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sábado, 28 de março de 2015

REVENDO VALORES: A SALVAÇÃO NUNCA FOI, NÃO É E JAMAIS PODERÁ SER SOMENTE PELA GRAÇA E PELA FÉ-Parte 2/2

 
Na postagem 1/2, dessa série, afirmamos a necessidade da prática de Boas Obras para a Salvação. Reafirmamos. De fato, sem a prática delas, não há salvação.

Vejamos alguns textos que nos dão base para fazer tal afirmação:

"Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem , mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?" (Tiago 2:14).

"Assim, também a , se não tiver obraspor si só está morta" (Tiago 2:17).

"Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a  sem as obras é inoperante?" (Tiago 2:20)
Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a  sem obras é morta (Tiago 2:26).

A pergunta retórica "Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?" requer apenas uma resposta: Não. Aqui já identificamos algo importante: não é toda fé que "salva"; tem fé que "salva" e fé que não "salva"; tem fé que trás a morte em seu próprio DNA, isto é, trata-se de um tipo de fé que pode até servir para alguma coisa, mas não serve para a "salvação".

Então, diante de tais "textos prova", podemos afirmar que os Católicos e Espíritas estão corretos quando depositam uma esperança meritória nas obras que praticam?  Não, óbvio que não. Isso é um entendimento errado dos textos acima, que são interpretados sem levar em consideração a totalidade do ensinamento das escrituras, no que diz respeito à soteriologia.

É evidente que Tiago não está ensinando salvação baseado em obras. Nos textos acima, Tiago vai ensinar sobre o que não é a fé que Paulo menciona. Destacamos a palavra  fé em vermelho para indicar que, nesse momento, o uso da palavra fé não está se referindo à mesma fé indicada por Paulo, tendo em vista que essa é uma fé inoperante; apenas intelectualizada.

Ninguém, exceto Adão, teve ou tem a possibilidade de salvar-se pelas obras que pratica. A confissão de Fé de Westminster, no capítulo VII, interpretando esse assunto, afirma:

"II. O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência pessoal (Ref. Gal. 3:12; Rom. 5: 12-14 e 10:5; Gen. 2:17; Gal. 3: 10). III. O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a vida o seu Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer (Ref. Gal. 3:21; Rom. 3:20-21 e 8:3; Isa. 42:6; Gen. 3:15; Mat. 28:18-20; João 3:16; Rom. 1:16-17 e 10:6-9; At. 13:48; Ezeq. 36:26-27; João 6:37, 44, 45; Luc. 11: 13; Gal. 3:14)". 

Existe uma ideia errada de que há uma flagrante contradição entre o ensino de Tiago, que parece sugerir salvação pelas obras, e o de Paulo; especialmente em Romanos e Efésios, quando afirma: "O justo viverá pela " (1:17) e "Porque pela graça sois salvos, mediante a ; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 2.9   não de obraspara que ninguém se glorie(Ef 2:8-9).


É evidente que não existe contradição nenhuma entre o ensino de um e do outro. Nem seria possível, pois ambos são igualmente inspirados pelo Espírito Santo. O que ocorre é o seguinte:

Paulo apenas fala da fé, mas não a explica. Ele não entra em detalhes acerca da natureza dessa fé. Esse papel coube ao apóstolo Tiago. A fé que Paulo fala é a mesma que Tiago explica.

É como se Tiago dissesse o seguinte: "sabe aquela fé que o apóstolo Paulo fala em Romanos, em Efésios e em muitos outros texto? Muito bem, vou explicar o que é e como é essa fé. 

Nos textos a seguir, finalmente, Tiago vai explicar a natureza da fé utilizada por Paulo, trabalhando, paralelamente, com o conceito de  de Paulo e um conceito equivocado de , que não provoca vida, nem serve para a salvação. Utilizamos a cor azul quando Tiago estiver explicando a fé utilizada por Paulo e vermelha quando estiver falando de um  diferente da que Paulo utiliza.Vejamos mais alguns textos: 

"Mas alguém dirá: Tu tens , e eu tenho obras; mostra-me essa tua  sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha " (Tiago 2:18).

"Vês como a  operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a  se consumou" (Tiago 2:22), 

"Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por  somente" (Tiago 2:24). 

"De igual modo, não foi também justificada por obras a meretriz Raabe, quando acolheu os emissários e os fez partir por outro caminho?" (Tiago 2:25).

Concluímos afirmando que as obras são absolutamente necessárias para a a confirmação da salvação. As obras funcionam como uma espécie de "doutrina da prova da eleição". Eleitos, necessariamente, praticam boas obras. Se alguém se julga eleito, salvo e não tem obras que abonem seu discurso, de fato, está absolutamente enganado. As obras são evidências da eleição.

A confissão de Fé de Wesminster, no capítulo XVI, nos ensina sobre essas boas obras que são inerentes aos salvos. Evidentemente que "boas obras" são somente aquelas designadas pelas Escrituras sagradas, incluindo, aí, "toda obra de bom testemunho e a próprio estilo de vida do eleito"


"II. Estas boas obras, feitas em obediência aos mandamentos de Deus, são o fruto e as evidências de uma fé viva e verdadeira; por elas os crentes manifestam a sua gratidão, robustecem a sua confiança, edificam os seus irmãos, adornam a profissão do Evangelho, tapam a boca aos adversários e glorificam a Deus, cuja feitura são, criados em Jesus Cristo para isso mesmo, a fim de que, tendo o seu fruto em santificação, tenham no fim a vida eterna (Ref. Tiago 2:18, 22; Sal. 116-12-13; I Ped. 2:9; I João 2:3,5; II Ped. 1:5-10; II Cor. 9:2; Mat. 5:16; I Tim. 4:12; Tito 2:5, 912; I Tim. 6:1; I Pedro. 2:12, 15; Fil. 1,11; João 15:8; Ef. 2:10; Rom. 6:22). 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

REVENDO VALORES: A SALVAÇÃO NUNCA FOI, NÃO É E JAMAIS PODERÁ SER SOMENTE PELA GRAÇA E PELA FÉ - Parte 1/2


O cristianismo chamado primitivo perdurou até aproximadamente o século IV d.C, se quisermos esticar ao máximo essa fase. A igreja outrora perseguida, desde Atos 8, agora passa rapidamente primeiro para uma condição de não mais perseguida e, depois, para a condição que nortearia sua trajetória até o século XVI: Religião oficial do Estado, com nuances, inclusive, de perseguidora da fé contrária, desde o século V, com a chamada Pretensão Petrina.

Durante esses onze séculos a igreja cristã ocidental, com base em seu magistério, desenvolveu muitos ensinamentos. Citaremos apenas aquele que é relevante para o assunto que estamos abordando aqui:

Salvação pelas Obras e sua variante semi-Pelagiana: Para a Igreja Católica Romana a única possibilidade de Salvação reside na permanência do homem em seu seio, participando dos sacramentos, jejuns, esmolas,  outros trabalhos piedosos e até alguns sacrifícios estabelecidos pela igreja. Ou seja, para a Igreja Católica Romana, as obras de justiça são consideradas meritórias para a salvação.

Os chamados Reformadores, especialmente no séculos XVI, não concordavam com esse e outros ensinamentos, trazendo à luz cinco lemas, que passaram a ficar conhecidos como "Os 05 solas da Reforma Protestante". Dois deles visavam combater diretamente o ensinamento de "Salvação pelas Obras", da Igreja Católica:

1) Sola Fide (Salvação somente pela Fé);
2) Sola Gratia (Salvação somente pela Graça).

A questão que se levanta aqui é: qual desses dois sistemas interpretativos estão corretos, uma vez que são auto-excludentes?

Muitos "Simpatizantes da Reforma" têm depositado toda sua confiança de salvação nesses dois Solas. Trata-se de uma confiança quase inabalável. A ideia que norteia suas mentes e corações sinceros é que "não precisam fazer absolutamente nada para que sejam salvos". Rejeitam toda e qualquer associação da salvação com as obras. Seu texto predileto é Efésios 2:8-9, que afirma "Porque pela GRAÇA sois salvos e isso não vem de vós, é dom de Deus. Não de OBRAS para que ninguém se glorie". Implicitamente interpretam a palavra GRAÇA como AUSÊNCIA TOTAL DE OBRAS. Geralmente possuem algumas características em comum, todas elas embasadas pelo que entendem dos lemas "Sola Gratia" e "Sola Fide":

a) São ousados na defesa de sua fé;
b) Têm relativo conhecimento das doutrinas basilares da Reforma Protestante;
c) Gostam de ser reconhecidos como um "combatente da Reforma";
d) Via de regra são intolerantes e intransigentes em assuntos relacionados à fé;
e) São sectários;
f) Não digerem muito bem a ideia de serem liderados e pastoreados, sob o pretexto de terem apenas Deus como senhor de suas consciências;
g) Curiosamente quase sempre são orgulhosos e prepotentes;
h) Gostam de serem vistos próximos de teólogos renomados, regando com cuidado essa amizade;
i) Não dão muita importância para as atividades da Igreja local, onde congregam. Afinal, "não precisam praticar obra alguma";
j) Não raramente amam o mundo e dele se aproveitam, sob o pretexto da liberdade de consciência, da qual não abrem mão, especialmente naquelas questões que não consideram pecaminosas;
l) De tanto quererem fugir de qualquer aparência com os pentecostais acabam por se aproximar da aparência do mundo, no que diz respeito a seus gostos, vontades e direitos;

Mal sabem eles que perecerão eternamente e levarão a reboque seu Calvinismo e todos os "Solas da Reforma Protestante". Estão absolutamente enganados com a suposta segurança trazida pelo seu entendimento da "Sola Gratia" e por não praticarem "BOAS OBRAS", tal qual prescrevem as Escrituras, serão eternamente condenados ao inferno, de onde reclamarão: "em teu nome profetizamos" (Mateus 7:22).

Seu ensino de "Salvação exclusivamente pela Fé e pela Graça", contrabalanceado com o falso ensino da "não necessidade das obras para a salvação", certamente estarão compondo os autos de sua própria condenação. Na capa do seu processo condenatório estará escrito: "Este réu rejeitou as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2:10).

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

LOUVOR E TEOLOGIA: UMA UNIÃO INSEPARÁVEL - BREVE REFLEXÃO


1- Quando cantamos cânticos de louvor e adoração a Deus, qual nossa intenção? Reconhecemos seus atributos, sua divindade; dizemos o quanto Ele é grande e majestoso. Em fim, o que queremos, em última análise, é AGRADAR a DEUS. Agradar a Deus: esse é o objetivo do louvor.

2- Conseguiremos agradar a Deus dizendo ou cantando coisas  que são contrárias ao que Ele diz sobre Si mesmo, sobre o homem e sobre o mundo, nas Escrituras?

3- Há pelo menos três grandes cosmovisões acerca do entendimento sobre Deus, sobre o homem e sobre o mundo, que influenciará, necessariamente, no que se dirá a Deus nos louvores, sempre com a intenção de AGRADÁ-LO. São elas: a) Calvinismo; b) Arminianismo; c) Pentecostalismo e suas variantes neopentecostais.

4- Esses pressupostos teológicos se contradizem em muitos pontos. Ou seja, não existe possibilidade lógica de todas eles estarem certos, ao mesmo tempo, em determinados assuntos, pois são opiniões autoexcludentes. Por exemplo: o arminiano diz que o homem tem livre-arbítrio. O Calvinismo diz que o homem não tem mais livre-arbítrio. O pentecostal, que é arminiano por natureza,  acredita em novas revelações, sonhos, dons de línguas, etc, os calvinistas e arminianos tradicionais, não.

5- Então, como Calvinistas, Arminianos e Pentecostais podem AGRADAR a Deus com seus louvores, a partir de seus próprios pressupostos? Dizendo ou cantando aquilo que consideram correto acerca de Deus, do mundo e do homem. Ora, se o arminiano entende que a doutrina da eleição é errada, como poderá cantar louvores que ensinam essa doutrina? Se o calvinista entende que a doutrina do livre-arbítrio é errada, como poderá cantar louvores que tenham essa conotação? Se tanto arminianos tradicionais quanto calvinistas entendem que os dons revelacionais cessaram, como poderão cantar louvores que falam e sugerem a existência de novas revelações?

6- Não existe neutralidade em louvores ou afirmações religiosas. Necessariamente elas estarão defendendo uma dessas três grandes cosmovisões, em suas características peculiares;

7- Cantar louvores é cantar doutrina, inevitavelmente, como sugeria Lutero.

8- Se o objetivo do louvor congregacional é AGRADAR a Deus, a igreja só pode cantar aquilo que, no entendimento dela, representa a interpretação correta do que Deus disse acerca de Si mesmo, do homem e do mundo;

9- Todos que são diretamente ligados ao louvor da igreja, especialmente os líderes, devem conhecer, de forma muito clara, qual é o entendimento doutrinário da sua igreja, sob pena de estar levando a congregação a cantar coisas que, DESAGRADAM a Deus, do ponto de vista da cosmovisão doutrinária assumida por esta igreja. Por isso, os responsáveis pelo louvor no VT eram, via de regra, sacerdotes; portanto, conhecedores do entendimento doutrinário.

10- Igrejas Calvinistas não devem cantar louvores com ensinamentos Arminianos. Igrejas Arminianas não devem cantar louvores com ensinamentos Calvinstas. Igrejas Calvinistas e Arminianas tradicionais não devem cantar louvores com ensinamentos Pentecostais. Igrejas pentecostais não devem cantar louvores com ensinamentos calvinistas e/ou tradicionais.


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

SIMPÓSIO DE TEOLOGIA REFORMADA EM RECIFE-PE


Copie o link abaixo em sua barra de Internet e trace sua rota até ao local do evento:

https://www.google.com.br/maps/dir/Aeroporto/Igreja+Presbiteriana+do+Brasil+-+R.+Jos%C3%A9+Martorano,+S%2FN+-+Jord%C3%A3o,+Recife+-+PE,+51240-550/@-8.1373989,-34.936154,15z/data=!3m1!4b1!4m13!4m12!1m5!1m1!1s0x7ab1e3096b865a7:0xcc456f2b961b5207!2m2!1d-34.9166298!2d-8.133354!1m5!1m1!1s0x7ab1e11f17dd1ef:0xb68fd926b1f41001!2m2!1d-34.938612!2d-8.130216?hl=pt-BR

domingo, 17 de agosto de 2014

HOMENAGEM A EDUARDO CAMPOS - #NãoVamosDesistirDoBrasil


 
 
Essa é uma foto absolutamente emblemática. Filhos de Eduardo Campos no carro do corpo de Bombeiros, ao lado do caixão do pai. Punhos serrados e gritando a última frase do seu herói: "Não Vamos Desistir do Brasil". ‪#‎NãoVamosDesistirDoBrasil‬.

A arte também homenageia o agora mito:

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

terça-feira, 12 de agosto de 2014

DIÁRIO DE SIMONTON - VÍDEO - 155 ANOS DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL (DE 12/08/1859 ATÉ 12/08/2014)


UNIVERSIDADE CATÓLICA PRODUZ VÍDEO SOBRE A IPB - 155 ANOS

O vídeo abaixo, sobre a IPB - Igreja Presbiteriana do Brasil, foi produzido pelo Observatório Transdisciplinar das Religiões, um projeto da Universidade Católica de Pernambuco:
 http://www.unicap.br/observatorio/pages/forum.htm# 

O documentário foi conduzido pelo Diretor do SPN - Seminário Presbiteriano do Norte, Rev.Marcos André e pelo seu Prof.de História do Cristianismo, Rev.José Roberto. Assuntos como Liturgia, participação das mulheres na IPB, governo eclesiástico, história da IPB,  teologia e educação, foram abordados. 



domingo, 10 de agosto de 2014

DIA DOS PAIS, ESTÉTICA E TEOLOGIA: NEM TODOS SÃO FILHOS DE DEUS


Estética é a parte da filosofia que estuda, de modo geral, o belo, a arte. Daí surge uma pergunta: o que é o belo? O que é a arte? Diríamos, parafraseando grandes pensadores como Kant, que algo é belo e igualmente arte quando nosso sentimento é invadido pouco a pouco até ser completamente tomado por aquilo que estamos vendo ou ouvindo. Isso é arte, isso é belo. Platão, por sua vez, entendia que a beleza estava diretamente ligada com o "Sumo Bem". Ou seja, quanto mais próximo desse "Sumo  bem", mas belo. A ideia de "pai" é uma ideia bem íntima com a do "Sumo Bem", uma vez que Ele também é Pai. Deus Pai é a primeira pessoa da trindade. Assim sendo, ser "pai" e ter "pai" é algo fantástico. É pura beleza, porque nos remete, de imediato, ao "Sumo bem", aqui entendido como nosso Deus, nosso Pai Eterno.

A música "Pai", de Fábio Júnior, é pura arte, é pura beleza.

Quero oferecer essa música a meus queridos irmãos: Ane, Sergio, Marcos e Fabiane. Os três últimos tiveram que experimentar "a presença da ausência" do pai muito cedo, infelizmente. Contudo, o curto período em sua presença foi o suficiente para ajudá-los a se tornarem as pessoas de bem que são hoje.

Ofereço também a todos os filhos que agora desfrutam da "presença da ausência" de seu pai, que é a saudade, um misto de sentimentos extremamente confusos, perpassando pelas doces lembranças do passado e terminando por essa que é a mais bela e brasileira de todas as palavras: saudade, que por sua vez, é a união perfeita entre vontade de presença e certeza de não-presença, que nos conduz a uma experiência dupla: boa e terrivelmente dolorosa. Mas, ao mesmo tempo, só é saudade porque as experiências positivas suplantam a dor da ausência. Por isso, não há um único dia que não lembre do meu pai que se foi. A vocês, a obra prima:


Neste dia não poderíamos deixar de abordar também um dos assuntos menos simpáticos da teologia - para aqueles que ainda não o entende. Resumiremos o tema na provocativa frase: Nem todos são filhos de Deus

Todos são, por natureza, criaturas de Deus, mas não filhos, necessariamente.  Todo filho é também criatura de Deus, mas nem toda criatura é, necessariamente, filho de Deus. Ninguém já nasce "filhos de Deus". Em determinado momento histórico o indivíduo torna-se filho de Deus por meio de um "novo nascimento", "por adoção"; um nascimento espiritual. Há aqueles que jamais serão filhos de Deus. Sei que é extremamente difícil estar frente a frente com essa verdade escriturística que contraria o velho bordão "eu também sou filho de Deus", mas gostaria de convidá-lo a analisar esse assunto e a pensar seriamente na possibilidade de tornar-se um verdadeiro filho de Deus. 

Existe vasta prova escriturística que comprova o que estamos dizendo acima, a exemplo de João 1:12: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome".  Note que o ser filhos de Deus não é algo natural e, sim, algo que ocorre posteriormente; que se manifesta posteriormente, melhor dizendo. Jesus também diz claramente que alguns não são filhos de Deus. Sim, Jesus diz isso: "Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus. Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.   Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra.   Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus" (João 8:41-44,47). 

Aqueles que são filhos de Deus o são não porque já nasceram filhos de Deus, e, sim, porque "receberam" a graça da adoção. A doutrina da Adoção é uma das mais belas e reconfortantes doutrinas da Bíblia. Passaremos a abordá-la a partir de um importante documento da cristandade, a Confissão de Fé de Westmisnter:

"Todos os que são justificados é Deus servido, em seu único Filho Jesus Cristo e por ele, fazer participantes da graça da adoção.  Por essa graça eles são recebidos no número dos filhos de Deus e gozam a liberdade e privilégios deles; têm sobre si o nome deles, recebem o Espírito de adoção, têm acesso com confiança ao trono da graça e são habilitados, a clamar "Abba, Pai"; são tratados com comiseração, protegidos, providos e por ele corrigidos, como por um pai; nunca, porém, abandonados, mas selados para o dia de redenção, e herdam as promessas, como herdeiros da eterna salvação" ( Ef.  1:5; Gal. 4:4-5; Rom. 8:17; João 1: 12; Jer. 14:9; II Cor. 6:18; Apoc. 3:12; Rom. 8:15; Ef. 3:12; Gal. 4:6; Sal. 10313; Prov. 14.26; Mat. 6:30, 32; Heb. 12:6; Lam. 3:31-32; Ef. 4:30; Heb. 6:12; I Ped.  1: 3-4; Heb.  1: 14).
No dia dos pais pense seriamente sobre algo que você nunca parou para pensar: Você é realmente filho de Deus? Já recebeu a graça da adoção?

sábado, 21 de junho de 2014

PAIS QUE NÃO GUIAM, FILHOS QUE SE DESVIAM?


Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele (Prov. 22:6)

1º) O texto alerta antes de qualquer coisa para a NECESSIDADE DE ENSINAR A CRIANÇA;

A necessidade de ensinar se dá por conta da queda e consequente depravação do homem, transmitida via DNA, por seus pais. Não é uma opção ensinar, é uma necessidade. Pois, “a estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela (Prov.22:15)”.

Isso é tão sério; a necessidade de ensinar a criança é tão urgente, que se nada for feito as consequências poderão ser desastrosas para toda a família e não somente, apenas, para a criança. Vejamos o que nos di o sábio inspirado: “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe (Prov.29:15)”.

Alguém duvida que a criança é má desde o seu nascimento? Às vezes quando em visita a alguma criança que nasceu, é dito: “que anjinho”. Tem nada de anjinho. É um pecadorzinho.
                                           
Isso pode ser facilmente constatado na prática: precisamos ensinar o que é errado para nossos filhos? Imagine a cena: um pai chama seu filho e lhe diz: "filho, hoje vou te ensinar a quebrar a TV e como bater na sua irmã". Já viram por aí alguma escola que ensina a roubar? Alguma escola que ensina a usar drogas? Alguma escola para corruptos? Para assassinos? Alguma escola de prostituição? Obviamente que não! Já sabemos, naturalmente de tudo isso, sendo necessário para passar da potência à prática, apenas a ativação, o startar do gatilho, que já existe dentro de nós.

O Ensino, a educação é uma espécie de graça comum, que serve para ir retirando o mal natural do coração da criança e ir colocando coisas boas no lugar. Para saber mais especificamente sobre isso, veja nosso post que trata especificamente desse assunto:

É por isso que, quanto mais um país investe - seriamente - em educação, em ensino, mais ele se aproximará do ideal de justiça social, promovendo, assim, o bem social e uma convivência mais harmoniosa entre seus cidadãos, pois mais pessoas estarão com "menos mal" no coração. Pouca educação, por sua vez,  é igual a "mais mal" no coração,  que resultará, impreterivelmente, em graves problema sociais, como a criminalidade, por exemplo. Muita educação, como já dissemos, é igual a "menos mal" no coração, consequentemente, menos problemas sociais, que trará como resultado um menor índice de criminalidade.

2º) O texto fala de COMO SE DEVE ENSINAR A CRIANÇA. Não é de qualquer jeito. Existe um modelo de ensino que produz um resultado muito mais eficaz e duradouro: O MÉTODO DO EXEMPLO.

Note que no texto existe a expressão “ensina NO CAMINHO”, que  é completamente diferente de  “ensina O CAMINHO”.

Qual a diferença?

Ensinar “O caminho” indica que você está apenas apontando por aonde ir, mas que você mesmo não vai junto. Ensinar “NO caminho” indica que você caminha junto com seu filho,  no mesmo caminho, enquanto o ensina.
                                                                                                 
A metodologia de apenas ensinar “O CAMINHO”, está baseada na expressão “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
  
É um pai que bebe, mas que diz a seu filho para não beber. É um pai que manda o filho comprar cigarro, mas lhe proíbe fumar. É um pai ou uma mãe que pouco se interessa pelas coisa da igreja, que quase não vai a igreja e depois quer obrigar seu filho a ir, dizendo: “você vai porque é o melhor pra sua vida”. Casos típicos de pais/educadores que apenas apontam  “O CAMINHO”.

Essa era a metodologia de ensino utilizada pelos Fariseus. Eles eram os EDUCADORES/ENSINADORES que utilizavam o método de ensino “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, que é o mesmo método de ensino que apenas aponta “O CAMINHO” por onde se deve andar. Jesus reprovava veementemente esse método de ensino. Aquele que apenas aponta O CAMINHO.

Então falou Jesus às multidões e aos seus discípulos, dizendo: Na cadeira de Moisés se assentam os escribas e fariseus. Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam. Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam os seus filactérios, e aumentam as franjas dos seus mantos; gostam do primeiro lugar nos banquetes, das primeiras cadeiras nas sinagogas, das saudações nas praças, e de serem chamados pelos homens: Rabi. (Mt 23:1-7).

Se o pai ou a mãe não é envolvido na igreja, não faz a menor questão de frequentar a escola dominical; falta ao culto Por qualquer motivo, não leva a sério a igreja, nem tem compromisso com ela. Na igreja é uma coisa e em casa, no trabalho, no lazer, na rua é outra completamente diferente. O que, possivelmente, acontecerá com o filho que cresce nesse ambiente de desleixo completo? Começará, provavelmente, a não querer ir mais para a igreja, a não ter mais interesse com as coisas espirituais, até deixar completamente. A culpa foi do pai, foi da mãe, de ambos? Sim, certamente.

Já a expressão “ensina NO CAMINHO”, usada no texto, pressupõe que você estará junto com seu filho; VOCÊ E ELE, JUNTOS, NO CAMINHO, como alguém que pega na mão do filho e vai caminhando com ele, mostrando os perigos da estrada, lhe ensinando os preceitos básicos sobre Deus.

Mas atenção: esse é um método extremamente eficaz, e, por isso mesmo, pode ser extremamente perigo e nocivo para seu filho.

Porque a medida em que você caminha junto com ele, NO CAMINHO, seu filho estará lhe observando atentamente e todas as suas atitudes terão uma dimensão pedagógica, isto é, ele vai imitar você. Isso potencializa o valor do que está sendo ensinado com seu EXEMPLO.


 

3º) Será mesmo que PAIS QUE NÃO GUIAM FILHOS  QUE SE DESVIAM? Será que o texto de Prov.22:6 está ensinando isso?

Será que aqueles que se desviaram do caminho se desviaram por culpa dos seus pais, que não os ensinaram o caminho ou que pelo menos não ensinaram o caminho direito?

Sim e não, eu diria.

A história dos reis é um exemplo claro de como muitos filhos seguiram o exemplo negativo dos pais e se desviaram dos preceitos do Senhor. LER: II Reis 23:36-37; II Reis 23:31-32. Atenção para esses personagens: MANSASSÉS (avô do rei Josias: II Reis 21:1-2); AMOM (pai do rei Josias: II Reis 21:19-20).

PORÉM, Se entendermos que a culpa desse desvio é só dos pais, estamos tirando completamente a responsabilidade moral dos filhos.

Os comentadores do nosso texto base – Prov.22:6 - na bíblia de Genebra, edição ampliada, sobre esse texto, alertam para o seguinte: “os jovens têm liberdade de escolher o pecado e apostatar da fé” (GENEBRA, p. 840).

Portanto, eles também devem ser responsabilizados por terem se desviado da fé, do Senhor e da igreja.

Os filhos devem lutar para não copiarem os maus exemplos de seus pais. Isso é absolutamente possível.

A bíblia nos dá um bom exemplo de um filho que rejeitou o caminho mau de seu pai e do pai de seu pai, isto é, do seu avô. Ou seja, havia já um histórico de desvio dos caminhos do senhor na sua família. Mas ele não aceitou essa situação e foi completamente diferente do seu avô e do seu pai. Estamos nos referindo ao Rei Josias:

Tinha Josias oito anos de idade quando começou a reinar e reinou trinta e um anos em Jerusalém. Sua mãe se chamava Jedida e era filha de Adaías, de Bozcate. Fez ele o que era reto perante o SENHOR, andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se desviou nem para a direita nem para a esquerda (II Reis 22:1-2)

Isso denota a grande responsabilidade moral, ética e espiritual que pesa sobre os filhos. Eles não poderão simplesmente usar o desvio de seus pais como justificativa para seus próprios desvios.

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