas queria que você ponderasse que o costume posto de guela pra dentro não se torna verdade. Mesmo que seja repetida muita e muita vezes pelas pessoas (se lembra da técnica nazista)
    Paz, harmonia e equilibrio sempre!!!!!!!!!!!!
    Este anonimo de cima não sou eu!!!!!!!!!!!!!!!

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  53. Prezado Heraldo:

    Seus comentários são sempre muito bem vindos. São realmente importantíssimos e contribuem muito para o debate do tema.

    Revi a questão de Owen, como sugeriu. Gostaria só que esclaresse uma coisa: O Packer está errado? Pois é a única possibilidade que vejo para que seu argumento seja coerente, pois, pelo que entendo, ele disse exatamente o que argumentei no artigo. Vou reproduzir abaixo para embasar o que estou dizendo:

    "A oração de improviso é necessariamente desigual em sua qualidade? [...]. Quanto a essas indagações, os evangélicos exibem diferenças em nossos dias, TAL COMO OS PURITANOS DIFERIAM UNS DOS OUTROS EM SUA PRÓPRIA ÉTICA".

    Observe: Suponhamos que tenha citado o Owen de forma equivocada; mas, isso não é o mais importante e sim, como ficou claro, que esse não era um assunto que havia concordância entre TODOS os puritanos. Nesse sentido, utilizei essa premissa tão somente para combater o que se diz: "Os Puritanos ensinavam a Salmodia Exclusiva". Isso absolutamente não era verdade, pelo menos de forma unânime. ISso tem sido escondido, na minha opinião, de forma proposital para "fortalecer o argumento que interessa". Concluí entçao dizendo o seguinte: Se é para ensinar "o que os puritanos ensinavam" então vamos ensinar também o não uso das "orações espontâneas". Afinal, "os puritanos" não ensinavam isso? Mas, isso, ninguém ver ser ensinado, porque não interessa não é? Logo vem alguém para rebater: "nem todos os Puritanos ensinavam isso".Ora, dois pesos e duas medidas? Vamos ensinar que não havia unânimidade também quanto à SE?


    Finalmente, em nenhum momento do artigo eu disse que que as orações lidas seriam por isso inspiradas e sim que, para ser coerente com a argumetnação de qualquer exclusividade, "deveriam apenas fazer orações inpiradas, isto é, transcritas nas escrituras".

    Tudo de bom

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  54. Caro anônimo, que não é da IPB:

    O irmão tem algum trauma particular de "vendas de CDS"?..rs. Porque isso na minha igreja, por exemplo, nunca ocorreu. Já vendemos livros reformados, puritanos, CDS nunca..rs.

    Você diz: "o pressuposto contrário ta´mbém é verdadeiro". Percebe que vc fugiu de minhas colocações?

    Quanto aos nomes dos "cantores" não entendo qual a importância de suas colocações, mas, se realmente faz questão de ver "nomes de cantores", recomendo que releia o ponto 6.2 de nosso artigo. Se quiser, pode tentar refutá-lo também.

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  55. Caro Fábio,

    Desculpe insistir, mas acredito que o irmão esteja interpretando Packer erradamente. Vou tentar ser mais claro. Observe novamente a citação:

    "Baxter,..., tal como Calvino, aprovava um liturgia que desse lugar às orações espontâneas, SEGUNDO A ORIENTAÇÃO DOS MINISTROS;" [Grifo meu] "mas Owen sustentava que todas as liturgias COMO TAIS" [Grifo meu] "são... falsas adorações..."

    Ou seja, Owen sustentava que toda a liturgia que seguia "A ORIENTAÇÃO DOS MINISTROS" eram falsas adorações, e não as que eram espontâneas. É isso que Packer está dizendo e é isso que todo e qualquer material que o irmão pesquisar sobre Owen vai dizer. Acho que Packer não cometeria um erro tão grosseiro, atribuindo a Owen o que nenhum registro histórico ou qualquer outro autor diz.

    Outra questão. Entendo que seja óbvio que não havia unanimidade entre os puritanos, como não há unanimidade entre qualquer grupo religioso ou político ou filosófico etc, nem no passado, nem no presente. Esse não é o ponto, essa não é a questão. A questão é:

    1. A totalidade dos historiadores relata o consenso e a prática do cântico exclusivo dos Salmos, sendo esta uma das grandes características do culto entre os Puritanos. As exceções não as conheço. Os escritores que relatam esse fato nunca foram questionados na sua sinceridade e honestidade. Causa-me surpresa a sua tão grande desconfiança e acusação.

    2. A nossa Confissão de Fé de Westminster, documento oficial adotado pela IPB é sim exclusivista com relação ao cântico dos Salmos. Esta é a posição oficial da igreja, não é a opinião de A ou B, é aquilo que a igreja confessa perante Deus e perante os homens, especialmente a liderança da igreja quando é ordenada e faz os seus votos. Jamais a palavra SALMOS na CFW foi escrita tendo em mente o cântico de corinhos ou Cantor Cristão ou qualquer outro hinário. Isso não existia. Salvo uma reinterpretação da CFW como tem sido vista em nossos dias. A história e a prática desses irmãos comprova isso. O Diretório de Culto, escrito e aprovado pelos mesmos irmãos também é prova contundente desse entendimento de que a palavra Salmos se refere ao livro dos Salmos. O saltério que eles adotaram não deixa dúvida. Talvez o mais honesto fosse dizer que não concordamos com este ponto da Confissão de Fé.

    Mas, mesmo que não queiramos adotar o cântico dos Salmos de forma exclusiva em nossas igrejas, pelo menos deveríamos lutar para que eles também fossem adotados. É tão lindo e bíblico fazer isso. Jesus e os apóstolos, bem como a igreja primitiva cantavam os Salmos, por que não desejarmos isso também?

    Não deveríamos estar brigando por uma liturgia onde a congregação cante exclusivamente o Cantor Cristão, mas que cante inclusive os Salmos. Creio que isso traria maior edificação para o corpo de Cristo e não correríamos o risco de cantar tantas letras superficiais e até heréticas como encontradas em tantos corinhos em nossos dias. Além do mais, a ausência do cântico dos Salmos nas Igrejas Presbiterianas é uma evidência da ignorância e desprezo da prática da tradição reformada.

    Um abraço,
    Heraldo

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  56. >
    Prezado Heraldo:

    1- A questão de Owen parece já ter ficado clara;

    2- Permita-me discordar um pouco agora: é evidente que a questão da unanimidade da é importantíssima, pois quando é ensinado a Salmodia Exclsiva é sempre dito: "Os Puritanos ensinavam assim; os Puritanos pensavam assim". E isso não é, absolutamente, verdade. Deveria ser ensinado, de forma honesta e transparente que havia divergência e não era pouca.

    3- Discordo frotalmente também que a nossa Confissão de Fé de Westminster, por si só, ensine a salmodia exclusiva. Caso queira pode ver sobre isso no ponto 6.1 do nosso breve artigo. Como já demonstrei, e não sozinho, a palavra salmo não significa sempre e necessariamente "Salmos inspirados". O fato de não existir "hinos" à época da confissão de fé é insustentável. Esqueceu que Agostinho (séc.IV) e Lutero (séc.XVI) compuseram vários salmos, isto é, hinos? O próprio calvino cantava vários hinos em sua própria igreja. Esse fato sempre é omitido das pessoas, pelos defensores da SE. O diretório de culto, como é do conhecimento de todos, não tem nenhum valor confessional (muito embora reconheçamos seu valor histórico) para a IPB; muito menos outros textos. Portanto, vamos limitar a discussão à CFW.

    4- Ainda sobre a SE na CFW: nossa confissão, como bem sabemos, é uma interpretação fiel das Sagradas Escrituras. Sendo assim, a questão acaba se limitando à interpretação dos textos citados pela confissão. Os defensores da SE, interpretando Efésios e Colossensses, chegam a conclusão que "salmos, hinos e cânticos espirituais", significam todos a mesma coisa, isto é, "os Salmos inspirados". Se essa interpretação estiver correta, caro Heraldo, calo minha boca e serei um dos maiores defensores da SE ou, ao contrário, terei que deixar a IPB, para ser honesto com a questão confessional. O grande problema é que esta (a de vocês) não é a única interpretação. E isso deveria ser dito, sob pena de desonestidade intelectual. Para não estender muito a questão, cito Wlliam Hendriksen (reconhecido como excelente teólogo reformado); mas poderia também citar tantos outros, como o próprio Calvino, por exemplo. diz Hendriksen:

    Paulo reconhece claramente a natureza edificante do canto que glorifica a Deus [....]. Assim, no que se refere a salmos [...] nenhuma dificuldade. Quanto a hinos, se a definição de Agostinho for correta, existem hinos que não pertencem ao saltério do Antigo Testamento; hinos tais como o Magnifiacat (Lc 1:46-55). E o Benedictus (Lc 1:68-79). Fragmentos de outros hinos do Novo Testamento parecem estar incluídos nas cartas de Paulo (Ef 5:14; Cl 1:15-20; I Tm 3:16) [...]. A palavra canção [...] Efésios 5.19 e Colossenses 3.16, mas também Apocalipse 5.9; 14:3, onde “o novo cântico” é indicado [...]. Em tudo e por tudo, parece que o apóstolo emprega esses três termos [...] distinguno-os [...]: O termo salmos se refere [...] ao Saltério do Antigo Testamento; hinos, principalmente aos cânticos neotestamentários de louvor a Deus ou a Cristo; e cânticos espirituais, a quaisquer outras canções sacras” (HENDRIKSEN, 2007, p.431).

    5- Quando o irmão diz "Mas, mesmo que não queiramos adotar o cântico dos Salmos de forma exclusiva em nossas igrejas, pelo menos deveríamos lutar para que eles também fossem adotados". Aqui, prezado Heraldo, nessa luta estamos juntos. Estás certíssimo. Tenho alertado e ensinado aos irmãos em minha igreja, IPB-JORDÃO, com muita paciência e tranquilidade, que devemos lembrar sempre de cantar os Salmos. Domingo passado mesmo, cantamos o belíssimo Salmo 57 e assim tem sido a cada domingo. Aos poucos, com a graça de Deus, iremos nos "convertendo" neste sentido. Nossas igrejas realmente têm esquecido de cantar os Salmos e, com isso, todos nós perdemos muitíssimo. Estamos esquecendo do ensinamento do apóstolo: "Salmos, Hinos e Cânticos espirituais".

    Tudo de bom!

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  57. Caro Fábio,

    Espero não gastar mais tempo com essa discussão, por isso tentarei ser simples, breve e direto.

    Se alguém diz: "os batistas pensam assim..", com relação, por exemplo, à forma de governo, isso não quer dizer que não haja exceções entre eles. Da mesma forma quando se diz que os puritanos ensinavam isso ou aquilo, está se referindo a uma grande maioria deles, ou aos mais conhecidos, ou à nata dos grandes teólogos de Westminster, por exemplo. Essa é uma maneira natural de se referir a um grupo.

    O Diretório de Culto é citado apenas para mostrar que o que é dito ali confirma a interpretação de que Salmos na CFW se refere ao livro dos Salmos. Não se diz que é documento adotado pela IPB. Se há dúvidas ou anbiguidades quanto ao significado do uso da palavra Salmos na Confissão, o DC torna clara a intenção dos teólogos de WM. A prática histórica deles também confirma.

    Não se nega que há vários outros cânticos na Bíblia. A questão é provar se eles eram ordenados para o culto solene e, portanto, cantados na igreja primitiva em suas reuniões cúlticas.

    Quanto à interpretação de Efésios e Colossenses sobre "salmos, hinos e cânticos.." são expressões utilizadas pelo próprio livro dos Salmos para se referir à mesma coisa, ou seja: Salmos (veja, por exemplo, os salmos 60,66,67,68, 92). Será que o pensamento de Paulo, Mateus (26:30), Marcos (14:26) e Tiago (5:13 canto louvores), estava em algum hinário ou corinho da época, ou simplesmente eles utilizaram uma palavra para se referir a qualquer cântico, como nós utilizamos hoje? Tudo leva a crer que não, pois suas mentes e práticas estavam recheadas da Palavra do ?Senhor. Eram expressões de uso cotidiano e natural dos Judeus que condiziam com suas práticas.

    Entendo que o irmão está agindo corretamente em sua igreja introduzindo e incentivando o cântico dos hinos inspirados. Graças a Deus por isso.

    Um abraço,
    Heraldo

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  58. Prezado Heraldo:

    Seus comentários são muito bem vindos. Sempre aprendo um pouco mais!

    Entendo que sua interpretação de Colossensses e Efésios existe e que tem muita gente boa que pensa assim também. Mas, não é a única. Tambémn tem muita gente boa que pensa diferente, não é?

    Gostaria que me respondesse o seguinte:

    1- Hendriksen está errado em sua interpretação? Tantos outros que seguem o mesmo caminho, inclusive Calvino?

    2- Se a SE era algo tão fechado assim entre os cristãos e servos de Deus dos primeiros séculos antes e depois de Cristo, não seria lógico e coerente que Maria, por exemplo, cantasse um Salmo (dentro os 150) e não outro cântico que não um Salmo? (Por favor, não traga o conhecido argumento de que Maria cantou algum Salmo de forma parafraseada, como muita gente tem dito). E Zacarias? E Simão? e Jesus após a última ceia? É dito que "tendo cantado um hino". Neste último exemplo, caso argumente que foi um Salmo então, de pronto, estarás afirmando que a interpretação do teólogo preferido (atualmente) dos reformados -Hendriksen, está redondamente enganado.

    Tudo de bom!

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  59. Caro Fábio,

    Hendriksen é uma referência de fato. Ele, p. ex., diferente de sua interpretação, interpreta que Jesus e os apóstolos, APÓS A ÚLTIMA CEIA (Mateus 26:30 e Marcos 14:24) cantaram um Salmo do saltério. Era uma prática da igreja do VT cantar os Salmos do Hallel (Salmos 113—118) na celebração da Páscoa. Não creio, nem Hendriksen crê, nem James Morison, A. A. Hodge, Alfred Plummer, R.C.H. Lenski, Art Gundry, Peter Lange, G. Campbell Morgan, R.G.V. Tasker, C.H. Spurgeon, nem Matthew Henry, etc, que Jesus tenha cantado outra coisa como que trazendo alguma inovação na celebração da Ceia do Senhor.

    Os mesmos intérpretes, a exceção do Hendriksen, entre outros, entendem que Cl 3:16 e Ef 5:19 fazem referência ao saltério, pois as mesmas palavras são encontradas na Septuaginta (veja os salmos 60,66,67,68, 92). Paulo não aprendeu a usar esses termos com os Romanos, ele conhecia muito bem a tradução grega do V.T..

    A Bíblia de Genebra (Edição Rev. e Ampliada), editada pela SBB em parceria com a Ed. Cultura Cristã, da IPB, também faz menção a essa interpretação de Cl e Ef. Inclusive citando o capítulo 21:5 da CFW como apoio a essa interpretação. E por falar nisso, irmão, vc. sabe que a nossa CFW é tida por nós presbiterianos como a melhor interpretação das Escrituras. Pois é, ela interpreta as Escrituras; e nessa interpretação ela coloca as referências bíblicas para embasar aquilo sobre o qual ela argumenta. Pois bem, observe que quando ela fala no "cântico dos salmos" ela coloca como referências Cl. 3:16, Ef.5:19, Tg. 5:13 e At. 16:25. O argumento, portanto, para que cantemos os salmos é uma interpretação dessas passagens.

    Quanto à Maria cantar um dos 150 Salmos, é bom lembrar que Maria não estava num culto congregacional, público e corporativo. Não seria estranho pensar que Maria, quando reunida com a igreja, cantasse um dos 150 salmos (como qualquer judeu/cristão no culto não privativo). Maria não era exceção. Essa era a prática de então. Causaria estranheza se pensar que ela fazia solos no culto público. Essa prática sim, é nova.

    De qualquer forma, Fábio, é possível sim que Hendriksen estivesse errado em sua interpretação, tanto em Cl. 3:16, Ef.5:19, como em Mt 26:30 e Mc 14:24. Por que não? Assim como há a possibilidade de que qualquer outro intérprete, não inspirado, inclusive Calvino, esteja errado também. Acho sábias as palavras da CFW: "Todos os sínodos e concílios... podem errar, e muitos têm errado; eles... não devem constituir regra de fé e prática, mas podem ser usados como auxílio em uma e outra coisa”. Esse princípio se aplica para os nossos intérpretes também.

    Finalizando, não acho que a SE seja a questão mais relevante no momento. É uma questão importante sim, mas não a mais importante no momento. Quem sabe em outra ocasião. Acredito numa ordem de prioridades, mas não me cabe aqui listar essa ordem. Certamente a questão da SE não seria a primeira da lista. Talvez a última.

    De qualquer forma, devemos procurar não ofender os irmãos que pensam diferentemente de nós. Entendo que não devamos tachá-los de "Puritanos" ou "Neo-puritanos" ou Neo-presbiterianos, ou qualquer outro termo pejorativo. Qual seria nossa intenção ao fazer isso? Seria honrar a Cristo e à Sua igreja? Acredito que não. Já basta o que esses irmãos estão sofrendo ou sofreram em suas igrejas por pensarem dessa forma (sei por experiência própria o que é isso). Claro que há excessos em ambos os lados, mas essa não deve ser a regra e não devemos colocar a todos no mesmo saco, como se todos fossem iguais, e como se A ou B representasse a postura e o pensamento dos chamados "neo-puritanos". Os ímpios agem assim, quando "esteriotipam" os evangélicos de um modo geral com base naquilo que certas pessoas ou certos grupos fazem de errado.

    Portanto estejamos em paz e amemos uns aos outros no temor de Cristo. Que nossas palavras sejam temperadas com sal e que saibamos exaltar as virtudes uns dos outros como faziam os nossos pais puritanos, e não seus defeitos.

    Abraço,
    Heraldo

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  60. Descupe-me a minha ignorancia, mas ao ver tanta dedicação por aqueles que defendem a S.E e como se utilizam de textos(não biblicos) de livros e mais livros, não só referente a este assunto mais todo aquele que promova um bom debate para que eles possam mostrar todo seu conhecimento(não vida pratica) e andam como coceira no ouvido e não lembram de questões básicas ensinadas por CRISTO como AMOR na qual é a identidade do cristão,perdão,boas obras,evangelização, talvez por não ser interessante ou quem sabe não ser biblico rs. ninguém fala da doutrina dos apostolos no que se refere no tudo em comum, a igreja contando com a simpatia dos de fora,as viagens missionarias de Paulo, a ousadia se Pedro em pregar para as uatoridades,mas é bem mais comodo ficarmos trancados em nossas salas com ar condicionado debatendo o que os teologos com seus nomes cheios ks,ws,ys, sem importar muito com simplicidade do EVANGELHO, eis a razão das igrejas aproveitadoras conseguirem semear com tanta facilidade seu fermento, pois esse mesmo grupo que hoje faz esse cavalo de batalha sobre S.E é o mesmo que luat para mulhres não orar,presbítero não pregar,acabar com o dízimo e tantas e tantas novas,graças a DEUS que o EVANGELHO não dpende desse pessoal se não o céu estaria deserto e DEUS em sua soberania utiliza OS PEDROS E O PAULOS TEOLOGOS mas missionários. Abandone as salas de debate, as gravatas e paletós bem passados,agendas cheias de anotações de citações de grandes teólogos se forem utilizar para promover apenas divisão e discurssões dentro da igreja, canalize tudo isso com o anuncio do EVANGELHO ou vamos continuar ver pastorem enriquecer,doutrinas várias serem semeadas em meio a nossa nação. JONAS CARVALHO

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  61. Prezado Heraldo:

    Penso que no que é realmente essencial pensamos da mesma forma. Faço questão de reproduzir um trecho do irmão, porque penso exatamente assim:

    "Finalizando, não acho que a SE seja a questão mais relevante no momento. É uma questão importante sim, mas não a mais importante no momento. Quem sabe em outra ocasião. Acredito numa ordem de prioridades, mas não me cabe aqui listar essa ordem. Certamente a questão da SE não seria a primeira da lista. Talvez a última".

    Acho sua análise perfeita (muito embora não seja assim que pensa a maioria dos defensores da SE). Em um dos comentários que postei no eleitosdedeus eu disse a Gunnar que seria um dos maiores defensores da SE, depois que, juntos, conseguíssemos vencer muitas outras batalhas mais urgente.

    Contudo, caro irmão, você cita uma série de bons teólogos para insistir na defesa da SE e ainda completa:

    "é possível sim que Hendriksen estivesse errado em sua interpretação, tanto em Cl. 3:16, Ef.5:19, como em Mt 26:30 e Mc 14:24. Por que não? Assim como há a possibilidade de que qualquer outro intérprete, não inspirado, inclusive Calvino, esteja errado".

    Interessante que em momento algum vc pensa na possibilidade de "esses outros bons teólogos" que citou estivessem errados. Prefere dizer que até Calvino estaria errado (e claro que isso é possível). Mas, o que fica muito claro (o que tem sido uma característica de todos os defensores da SE), e isso tenho combatido, é o seguinte: "só nós estamos certos! Enquanto se diz o que nós concordamos está tudo bem. Se disser o contrário (por esse motivo acho que o Pipper não será convidado mais), pode ser até mesmo o "melhor teólogo de tdos os tempos" - Calvino -, não interessa; está errado. Pensou diferente de "nós" está errado.

    Essa não é uma postura humilde, nem sábia, nem intelectualmente honesta.

    Outra coisa: o que você acha de ser chamado de "desviado", de "não reformado", de "liberais", "infiéis"? Isso não é esteriotipar? Isso "também" não é atitude de ímpio? Pois é exatamente assim que os "reformados radicais" (grupo que sabemos existir, e, bem próximo de nós) se referem aos que pensam difente ou àqueles que não assumem uma "postura radical" (diga-se de passagem, posturas onde não há unanimidade) como a deles ou ainda àqueles que pensam na possibilidade de "outros grandes teólogos reformados" (como Hendriksen, por exemplo) estarem certos em suas interpretações.

    Quando utilizei o termo "Neo-Puritano", se vc observar bem, verá que tive o cuidado de salientar que não o estava utilizando com nenhuma conotação e intenção histórica; antes, pelo contrário, "como o assunto tem sido tratado dentro da IPB". Ou seja, se o termo tem conotação pejorativa, essa não foi minha utilização.

    Mas, sinceramente, esse termo é bem ajustado a certos "reformados" (aqui sim, estou usando de forma pejorativa), vc não acha? Pessoas que matam e morrem pela Salmodia Exclusiva mas que, ao mesmo tempo, não teem a menor dificuldade de faltar à igreja no dia do Senhor. Desprezam assintosamente o dia do Senhor. Como sabemos, isso seria inaceitável para os "Puritanos Originais". Esquecem do que disse Jesus: "tira a trave primeiro do teu olho".

    Em Cristo; convergindo no que é possível,

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  62. Onde se lê Pipper leia-se Dr. Joseph Pipa. Essa é uma referência direta à opinião contrária do Dr.Pipa quanto à Salmodia Exclusiva na sala do Clire, quando questionado. Aliás, não vi nenhum comentário sobre isso.

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  63. Irmão,

    Observe bem o que eu disse: "Assim como há a possibilidade de que QUALQUER OUTRO INTÉRPRETE, não inspirado, inclusive Calvino, esteja errado".

    Qualquer outro inclui todos, quer sejam defensores ou não da salmodia exclusiva.

    Sim, continuo com minhas convicções, mas tenho o maior respeito e consideração para com aqueles que pensam diferente de mim. O debate é salutar até ao ponto em que nos traga edificação e que nos concentremos no tema e não em questões que firam as pessoas.

    Sim, Pipa tem um pensamento de que os hinos devem ter os Salmos como modelo, até onde entendi o que ele falou. Acho bom que ele tenha essa convicção e tenha bons argumentos para isso. Nossa admiração por ele nunca dependeu desse pensamento em particular, sempre o convidamos e continuaremos fazendo o mesmo, aliás, temos trazido e traremos esse ano outros homens de Deus que não são defensores da salmodia exclusiva. Só entendemos que aquelas igrejas, aqueles irmãos que em suas igrejas só querem cantar os Salmos que possamos dar a destra da comunhão e não querermos impedi-los de cantar somente os salmos, pois não pecam se assim o fazem por convicções. Aquelas igrejas e irmãos que não querem cantar somente os salmos por entenderem que não estão ferindo o princípio regulador, que também tenham essa liberdade.

    Não considero que quem pensa que devamos cantar os Salmos e os hinos não inspirados seja um não reformado ou menos espiritual por isso. Acho bobagem estarmos perdendo tanto tempo com essa discussão. Cada um tenha sua fé bem definida e que tenhamos apreço pelos irmãos que pensam diferente de nós, pelo menos nesses pontos tão polêmicos e onde há grandes homens de Deus que pensam de forma diferenciada. Vamos nos concentrar em questões que nos edifiquem e que toleremos uns aos outros naquilo que não for nossa convicção. Acho que isso é mais importante.

    Entenda. Não queremos polemizar e fazer disso nossa bandeira. Isso não significa que não podemos expressar nosso pensamento, nosso entendimento, mas isso sem ofensas pessoas a quem quer que seja, e no campo do debate, onde for apropriado falar sobre o tema, no momento certo e com as pessoas que estão abertas para ouvir ou ler os argumentos a favor daquilo que entendemos ser um entendimento correto.

    Bem... Acho que isso já rendeu demais. Fico por aqui e peço ao Senhor que Ele nos abençoe e nos dê a Sua paz.

    Abraço,
    Heraldo

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  64. Caro Heraldo:

    Fico feliz por sua postura coerente e madura. Espero que o irmão possa ajudar outros irmãos, defensores da SE, que não conseguem ter uma postura adequada e coerente como a sua. Vou por esse caminho também! Permita-me caminhar junto com você!

    Acho completamente normal que alguns membros da IPB pensem diferente do que a IPB, oficialmente, pensa. Aliás, isso é até assegurado por nossa própria constituição. Sem problemas quanto a isso. Agora, "todos os problemas do mundo" quando esse "membro" ou grupo, que pensa diferentemente de sua própria igreja, quer implantar suas próprias idéias ou de qualquer outra comunidade eclesiástica(seja pentecostal ou reformada), à força, tentando, inclusive, arrebanhar outros irmãos atrás de si, causando grandes problemas às comunidades presbiterianas, como temos visto. Ou seja, pensar diferente pode (sabendo que já está, automaticamente, impedido de ser um oficial da IPB), ensinar e tentar fazer uma espécie de "proselitismo às aversas", isso não pode; é inadmissível. Tal postura é extremamente reprovável, uma vez que ninguém é membro de uma igreja de forma forçada. Se não se adequa ou mesmo se a comunidade em que faz parte não corresponde às suas expectativas teológicas e doutrinárias, talvez seja hora de pensar em mudar de comunidade. Temos um leque imenso de igrejas; certamente uma se adequará.

    Estamos numa igreja democrática e conciliar que dispõe de instrumentos constitucionais para provocar as mudanças e correções necessárias. "Qualquer tentativa" fora dessa forma legal, em minha opinião, deve ser considerado como pecado de rebeldia, sendo, inclusive, merecedora de ação disciplinar.

    Quando digo que o "membro" pode pensar diferente daquilo que a IPB oficialmente pensa, obviamente que não estão incluídos aqui os oficiais (presbíteros - regentes e docentes - e diáconos). Esses, não têm o menor direito de, nem mesmo, "pensar" diferente da IPB, à excessão dos casos que podem e devem ser submetidos aos concílios imediatos e/ou superiores, sob pena de desonestidade intelectual e quebra de voto.

    No caso da SE exclusiva e da oração de mulheres no culto, por exemplo, a IPB (falo da IPB e não de outras igrejas Presbiterianas pelo mundo) nunca, em toda sua história, foi adepta, oficialmente, nem constitucionalmente nem em matéria de confissão de fé, de tais práticas. Note que não se trata de um caso clássico de "desvio de conduta ou de alvo"; não nestes casos. Repito: tais práticas nunca fizeram parte da IPB.

    Em síntese, tudo que acabei de falar acima se aplica também à essas duas questões e a muitas outras que têm sido levantadas nos últimos dias.

    No mais,
    Que o Senhor nos conceda sabedoria para guiar seu rebanho!

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  65. Caríssimos irmãos,

    Bem, como o texto é grande e cheio de subdivisões, há a implicância de diversidade de questões, assim meu comentário não poderá ser breve.

    Em primeiro lugar, quero destacar o fato de que “confessionalidade”, a rigor, não exige a adesão cega a todos os pontos de doutrina de uma Confissão de Fé, como deu a entender o autor do texto ora comentado. Como norma subordinada, a própria Confissão de Fé de Westminster reconheceu a possibilidade de erro dos concílios, e assim se expressa:

    “O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas, e por quem serão examinadas todos os decretos dos concílios, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo, em cuja sentença nos devemos firmar, não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura” (CFW, Cap. I, X).

    Digam o que quiserem, mas os puritanos compositores da CFW reconheceram a supremacia absoluta da Escritura, e reconheceram o direito de discordância de qualquer ponto da própria Confissão, desde que feita segundo a regra da analogia fidei, exposta no artigo anterior: “A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente” (CFW, Cap. I, IX). O que foi rejeitada foi a discordância baseada em mera interpretação pessoal, mas não aquela derivada de hermenêutica, exegese e teologia sadias.

    Escrevi isso porque o autor buscou “engessar” o que ele chama de “neo-puritanos” presbiterianos como insurgentes contra a CFW e e o confessionalismo da IPB, pelo fato desta denominação haver adotado, segundo ele, a tradição puritana de fé somente na adoção da CFW e dos Catecismos de Westminster: “Evidentemente os Puritanos têm muitas outras contribuições ao mundo e à IPB particularmente, contudo, essa contribuição como “Padrão de Fé”, limita-se “tão somente” aos documentos citados acima (outros documentos foram elaborados na mesma assembléia de Westminster, mas não foram adotados pela IPB). Possivelmente, referia-se ao Diretório de Culto de Westminster.

    Para corroborar a sua posição o autor exagera em sua conclusão: “Isso faz da IPB, além de uma igreja Puritana, uma igreja Confessional. Isso significa que, hipoteticamente falando, mesmo se o maior de todos os teólogos – João Calvino – ensine (ou interprete) algo diferente do que está ensinado (ou interpretado) nos referidos símbolos de fé, como membros da IPB (especialmente pastores, presbíteros e diáconos), por questão de coerência, devemos optar pela interpretação dos documentos de Westminster”.

    Ora, mas o próprio objeto de subscrição, a CFW, diz que “devemos optar pela interpretação” do “Espírito Santo falando na Escritura”.

    Isto exposto, quero dizer que sou totalmente favorável à CFW como exposição fiel do sistema de doutrina da bíblia, e do sistema teológico formulado pelos reformadores e seus sucessores. Mas não posso deixar de reconhecer, como fizeram os puritanos, que a CFW é norma normata (norma normatizada por outra superior) e não norma normans (norma suprema), qualidade esta exclusiva da Escritura Sagrada.

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  66. Se fôssemos empregar o rigor confessional que o autor preconiza contra os “neo-puritanos” sobre todos os oficiais da IPB, de norte a sul, de leste a oeste do país, restaríamos com uma igreja com pouquíssimos ministros, e muito menos ainda presbíteros e diáconos.

    À luz da subscrição confessional, muitas das igrejas da IPB que tenho conhecido são presbiterianas apenas pelo nome na parede frontal de seus templos, mas basta se ouvir a pregação e começar a liturgia do culto para se perceber que os puritanos se remexeriam em seus túmulos se alguém ousasse vinculá-las em algum grau com a tradição doutrinária, teológica, litúrgica e de prática de vida cristã deles.

    Bem, mas passemos à análise de alguns pontos do Filósofo Calvinista.

    Em termos históricos, o autor busca desacreditar os defensores do “Princípio Regulador do Culto” (PRC), atribuindo-lhes erro em sua aplicação, alegando desuniformidade entre os puritanos a respeito da salmodia exclusiva, da utilização de instrumentos no culto público e sobre o fato de que uns poucos, como John Owen, defendiam somente o uso de orações também inspiradas.

    Ora, ou esse é um argumento simplista ou é de pura má-fé. Os defensores do PRC não olvidam das dissensões que existiam entre os próprios puritanos, mas quando se referem à adoração pública puritana como possuindo características tais como de salmodia exclusiva e ausência de instrumentação para acompanhamento do canto dos salmos têm em mente a majoritariedade do movimento puritano, e não as suas possíveis exceções, que existem em qualquer movimento, religioso ou não.

    Por exemplo, Matthew MacMahon escreveu a respeito: “O uso dos Salmos no culto como o texto divino que Deus deu à Sua Igreja para cultuá-lo. Essa era a visão majoritária entre os Reformadores e Puritanos” (destaques meus). A seguir, o mesmo autor continua a sua argumentação: “Os Puritanos cultuavam a Deus usando os Salmos, e somente os Salmos. Eles não permitiam que instrumentos musicais penetrassem em seu culto, mas, ao invés disso, mantinham a simplicidade encontrada no Novo Testamento daquilo que conhecemos como “canto congregacional” em substituição ao culto cerimonial do Velho Testamento, que fora primariamente feito pelos sacerdotes Levitas, instituídos por Davi, sob ordem direta de Deus. Assim, eles usavam os Salmos como o livro de cânticos divinamente inspirado para a igreja” [Salmodia Exclusiva, < http://www.monergismo.com/textos/liturgia/salmodia_matthew_mcMahon.htm>].

    Logo, percebe-se que os “neo-puritanos” sabem muito bem que quando falam de salmodia exclusiva, de orações espontâneas e do não uso de instrumentos no culto público eles estão tratando da tradição puritana pelo seu prisma absolutamente majoritário. É neste sentido de majoritariedade que também se expressa o rev. Dr. Paulo Anglada, pastor da Igreja Presbiteriana Central do Pará: “Os reformadores aboliram toda a parafernália do culto católico-romano, e os puritanos fizeram o mesmo com relação ao culto anglicano. Ambos instituíram uma forma de culto extremamente simples, colocando de lado toda a pompa, esplendor, vestes, adereços, procissões, cerimônias, livros de oração, representações, símbolos, gestos, etc. O culto reformado e puritano consistia simplesmente de leitura bíblica, pregação, oração, cântico dos Salmos (sem nenhum instrumento), ministração das duas ordenanças e a bênção apostólica. Além disso, a primazia cabia à pregação. O púlpito foi colocado no centro” (O Princípio Regulador do Culto. São Paulo: Editora PES, pp. 9-10) .

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  67. Assim sendo, a tentativa do autor de minar o vínculo histórico dos “neo-puritanos” com os puritanos, com base nas divergências existentes entre estes, é natimorta, fruto de análise parcial e superficial, além de desonesta, do escritor.

    O autor passa então a apelar para uma distinção jurídica entre as palavras “princípio” e “regra”, aduzindo que os “neo-puritanos” querem transformar o PRC em uma RRC (Regra Reguladora do Culto). Alega que o PRC foi idealizado pelos puritanos justamente para combater a espécie RCC. Para isso dá evidências históricas de que muitos puritanos tinham ojeriza à muitas regras litúrgicas de seu tempo, mormente os anglicanos quanto ao Livro de Oração Comum, e outras coisas semelhantes.

    De fato, o PRC foi tido pelos puritanos como um princípio libertador da rigidez da liturgia anglicana e católico-romana. Ocorre, que a liberdade que os puritanos ansiavam era relativa a tudo aquilo que não era prescrito pela Palavra de Deus, e eles tinham toda essa rigidez litúrgica aludida como acréscimo humano ao culto de Deus, e não como algo biblicamente ordenado.

    Mas por causa disso e por causa de uma distinção jurídica entre as palavras supracitadas dizer que o PRC não é uma regra é uma verdadeira demonstração de desconhecimento da natureza e do conceito do PRC.

    Primeiramente, tratarei da distinção jurídica entre princípio e regra, ambas enquadradas na categoria das normas. Segundo um grande constitucionalista brasileiro (agora não tenho a obra em mãos para a referência), José Afonso da Silva, “princípio é um mandamento nuclear de um sistema”. Sua natureza e função são de servir de ponto de edificação de um sistema de normas. Para cumprir a sua função e fazer jus à sua natureza, o princípio deve gozar de um enorme poder de generalidade, haja vista que ele se espraiará sobre uma grande quantidade de outras normas, tanto em sentido informativo (para a composição delas) quanto interpretativo.

    Por isso, outro grande constitucionalista pátrio, Celso Ribeiro Bastos, coloca a distinção entre princípio e regra na densidade semântica de um e de outra: “... é possível identificar o fato de que certas normas, na medida em que perdem o seu caráter de precisão de conteúdo, isto é, perdem densidade semântica, elas ascendem para um posição que lhes permite sobrepairar uma área muito mais ampla. O que elas perdem, pois, em carga normativa, ganham como força valorativa a espraiar-se por cima de um sem número de outras normas. No fundo, são normas tanto as que encerram princípios quanto as que encerram preceitos” (Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 54).

    As normas que perdem poder normativo e ganham poder valorativo, isto é, perdem precisão de conteúdo, perdem densidade semântica são as que se chamam em Ciência Jurídica de “princípios”. Já as normas com grande precisão de conteúdo são as regras ou preceitos.

    Mas, por que na Ciência Jurídica há de ser assim com os princípios? O Direito não é uma ciência do “ser”, mas do “dever-ser”. O Direito não revela a verdade, mas ordena a vida social em determinada época, em determinado território, no contexto de determinados valores. O Direito, no dizer de Paulo Nader, em matéria propedêutica à Ciência do Direito, em um subtítulo de um dos capítulos de sua obra, é “....Processo de Adaptação Social” (Introdução ao Estudo do Direito. Rio de Janeiro: Forense, 1996, p.22).

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  68. Como o processo legislativo, a feitura das leis, não consegue acompanhar as demandas sociais, então os princípios, por causa do seu alto grau de abstração normativa, servem de instrumentos ao poder judiciário para a composição dos litígios, e para a interpretação das novas leis, nesse processo de adaptação da sociedade às suas necessidades de convivência, paz e progresso.

    Logo, em sentido jurídico, um “princípio” que hoje conflita com com o conteúdo de uma lei, com a passar do tempo pode até harmonizar o conteúdo desta lei consigo mesmo, tendo em vista a adaptação social. O próprio princípio pode ser reinterpretado, haja vista a sua alta abstratividade normativa. É por causa desse fenômeno jurídico que os ordenamentos jurídicos podem ter certa longevidade.

    Contudo, há uma grande diferença entre a Ciência Jurídica e a Ciência Teológica. Esta tem como objeto de estudo a Palavra de Deus, a revelação da verdade, e procura colocar essa revelação em categorias sistematizadas para a melhor compreensão da verdade e obediência do povo de Deus. A Teologia sistematiza a verdade, a vontade revelada de Deus para a sua criação, não como processo de adaptação social, mas como expressão da soberania divina.

    Assim sendo, mesmo que as palavras “princípio” e “regra” tenham em Teologia conotações comuns à Ciência do Direito, todavia, por causa da natureza totalmente diversa da Ciência Teológica, podem e têm, muitas vezes, em suas aplicações, diferenças substanciais com a Jurisprudência (designação pela qual os romanos nomeavam a Ciência Jurídica).

    Além disso, há até mesmo distinção de conotação, pois a norma jurídica (princípio ou regra) fixa o dever-ser em razão do processo legislativo e de política legislativa, que elege ou reconhece os valores existentes em dado momento histórico em certa sociedade. Já um princípio ou regra bíblica sempre expressa a verdade eterna de Deus, pois reflete a sua natureza moral, mesmo que tal regra tenha sido estabelecida para duração temporária, mas sempre está ligada àquilo que Deus eternamente é.

    Qualquer um que não esteja apto a enxergar as distinções de natureza, metodologia e finalidade existentes entre Teologia e Direito também não carrega atributos para vislumbrar que o uso das palavras “princípios” e “regras” nessas duas ciências tem as suas particularidades.

    Feitas essas ressalvas, afirmo categoricamente que o PRC é uma regra, mesmo em sentido jurídico, devido à especificidade de seu conteúdo. O uso da palavra “princípio” aqui é uma armadilha para os desavisados, pois ela denota apenas o fundamento sobre o qual o culto público é regulamentado. Princípio claramente é usado, aqui, como sinônimo de regra.

    A CFW assim define o PRC: “... o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo, e é tão limitado pela sua própria vontade revelada, que ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens, ou sugestões de Satanás, nem sob qualquer representação visível, ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras” (Cap. XXI, I). Em palavras mais simples, o PRC se constitui na regra que reza que o culto de Deus é constituído somente daquilo que é expressamente prescrito na Escritura Sagrada.

    Diante de toda essa especificidade de conteúdo, de toda essa densidade normativa, pode alguém negar que o PRC é uma regra bem limitada? Somente o cego que não quer ver pode negar ser o PRC uma regra com conteúdo bem definido.

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  69. A questão que dividia alguns reformados e puritanos no passado, e ainda divide hoje, não incide no fato de o PRC ser ou não uma regra, mas sim a respeito do que a Escritura prescreve para o culto que se enquadra nessa regra. Desse modo, a esmagadora maioria julgava ser a salmodia exclusiva prescrita pela Escritura, e assim essa prescrição se amoldava à regra do PRC. Outros, a esmagadora minoria, não conseguia vislumbrar na Escritura mandamento a favor da salmodia exclusiva, portanto incluíam, além dos Salmos, outros cânticos em sua liturgia, e mesmo assim julgavam não estar quebrando a regra do PRC.

    O PRC é uma regra absolutamente rígida e específica: o culto só pode ser constituído daquilo que Deus expressamente ordenou em sua Palavra. A dificuldade reside na sistematização daquilo que foi ordenado expressamente. A dificuldade, pois, é hermenêutico-exegética, e não sobre a natureza normativa do PRC.

    Aliás, não há nada na Escritura com evidência maior de ser a sua natureza uma regra do que o PRC. As palavras de Samuel Waldron, citadas por Matthew MacMahon, expressam bem essa verdade: “Parece que um dos obstáculos de ordem intelectual que impede os homens de aceitarem o Princípio Regulador é que este envolve a ideia de que a igreja e seu culto foram ordenados de maneira diferente do restante da vida. No que concerne ao restante da vida, Deus estabelece para os homens os grandes e abrangentes princípios de sua Palavra e, de acordo com os limites estabelecidos nestas orientações, permite que eles conduzam suas vidas da melhor forma que puderem. Ele não dá aos homens orientações detalhadas sobre como devem edificar suas casas ou seguir carreiras seculares. O Princípio Regulador, por outro lado, envolve uma limitação na iniciativa da vontade humana, o que não é característico no que se refere ao restante de nossa vida. Evidentemente, isto admite que existe uma diferença entre a maneira como o culto da igreja deve ser regulado e a maneira como o restante da sociedade e a conduta humana dever ser ordenadas. Portanto, o Princípio Regulador está sujeito a ofender muitas pessoas, por considerarem-no como opressivo, específico e, por conseguinte, só suspeita, por não estar de acordo com a maneira de Deus lidar com os homens e orientar os outros aspectos de nossa vida” (Matthew MacMahon, Princípio Regulador do Culto, Revista Fé para Hoje, versão eletrônica, nº 07, ano 2000. pp. 23-24. http://www.editorafiel.com.br/fotos_produtos/revistas/pdf/00011.PDF ).

    Ainda ressaltando o caráter eminente de preceito, de regra, do PRC, a Igreja Presbiteriana Central do Pará, como já dito, pastoreada pelo rev. Paulo Anglada, assim colocou em sua página na internet: “Os reformadores tinham uma regra básica que serviu de norma para a reforma litúrgica que empreenderam. Esta norma ficou conhecida como princípio regulador puritano. Em contraposição ao princípio católico romano e anglicano, segundo o qual tudo o que não fosse proibido nas Escrituras era permitido no culto, o princípio regulador puritano afirma que só é permitido no culto o que for diretamente prescrito nas Escrituras ou legitimamente inferido do seu ensino (Dt 12:32; Cl 2:8,16-23)” [].

    Destarte, a alegação de que o PRC não é uma regra só pode ser resultado de desconhecimento do assunto. Uma afirmação como a seguinte: “ O princípio Regulador do culto é um princípio que admite dentro de si várias normas, várias regras; bem como não admite, em hipótese alguma, outras tantas. Ele não é uma norma analítica, mas um princípio Geral” não faz jus à natureza do PRC.

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  70. Contudo, apesar de ser uma regra geral, que ordena que o culto deve ser constituído somente dos elementos prescritos por Deus, porém, não há na Escritura Sagrada uma ordem definida, em termos de cronologia litúrgica, para a utilização dos elementos cúlticos. Esta é a liberdade que nosso Filósofo Calvinista confundiu ao ponto de dizer que o PRC não se constitui em regra rígida. Todavia, quanto ao fato que os elementos que fazem parte do culto são somente os prescritos, não pode existir norma mais rígida que o PRC.

    O autor do texto ora comentado, por exemplo, defende como prescritos pela Escritura, e assim tutelados pelo PRC o cântico de hinos não inspirados, o uso de instrumentos musicais no culto público, a utilização de corais e coros na adoração pública, e afirma que todas essas coisas encontram fundamentação bíblica, isto é, são ordenadas por Deus, e assim se amoldam ao PRC. Essa é a sua interpretação.

    Na defesa de sua argumentação, cita Gerard Van Groningen, aludindo haver no AT pelo cinco épocas distintas na antiga aliança que nos ensinam perspectivas distintas sobre a adoração, sobre o culto. Vindo de um teólogo bíblico, soam estranhas as afirmações de Groningen, haja vista ser elementar em teologia que a revelação de Deus é progressiva e harmônica, e o mesmo ocorre com o culto. Deus não revelou de uma vez só a prescrição para o culto. Cada vez que revelava algo, aquilo passava a ser normativo para o culto. Groningen e o autor do texto parecem haver esquecido que quanto mais a revelação se aproximava do Novo Testamento mais a tipologia perdia sua força como preparação para o advento do antítipo, que é o próprio Jesus Cristo. Esse fato, essa verdade, integra a revelação bíblica. O próprio surgimento da sinagoga, por exemplo, indica o que disse Jesus, “... que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai” (João 4:21 RA). Foi uma preparação para a libertação do simbolismo e da tipologia da revelação do AT, a fim de que ela fosse entendida em sua essência, que é Cristo, o verdadeiro Templo.

    Para defender a hinologia não inspirada, o nosso Filósofo cita o texto de Paulo em colossenses: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Colossenses 3:16 RA).

    Incontinenti, transcreve uma citação de William Hendriksen para embasar que salmos, hinos e cânticos espirituais são três categorias distintas. Após a citação do referido autor, nosso Filósofo desafia: “Alguém se habilita a dizer que o Hendriksen está errado? (Tenho certeza que sim). Com que autoridade? A de quem leu meia dúzia de livros?

    Eu fico perplexo que um licenciado e mestre em filosofia desconheça a falácia conhecida “ad verecundiam” (apelo à autoridade). A verdade, conforme ensina a lógica, não se estabelece pelo recorrimento a alguma autoridade humana, notória conhecedora de uma área do saber. A verdade é a verdade, independentemente do nome ou da fama daquele que a profira e a demonstre. Esse é um princípio básico da lógica e da filosofia. Na verdade, a verdade está ao nosso alcance pela revelação do Espírito na Sagrada Escritura. Esta é a única autoridade a quem se deve recorrer de forma absoluta.

    Sim, eu ouso dizer que Hendriksen está errado, pelo fato do padrão hebraico de pensamento revelado na Escritura, sua própria intérprete. Eis vários exemplos:

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  71. “E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado ...” (Êxodo 34:6-7 RA).

    Por acaso alguém pensa que o escritor bíblico está tratando de três espécie distintas de transgressão da lei de Deus? Ou esse é uma forma peculiar, presente em toda a Escritura, à mentalidade hebraica e à expressão de seu pensamento? É óbvio pela revelação bíblica que isso é um claro hebraísmo.

    “Tu, porém, fica-te aqui comigo, e eu te direi todos os mandamentos, e estatutos, e juízos que tu lhes hás de ensinar que cumpram na terra que eu lhes darei para possuí-la” (Deuteronômio 5:31 RA).

    Novamente, a tríade mandamentos, estatutos e juízos quer dizer que Deus ensinaria a Moisés a sua Lei em sua totalidade, a fim de que ele a repassasse ao povo. É uma forma tipicamente hebraica para falar de uma totalidade.

    “... Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento” (Lucas 10:27 RA).

    Por acaso o versículo acima quer dizer que o homem é quadripartido? Obviamente que não, “de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento” indica que todo o ser do homem deve estar voltado para devotar amor a Deus em primeiro lugar. É uma forma típica dos hebreus se pronunciarem, mesmo neste caso escreve na língua grega.

    “Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis” (Atos 2:22 RA).

    Embora em vão os pentecostais tenham buscado diferenciar milagres de prodígios, e estes de sinais, resta claro que é apenas a forma hebraica de se expressar para falar da obra sobrenatural de Cristo entre os homens, que comprovava a sua divindade, a sua filiação divina e a sua messianidade.

    Por que será que só a tríade “salmos, e hinos, e cânticos espirituais” não pode se enquadrar na mentalidade hebraica, na forma judaica de expressão, tão comum em todas as Escrituras, do Antigo e do Novo Testamentos?

    Se alguém tivesse que arriscar a sua vida quanto à questão, arriscaria segundo um padrão claramente estabelecido na Escritura, a forma hebraica de expressão, ou a arriscaria em cima de hipóteses não comprovadas de fragmentos de hinos primitivos, os quais não restou um só escrito extra-bíblico, se existiram?

    Vejam só as palavras de Hendriksen, citadas tão confiadamente pelo nosso Filósofo: “Fragmentos de outros hinos do Novo Testamento parecem estar incluídos nas cartas de Paulo (Ef 5:14; Cl 1:15-20; I Tm 3:16) [...]”; “Em tudo e por tudo, parece que o apóstolo emprega esses três termos […] distinguindo-os […]: O termo salmos se refere […] ao Saltério do Antigo Testamento; hinos, aos cânticos neotestamentários de louvor a Deus ou a Cristo; e cânticos espirituais, quaisquer outras canções sacras”.

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  72. Alguém em sã consciência trocaria aquilo que está claramente revelado como padrão na Escritura pelo “parece” de Hendriksen, apesar de seu renome no campo teológico? Duvido que um homem sábio faça tal coisa. Toda a fundamentação hermenêutica, exegética e teológica de Hendriksen, ao final de tudo, se resume na dúvida, no “parece”, no “talvez”, no “quem sabe”.

    Somente alguém com pouco ou nenhum temor de Deus troca a certeza da sua Palavra pela especulação dos teólogos.

    Não há nenhuma prova exegética, arqueológica ou histórica da existência de hinos primitivos, e de que os que constam nas Escrituras sejam fragmentos destes tais.

    Eu posso ter lido apenas meia-dúzia de livros, mas leio as Escrituras, e tenho o Espírito de Deus que me guia em toda a verdade, conforme a sua promessa.

    Além do mais, é um procedimento hermenêutico, exegético e teológico correto seguir o conselho de Brian Schwertley na questão da interpretação dos termos “salmos, e hinos, e cantos espirituais”, não pelo prisma do significado para as pessoas de hoje, mas para os leitores originais de Paulo:

    “Antes de considerarmos a questão de como essas passagens estão relacionadas com a adoração pública, vamos considerar primeiro a questão “o que Paulo quis dizer com as expressões, Salmos, Hinos e Cânticos Espirituais?”Esta questão é muito importante para os defensores da hinodia não-inspirada que (dizendo-se adeptos do Princípio Regulador) apontam para essas passagens como prova de que os hinos não-inspirados são permitidos por Deus na adoração pública. Ao examinar passagens como Efésios 5:19 e Colossenses 3:16 não se deve cometer o erro comum de importar nosso significado ou uso moderno de uma palavra, tal como “hino”, ao que Paulo escreveu há mais de dois mil anos atrás. Quando uma pessoa hoje ouve a palavra “hino”, ela imediatamente pensa nos hinos extra bíblicos, os hinos não-inspirados encontrados nos bancos de muitas igrejas. A única forma de se determinar o real significado do que Paulo quis dizer com as palavras, “salmos, e hinos, e cânticos espirituais”, é determinar como esses termos foram usados pelos cristãos de língua grega no primeiro século” (Salmodia Exclusiva – uma defesa bíblica) [http://www.entrewave.com/view/reformedonline/Salmodia%20Exclusiva_Brian_30b.12.05.htm].

    Devemos levar em conta que a igreja de Colossos, e também a de Éfeso, onde uma passagem paralela aparece, eram igrejas formadas de judeus, prosélitos e gentios, todos convertidos a Cristo. Certamente, a versão bíblica de uso corrente em uma igreja gentílica como estas seria a LXX (Septuaginta), bem conhecida de todos esses grupos.

    Desse modo, a afirmação seguinte de Schwertley é cheia de bom-senso: “Quando Paulo expressou ideias do Velho Testamento, para uma audiência de gentios e fala grega, ele usou a terminologia religiosa usada pela Septuaginta. Se os termos hinos (humnois) e cânticos espirituais (odais pneumatikois), tivessem sido definidos dentro do Novo Testamento, não haveria necessidade de procurarmos significados para eles na Septuaginta. Mas, uma vez que esses termos são raramente usados no Novo Testamento e não podem ser definidos dentro do contexto imediato à parte do conhecimento do Velho Testamento, seria exegeticamente irresponsável ignorar como esses termos eram usados na versão Septuaginta do Velho Testamento” (obra citada).

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  73. Buscando-se, pois, tais conceitos no Velho Testamento, mormente na Septuaginta, “... verificamos que os termos usados por Paulo: salmos (psalmos), hinos (humnos) e cânticos (odee), claramente se referem ao livro dos Salmos do Antigo Testamento e não a antigos e modernos hinos ou cânticos não-inspirados” (Brian Schwertley, op. Cit.).

    Para corroborar a sua afirmação, Schwertley cita Michael Bushell, o qual asseverou: “Psalmos ocorre 87 vezes na Septuaginta, desses, 78 aparecem nos próprios salmos, sendo que 67 são títulos de salmos. Da mesma forma, o título da versão grega do saltério. Humnos ocorre 17 vezes na Septuaginta, 13 das quais estão nos Salmos, sendo seis delas nos títulos. Em 1 Samuel , 1 & 2 Crônicas e Neemias há cerca de 16 exemplos nos quais os Salmos são chamados “hinos” (humnoi) ou “cânticos” (odai) e o cântico deles é chamado “cantar louvor” (humneo, humnodeo, humnesis). Odee ocorre umas 80 vezes na Septuaginta, 45 das quais nos Salmos, 36 nos títulos dos Salmos” (op. cit.)

    Como nós não dependemos da autoridade humana, mas da Palavra de Deus, mostraremos alguns exemplos das afirmações de Bushell, citadas por Schwertley, extraindo-os da versão grega Septuaginta, onde se atribui aos Salmos todos os três termos usados por Paulo tanto em Colossenses quanto em Efésios.

    Por exemplo, o Salmo 66, na versão Revista e Atualizada tem o título “Ofertas de Gratidão”, e o Salmo é endereçado “Ao mestre de canto. Cântico. Salmo”. Percebe-se que mesmo nessa tradução portuguesa o Salmo 66 é referido como Cântico e Salmo. Mas vejamos esse endereçamento no grego da Septuaginta: “(66:1) εις το τελος εν υμνοις ψαλμος ωδης” (LXX). Veja-se que as três palavras usadas em Colossenses 3:16 aparecem aqui: “ψαλμοις υμνοις ωδαις πνευματικαις...”. (Cl 3:16, WH).

    Este padrão pode ser visto em vários outros Salmos, tais como o 65, 67 e o 75. Não farei as transcrições para não alongar ainda mais uma resposta que já se mostra por demais comprida. Mas creio que aqueles que temem ao SENHOR e buscam a verdade não se furtarão de olhar com os seus próprios olhos na LXX que tal fato é verdadeiro.

    Apenas à título de corroboração, na tradução portuguesa da RA, o Salmo 72 assim termina: “ Findam as orações de Davi, filho de Jessé” (Salmos 72:20 RA). Todavia, esse versículo pode bem ser assim traduzido: “Findam-se os hinos de Davi, filho de Jessé”. Para esta conclusão, basta olhar como os eruditos traduziram do hebraico para o grego, na Septuaginta: “εξελιπον οι υμνοι δαυιδ του υιου ιεσσαι” (Psalms 72:20 LXX).

    Qualquer leitor da Septuaginta, pois, não teria dificuldades de identificar os Salmos com hinos, e qualquer leitor de Paulo, habituado com a versão dos setenta, não teria qualquer dificuldade de identificar a tríade, “salmos, e hinos, e cânticos espirituais” com o saltério do Antigo Testamento. Todavia, os sabichões modernos, leitores de muitos livros, preferem o “parece”, o “talvez”, o “quem sabe”, ou seja, a especulação de muitos teólogos renomados às evidências estabelecidas pela própria Palavra de Deus.

    O Filósofo calvinista cita vários textos do Antigo Testamento que demonstram que havia cantores, cantoras e corais. Transcreve em seu texto, por exemplo: “Aconselhou-se com o povo e ordenou cantores para o SENHOR, que, vestidos de ornamentos sagrados e marchando à frente do exército, louvassem a Deus, dizendo: Rendei graças ao SENHOR, porque a sua misericórdia dura para sempre” (2 Crônicas 20:21 RA).

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  74. O contexto desse texto é que o quando o rei Josafá soube que uma grande dos filhos de Amom, de Moabe e dos meunitas vinham à peleja contra si, “... teve medo e se pôs a buscar ao SENHOR; e apregoou jejum em todo o Judá” (2 Crônicas 20:3 RA). Então, “Judá se congregou para pedir socorro ao SENHOR; também de todas as cidades de Judá veio gente para buscar ao SENHOR. Pôs-se Josafá em pé, na congregação de Judá e de Jerusalém, na Casa do SENHOR, diante do pátio novo” (2 Crônicas 20:4-5 RA).

    Nesta ocasião, na Casa do SENHOR, “Dispuseram-se os levitas, dos filhos dos coatitas e dos coreítas, para louvarem o SENHOR, Deus de Israel, em voz alta, sobremaneira” (2 Crônicas 20:19 RA).

    No outro dia, pela manhã cedo, como nos diz o texto transcrito pelo Filósofo Calvinista, Josafá “... Aconselhou-se como o povo e ordenou cantores para o SENHOR, que, vestidos de ornamentos sagrados e marchando à frente do exército, louvassem a Deus, dizendo: Rendei graças ao SENHOR, porque a sua misericórdia dura para sempre”.

    Vê-se, claramente, que a ordem do rei veio depois de se aconselhar com o povo, e não com Deus, e que os cantores seguiam à frente do exército, não se tratando, portanto do culto público no Templo. Tal texto, portanto, não prescreve, de modo algum, como manda a regra do PRC, a necessidade de o culto público ter como elemento cantores vestidos de ornamentos sagrados.

    Além disso, tal texto é apenas descritivo e altamente simbólico/tipológico em razão da ornamentação sagrada utilizada pelos cantores. Há clara distinção do que ocorreu no Templo, ocasião em que os levitas, em voz alta sobremaneira, louvaram ao SENHOR, e o que ocorreu fora do Templo, quando cantores marcharam à frente do exército. Um evento ocorreu de acordo com o prescrito com a Lei, o outro de acordo com o aconselhamento do rei com o povo. Por que esse pessoal antes de sair postando versículos não se dão pelo menos ao trabalho de ler os contextos imediatos, bem como meditar sobre as suas relações com o que está revelado entes e depois deles?

    Nosso Filósofo também transcreve, como fundamentação bíblica para coro/cantores, o seguinte texto, obviamente sem fazer a devida análise contextual do mesmo: “e quando todos os levitas que eram cantores, isto é, Asafe, Hemã, Jedutum e os filhos e irmãos deles, vestidos de linho fino, estavam de pé, para o oriente do altar, com címbalos, alaúdes e harpas, e com eles até cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas;” (2 Crônicas 5:12 RA).

    O contexto desse texto é o do transporte da arca da cidade de Davi, Sião, para o Templo por Salomão. Tal contexto deixa claro que a arca foi transportada de acordo com as exigências da Lei, pelos levitas-sacerdotes.

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  75. O versículo forma uma perícope com o imediatamente anterior e os que o seguem: “Quando saíram os sacerdotes do santuário (porque todos os sacerdotes, que estavam presentes, se santificaram, sem respeitarem os seus turnos); e quando todos os levitas que eram cantores, isto é, Asafe, Hemã, Jedutum e os filhos e irmãos deles, vestidos de linho fino, estavam de pé, para o oriente do altar, com címbalos, alaúdes e harpas, e com eles até cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas; e quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram para se fazerem ouvir, para louvarem o SENHOR e render-lhe graças; e quando levantaram eles a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos músicos para louvarem o SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre, então, sucedeu que a casa, a saber, a Casa do SENHOR, se encheu de uma nuvem; de maneira que os sacerdotes não podiam estar ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR encheu a Casa de Deus.” (2 Crônicas 5:11-14 RA).

    Veja-se que o local é o Templo, e que há a presença de levitas-sacerdotes e levitas-cantores, e que o cântico foi em uníssono, assim como o acompanhamento instrumental, pelos instrumentos de Davi (címbalos, alaúdes e harpas), por ordem dos profetas Gade e Natã (2Cr 29:25), por revelação de Deus, e as trombetas, tocadas pelos sacerdotes, também introduzidas por ordem direta de Deus (Nm 10:1-10). Nessa ocasião a glória do SENHOR encheu o Templo de modo que os sacerdotes nem podiam mais ministrar por causa da sua nuvem.

    Em seguida, Salomão faz um discurso ao povo (2Cr 6:1-11) e depois ora a Deus (2Cr 6:12-42). Então, “Tendo Salomão acabado de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do SENHOR encheu a casa” (2 Crônicas 7:1 RA).

    Claramente, pois, era um contexto de holocausto e sacrifício, ocasião em que os levitas tocavam os instrumentos de Davi, e os sacerdotes as trombetas na ocasião do sacrifício. Tudo isso, pois, é altamente simbólico e tipológico, cerimonialista, típico da Antiga Aliança, e estranho à Nova, quando a Palavra de Deus e o PRC são devidamente bem interpretados.

    Um texto do Segundo Livro de Crônicas, já aludido, deixa claro que os instrumentos de Davi, e as trombetas, ou seja, o uso de instrumentos no Templo estava sempre associado ao holocausto:

    “Também estabeleceu os levitas na Casa do SENHOR com címbalos, alaúdes e harpas, segundo mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque este mandado veio do SENHOR, por intermédio de seus profetas. Estavam, pois, os levitas em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes, com as trombetas. Deu ordem Ezequias que oferecessem o holocausto sobre o altar. Em começando o holocausto, começou também o cântico ao SENHOR com as trombetas, ao som dos instrumentos de Davi, rei de Israel. Toda a congregação se prostrou, quando se entoava o cântico, e as trombetas soavam; tudo isto até findar-se o holocausto. Tendo eles acabado de oferecer o sacrifício, o rei e todos os que se achavam com ele prostraram-se e adoraram” (2 Crônicas 29:25-29 RA).

    Os opositores do verdadeiro PRC, e defensores de uso de instrumentos no c ulto público precisam de mais provas do que isso de que a instrumentação na adoração tinha caráter eminentemente cerimonialista/simbólico/tipológico? O pior cego, como diz o ditado, é aquele que não quer enxergar.

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  76. Este comentário foi removido pelo autor.

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  77. O versículo citado sobre a lamentação escrita por Jeremias a respeito da morte do rei Josias não tem nada a ver com o culto público no templo, pois o versículo anterior demonstra que a ocasião dessa composição foi a de seu funeral, e não de culto no Templo de Jerusalém: “Seus servos o tiraram do carro, levaram-no para o segundo carro que tinha e o transportaram a Jerusalém; ele morreu, e o sepultaram nos sepulcros de seus pais. Todo o Judá e Jerusalém prantearam Josias” (2 Crônicas 35:24 RA). Tal passagem, de forma igual, não prescreve o que o Filósofo Calvinista pretendeu ser normativo e constituinte do PRC, sendo apenas descritiva de uma prática que se tornou comum em Israel, mas sem relação com a adoração no Templo e sem relação com o PRC. Será possível, os opositores do PRC não leem os contextos?

    As citações de Esdras 2:65 e 2:70 apenas confirmam o que já se sabe, que havia cantores e cantoras em Israel, mas não trata do assunto do culto, que foi tratado nas passagens didáticas discutidas acima. Basta alguém ter o trabalho de ler o livro de Esdras, para perceber que no capítulo segundo se está fazendo a listagem da congregação de israelitas que voltaram para a terra de Israel. Esdras 7:7 apenas diz que “Também subiram a Jerusalém alguns dos filhos de Israel, dos sacerdotes, dos levitas, dos cantores, dos porteiros e dos servidores do templo, no sétimo ano do rei Artaxerxes” (Esdras 7:7 RA). Nada diz sobre o trabalho dos levitas, dos sacerdotes e dos cantores, pois isto já é ensinado em outras partes das Escrituras e que o cântico, sempre acompanhado por instrumentos, ocorria na ocasião do holocausto.

    Percebe-se, pois, que o uso de instrumentos, que os corais e cantores, que atuavam na ocasião do holocausto, pertencem à categoria do simbolismo/tipologia da religião do Antigo Testamento e, desse modo, não podem ser prescritos para o culto na nova aliança, pelo contrário, o uso dessas coisas é terminantemente proibido.

    Em sua conversa com a mulher samaritana Jesus disse a respeito da adoração no tempo do cumprimento das verdades antes simbolizadas e tipologizadas: “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (João 4:23-24 RA).

    Antes de comentar propriamente o texto acima, quero lembrar que no primeiro capítulo do evangelho de João, o mesmo da passagem transcrita, é-nos dito: “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (João 1:17 RA). Alguém em sã consciência nega que faltou graça e verdade na revelação do Antigo Testamento? Certamente, o que o evangelista João quis nos dizer é que aquela graça e aquela verdade dantes simbolizadas e tipologizadas pele lei mediada por Moisés agora estava se cumprindo na pessoa de Jesus Cristo. Afinal, ele mesmo, Jesus Cristo, disse a seus discípulos: “... São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. (Lucas 24:44 RA).

    Logo, quando Jesus diz que a hora em que a verdadeira adoração deve ser de acordo com a natureza do Pai, espiritual, ou seja, deve ser em espírito e em verdade, ele pôs fim a todo o sistema cerimonialista da adoração veterotestamentária. Tudo aquilo que estava ligado ao cerimonialismo e à simbologia e tipologia do culto da velha aliança foi ab-rogado pelo próprio Deus na pessoa de seu Filho Jesus Cristo. A partir de então, o uso dessas coisas é uma violação gravíssima da regra do PRC.

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  78. Por isso, quando o mesmo João teve a visão no apocalipse da totalidade da igreja, tanto do Antigo Testamento quanto do Novo, representada pelos vinte e quatro anciãos, louvarem ao SENHOR, ele vislumbrou também a natureza do verdadeiro louvor, da adoração em espírito e em verdade, a qual consiste apenas no uso de palavras:

    “e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5:8-10 RA).

    Se alguém alegar que eles possuíam harpas nas mãos, também deve se lembrar que tinham taças de ouro cheias de incenso que simbolizavam as orações dos santos, o que indica que as harpas também tinham valor meramente simbólico. Penso eu, que a presença das harpas remetem ao cântico dos Salmos: “Também eu te louvarei com o saltério, [bem como] à tua verdade, ó meu Deus; cantar-te-ei com a harpa, ó Santo de Israel” (Salmos 71:22 RC). Deve-se se lembrar, também, que há uma simbologia, uma representação no caso dos vinte e quatro anciãos, que representam toda a igreja por toda a história, fundamentada nos doze patriarcas e nos doze apóstolos. Essa igreja toda reconhece o que foi dito tanto de Israel como da igreja: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus...” (1 Pedro 2:9 RA). Esta é a essência do novo cântico, e só possível porque causa da obra expiatória de Cristo. Então, toda a igreja, tanto do Antigo quanto do Novo Testamentos entoa palavras de louvor a Cristo.

    Porém, nos Salmos já havia o mandamento: “Cantai ao SENHOR um cântico novo, cantai ao SENHOR, todas as terras” (Salmos 96:1 RA).

    Tanto no texto do Apocalipse quanto no do Salmo 96 (na septuaginta) a palavra para novo é καινος, isto é, algo novo mas não no tempo. Como ensina o Dicionário Exegético Vine, esta palavra “denota 'novo', no que concerne àquilo que se está desacostumado ou desabituado, não 'novo' no tempo, o que é recente, mas 'novo' quanto à forma ou qualidade, a natureza diferente daquilo que é posto em contraste com o velho” (CPAD, p. 823).

    Isso pode significar que à luz da revelação do Novo Testamento toda a igreja de Cristo passa a ter uma nova visão do livro dos Salmos, do seu conteúdo, que aponta para Cristo, como ele mesmo afirmou e acima transcrevi essa afirmação. Desse modo, o cantar dos Salmos adquire o status de um cântico novo, porque nova é a forma de se olhar para o seu conteúdo, sem o véu que impedia de ver Cristo e sua obra neste livro inspirado. Com isso concorda Brian Schwertley, ao afirmar: “E, há um sentido no qual todos os cânticos do Velho Testamento são novos cânticos para o cristão da nova aliança: nós cantamos os Salmos com um entendimento e perspectiva desconhecidas dos crentes do Velho Testamento”(op. Cit.).

    Essa passagem corrobora a posição dos que defendem a salmodia exclusiva, mormente quando se leva em conta que grande parte do pano de fundo do Apocalipse é o Antigo Testamento.

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  79. O interessante é que vivemos em uma época da salmodia excluída, e mesmo aqueles que combatem a salmodia exclusiva e preconizam o uso de outros cânticos não inspirados no culto ao lado do uso do Saltério inspirado acabam por excluir dos seus cultos o Saltério do Antigo Testamento por completo. A própria IPB possui um hinário, mas nunca se preocupou em possuir um saltério com tradução fiel, fiel à inspiração do livro dos Salmos.

    A essa altura, convém tocar na questão da metrificação dos Salmos. Nosso Filósofo Calvinista partiu da pressuposição de que todo Salmo metrificado não passa de paráfrase, equivalente, assim, a qualquer hino não inspirado baseado na doutrina da Escritura. Tal hipótese é falaciosa.

    Primeiro, porque há metrificações que são traduções fiéis, de modo que aquele as canta pode ter certeza de estar cantando a Palavra de Deus Inspirada, assim como nós temos certeza que lemos a a Palavra de Deus Inspirada em nossas traduções.

    Segundo, porque o fato de haver metrificações ruins não anula o fato do dever imposto pelas evidências bíblicas de se louvar a Deus somente com o Saltério Inspirado. Antes, apenas indica que deve haver arrependimento e busca de um trabalho diligente na metrificação, a fim de que ela seja uma tradução fiel.

    Terceiro, porque se as metrificações ruins fossem motivos para não obedecermos ao PRC, deveríamos, pela mesma lógica maldita, não lermos mais nenhuma versão da Bíblia em português, pelo fato de a Bíblia na Linguagem de Hoje ser uma tradução absolutamente infiel e ruim.

    Quarto, a hipótese de nosso Filósofo teria peso apenas se lêssemos em nossos cultos os Salmos, e até mesmo a Bíblia toda, nas línguas originais, pois toda tradução, como é sabido, por mais literal que seja, necessita que determinadas palavras terminem por ser parafraseadas para expressar o seu significado na língua traduzida.

    E quinto, se de forma alguma não pudesse haver uma metrificação fiel, o que não é o caso, deveríamos ainda cantar os Salmos na sua forma mais literal possível, conformes traduzidos em nossas melhores versões, e não desobedecer a Deus fundamentando-nos em argumentos tão incongruentes.

    Como conclusão, tenho que dizer que o Filósofo Calvinista não possui nenhum PRC, nenhuma regra sobre a qual se fundamenta a adoração bíblica. Demonstrou desconhecer o significado do Princípio Regulador, e procurou desqualificar os “neo-puritanos” com citações bíblicas descontextualizadas, demonstrando péssima habilidade hermenêutica e exegética.

    Então, com grande preocupação, advirto a seus leitores que não se enganem facilmente com os seus argumentos, mas que antes procurem estudar as Escrituras com cuidado e com zelo, a fim de verificar o que elas de fato dizem sobre o assunto. Tal advertência serve para o próprio escritor, que se for humilde, verá o quanto torceu a Palavra de Deus, apenas para que os versículos citados coubessem em suas pressuposições errôneas.

    Fraternalmente,

    Célio Lima.

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  80. Prezado Célio:

    Agradeço por suas importantes observações. Quero somente fazer dois comentários sobre elas:

    1- Quanto você diz: "Sim, eu ouso dizer que Hendriksen está errado...", fico feliz por sua ousadia e em saber que tem alguém com tanta capacidade quanto o Hendriksen, ou, quem sabe, até maior, comentando em meu blog. Meu caro, minha intenção não foi dizer que ele tem palavra final. Ele apenas, dentro de seus profundos conhecimentos interpreta o assunto. Quando o irmão ousa "discordar" dele, também precisa saber que seu parecer não é, igualmente, "a palavra final" sobre o assunto e sim "apenas" mais uma interpretação. Cabe ao nosso leitor escolher entre a sua interpretação, a de Hendriksen e a de Calvino, em relação ao assunto. Eu já fiz minha opção. Finalmente deixo claro minha intenção: MOSTRAR QUE EXISTEM OUTRAS INTERPRETAÇÕES sobre o uso exclusivo do saltério inspirado no culto. Isso é no mínino honestidade. Não admito alguem alguém ensinar isso na igreja sem mostrar que essa não é a única interpretação existente como muitos querem empurrar de guela abaixo. É só por uma questão de não enganar o povo de Deus como muitos, ainda que bme intencionados, têm feito.

    2- Outra coisa que você citou mas que não se preocupou em ver o contexto em que falei e que por isso mesmo não fez um uso sincero das palavras, levando o leitor a uma falsa impressão: "O Filósofo calvinista cita vários textos do Antigo Testamento que demonstram que havia cantores, cantoras e corais". Quando citei esses textos não os citei sem dar importância aos seus devidos contextos. Fiz isso apenas para combater a idéia de que instrumentos no culto, solos e corais, são, como muitos de vocês têm tido de forma inverídica, Invenções humanas e sugestões de Satanás. Vejo o que eu disse antes de citar os textos, isso modifica completamente o sentido. Esse expediente não é muito feliz:

    "A grande questão é: quem inventou essa história de “cantores” no culto? Quem inventou essa história de corais no culto? Quem inventou essa história de instrumentos musicais no culto? As imaginações e invenções dos homens? As sugestões de satanás? Respondemos: nem uma coisa nem outra. O próprio Deus inventou. O próprio Deus ordenou, o próprio Deus instituiu.

    Tudo de bom!
    Convergindo no essencial!

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  81. Caro Filósofo Calvinista,

    Quanto à sua réplica à minha acusação de descontextualização dos versículos citados por você para provar que o uso de instrumentos musicais, de coros e cantores se adéqua à regra do PRC, o irmão escreveu: “Outra coisa que você citou mas que não se preocupou em ver o contexto em que falei e que por isso mesmo não fez um uso sincero das palavras, levando o leitor a uma falsa impressão: ‘O Filósofo calvinista cita vários textos do Antigo Testamento que demonstram que havia cantores, cantoras e corais’”.

    Então prossegue: “Quando citei esses textos não os citei sem dar importância aos seus devidos contextos. Fiz isso apenas para combater a idéia de que instrumentos no culto, solos e corais, são, como muitos de vocês têm tido de forma inverídica, Invenções humanas e sugestões de Satanás. Vejo o que eu disse antes de citar os textos, isso modifica completamente o sentido. Esse expediente não é muito feliz:

    "A grande questão é: quem inventou essa história de “cantores” no culto? Quem inventou essa história de corais no culto? Quem inventou essa história de instrumentos musicais no culto? As imaginações e invenções dos homens? As sugestões de satanás? Respondemos: nem uma coisa nem outra. O próprio Deus inventou. O próprio Deus ordenou, o próprio Deus instituiu”.

    Caro irmão, perdoe-me, mas claramente não foi somente com a intenção de combater a ideia, isto é, a acusação dos “neo-puritanos” de que tais coisas são invenções de Satanás que o irmão fez tais citações. Perceba o que você mesmo assevera sobre tais coisas (instrumentos, coros e solos): “O próprio Deus inventou. O próprio Deus ordenou, o próprio Deus instituiu”.

    Ora, mas o PRC puritano, defendido por aqueles que você denomina de “neo-puritanos”, afirma justamente que o culto é constituído dos elementos instituídos e ordenados por Deus. Então, por boa e lógica inferência as suas citações se prestaram a provar que instrumentos, coros e solos, obrigatoriamente, devem  ser usados no culto público de Deus.

    Meu argumento é reforçado pela disposição de como você tratou o assunto em seu artigo. Você rubricou o item 6 do seu artigo com o seguinte tema: “A Utilização Errada do Princípio Regulador do Culto”. Então, cita dois exemplos dessa utilização errada, e o faz subdividindo o item 6, em 6.1: “Salmodia Exclusiva”; e, 6.2: “Proibição de instrumentos musicais, corais e solos no culto”. Ou seja, você colocou na categoria de violação do PRC, na modalidade utilização errada, o cantar exclusivamente os Salmos inspirados e o proibir o uso de instrumentos musicais, corais e solos no culto.

    É nesse contexto que o irmão faz as citações como base bíblica para a utilização de instrumentos musicais, corais e solos no culto. Tanto é que na segunda vez que repete o subitem 6.2 acrescenta: “Segundo essa mesma ‘célula’ (a dos neo-puritanos), não existe base bíblica para permitir-se a utilização de tudo isso no culto” (acréscimo entre parêntese meu).

    Resta mais do que claro, pois, que você procurou que seus leitores concluíssem que as suas citações provam que o uso de instrumentos, de corais e de solos no culto não viola o PRC, pelo contrário, é amparado por ele. Logo, o uso das palavras que fiz foi absolutamente sincero, de acordo com a sua própria argumentação em todo o seu contexto.

    Quanto à minha discordância com Hendriksen, não julgo que possuo maior conhecimento do que ele, tanto é que possuo algumas obras dele, não só uma, mas algumas. Contudo, maior do que os escritos de Hendriksen são as evidências exegéticas da Palavra de Deus, e foi com base nelas que eu disse e ainda digo que ouso discordar dele, o qual, apesar de todo o seu conhecimento não chegou a conclusão nenhuma, senão àquela: “parece que”. Isso não é conhecimento, é dúvida. Eu não lido em Teologia com dúvidas, mas com certezas. Prefiro ficar com o que está claramente disposto na Escritura, do que a especulação vazia de Hendriksen.

    Fraternalmente,
    Célio Lima.

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  82. depois d ler esta obra maravilhosa da palavra de Deus e analisar e julgar todos os comentarios, te comfesso q me sinto traido pelo [projeto os puritanos].não pelos puritanos pois nós da IPB somos tambem legitimos puritanos.falo isso porque durante 2anos fui aluno fiel das aulas ministradas nesse [projeto os puritanos] e lá Eu so ouvir um lado da história,o que Deus só aceita como louvor no culto público o cantico dos salmos.lá eu nunca ouvir falar que outro grupo de puritanos fies a Deus pensava diferente.fui traido pois quem ensina
    deve mostrar os dois lado da história.lá eu estava sendo doutrinado e não estudando a palavra de Deus como era meu desejo,agora vejo o quanto isso me fez mal,me tornei dono da verdade achava que Deus naõ aceitava o louvor da minha Igreja em fim fui traido.voce sim fabio esta ensinando pois estar mostrando os dois lado dos pensamentos puritanos.la so temos o direito de achar e aquilo que eles acreditam mesmo que alguem ensine aquilo que eles não aceitão no outro dia eles desfasem tudo o que foi ensinado por este pregador.voce fabio foi vitima disso eu vi.voce sabe do que eu estou falando.que Deus aquele que ilumina a tua mente continue a te abençoar Ricardo ramos IPjbaixo

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  83. Ricardo:

    Aprendemos muita coisa boa no Projeto. Não podemos negar isso. Contudo, esse tipo de reunião paraclesiástica (sem uma denominação definida) precisa ter um limite para quem a freqüenta. Ou seja, a partir do momento que nessas reuniões começa a ser ensinado algo que nossa igreja não defende é hora de "julgar tudo e reter o que é bom". A IPB é uma igreja extremamente bem estruturada e que tem mentes suficientemente capazes de ter boas conclusões bíblicas acerca de assuntos polêmicos. não precisamos "beber de fora".

    Você tem um histórico de trânsito sempre pelas extremidades. Ou 8 ou 80...rs. É ungir violão ou querer proibir cânticos e instrumentos na igreja. Não sei se recordas, mas combati esses dois extremos. Alguém já disse que "os extremos são geralmente perigosos e irracionais".

    Um conselho que sempre dou é o seguinte: seguir, estudar e subscrever "apenas" os símbolos de fé de Westminter, que a IPB adota como fiel exposição das sagradas escrituras. Além disso, esquecer todo o resto. Afinal, se não conhecermos o que nossa igreja ensina, porque deveríamos correr atrás do que ela não ensina e de outros grupos religiosos?

    Tudo de bom!

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  84. Nã0 eu não lembro de querer unjir violaõ inventa outra.tambem eu naõ lembro de querer proibir nada, mesmo porque eu não tenho este poder.quanto a os simbolos de Fé da nossa Igreja não conheço nenhum outro livro + completo,se não a Biblia.outra coisa Fabio, porque vc não limitou-se apenas a CFW nessa sua exposição.ja que a CFW é com certesa uma obra Fiel as escrituras.se não estou enganado vc usou outros livros para fortalecer a sua exposição.e + quando eu fui beber fora.fui porque vc naquela época não me convenceu como fez agora.professor fabio eu não irei expor o seu carater segundo a minha opinião,em um blog para todo mundo V eu não acho EDUCADO nem d brincadeira + tudo bem,vou me conter para não quebrar o 5 mandamento.[ou8ou80][irracional].me responde. dexar de ir ao culto no Domingo do senhor,por não querer conhecer os pais e o namorado da filha de 14 anos é uma atitude RACIONAL ou é uma atitude de 8 ou 8o..rs.espero que vc não fique só em seo Blog.valeu por esse estudo que vc não deu na Igreja e que me fez beber fora.ass.Ricardo ramos Ipjbaixo

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  85. Ricardo:

    Vc quis ungir seu violão sim...rs. Proibir não é bem a palavra, mas, como vc mesmo disse, "achava que o louvor da sua igreja não era aceito por Deus". Isso acaba contaminando muita gente e se o conselho não age rápido o problema está formado. A questão é a seguinte: o que a minha igreja ensina sobre isso? A IPB nunca ensinou que é só pra cantar salmos ou que não pode ter instrumentos musicais no culto. Não estou dizendo com isso que não devemos questionar nunca, mas que, só podemos fazer isso pelos meios legais, via concílios da igreja, que são as instâncias responsáveis para tratar desses assuntos. Vocês, muitas vezes, se auto-pastorearam ou ainda se deixaram pastorear por aqueles que não eram seus pastores. Quanto a usar outros textos para fundamentar minhas idéias nesse artigo, devo dizer que só os utilizo para pontuar as posições teológicas dos símbolos de fé da igreja. Por fim, não faltei à igreja por causa disso não...rs. Eu estava quase morrrendo...rs..estava doente no dia...rs...ainda bem...rs.

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  86. acho q augustinho deve ter inveja da pena q vc tem nas mãos, tu tens desculpaS e respostaS PRA TUDO CARA, A LINGUA DO SÁBIO SERVE COMO BOM REMÉDIO. FÁBIO JÁ SOU HOMEM E NÃO ACEITO SERTOS COMENTÁRIOS SOBRE MINHA PESSOA NEM COM RS.... + TUDO BÉM, FROIDE NÃO TI EXPLICOU O Q QUER DIZER ERREI UO PEGUEI PESADO NAS PALAVRAS, LENBRA DE ROBERTO? EXCELENTE REMÉDIO FORÃO TUAS PALAVRAS, NAQUELE MOMENTO,SÓ TROUXE CURAR NAQUELE MOMENTO.NA VERDADE TODOS QUERÉM SER LUTÉRO + POUCOS QUERÉM SER AUGUSTINHO. ASS RICARDO RAMOS

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  87. Ricardo:

    Ei, relaxa...rs. Esse é um espaço para debates. Se não aguenta então corra...rs. O fato de ser HOMEM não implica em não poder ouvir críticas ou certos comentários. Não devemos esquecer que um comentário puxa o outro, que provoca o outro que continua no outro. Eu também sou HOMEM e sempre estive aberto a isso, principalmente aqui. Basta ver as lapadas que já levei por aqui...rs, normal. Não entendi a referência a Roberto. Que Roberto? Pastor ou ex-diácono?

    Tudo de bom!

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  88. Já vém tu. o pastor chama-se JOSEEEEE Robeeeertooooo e naõ Roberto,lembra? acho q não. fábio críticas são uma coisa afirmações sobre a perssonalidade de alguém é outra.e + esse nosso papo está tirando o brilho dessa exposição e dos comentários sobre o assunto. continuarei lendo o q me inteçar no teu blog e se desejar comentar o farei, [sem assinar]se não alguém pode escrever, esse não é o rapaz q ungi violaõ q quando naõ é 8 é 80,irracional,e etc,, cara vou correr não, agora não estile não, vou ler e se possivel comentar com [MUITO AMOR E CARINHO SEUS TEXTOS] com o mesmo amor q vc sente pelos pentecostais pela ultima vez ass. Ricardo R e q a doutrina pentecostal console a tua vida.e q tua nora e teu genrro sejão PENTECOSTAIS AMÈM!!!!!!!!

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  89. Ricardo:

    1- Não tens motivos para não assinar seus próprios comentários. Afinal, assumir o que se fala é coisa de HOMEM, como vc diz;

    2- Com relação a Roberto, o ex-diácono, o que tem ele? Até agora não entendi. Por favor, seja claro.

    3- Com relação ao violão ungido...rs...vc não fez...mas era o pau que dava por onde, antigamente, vc e um grande grupo da igreja andava - Cild - Esqueceu? Mas relaxa, águas passadas não movem moinho.

    4- Quanto aos irmãos pentecostais, não tenho nada contra eles, são meus irmãos em Cristo. Minha bronca é com o pentecostalismo, que é um desvio da bíblia. Eles são tão vítimas quanto culpados;

    5- Quanto à minha nora e genro, nunca aprendeu que não se pode jogar praga nos outros? Ela pode acontecer com vc...rs.

    5- Com relação ao 8 ou 80, mais uma vez eu digo: os extremos são irracionais. Todos eles. Devemos fugir deles, eu e você e todos que querem ter uma posição bíblica coerente. Isso é uma luta constante. As vezes não consigo fugir deles, mas é meu dever ficar vigilante. Você tem conseguido e isso é notório. É isso que importa. Passado é passado. Mas, todos nós precisamos melhorar sempre, sempre caminhando para o alvo que é Cristo. Sempre crescendo e isso implica em se parecer mais com Ele a cada dia.

    6- Nunca estilei comentários das minhas postagens pq acredito naquilo que escrevo e procuro defender. Nem sempre consigo, claro, mas faz parte.

    Tudo de bom!

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  90. Da próxima vez use os verbos no tempo certo.já falei e fiz muitas coisas que a nossa CFW reprova [NO PASSADO]fale uma hoje.escreva para os seus leitores q todos da IPJ Baixo,antes de conhecer os documentos de FÈ da nossa Igreja TODOS NÓS FIZÊMOS E FALAMOS COISAS QUE FÉREM OS NOSSOS SÍMBOLOS DE FÉ,TODOS NÓS E NÃO APENAS RICARDO.Fábio vc lembra quê no [PASSADO!!!]o pastor juntamente com o conselho da nossa igreja, O QUAL VC FAZIA PARTE,mandou confeccionar camisas com a seguinte fraze.CÉU OU INFERNO VOCÊ DECIDE.pra quem não conhece a história eu vou contar. a rede globo exibia um programa em quê os telespectadores decidião o fim da história.Dai nós [OS MEMBROS]fomos as ruas perguntar aos pecaderes o quê eles vão decidir Céu uo inferno,a velha e sempre pergunta arminiana.Quem quer aceitar jesus? vcs querém o céu uo o inferno.+ é claro quê isso foi no passado.hoje em dia [8o% da nossa igreja tém em casa os símbolos de Fé da IPB.hoje é outro conselho e uotro pastor também. alias só vc Fábio ainda estar vivo daquele conselho do passado.que bom!!! ass.Ricardo R

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  91. Pois é Ricardo. Esse é o "8" a que me refiro.
    Tudo de bom!

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  92. Olá, quero informar que, devido a uma pequena mudança no nome do meu blog, o sr não está tendo acesso ao mesmo. O nome era eclesiaareopago.blogspot.com, e foi mudado para eclesiareopago.blogspot.com, de modo que não não tem mais os dois aa no meio. Sua visita continua sendo importante para nós. abraço.

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  93. Bom dia, Boa tarde e boa noite. Eu vejo o Neopuritanismo, como um retorno ao farizaísmo, os caras coam o mosquito e engolem o camelo. Se preocupam em demasia com coisas minimas e nutrem mágoa no coração, e fazem o mal a outros. E se esquecem daquilo que a Bíblia diz misericórdia quero e não holocaustos. Até agora, os puritanos que conheci, são puritanos apenas de boca e não de vida. Os fariseus da época de Jesus se preocupavam com uma santidade externa, assim como os neopuritanos fazem hoje, mas por dentro Jesus os chamou de sepulcros caiados. Em síntese é assim que vejo o Neopuritanimo. Amo os Neopuritanos, mas detesto o neopuritanismo.

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  94. Eu Esqueci de dizer, que sou Pastor Presbiteriano.

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  95. O Culto Cristã era todos os Domingos e centrada na Ceia do Senhor .

    Na antiga Igreja segundo o Testemunho de Justino(seculo II)a Ceia do senhor em memoria de Jesus era feito todos os Domingos:

    No dia dito do sol (domingo) reúnem-se em um mesmo lugar todos os cristãos, os que residem nas cidades e os que residem no campo.
    O leitor lê trechos tirados das memórias dos Apóstolos (Novo Testamento) e dos livros dos Profetas (Antigo Testamento).
    Terminada a leitura, aquele que preside toma a palavra para explicar aos presentes o que foi lido e exortá-los a pôr em prática tão belos ensinamentos.
    Em seguida, levantamo-nos todos e dirigimos a Deus orações e súplicas (súplica insistente ou ecteni, após o Evangelho).
    Suspendendo as orações, abraçamo-nos uns aos outros.
    Depois levam àquele que preside a reunião dos irmãos em Cristo, pão e um cálice contendo vinho, misturado com água.
    O Presidente toma o pão e o cálice, louva e glorifica o Pai do universo em nome de seu Filho e Espírito Santo; dirige-lhe abundantes ações de graças por ter-se dignado dar-nos estes dons.
    Terminada esta ação de graças todos os presentes exclamam: Amém.
    Depois os ministros que chamamos diáconos distribuem a todos os presentes o pão da Eucaristia e o vinho misturado com água. Estes mesmos diáconos levam aos ausentes sua parte do pão e do vinho eucarísticos.
    Por fim, os ricos socorrem os indigentes .

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