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quinta-feira, 3 de abril de 2014

O SANTO QUE O PADRE JOSÉ DE ANCHIETA ESTRANGULOU


O Padre José de Anchieta (1534-1597), com atuação no Brasil a partir de 1553, foi canonizado por decreto papal do Papa Francisco, nesta quinta-feira, 03/04/2014, depois de ter sido beatificado pelo Papa João Paulo II, em 1980. Veja um pouco de sua história:


Mas, por que só agora Vaticano? Por que tanta demora em canonizar o Padre José de Anchieta? 
O padre Simão de Vasconcelos (1597-1671), autor de A vida do venerável do padre José de Anchieta, levou a Roma um pedido de beatificação do biografado, mas só seria atendido séculos depois, em 1980, pelo papa João Paulo II. Contra a canonização de Anchieta pesaria a acusação de ter participado do extermínio de um “herege francês” na costa da Guanabara. Conforme:http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/enfim-santo
As informações abaixo podem explicar o motivo da demora:

Na chamada invasão Francesa (1555), Nicolas Durand de Villegaignon (1510-1571), fingindo-se de Calvinista, alcançou a amizade do vice-almirante Gaspard de Coligny, um dos principais conselheiros do reino, que nutria fortes simpatias pela Reforma, conseguindo, assim, o apoio do rei Henrique II (1547-1559), para fundar aqui no Brasil a França Antártica, que serviria de refugio aos protestantes perseguidos e escorraçados na Europa.

Viagem autorizada, depois de reunir um bom número de homens, chegaram ao Rio em 10 de novembro de 1555. Villegaignon impôs trabalhos forçados aos colonos. Isso fez com que sua estadia no Brasil não fosse tranquila.

Segundo o historiador Auderi de Souza Matos:
Diante das dificuldades surgidas, Villegaignon decidiu escrever à Igreja Reformada de Genebra, solicitando o envio de pastores e outras pessoas que ajudassem a elevar o nível religioso e moral da colônia e evangelizassem os indígenas. Por sua vez, Calvino e seus colegas escolheram alegremente para acompanhar o grupo os pastores Pierre Richier (50 anos) e Guillaume Chartier (30 anos). Conforme: http://www.mackenzie.com.br/6996.html .  
Depois outros huguenotes (calvinistas franceses) também vieram ao Brasil.

Um desses Huguenotes foi Jacques Le Balleur. É aqui que entra o Padre José de Anchieta. Existe um fato registrado na história, pelo menos a partir de uma vertente de interpretação, que o Padre José de Anchieta teria participado do assassinato de Jacques Le Balleur. Ou melhor: ele mesmo teria estrangulado Le Balleur. 
Após a expulsão dos franceses da Guanabara, Anchieta e Manuel da Nóbrega teriam instigado o Governador-Geral Mem de Sá a prender em 1559 um refugiado huguenote, o alfaiate Jacques Le Balleur, e a condená-lo à morte por professar "heresias protestantes". Em 1567, Jacques Le Balleur foi preso, e conduzido ao Rio de Janeiro para ser executado, mas o carrasco teria recusado a executá-lo. Diante disso, Anchieta o teria estrangulado com suas próprias mãos. O episódio é contestado como apócrifo pelo maior biógrafo de Anchieta, o padre jesuíta Hélio Abranches Viotti, com base em documentos que, segundo o autor, contradizem a versão, conforme:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_Anchieta.
Por que será que só agora o Padre José de Anchieta foi Canonizado? No século XVIII, houve grande investigação em Roma, e, até então, por conta dessa sua suposta participação nesse crime, a canonização havia sido comprometida. Será que pelos padrões e conceito de “santidade” que tem a Igreja Romana, ele deveria mesmo ter sido canonizado?

Fica o registro dessa passagem nebulosa da vida do Padre José de Anchieta. Teria ele participado desse assassinato, como afirmam alguns historiadores ou, ao contrário, ele é totalmente inocente, como afirmam outros tantos?

Para saber mais sobre esse assunto recomendamos a leitura do Livro do Ex-Padre Anísio Pereira Reis, “O Santo que Anchieta Matou”, que pode ser baixado no seguinte endereço: http://search.4shared.com/postDownload/wAJHjFMS/Anibal_Pereira_dos_Reis_-_O_Sa.html

Trechos do livro do livro de Anísio Pereira Reis, um ex-padre convertido ao protestantismo “O santo que Anchieta matou”:
A participação assassina de Anchieta: EMBORA TEIMASSEM os sacerdotes em demova-lo de suas “heresias”, Bollés, na Bahia, permaneceu inflexível nas suas convicções e em anunciar, com ousadia o Evangelho aos circunstantes. Em chegando ao Rio de Janeiro incumbiram Anchieta, há pouco ordenado sacerdote e como neo-sacerdote com todo o fogo inquisitorial, de dissuadir o Pastor de suas idéias religiosas.Se nas masmorras baianas, sofrendo atentados, sua fé permaneceu inabalável perante os assédios da apostasia, não seria o “pe.” José capaz de remover-lhe da consciência a decisão de fidelidade à Palavra de Deus. Naqueles tempos de espesso obscurantismo religioso, a lei fazia um sacerdote acompanhar o réu ao cadafalso. No caso de Bollés, Anchieta foi quem o seguiu. As últimas instâncias para abjurar o Calvinismo e refugiar-se no romanismo, como todas as vestidas anteriores, caíram no vazio. A vítima do ódio clerical, impertérrita, permaneceu em sua lealdade a Jesus Cristo! João Francisco de Lisboa reconhece: “com ânimo firme e resoluto, perseverou na sua fé, e afrontou a morte”. Retardou o algoz o desfecho fatal. Dizem que por imperícia, mas na verdade por compaixão do inocente que tendo sido por ele já instruído a cerca do Evangelho. O fato que Anchieta, de espírito odiento, antecipou-se ao carrasco e enforcou Bollés, um dos mártires evangélicos do Brasil.“E porque o carrasco, talvez condoído, sem coragem de apressar a morte da vitima inocente - ele mesmo, o santo José de Anchieta”, no dizer do católico Arthur Heulhard, ”acaba de matá-lo, dizendo, ufano, ao carrasco acovardado: Eis a como se mata um homem! VOl LA COMM IL FAUT FAIRE (ROY DEL’AMERIQUE, pgs. 170-171, obra essa publicada em 1897 por ocasião das festas do tricentenário de Anchieta, em cujas páginas também classifica Villegaignon de “O Caim da América”). E Anchieta se tornou além de responsável por tantos crimes perpetrados sobre tudo contra indígenas indefesos, culpado também da torpíssima ação de ser algoz de um SANTO. Baixo de: http://search.4shared.com/postDownload/wAJHjFMS/Anibal_Pereira_dos_Reis_-_O_Sa.html

segunda-feira, 31 de março de 2014

O GOVERNO MILITAR NÃO É DE DEUS: 1964 FOI GOLPE SIM - Parte 2


 
Há exatos 50 anos, num fatídico 31 de março de 1964, o Brasil era tomado pelos militares. Claro que essa é apenas uma versão. A outra versão, defendida, inclusive, por muitos cristãos - pastores e líderes protestantes -, conta que essa data marca o que preferem chamar de "contrarrevolução" ou "contragolpe". Segundo essa versão, o país estava prestes a ser transformado em um país comunista. Nesse momento, entraram em ação nossos heróis militares e nos livraram desse mal.

Como sabemos, a história não é neutra. Ela sempre será influenciada pelos pressupostos daquela que a conta. Por mais que falemos em "história empírica", embasada por meio de documentos comprobatórios, esses e os momentos em que foram formulados carecerão sempre de interpretação, que por sua vez carecerá de neutralidade.

Nossa intenção nesse post não é analisar os detalhes e as entrelinhas da história já contada. Nos limitaremos a um exercício simples, de expor fatos que não são contestados por nenhuma das partes, sem a intenção, entretanto, de interpretá-los. Vamos a eles:

1º) No cenário imediatamente anterior ao golpe ou ao contragolpe, como queiram, havia uma situação de democracia no Brasil? O povo escolhia seus representantes?

 Resposta: Sim. "De acordo com a Constituição de 1946, o mandato do presidente vigoraria por cinco anos. Assim, Dutra governara até 31 de janeiro de 1951, passando a faixa presidencial para o eleito nesta eleição.1 O direito ao voto foi permitido a todos os brasileiros com mais de dezoito anos de ambos os sexos, mas os analfabetos eram proibidos a votar.2 Foi determinado, também, que a eleição para presidente e vice-presidente ocorreriam de forma separada", conforme: http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o_presidencial_no_Brasil_em_1960;

2º) Qualquer Brasileiro poderia concorrer à eleição, inclusive militares?

Resposta: Sim. "O PSP sem ter feito coligação, lançou novamente Adhemar Pereira de Barros, então prefeito de São Paulo e ex-governador, mas com bases mais sólidas. O Movimento Trabalhista Renovador e o PDC lançaram o dissidente do PTB Fernando Ferrari para vice-presidente [...]. O então vice-presidente João Belchior Marques Goulart, o Jango, se candidatou novamente ao cargo de vice [...]. A sensação da eleição foi mesmo a ascensão irresistível do populista Jânio da Silva Quadros. Este, de obscuro professor em São Paulo, onde foi vereador e prefeito, passou a Governador do Estado, com reputação no combate à corrupção. [...]. Como candidato governista inicialmente do Partido Social Democrático (PSD) e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), tendo recebido o apoio de outros partidos de esquerda sendo eles o Partido Social Trabalhista (PST), o Partido Socialista Brasileiro (PSB), e o Partido Republicano Trabalhista (PRT), foi lançado a candidatura do marechal Henrique Baptista Duffles Teixeira Lott, ex-ministro que havia se notabilizado por garantir a posse do presidente Juscelino Kubitschek, cinco anos antes, conforme: http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o_presidencial_no_Brasil_em_1960.

Chamamos atenção para o candidato Henrique Baptista Duffles Teixeira Lott. Ele era militar e concorria normalmente, de forma democrática, à presidência do Brasil. Para saber mais sobre ele: http://pt.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_Estado_no_Brasil_em_1964. 

Como fica claro acima,  à época, o Brasil gozava de liberdade política, tendo assegurado um dos principais instrumentos da democracia: o voto popular.

3º) Quem foi eleito democraticamente? 
 

Eleitos democraticamente,  pelo voto popular e de acordo com a Constituição em vigor: Jânio Quadros para Presidente e João Goulart para Vice-Presidente. O candidato militar Henrique Baptista Duffles Teixeira Lott não foi eleito. Ou seja, o povo não o queria como presidente. O povo não quis ter um presidente militar, naquele momento.

4º) O que aconteceu após a eleição democrática?

Resposta: Jânio renunciou ao mandato no mesmo ano de sua posse (1961), e quem deveria substituí-lo automaticamente e assumir a Presidência era João Goulart, segundo a Constituição vigente à época, promulgada em 1946. Porém este se encontrava em uma viagem diplomática na República Popular da China. Militares então acusaram Jango de ser comunista e o impediram de assumir seu lugar como mandatário no regime presidencialista.

Depois de muita negociação, lideradas principalmente pelo cunhado de Jango, Leonel de Moura Brizola, na época governador do Rio Grande do Sul, os apoiadores de Jango e a oposição acabaram fazendo um acordo político pelo qual se criaria o regime parlamentarista, passando então João Goulart a ser chefe-de-Estado.

Em 1963, porém, houve um plebiscito, e o povo optou pela volta do regime presidencialista. João Goulart, finalmente, assumiu a presidência da República com amplos poderes. 
Conforme: http://pt.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_Estado_no_Brasil_em_1964

Note-se que o povo escolheu, por duas vezes, Jango. Uma pelo voto democrático e a outra pela escolha do presidencialismo.

 5º) O que aconteceria se o povo tivesse votado no militar Henrique Baptista Duffles Teixeira Lott, então candidato a Presidente do Brasil?

Resposta: "Se [Lott] tivesse ido para a presidência do Brasil, teria instaurado um governo de legabilidade e de respeito à pessoa humana, e uma vinculação com partidos políticos, porque era um democrata sincero, inteligente e honrado. Com Lott na presidência, não teríamos ditadura militar durante vinte anos, não teríamos a falência nacional. Nada disso teria acontecido", segundo Sobral Pinto, no enterro de Henrique Teixeira Lott..

Mas, o povo não quis assim. O povo não queria um militar na presidência. Fato.

6º) Jango concluiu, finalmente, o mandado que o povo lhe conferira por duas vezes? O Golpe Final:

Resposta: Em 31 de março daquele ano, os militares iniciam a tomada do poder e a deposição de Jango. No dia 2 de abril, o presidente João Goulart partiu de Brasília para Porto Alegre e Ranieri Mazilli (PSD) assumiu a presidência interinamente. Dois dias depois, João Goulart se exilou no Uruguai

Em 9 de abril, foi editado o AI-1 (Ato Institucional número 1), decreto militar que depôs o presidente e iniciou as cassações dos mandatos políticos. 

No mesmo mês, o marechal Castello Branco (Arena) foi empossado presidente com um mandato até 24 de janeiro de 1967. Conforme: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/golpe-militar-de-1964-1-elites-e-militares-derrubaram-o-governo-de-jango.htm

7º) Golpe ou Contragolpe?

 Resposta: O povo elegeu Jânio Quadros. Ele renunciou. Pela constituição vigente o vice-presidente deveria assumir. Depois de muitas idas e vindas e a ratificação do povo, João Goulart finalmente assume a presidência, como o povo sempre quis. Os militares, então, depõem o então presidente. Ou seja, não respeitou a vontade popular. Passou por cima da maior expressão da democracia: o voto popular. Os militares estabeleceram um governo não legitimado pelo povo, na base da força bélica, usurpando o poder legítimo de escolher seus governantes que o povo possuía. O povo não escolheu isso. Sequer quis votar num candidato militar. 

Se isso não for GOLPE.....o que mais será?

8º) O que significa negar esses dados?

 Resposta: Sabedores, como já dissemos, que toda história é necessariamente engajada, não podemos negar o foto de que contar  "penas" um ponto de vista ou uma parte dos fatos com a clara intenção de induzir seguidores ou ovelhas a votarem de acordo com os pressupostos políticos daquele que intenta a indução, constitui-se, na nossa opinião, quebra do 9º mandamento, de acordo com as perguntas 144 e 145 do Catecismo Maior de Westminster, que indaga e responde:  

144. Quais são os deveres Quais são os deveres exigidos no nono mandamento?

"Os deveres exigidos no nono mandamento são: conservar e promover a verdade entre os homens e a boa reputação de nosso próximo, assim como a nossa; evidenciar e manter a verdade, e de coração, sincera, livre, clara e plenamente falar a verdade, somente a verdade, em questões de julgamento e justiça e em todas as mais coisas, quaisquer que sejam; considerar caridosamente os nossos semelhantes; amar, desejar e ter regozijo pela sua boa reputação;entristecer-nos pelas suas fraquezas e encobri-las, e mostrar franco reconhecimento dos seus dons e graças; defender sua inocência; receber prontamente boas informações a seu respeito e rejeitar as que são maldizentes, lisonjeadoras e caluniadoras; prezar e cuidar de nossa boa reputação e defendê-la quando for necessário; cumprir as promessas lícitas; empenhar e praticar tudo o que é verdadeiro, honesto, amável e de boa fama. Lv 19:15;Ef 4:25; Pv 14:5;17:9;22:1;25:23;26:24,25;31:9; Sl 15:2-4;82:3;101:5;119:158; II Cr 19:9; Jr 9:3;42:4; Jo 8:49;At 20:20,27; Rm 1:8;I Co 1:4,5;13:4-7;II Co 1:17,18;11:18,23;12:21; Fp 4:8; Cl 3:9; II Tm 1:4,5; I Pe 1:8; III Jo 3,4,12; Hb 6:9.  

145. Quais são os pecados proibidos no nono mandamento? Os pecados proibidos no nono mandamento são: tudo quanto prejudica a verdade e a boa reputação de nosso próximo, bem assim a nossa, especialmente em julgamento público, o testemunho falso, subornar testemunhas falsas, aparecer e pleitear cientemente a favor de uma causa má; resistir e calcar à força a verdade, dar sentença injusta, chamar o mau, bom e o bom, mau; recompensar os maus segundo a obra dos justos e os justos segundo a obra dos maus; falsificar firmas, suprimir a verdade e silenciar indevidamente em uma causa justa; manter-nos tranqüilos quando a iniqüidade reclama a repreensão de nossa parte, ou denunciar outrem, falar a verdade inoportunamente, ou com malícia, para um fim errôneo; pervertê-la em sentido falso, ou proferi-la duvidosa e equivocadamente, para prejuízo da verdade ou da justiça; falar inverdades, mentir, caluniar, maldizer, depreciar, tagarelar, cochichar, escarnecer, vilipendiar, censurar temerária e asperamente ou com parcialidade, interpretar de maneira má as intenções, palavras e atos de outrem; adular e vangloriar; elogiar ou depreciar demasiadamente a nós mesmos ou a outros, em pensamento ou palavra; negar os dons e as graças de Deus; agravar as faltas menores; encobrir, desculpar e atenuar os pecados quando chamados a uma confissão franca; descobrir desnecessariamente as fraquezas de outrem e levantar boatos falsos; receber e acreditar em rumores maus e tapar os ouvidos a uma defesa justa; suspeitar mau; invejar ou sentir tristeza pelo crédito merecido de alguém; esforçar-se ou desejar o prejuízo de alguém; regozijar-se na desgraça ou na infâmia de alguém; a inveja ou tristeza pelo crédito merecido de outros; prejudicar; o desprezo escarnecedor; a admiração excessiva de outrem; a quebra de promessas legítimas; a negligência daquelas coisas que são de boa fama; praticar ou não evitar aquelas coisas que trazem má fama, ou não impedir, em outras pessoas, tais coisas, até onde pudermos. Gn 3:5,12,13;4:9;9:22;21:9;26:7,9; Ex 23:1; Lv 5:1;19:11,15-17; I Sm 2:24;22:9,10; II Sm 12:13,14;IRs 21:8;Is 5:23;28:22;29:20,21;58:1;59:4,13;Jr 9:3;20:10;48:27;Sl12:2,3;15:3;22:9,10".  

Da mesma forma, fazer comentários desrespeitosos e que denigrem a imagem pessoal de qualquer presidente da república, em nossa opinião, constitui-se igualmente quebra do 5º mandamento, conforme a pergunta 124 do Catecismo Maior de Westminter, que indaga e responde: 

Que significam as palavras “pai” e “mãe”, no quinto mandamento? As palavras “pai” e “mãe”, no quinto mandamento, abrangem não somente os próprios pais, mas também todos os superiores em idade e dons, especialmente todos aqueles que, pela ordenação de Deus, estão colocados sobre nós em autoridade, quer na Família, quer na Igreja, quer no Estado. Gn 4:20,21;45:8; II Rs 2:12;5:13; Is 49:23; Pv 23:22,25; I Tm 5:1,2;Gl 4:19.

quarta-feira, 19 de março de 2014

O GOVERNO MILITAR NÃO É DE DEUS - Parte 1

Vejo com certa estranheza a defesa apaixonada da volta dos Militares ao poder. Que isso parta de militares, fico calado. Afinal, cada um quer "puxar a brasa pra sua sardinha".

Quando leio postagens dessa natureza fico sonhando com essa volta. Ah, como seria bom! Eis que era tudo muito bom! Pelo menos é assim que pintam o quadro.

Tenho a nítida impressão que estamos diante do binômio "governo de Deus" (extrema-direita, militares) X "governo de Satanás" (esquerda, PT). Não é essa a pregação? Parece até coisa dos maniqueus, babilônicos e neopentecostais, ao melhor estilo do livro "Este mundo Tenebroso". 
 
Por outro lado, entendo que essa ânsia por justiça e mudança é mais que coerente. Do jeito que está não dá pra ficar. É MUITA IMPUNIDADE.

IMPUNIDADE? Essa palavra atrapalhou meu sonho.

Todos concordam, imagino, que uma das maiores promotoras dessa impunidade é a Lei que permite ao criminoso aguardar o julgamento em liberdade. A policia prende, a justiça solta. Mas, claro, a culpa não é do magistrado. A culpa é da legislação.

"O promotor de Justiça Marco Aurélio Lima do Nascimento, do Pará, responsável pela acusação no processo de Eldorado dos Carajás, criticou a impunidade vigente no País. Por mais hediondo que seja o crime, o criminoso nunca vai para a cadeia, porque pode se valer de uma infinidade de recursos judiciais, que retardam a aplicação da justiça por dez, vinte ou trinta anos, disse o promotor".

De quem é culpa? Querem jogar a culpa da impunidade no colo do PT. Claro que o PT tem sua parcelinha; bem acentuada, diga-se de passagem. Mas não é honesto culpar só o PT. Que os militares façam isso, fico até calado. Afinal, cada um quer "puxar a brasa pra sua sardinha".

A interferência no meu sonho começa com uma Lei. Por que o PT não pensou nessa Lei antes, se me permitem o anacronismo. Pelo menos poderia continuar sonhando com a volta dos meus heróis militares.

"Nascimento propôs aos deputados que revoguem a Lei Fleury (Lei 5941/73), que permite ao condenado aguardar em liberdade o julgamento do recurso".

Opa, opa. Mas, 1973 já era PT no poder? O partido responsável por toda a impunidade no nosso querido Brasil? Não é essa a sugestão e indução? Que isso parta de militares, fico calado. Afinal, cada um quer "puxar a brasa pra sua sardinha".

"Para o promotor, essa lei é um "entulho autoritário, um resquício da ditadura", e tem servido para garantir a impunidade dos criminosos que dispõem de condições econômicas para pagar bons advogados":

 http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/88530.html.

Quem teria sido responsável pela promulgação dessa Lei promotora de impunidade? Lula, Dilma? Tem gente que não diz isso, mas cria um ambiente para que todos culpem o PT. Que isso parta de militares, fico calado. Afinal, cada um quer "puxar a brasa pra sua sardinha".

Com que objetivo ela teria sido promulgada? Bom, espero que algum historiador nos diga isso; poste algum comentário esclarecendo essa questão, se você é um deles.

Sua autoria foi motivada por um tal de Sergio Paranhos Fleury, provavelmente algum militante esquerdista #sqn. Para saber mais sobre ele, clique no link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sérgio_Fleury 

Que o PT tenha uma ideia dessa, por motivos espúrios, fico até calado. Mas que isso parta do GOVERNO MILITAR...

Ou EMÍLIO G. MÉDICI era do PT?  Saber disso é importante, pois essa lei tem sua assinatura.
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/103329/lei-fleury-lei-5941-73

Isso, você não verá no NOVO PÚLPITO chamado Facebook. Que isso não parta de militares, fico calado. Afinal, cada um quer "puxar a brasa pra sua sardinha".

Mas, ser omitido por Cristãos é parada...rs.

Nota: É evidente que Deus controla absolutamente todas as coisas. Nada foge ao seu domínio, controle e gerenciamento. Afinal "o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina” (Provérbios 21.1). Digo isto para que não me acusem de não acreditar na Soberania do Governo de Deus, devido ao título que dei a esta série. A provocação é exatamente para contrapor ao argumento, amplamente divulgado por pastores e outros cristãos, de que o Governo Militar é a solução de todos os nossos problemas; que foi um governo perfeito e que é um governo de Deus. Nossa intenção é demonstrar que lá e cá temos coisas boas e coisas ruins. Não é honesto evidenciar apenas as coisas boas de um regime.
 
Próxima postagem da série "governo militar não é bem assim como estão dizendo": O legado de Denfin Neto, ministro do governo militar, para o Brasil

quarta-feira, 12 de março de 2014

RECIFE: 477 ANOS DE UMA HISTÓRIA INVEJÁVEL

Boa Viagem: a mais bela praia urbana do Brasil

Nossa homenagem aos parceiros, seguidores e leitores Recifenses do Filosofia Calvinista, pelos 476 anos de história da bela cidade de Recife. A todos vocês que têm o privilégio de morar no Recife e a todos que, mesmo não morando na terrinha, fazem dela hóspede principal do coração. A todos que vivem no exterior, apenas fisicamente, estando aqui em emoção e saudades. A todos que não conhecem uma cidade melhor para viver, mesmo conhecendo o mundo inteiro. Recebam nossa homenagem; nosso presente: O Frevo Canção "Recife", composto pelo Pernambucano Paulo Gomes Coelho:


Veneza Brasileira, de velhas cantigas.
Recife cheia
do que se ver;
de pontes novas e antigas
que ligam eu a você,
o passado ao presente,
o frevo quente ao povo na rua.
Recife do sol e da lua,
lugar de tantas histórias,
tão cheio de glórias,
orgulho da gente,
estendal que seduz.
Cidade Luz,
de avenidas arborizadas, 
repletas de vidas pelas calçadas;
de encontros sombrios, fugazes,
onde moças e rapazes
se amam e se dão.
Recife de praças famosas,
de rios perenes,
de praias bonitas,
de frutas gostosas,
do Marco Zero, porto-solidão.
Berço de filhos ilustres,
e filhos nem tanto,
tu és um encanto,
e eu te tenho, Recife, 
na palma da mão.
Sou velho e sou novo,
rapaz e menino,
já fui, já voltei,
me perdi e me achei,
mas sempre, Recife,
em meu coração
tu sempre estiveste,
pois sou cabra-da-peste
e sempre,
sempre te amei.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

SANTIFICAÇÃO: ATO FORENSE E ATO PROGRESSIVO


TEXTO BÁSICO:  À igreja de Deus que está em Corinto, aos SANTIFICADOS em Cristo Jesus, CHAMADOS PARA SEREM SANTOS, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso (1 Coríntios 1.2).
 
O texto acima mostra que a santificação acontece em duas etapas: Uma que foi única e que aconteceu no passado. E a outra que acontece no nosso dia a dia e que pressupõe continuidade. Vejamos:
 
a) PRIMEIRA ETAPA: Chamada de etapa Forense ou ponto de partida da Santificação. A expressão "AOS SANTIFICADOS" (I Cor 1:20) nos remete a um ato exterior, praticado pelo próprio Deus. É o ato de SEPARAR-NOS do mundo,  para servi-Lo no mundo. Nessa ETAPA da Santificação o homem é absolutamente PASSIVO e em nada pode contribuir. Assim como ele é declarado Justo, é, igualmente declarado Santo. É Deus dizendo "esse eu já separei do mundo". É um ato Forense de Deus, concomitante ao ato outorgar a justiça de Cristo ao homem.
 
Nessa etapa estamos falando de algo que já aconteceu no passado, na eternidade, quando Deus nos separou, nos elegeu para Ele.
 
Essa ideia de SEPARAÇÃO/SANTIFICAÇÃO, nesse sentido, está diretamente ligada à salvação. O Texto de Mat 25:31-33, trás uma boa ilustração de como o termo "Separação" está ligado ao termo "Salvação".
 
Veja o que a Confissão de fé fala sobre essa primeira etapa da santificação, no capítulo XIII, Da Santificação:
 
"I- Os que são eficazmente chamados e regenerados, tendo sido criados neles um novo coração e um novo espírito, são, além disso, santificados, real e pessoalmente, pela virtude da morte e ressurreição de Cristo, por sua Palavra e por seu Espírito, que neles habita" . Vejamos alguns textos: 
I Cor 6:9-(11) "fostes santificados [...] fostes justificados". Rm 6:5-6, II Tes 2:13.
 
Portanto, "só pode dizer-se santo quem pode dizer-se salvo. Todavia, se não pode dizer-se santo, não pode dizer-se salvo".
 
b) SEGUNDA ETAPA: Chamada de Progressiva. Eu também chamaria de Combativa. Ela só existe em função da 1ª etapa. Está ligada à busca incessante pela PERFEIÇÃO MORAL. A expressão "CHAMADOS PARA SEREM SANTOS" (I Cor 1:20),  nos remete a uma responsabilidade pessoal; a algo que está ao nosso alcance e que seremos cobrados se assim não fizermos. Nessa etapa da santificação o homem é absolutamente ATIVO e o padrão moral que ele tem é o próprio Deus e sua Lei. É um padrão altíssimo a ser atingido. Por isso, existe naqueles que já passaram pela 1ª etapa da santificação (que vem junto ao pacote da salvação) uma verdadeira guerra espiritual. Veja o que a Confissão de fé de Westminster diz sobre isso:
 
"II- Esta santificação é no homem todo (corpo/alma), porém imperfeita nesta vida; ainda subsiste em todas as partes dele restos da corrupção, e daí nasce uma guerra contínua e irreconciliável" entre a carne e o espírito, como nos diz em Gl 5:17.
 
Vejamos alguns textos que exige de nós a perfeição moral: I Ped 1:14-16; I Cor 7:1; Col 3:5; Ef 1:4; I Cor 6:18.
 
Perceba que o que é exigido de nós e uma retidão moral muito grande. É difícil alcançar essa retidão moral? Nesta vida é impossível, mas não podemos usar isso como desculpa para não buscarmos a santificação.
 
A desculpa que a carne é fraca não cola. Sabe por quê? Porque antes dessa frase existe outra que é sempre esquecida por aqueles que querem utilizá-la como desculpas de suas vidas desregradas: "O espírito está pronto" (Mat 26:41). Nossa Confissão de fé tratando sobre esse assunto, nos diz:
 
III- Nesta guerra, embora prevaleçam por algum tempo as corrupções que restam [...] a parte regenerada vence: I Jo 5:4.
 
Pra finalizar, eu diria que essa 2ª etapa da Santificação, que é de nossa inteira responsabilidade, que é também um processo, pode ser definida como "uma aproximação dos preceitos de Deus e um distanciamento dos preceitos do mundo. Vejamos: Gal 5:16-26.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

BREVE REFLEXÃO SOBRE A MILITÂNCIA CRISTÃ PRÓ-ARMAMENTO

 
Fiz esse pequeno artigo por ocasião do Referendo do Desarmamento. Estava esquecido dele mesmo. Foi publicado em um jornal e depois nunca mais toquei nele. Nem publiquei no blog, à época. Resolvi pesquisar por onde andava por conta de uma espécie de campanha que tá rolando no facebook, promovida por muitos cristãos, dentre os quais pastores, líderes e seminaristas, defendendo o uso indiscriminado de armas pela população. Ou seja, defendendo o direito de qualquer pessoa “normal” portar uma arma. Usam como exemplo os EUA e outros países desenvolvidos. Mas, será que em nossa realidade seria algo positivo mesmo armar a população? Por se julgarem, esses irmãos, fortes, sábios e equilibrados emocionalmente, será que não estão nivelando a população “por cima”, como se toda ela morasse no auge desse pedestal também? A discursão é boa e precisa ser feita. Porém, será que esses irmãos, militantes do armamento, que mais parecem sócios da Taurus, não estão deixando de lado desse importante debate a diferença social gritante, entre eles e nós? É claro que não se fundamentam apenas na comparação e na inveja das outras nações que “têm um Rei”. Há muito mais por trás desse apelo e sabemos disso. Poderia expor alguns motivos pelos quais não considero uma boa ideia armar a população. Porém, prefiro lembrar que muitos cristãos lúcidos, que defendem o uso de armas defendem igualmente o uso do álcool. Não considero que essa seja uma mistura muito boa. Seria necessário uma campanha à semelhança da veiculada pela chamada “lei seca”. Algo do tipo, “se beber não ande armado, querido irmão”. Obviamente que deveria fazer uma adaptação do texto a seguir, pois foi escrito para um momento histórico e pontual. Não farei isso, por enquanto, por pura falta de tempo. Então, vai bruto como está e como foi publicado. Lembrando que a retomada desse texto, que não tem rigor acadêmico, tem como objetivo apenas abrir outras possibilidades nesse debate. Vamos a ele:
 
Vivemos num estado democrático. Isto pressupõe direitos e deveres. Pressupõe também que abrimos mão de alguns de nossos direitos e alguns de nossos deveres e os entregamos ao Estado, visando um bem maior, um bem comum. Um desses direitos está relacionado à questão da segurança publica. Nós, enquanto cidadãos de um estado democrático, não temos MAIS o direito de fazer nossa própria segurança, não temos o direito de portar uma arma sob este pretexto, precisamente porque o repassamos ao Estado para que fizesse isso, não somente por nós, mas por toda a sociedade. A questão do desarmamento, ao que me parece, é uma questão defendida por todos, inclusive pela frente do NÃO. O problema principal não é se eu tenho ou não tenho o direito de possuir uma arma, de ser responsável pela minha própria segurança, o problema, principalmente que incomoda a frente do NÃO e a todos nós, está intimamente relacionado com a capacidade, ou melhor dizendo,  com a incapacidade e dificuldade do Estado em  assumir, de forma eficaz, a segurança publica. O que fazer então? Ou melhor, como votar então, se de um lado abro mão dos meus direitos em prol da coletividade e o repasso a um Estado que promete fazer isso, não somente por mim, mas também pelos meus pares, e não está conseguindo cumprir com o “acertado”? Temos algumas opções: a primeira é desistirmos de um Estado democrático e assumirmos a forma de governo da Anarquia, o que nos daria direito de não somente sermos responsáveis pela nossa segurança mas também pela água da nossa torneira e pela energia elétrica que consumimos (como faríamos isso é outra história). Neste caso, o “Estado” seria totalmente ausente com relação à segurança publica. Isto equivale a dizer que toda a responsabilidade da nossa segurança seria, exclusivamente, nossa e dependeria tão somente de nós a forma como iríamos fazer isto. Com armas brancas ou armas de fogo ou até mesmo com armas químicas, seria nossa responsabilidade e nosso o poder da decisão. Cabe aqui agora uma pergunta para a frente do NÃO e seus simpatizantes: ao votar NÃO, você também estaria disposto a isentar o Estado total e incondicionalmente da responsabilidade de sua segurança e assume o compromisso de jamais ligar para o 190? A segunda opção que temos, se de fato acreditamos que a democracia é a melhor forma de governo, apesar de suas falhas, mas não há regimes de governo sem elas, é, como cidadãos conscientes, RATIFICAR que abrimos mão desse e de outros direitos, em favor de uma coletividade e que o repassamos ao Estado. Cobrar veementemente desse Estado que cumpra o seu papel e que assuma as responsabilidades que a ele  confiamos. É precisamente assim que o Estado se fortalece e um Estado forte e poderoso, como um “grande monstro”, será capaz de nos defender a contento. Não devemos fragilizar o Estado, como fazem alguns membros ignorantes desse mesmo estado, como os deputados e senadores da frente do não. Eles negam o Estado. Eles são a antítese do Estado democrático de direito. Mas restar-nos-ia ainda uma terceira opção se não concordamos com um Estado democrático e nem com um “Estado” Anárquico: cada individuo se enclausuraria em uma ilha deserta e pronto. Estaria eliminada a necessidade do Estado. Esse referendo nem deveria acontecer, mas já que está marcado, fortaleçamos o Estado votando SIM.
 

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