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segunda-feira, 1 de junho de 2015

A LIBERDADE CRISTÃ - 2/6



O 1ª Eixo de relacionamento do PEREGRINO/EMBAIXADOR com o MUNDO em que vive é o eixo das COISAS QUE LHES SÃO PROIBIDAS:

Ainda que estejamos falando de coisas boas, de coisas que causam prazer ao corpo, apetitosas; ainda que a sociedade em que o PEREGRINO/EMBAIXADOR vive tenha por natural ele é proibido de fazer ou de participar, porque as Leis que regem sua vida claramente lhes proíbem de fazer ou participar. Por exemplo:

a)  Beber cachaça até ficar embriagado. Nada proíbe, no mundo e na sociedade em que ele vive, ficar embriagado; muitos “nativos” ficam. Mas ele não pode, porque a Legislação da Pátria que ele REPRESENTA e que, portanto, deve obediência, diz claramente: “Não vos embriagueis”.

b)  Sexo fora do matrimônio. A sociedade em que vive o PEREGRINO/EMBAIXADOR considera essa prática absolutamente normal. Ela já está incorporada ao estilo de vida de seus “habitantes nativos”. De tal forma que se o PEREGRINO/EMBAIXADOR diz ter 15,16,17,18 anos e ainda não transou as pessoas vão perguntar: “Você é de que planeta? Você não é desse mundo?”.

Ao que terá que responder: “Não, não sou desse mundo. Sou de outra nação, de outra Pátria – A Celestial. Na Legislação da Pátria a qual pertenço e sou REPRESENTANTE, diz que sexo fora do matrimônio é proibido, é pecado. É adultério se o indivíduo for casado e fornicação, se solteiro. Constitui-se em quebra do 7º mandamento das Leis que regem minha Pátria. Sou proibido de pensar e agir como vocês, nesse assunto”.

sábado, 18 de abril de 2015

A LIBERDADE CRISTÃ - 1/6


TEXTO BÁSICO:   “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (II COR 5: 20).

INTRODUÇÃO:

Há um livro cujo título é “O Peregrino”, que é simplesmente o 3º livro mais publicado no mundo, perdendo apenas para  bíblia e para “O pequeno príncipe”. Escrito pelo pastor batista John Bunyan e publicado na Inglaterra em 1678, O livro é uma alegoria da vida cristã.

Bunyan relata, no prefácio, que escreveu "O Peregrino" como uma forma de alerta aos perigos e vicissitudes enfrentados na vida religiosa por aqueles que seguem os ensinamentos bíblicos e quer  levar o leitor a refletir sobre como deve ser vigilante na vida terrena; simbolizada pela jornada de Cristão.

O livro conta a história de um jovem peregrino, chamado simplesmente de Cristão, que segue sua jornada por um caminho estreito, indicado por um homem chamado Evangelista, pelo qual se pode alcançar a Cidade Celestial. Na narrativa, todas as personagens e lugares que o peregrino se depara levam nomes bem sugestivos, como Hipocrisia, Boa-Vontade, Sr. Intérprete, gigante Desespero, A Cidade da Destruição, O Castelo das Dúvidas, etc. MUITOS DELES TÊM A MISSÃO DE DESVIAR O PEREGRINO DE SEU CAMINHO.

Essa ideia de que somos PEREGRINO está completamente em harmonia com o ensinamento das Escrituras. Existe uma quantidade considerável de textos bíblicos que nos lembram que somos peregrinos, isto é, que NÃO SOMOS CIDADÃOS DESSE MUNDO; QUE ESTAMOS AQUI DE PASSAGEM, CAMINHANDO À NOSSA PÁTRIA CELESTIAL, que nossa pátria não é aqui e que, portanto, não devemos nem amar, nem buscar as coisas desse mundo:

Jo 17:13-16;  “Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos” (Salmo 119.19); “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra” (Hebreus 11.13 );  “Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma” (1 Pedro 2.11); “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus” (Efésios 2.19);


ELUCIDAÇÃO:

No texto transcrito inicialmente - II Cor 5:20 -, Paulo também fala de um PEREGRINO, isto é, de alguém que ESTÁ EM UM PAÍS, MAS NÃO É DAQUELE PAÍS.

Em certo sentido, Paulo reveste de especial responsabilidade esse PEREGRINO. 

Essa responsabilidade é TAMBÉM estendida a todos os Cristãos. Muito embora o texto possa apontar para Ministros do Evangelho, a maioria dos comentaristas está de acordo com essa interpretação.

Paulo diz que esse PEREGRINO é também um EMBAIXADOR de Cristo.

O que significa isso? O que significa ser um embaixador?

O PEREGRINO EMBAIXADOR está em um país estrangeiro, mas é regido pelas LEIS de seu país de origem. A própria embaixada deve ser regida como se fosse uma extensão do seu país que representa. É um pedaço de um país dentro de um país estrangeiro e o EMBAIXADOR é seu representante.

Comentando esse texto, Simon Kistemaker diz que o EMBAIXADOR é uma pessoa que:

“Foi nomeada como porta-voz para representar um Rei, um governador ou uma comunidade. Um embaixador representa seu governo ao transmitir ao país que o recebe as palavras do seu presidente” (SIMON. Comentário II Cor, pg.280. Citação sem rigor metodológico).

É o que somos! Somos PEREGRINOS; mas não qualquer peregrino. Somos PEREGRINOS EMBAIXADORES DO REINO CELESTIAL. Portanto, temos que viver aqui neste mundo, mas com os PADRÕES DO MUNDO CELESTIAL. NÃO podemos viver e transmitir a mensagem desse mundo. Precisamos transmitir a mensagem da PÁTRIA que estamos representando – a PÁTRIA CELESTIAL.

“Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fil 3:20),

“Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade”. (HB 11:13-16).

Com essa perspectiva de que somos PEREGRINOS, EMBAIXADORES de Cristo, agora sim, podemos abordar nosso:

TEMA: A LIBERDADE CRISTÃ

A LIBERDADE CRISTÃ, nada mais é que o NÍVEL de RELACIONAMENTO que esse PEREGRINO, que esse EMBAIXADOR, pode ter com esse país, com esse MUNDO, onde está vivendo sem, contudo, ferir aos interesses da PÁTRIA CELESTIAL, da qual é REPRESENTANTE.

Enquanto vive nesse país, nesse MUNDO, DE PASSAGEM e MOMENTANEAMENTE, O que esse PEREGRINO EMBAIXADOR pode utilizar dele? No que pode se beneficiar dele? De que pode agradar-se dele?

Aqui já podemos notar que o relacionamento desse PEREGRINO, desse EMBAIXADOR com esse MUNDO, com esse lugar, onde vive momentaneamente, é e deve ser bem RESTRITO e LIMITADO. Por dois motivos:

a) Primeiro porque ele está, enquanto PEREGRINO, caminhando rumo à sua PÁTRIA CELESTIAL, todos os dias, todos os momentos e não pode perder tempo com as coisas desse mundo; precisa estar o tempo todo focado em buscar os interesses de sua PÁTRIA (II TIM 2: 3-4).

b) Segundo porque o LOCAL onde está vivendo como ESTRANGEIRO, PEREGRINO, EMBAIXADOR é hostil e quer o tempo todo desviá-lo de sua missão, de sua CAMINHADA rumo à PÁTRIA CELESTIAL à semelhando do que ocorre no livro “O Peregrino” (I JO 2:15-17).

Quando um PEREGRINO, um EMBAIXADOR não tem isso bem claro em sua mente ele abandona a missão; ele deixa de representar sua PÁTRIA e passa a viver de conformidade com as LEIS e os COSTUMES do país/MUNDO onde está morando.

Paulo relata um caso assim: “Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou” (II TM 4:10).

William Hendriksen, comentando esse texto diz que foi uma separação espiritual, de fato, que causou muita decepção em Paulo e que não se tem notícia de que ele tenha se arrependido, como Marcos, o que pode ter ocorrido ou não. Ele perdeu o foco, deixou de ser PEREGRINO, fixou residência nesse MUNDO; deixou de ser EMBAIXADOR. Contudo, o contexto aqui não deve ser entendido como soteriológico. 

O fato, prezados, É QUE MUITOS PEREGRINOS têm AMADO o presente século, as coisas desse mundo; mais que as de sua PÁTRIA CELESTIAL. Não têm, portanto, sido bons REPRESENTANTES/EMBAIXADORES DE CRISTO.

Em fim, a questão da LIBERDADE CRISTÃ diz respeito ao RELACIONAMENTO desse PEREGRINO/EMBAIXADOR com o MUNDO. O que pode fazer e o que não pode fazer.

Esse RELACIONAMENTO pode ser dividido em 3 EIXOS. Estaremos abordando cada um deles nas próximas postagens. Não deixe de conferir.

sábado, 28 de março de 2015

REVENDO VALORES: A SALVAÇÃO NUNCA FOI, NÃO É E JAMAIS PODERÁ SER SOMENTE PELA GRAÇA E PELA FÉ-Parte 2/2

 
Na postagem 1/2, dessa série, afirmamos a necessidade da prática de Boas Obras para a Salvação. Reafirmamos. De fato, sem a prática delas, não há salvação.

Vejamos alguns textos que nos dão base para fazer tal afirmação:

"Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem , mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?" (Tiago 2:14).

"Assim, também a , se não tiver obraspor si só está morta" (Tiago 2:17).

"Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a  sem as obras é inoperante?" (Tiago 2:20)
Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a  sem obras é morta (Tiago 2:26).

A pergunta retórica "Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?" requer apenas uma resposta: Não. Aqui já identificamos algo importante: não é toda fé que "salva"; tem fé que "salva" e fé que não "salva"; tem fé que trás a morte em seu próprio DNA, isto é, trata-se de um tipo de fé que pode até servir para alguma coisa, mas não serve para a "salvação".

Então, diante de tais "textos prova", podemos afirmar que os Católicos e Espíritas estão corretos quando depositam uma esperança meritória nas obras que praticam?  Não, óbvio que não. Isso é um entendimento errado dos textos acima, que são interpretados sem levar em consideração a totalidade do ensinamento das escrituras, no que diz respeito à soteriologia.

É evidente que Tiago não está ensinando salvação baseado em obras. Nos textos acima, Tiago vai ensinar sobre o que não é a fé que Paulo menciona. Destacamos a palavra  fé em vermelho para indicar que, nesse momento, o uso da palavra fé não está se referindo à mesma fé indicada por Paulo, tendo em vista que essa é uma fé inoperante; apenas intelectualizada.

Ninguém, exceto Adão, teve ou tem a possibilidade de salvar-se pelas obras que pratica. A confissão de Fé de Westminster, no capítulo VII, interpretando esse assunto, afirma:

"II. O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência pessoal (Ref. Gal. 3:12; Rom. 5: 12-14 e 10:5; Gen. 2:17; Gal. 3: 10). III. O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a vida o seu Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer (Ref. Gal. 3:21; Rom. 3:20-21 e 8:3; Isa. 42:6; Gen. 3:15; Mat. 28:18-20; João 3:16; Rom. 1:16-17 e 10:6-9; At. 13:48; Ezeq. 36:26-27; João 6:37, 44, 45; Luc. 11: 13; Gal. 3:14)". 

Existe uma ideia errada de que há uma flagrante contradição entre o ensino de Tiago, que parece sugerir salvação pelas obras, e o de Paulo; especialmente em Romanos e Efésios, quando afirma: "O justo viverá pela " (1:17) e "Porque pela graça sois salvos, mediante a ; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 2.9   não de obraspara que ninguém se glorie(Ef 2:8-9).


É evidente que não existe contradição nenhuma entre o ensino de um e do outro. Nem seria possível, pois ambos são igualmente inspirados pelo Espírito Santo. O que ocorre é o seguinte:

Paulo apenas fala da fé, mas não a explica. Ele não entra em detalhes acerca da natureza dessa fé. Esse papel coube ao apóstolo Tiago. A fé que Paulo fala é a mesma que Tiago explica.

É como se Tiago dissesse o seguinte: "sabe aquela fé que o apóstolo Paulo fala em Romanos, em Efésios e em muitos outros texto? Muito bem, vou explicar o que é e como é essa fé. 

Nos textos a seguir, finalmente, Tiago vai explicar a natureza da fé utilizada por Paulo, trabalhando, paralelamente, com o conceito de  de Paulo e um conceito equivocado de , que não provoca vida, nem serve para a salvação. Utilizamos a cor azul quando Tiago estiver explicando a fé utilizada por Paulo e vermelha quando estiver falando de um  diferente da que Paulo utiliza.Vejamos mais alguns textos: 

"Mas alguém dirá: Tu tens , e eu tenho obras; mostra-me essa tua  sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha " (Tiago 2:18).

"Vês como a  operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a  se consumou" (Tiago 2:22), 

"Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por  somente" (Tiago 2:24). 

"De igual modo, não foi também justificada por obras a meretriz Raabe, quando acolheu os emissários e os fez partir por outro caminho?" (Tiago 2:25).

Concluímos afirmando que as obras são absolutamente necessárias para a a confirmação da salvação. As obras funcionam como uma espécie de "doutrina da prova da eleição". Eleitos, necessariamente, praticam boas obras. Se alguém se julga eleito, salvo e não tem obras que abonem seu discurso, de fato, está absolutamente enganado. As obras são evidências da eleição.

A confissão de Fé de Wesminster, no capítulo XVI, nos ensina sobre essas boas obras que são inerentes aos salvos. Evidentemente que "boas obras" são somente aquelas designadas pelas Escrituras sagradas, incluindo, aí, "toda obra de bom testemunho e a próprio estilo de vida do eleito"


"II. Estas boas obras, feitas em obediência aos mandamentos de Deus, são o fruto e as evidências de uma fé viva e verdadeira; por elas os crentes manifestam a sua gratidão, robustecem a sua confiança, edificam os seus irmãos, adornam a profissão do Evangelho, tapam a boca aos adversários e glorificam a Deus, cuja feitura são, criados em Jesus Cristo para isso mesmo, a fim de que, tendo o seu fruto em santificação, tenham no fim a vida eterna (Ref. Tiago 2:18, 22; Sal. 116-12-13; I Ped. 2:9; I João 2:3,5; II Ped. 1:5-10; II Cor. 9:2; Mat. 5:16; I Tim. 4:12; Tito 2:5, 912; I Tim. 6:1; I Pedro. 2:12, 15; Fil. 1,11; João 15:8; Ef. 2:10; Rom. 6:22). 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

REVENDO VALORES: A SALVAÇÃO NUNCA FOI, NÃO É E JAMAIS PODERÁ SER SOMENTE PELA GRAÇA E PELA FÉ - Parte 1/2


O cristianismo chamado primitivo perdurou até aproximadamente o século IV d.C, se quisermos esticar ao máximo essa fase. A igreja outrora perseguida, desde Atos 8, agora passa rapidamente primeiro para uma condição de não mais perseguida e, depois, para a condição que nortearia sua trajetória até o século XVI: Religião oficial do Estado, com nuances, inclusive, de perseguidora da fé contrária, desde o século V, com a chamada Pretensão Petrina.

Durante esses onze séculos a igreja cristã ocidental, com base em seu magistério, desenvolveu muitos ensinamentos. Citaremos apenas aquele que é relevante para o assunto que estamos abordando aqui:

Salvação pelas Obras e sua variante semi-Pelagiana: Para a Igreja Católica Romana a única possibilidade de Salvação reside na permanência do homem em seu seio, participando dos sacramentos, jejuns, esmolas,  outros trabalhos piedosos e até alguns sacrifícios estabelecidos pela igreja. Ou seja, para a Igreja Católica Romana, as obras de justiça são consideradas meritórias para a salvação.

Os chamados Reformadores, especialmente no séculos XVI, não concordavam com esse e outros ensinamentos, trazendo à luz cinco lemas, que passaram a ficar conhecidos como "Os 05 solas da Reforma Protestante". Dois deles visavam combater diretamente o ensinamento de "Salvação pelas Obras", da Igreja Católica:

1) Sola Fide (Salvação somente pela Fé);
2) Sola Gratia (Salvação somente pela Graça).

A questão que se levanta aqui é: qual desses dois sistemas interpretativos estão corretos, uma vez que são auto-excludentes?

Muitos "Simpatizantes da Reforma" têm depositado toda sua confiança de salvação nesses dois Solas. Trata-se de uma confiança quase inabalável. A ideia que norteia suas mentes e corações sinceros é que "não precisam fazer absolutamente nada para que sejam salvos". Rejeitam toda e qualquer associação da salvação com as obras. Seu texto predileto é Efésios 2:8-9, que afirma "Porque pela GRAÇA sois salvos e isso não vem de vós, é dom de Deus. Não de OBRAS para que ninguém se glorie". Implicitamente interpretam a palavra GRAÇA como AUSÊNCIA TOTAL DE OBRAS. Geralmente possuem algumas características em comum, todas elas embasadas pelo que entendem dos lemas "Sola Gratia" e "Sola Fide":

a) São ousados na defesa de sua fé;
b) Têm relativo conhecimento das doutrinas basilares da Reforma Protestante;
c) Gostam de ser reconhecidos como um "combatente da Reforma";
d) Via de regra são intolerantes e intransigentes em assuntos relacionados à fé;
e) São sectários;
f) Não digerem muito bem a ideia de serem liderados e pastoreados, sob o pretexto de terem apenas Deus como senhor de suas consciências;
g) Curiosamente quase sempre são orgulhosos e prepotentes;
h) Gostam de serem vistos próximos de teólogos renomados, regando com cuidado essa amizade;
i) Não dão muita importância para as atividades da Igreja local, onde congregam. Afinal, "não precisam praticar obra alguma";
j) Não raramente amam o mundo e dele se aproveitam, sob o pretexto da liberdade de consciência, da qual não abrem mão, especialmente naquelas questões que não consideram pecaminosas;
l) De tanto quererem fugir de qualquer aparência com os pentecostais acabam por se aproximar da aparência do mundo, no que diz respeito a seus gostos, vontades e direitos;

Mal sabem eles que perecerão eternamente e levarão a reboque seu Calvinismo e todos os "Solas da Reforma Protestante". Estão absolutamente enganados com a suposta segurança trazida pelo seu entendimento da "Sola Gratia" e por não praticarem "BOAS OBRAS", tal qual prescrevem as Escrituras, serão eternamente condenados ao inferno, de onde reclamarão: "em teu nome profetizamos" (Mateus 7:22).

Seu ensino de "Salvação exclusivamente pela Fé e pela Graça", contrabalanceado com o falso ensino da "não necessidade das obras para a salvação", certamente estarão compondo os autos de sua própria condenação. Na capa do seu processo condenatório estará escrito: "Este réu rejeitou as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2:10).

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

LOUVOR E TEOLOGIA: UMA UNIÃO INSEPARÁVEL - BREVE REFLEXÃO


1- Quando cantamos cânticos de louvor e adoração a Deus, qual nossa intenção? Reconhecemos seus atributos, sua divindade; dizemos o quanto Ele é grande e majestoso. Em fim, o que queremos, em última análise, é AGRADAR a DEUS. Agradar a Deus: esse é o objetivo do louvor.

2- Conseguiremos agradar a Deus dizendo ou cantando coisas  que são contrárias ao que Ele diz sobre Si mesmo, sobre o homem e sobre o mundo, nas Escrituras?

3- Há pelo menos três grandes cosmovisões acerca do entendimento sobre Deus, sobre o homem e sobre o mundo, que influenciará, necessariamente, no que se dirá a Deus nos louvores, sempre com a intenção de AGRADÁ-LO. São elas: a) Calvinismo; b) Arminianismo; c) Pentecostalismo e suas variantes neopentecostais.

4- Esses pressupostos teológicos se contradizem em muitos pontos. Ou seja, não existe possibilidade lógica de todas eles estarem certos, ao mesmo tempo, em determinados assuntos, pois são opiniões autoexcludentes. Por exemplo: o arminiano diz que o homem tem livre-arbítrio. O Calvinismo diz que o homem não tem mais livre-arbítrio. O pentecostal, que é arminiano por natureza,  acredita em novas revelações, sonhos, dons de línguas, etc, os calvinistas e arminianos tradicionais, não.

5- Então, como Calvinistas, Arminianos e Pentecostais podem AGRADAR a Deus com seus louvores, a partir de seus próprios pressupostos? Dizendo ou cantando aquilo que consideram correto acerca de Deus, do mundo e do homem. Ora, se o arminiano entende que a doutrina da eleição é errada, como poderá cantar louvores que ensinam essa doutrina? Se o calvinista entende que a doutrina do livre-arbítrio é errada, como poderá cantar louvores que tenham essa conotação? Se tanto arminianos tradicionais quanto calvinistas entendem que os dons revelacionais cessaram, como poderão cantar louvores que falam e sugerem a existência de novas revelações?

6- Não existe neutralidade em louvores ou afirmações religiosas. Necessariamente elas estarão defendendo uma dessas três grandes cosmovisões, em suas características peculiares;

7- Cantar louvores é cantar doutrina, inevitavelmente, como sugeria Lutero.

8- Se o objetivo do louvor congregacional é AGRADAR a Deus, a igreja só pode cantar aquilo que, no entendimento dela, representa a interpretação correta do que Deus disse acerca de Si mesmo, do homem e do mundo;

9- Todos que são diretamente ligados ao louvor da igreja, especialmente os líderes, devem conhecer, de forma muito clara, qual é o entendimento doutrinário da sua igreja, sob pena de estar levando a congregação a cantar coisas que, DESAGRADAM a Deus, do ponto de vista da cosmovisão doutrinária assumida por esta igreja. Por isso, os responsáveis pelo louvor no VT eram, via de regra, sacerdotes; portanto, conhecedores do entendimento doutrinário.

10- Igrejas Calvinistas não devem cantar louvores com ensinamentos Arminianos. Igrejas Arminianas não devem cantar louvores com ensinamentos Calvinstas. Igrejas Calvinistas e Arminianas tradicionais não devem cantar louvores com ensinamentos Pentecostais. Igrejas pentecostais não devem cantar louvores com ensinamentos calvinistas e/ou tradicionais.


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

SIMPÓSIO DE TEOLOGIA REFORMADA EM RECIFE-PE


Copie o link abaixo em sua barra de Internet e trace sua rota até ao local do evento:

https://www.google.com.br/maps/dir/Aeroporto/Igreja+Presbiteriana+do+Brasil+-+R.+Jos%C3%A9+Martorano,+S%2FN+-+Jord%C3%A3o,+Recife+-+PE,+51240-550/@-8.1373989,-34.936154,15z/data=!3m1!4b1!4m13!4m12!1m5!1m1!1s0x7ab1e3096b865a7:0xcc456f2b961b5207!2m2!1d-34.9166298!2d-8.133354!1m5!1m1!1s0x7ab1e11f17dd1ef:0xb68fd926b1f41001!2m2!1d-34.938612!2d-8.130216?hl=pt-BR

domingo, 17 de agosto de 2014

HOMENAGEM A EDUARDO CAMPOS - #NãoVamosDesistirDoBrasil


 
 
Essa é uma foto absolutamente emblemática. Filhos de Eduardo Campos no carro do corpo de Bombeiros, ao lado do caixão do pai. Punhos serrados e gritando a última frase do seu herói: "Não Vamos Desistir do Brasil". ‪#‎NãoVamosDesistirDoBrasil‬.

A arte também homenageia o agora mito:

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

terça-feira, 12 de agosto de 2014

DIÁRIO DE SIMONTON - VÍDEO - 155 ANOS DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL (DE 12/08/1859 ATÉ 12/08/2014)


UNIVERSIDADE CATÓLICA PRODUZ VÍDEO SOBRE A IPB - 155 ANOS

O vídeo abaixo, sobre a IPB - Igreja Presbiteriana do Brasil, foi produzido pelo Observatório Transdisciplinar das Religiões, um projeto da Universidade Católica de Pernambuco:
 http://www.unicap.br/observatorio/pages/forum.htm# 

O documentário foi conduzido pelo Diretor do SPN - Seminário Presbiteriano do Norte, Rev.Marcos André e pelo seu Prof.de História do Cristianismo, Rev.José Roberto. Assuntos como Liturgia, participação das mulheres na IPB, governo eclesiástico, história da IPB,  teologia e educação, foram abordados. 



domingo, 10 de agosto de 2014

DIA DOS PAIS, ESTÉTICA E TEOLOGIA: NEM TODOS SÃO FILHOS DE DEUS


Estética é a parte da filosofia que estuda, de modo geral, o belo, a arte. Daí surge uma pergunta: o que é o belo? O que é a arte? Diríamos, parafraseando grandes pensadores como Kant, que algo é belo e igualmente arte quando nosso sentimento é invadido pouco a pouco até ser completamente tomado por aquilo que estamos vendo ou ouvindo. Isso é arte, isso é belo. Platão, por sua vez, entendia que a beleza estava diretamente ligada com o "Sumo Bem". Ou seja, quanto mais próximo desse "Sumo  bem", mas belo. A ideia de "pai" é uma ideia bem íntima com a do "Sumo Bem", uma vez que Ele também é Pai. Deus Pai é a primeira pessoa da trindade. Assim sendo, ser "pai" e ter "pai" é algo fantástico. É pura beleza, porque nos remete, de imediato, ao "Sumo bem", aqui entendido como nosso Deus, nosso Pai Eterno.

A música "Pai", de Fábio Júnior, é pura arte, é pura beleza.

Quero oferecer essa música a meus queridos irmãos: Ane, Sergio, Marcos e Fabiane. Os três últimos tiveram que experimentar "a presença da ausência" do pai muito cedo, infelizmente. Contudo, o curto período em sua presença foi o suficiente para ajudá-los a se tornarem as pessoas de bem que são hoje.

Ofereço também a todos os filhos que agora desfrutam da "presença da ausência" de seu pai, que é a saudade, um misto de sentimentos extremamente confusos, perpassando pelas doces lembranças do passado e terminando por essa que é a mais bela e brasileira de todas as palavras: saudade, que por sua vez, é a união perfeita entre vontade de presença e certeza de não-presença, que nos conduz a uma experiência dupla: boa e terrivelmente dolorosa. Mas, ao mesmo tempo, só é saudade porque as experiências positivas suplantam a dor da ausência. Por isso, não há um único dia que não lembre do meu pai que se foi. A vocês, a obra prima:


Neste dia não poderíamos deixar de abordar também um dos assuntos menos simpáticos da teologia - para aqueles que ainda não o entende. Resumiremos o tema na provocativa frase: Nem todos são filhos de Deus

Todos são, por natureza, criaturas de Deus, mas não filhos, necessariamente.  Todo filho é também criatura de Deus, mas nem toda criatura é, necessariamente, filho de Deus. Ninguém já nasce "filhos de Deus". Em determinado momento histórico o indivíduo torna-se filho de Deus por meio de um "novo nascimento", "por adoção"; um nascimento espiritual. Há aqueles que jamais serão filhos de Deus. Sei que é extremamente difícil estar frente a frente com essa verdade escriturística que contraria o velho bordão "eu também sou filho de Deus", mas gostaria de convidá-lo a analisar esse assunto e a pensar seriamente na possibilidade de tornar-se um verdadeiro filho de Deus. 

Existe vasta prova escriturística que comprova o que estamos dizendo acima, a exemplo de João 1:12: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome".  Note que o ser filhos de Deus não é algo natural e, sim, algo que ocorre posteriormente; que se manifesta posteriormente, melhor dizendo. Jesus também diz claramente que alguns não são filhos de Deus. Sim, Jesus diz isso: "Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus. Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.   Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra.   Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus" (João 8:41-44,47). 

Aqueles que são filhos de Deus o são não porque já nasceram filhos de Deus, e, sim, porque "receberam" a graça da adoção. A doutrina da Adoção é uma das mais belas e reconfortantes doutrinas da Bíblia. Passaremos a abordá-la a partir de um importante documento da cristandade, a Confissão de Fé de Westmisnter:

"Todos os que são justificados é Deus servido, em seu único Filho Jesus Cristo e por ele, fazer participantes da graça da adoção.  Por essa graça eles são recebidos no número dos filhos de Deus e gozam a liberdade e privilégios deles; têm sobre si o nome deles, recebem o Espírito de adoção, têm acesso com confiança ao trono da graça e são habilitados, a clamar "Abba, Pai"; são tratados com comiseração, protegidos, providos e por ele corrigidos, como por um pai; nunca, porém, abandonados, mas selados para o dia de redenção, e herdam as promessas, como herdeiros da eterna salvação" ( Ef.  1:5; Gal. 4:4-5; Rom. 8:17; João 1: 12; Jer. 14:9; II Cor. 6:18; Apoc. 3:12; Rom. 8:15; Ef. 3:12; Gal. 4:6; Sal. 10313; Prov. 14.26; Mat. 6:30, 32; Heb. 12:6; Lam. 3:31-32; Ef. 4:30; Heb. 6:12; I Ped.  1: 3-4; Heb.  1: 14).
No dia dos pais pense seriamente sobre algo que você nunca parou para pensar: Você é realmente filho de Deus? Já recebeu a graça da adoção?

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