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sexta-feira, 1 de março de 2013

A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA PARA NÃO TEÓLOGOS


Mateus 28:19-20: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20.ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.

 Algumas pessoas costumam dizer que não gostam de teologia. “Meu negócio é vida prática”, afirmam. O texto acima, sempre que é citado, pontua-se a questão do “Ide” (v.19), da “evangelização”. Mas, não podemos esquecer que o imperativo para “evangelizar” é aplicado, com a mesma intensidade, para a necessidade do “ensino da palavra de Deus” (v.20). Em Mateus 22:29, Jesus levanta mais uma vez a questão da importância do aprofundamento no estudo das escrituras. Diz ele: “Errais, não conhecendo as Escrituras”. Em João 5:39, sobre esse assunto, mais uma vez Jesus incentiva o aprofundamento nas escrituras, diz ele: “Examinai as escrituras”.

Portanto, não devemos fazer essa equivocada distinção dicotômica entre Teologia e Vida prática. Afinal, como alguém já disse, somos aquilo que acreditamos, aquilo que aprendemos, aquilo que lemos. Erra gravemente quem pensa que o estudo da teologia produz uma vida apática e desassociada de atitudes práticas. Faça uma pesquisa: quem mais dá trabalho nas igrejas? Aqueles que conhecem profundamente as escrituras ou aqueles que são "analfabetos teológicos"?
 
Os maiores missionários do passado eram, também, profundos conhecedores da Teologia, especialmente Reformada. O sociólogo Max Weber, autor do livro que foi considerado o livro mais importante do século XX: “Ética protestante e o Espírito do Capitalismo”, por exemplo, após um denso estudo sobre variadas culturas, chegou à conclusão que os países cuja população era predominantemente Calvinista, possuíam melhor qualidade de vida, com maior desenvolvimento espiritual, ético e moral. Ele atribui isso ao conhecimento profundo da doutrina Reformada. Veja o que ele afirma:

O Deus de Calvino exigia de seus crentes não boas ações isoladas, mas uma vida de boas ações combinadas em um sistema unificado. Mas no curso de seu desenvolvimento, o calvinismo acrescentou algo de positivo a isso tudo, ou seja, a ideia de comprovar a fé do indivíduo pelas atitudes seculares. [...] consideramos apenas o calvinismo e adotamos a doutrina da predestinação como arcabouço dogmático da moralidade puritana, no sentido de racionalização metódica da conduta ética (WEBER, 2004. p.91,94,96).

Precisamos entender que sempre fazemos uma opção teológica. Queiramos ou não. Ainda que afirmemos não gostar de teologia.

OU SOMOS CALVINISTAS OU SOMOS ARMINIANOS. Não temos como fugir disso. Essa escolha reflete diretamente na nossa prática cúltica,  litúrgica e doutrinária.

Quando dizemos: “não quero saber de estudar teologia”; sem saber, nossas atitudes e forma de adoração, acabam por revelar, automaticamente, a posição teológica que estamos seguindo ou que acreditamos.

Um bom exemplo disso é o sistema de APELO trazido por Charles Finey, no século XIX. Muita gente diz que não gosta de teologia, mas sempre depois de suas pregações faz o famoso “apelo” para que as pessoas aceitem a Cristo. Isso é teologia. Não das boas, mas teologia.

Isso é uma prática complemente lastreada por uma posição teológica. Ou somos Calvinistas ou somos Arminianos, repetimos. Não temos como fugir disso. Queiramos ou não, assumimos uma posição teológica. Sendo assim, estude teologia; procure saber qual a linha teológica que sua vida cristã tem sido lastreada. Não corra o risco de assumir, mesmo sem nunca ter estudado, uma postura teológica errada e anti-bíblica.

Exatamente por essa falta de estudar a Teologia Bíblica é que temos visto muitos absurdos e muitas aberrações no meio evangélico.
 
Além disso, o conhecimento Teológico evita que muitos "pastores de si mesmos" iludam e manipulem o povo. Isso é muito comum dentro das igrejas Pentecostais e Neopentecostais mas também existe dentro de igrejas Reformadas como a IPB, por exemplo. Há pastores presbiterianos que preferem que suas igrejas sejam "analfabetas teológicas", pois assim eles podem manipular facilmente o rebanho na construção de uma igreja alicerçada sob as bases humanistas do pragmatismo. Afinal, é isso que dá certo (pra ele); é isso que dá dinheiro (pra ele). É lamentável, mas os conselhos dessas igrejas não conhecem, nem querem conhecer, por má influência e sugestionamento do pastor, os princípios teológicos mais basilares da IPB. Presbíteros que nunca ouviram falar dos Símbolos de Fé da IPB, que nutrem práticas arminianas e pentecostais, que nunca leram um texto de teologia na vida e que passam a vida inteira apegados a revistinhas de EBD, compradas em editoras como a CPAD ou Central Gospel, por exemplo.

Não seria mais prudente, então, seguir a orientação de Jesus e estudar profundamente sua palavra? Isso é teologia. Fazendo isso, poderemos escolher, sem nenhuma imposição, a postura teológica que mais simpatizamos, que mais, em nossa opinião, se aproxima da verdade das Escrituras Sagradas. Porém, essa escolha “consciente” só poderá ser feita mediante um conhecimento aprofundado da Palavra de Deus, que só pode ser adquirido através da Teologia.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

MORDOMIA CRISTÃ, UMA DOUTRINA ESQUECIDA: Dízimos e Ofertas




TEXTO BÁSICO: Gêneses 2:15-17

INTRODUÇÃO:

Antes de qualquer coisa é importante dizer que Deus não precisa do seu dinheiro. O salmo 24:1 afirma que “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam”. Por que Deus iria querer o dinheiro que você pensa que é seu?

Jesus nos dá uma prova clara disso, em Mateus 17:27, quando precisando de dinheiro para pagar um imposto foi ao “banco peixe” e pegou quanto precisava. Disse Jesus: “vai ao mar, lança o anzol, e o primeiro peixe que fisgar, tira-o; e, abrindo-lhe a boca, acharás um estáter. Toma-o e entrega-lhes por mim e por ti”. Você acha mesmo que Deus quer seu dinheiro? Ou melhor, o que você pensa que e seu?

Portanto, aprenda isso: Tudo é de Deus, nada é seu.

Então, por que temos que devolver 10% de dízimo a Deus se tudo é dele e se ele não precisa do nosso dinheiro? Antes de responder você precisa saber de outra verdade: os 90% que ficam com você, depois que você tira o dízimo, também não são seus. São de Deus também. Lembre-se: tudo é dele.

Deus não quer nosso dinheiro, Ele quer nossa fidelidade. Deus não precisava de uma árvore no jardim, Ele só a colocou Lá para testar a obediência de Adão. Deus não precisa de 10% da nossa renda. Deus quer nossa obediência, nossa fidelidade.

O Rev. Jacó silva, em seu livro Fidelidade afirma que “o homem precisa ser testado porque ele pode estar enganado quanto à sua capacidade de obedecer e ser fiel” (SILVA, 2002, p.9).

Quantos estão dispostos a obedecer? Quantos estão dispostos a dedicar-se em fidelidade a Deus?

Ler Mateus 25: 14-30

Tudo é de Deus, mas Ele nos colocou como Mordomos para administrarmos seus bens, sua criação, suas posses, seu dinheiro. Essa doutrina e conhecida na teologia como Mordomia Cristã.  Esse é um termo que tem ficado obsoleto em nossas igrejas. Os novos crentes sequer sabem do que se trata.

A Mordomia Cristã é muito ampla e envolve muitos aspectos. Por exemplo: envolve a questão do tempo. Então quando dizemos que não temos tempo para ir à igreja no Dia do Senhor não estamos administrando bem o tempo que Deus nos deu para administrar. Não estamos sendo bons mordomos ou administradores.

Contudo, sem dúvida, a parte mais importante dessa doutrina diz respeito à administração do dinheiro de Deus que Ele nos entrega para que administremos. E o teste de fidelidade é o Dízimo.

O DÍZIMO E A MORDOMIA CRISTÃ

Ler Malaquias 3:8-10

O dízimo equivale à décima parte da nossa renda que deve ser devolvida a Deus, como prova de nossa Fidelidade a Ele. É uma espécie de teste mesmo que Deus faz conosco. Assim como Ele testou Adão e Abraão, também nos testa. E o resultado desse teste será: se entregarmos o dízimo seremos considerados como Mordomos ou administradores fies por Deus. Se não o entregamos, teremos sido reprovados nesse teste que Deus faz conosco.

O Rev. Jacó Silva chega a afirmar que “só está interessado no Progresso do Reino de Deus, quem traz fielmente o dízimo à casa Dele” (Silva, 2002, p.14).

O Presb. Jonas, da 1ª IPB Jordão, costuma dizer que uma das razões de Deus ter estipulado o Dízimo – 10% - um percentual fixo, é também para que seus servos não fossem explorados por “lobos roubadores”. Mas, não é exatamente o que vemos hoje em dia? Isso ocorre pelo distanciamento do ensino bíblico sobre esse assunto. Há muitos “pastores” e “igrejas” explorando o povo, pedindo tudo e não o percentual bíblico.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O DÍZIMO:

1-      Os Dízimos e as Ofertas são os ÚNICOS métodos que Deus estabeleceu para arrecadação de verbas de sua igreja. E as ofertas só podem ser dadas depois de ter sido devolvido o dizimo. Ou seja, só tem direito de dar oferta quem já devolveu o dízimo. A ordem apresentada em Malaquias não é à toa: primeiro dizimo, depois, se for o caso, ofertas.  Entenderam isso?

Rev. Jacó Silva, sobre isso afirma:

“Algum crente diz eu não entrego o dizimo mas faço ofertas. Esse crente está muitíssimo enganado. Satanás o enganou terrivelmente [...].  Se fizer ofertas sem antes entregar o dízimo está ofendendo a Deus. Preste bem atenção a isto. Dizimo é dívida (Lev 27:30,32) [...]. Se eu não entregar o dízimo estou roubando, porque não e meu, e de Deus” (SILVA, 2002, p.27).

REPETINDO: O único método bíblico de arrecadação de verbas para a igreja é o Dízimo e depois, só depois,
Oferta.

Sobre isso o Rev. Jacó Silva faz uma das mais belas e corajosas afirmações sobre o assunto de arrecadação na igreja de Deus. Diz ele:

“Esse e o método que Deus estabeleceu para a contribuição na sua igreja – o dízimo. E depois do dízimo mas só depois do dízimo, as ofertas [...]. Todos os demais métodos usados pelas igrejas são métodos pecaminosos, inventados pelos homens, com duplo propósito de encobrir o pecado do roubo e de enganar a Deus [...]. Igreja de Deus não faz churrascada, nem canjicada, nem bazar” (SILVA, 2002, p.14). E ainda:

“Esse foi o único pecado que Cristo corrigiu com violência (Jo 2:16). Dois mil anos após a morte de Cristo há igrejas, que se chamam evangélicas, que estão fazendo a mesma coisa” (SILVA, 2002, p.19).

Eu ainda completaria:  Igreja de Deus não deve ter cantina, não deve vender caneta, chaveiros ou qualquer outra coisa. Igreja de Deus não deveria permitir que as sociedades internas cobrassem taxas ou ainda a tal da “renda per capta” da SAF, como se fora um clube.  

Precisamos retomar a confiança na palavra de Deus. Se formos fies nos nossos dízimos não precisaremos vender cocada, tapioca, roupa e sapatos velhos para fazer as coisas na igreja. Esse e um dos pontos de desvios mais sérios da igreja de Deus em nossos dias.

2-      Há aqueles que dizem: “Dízimo é da Lei. Vivemos no período da Graça e deve prevalecer o princípio de II Cor 9:7 (ler). Esse verso é estampado, inclusive, nos envelopes de dizimo e lido na liturgia, na hora da entrega dos dízimos e ofertas. Só tem um detalhe: esse texto não tem nada a ver com a questão das contribuições para a igreja. Se observamos o contexto, a oferta era para socorrer os irmãos (9:1) necessitados.

a)      O Dízimo é anterior à Lei, pelo menos 400 anos. Ler Hebreus 7:1-3; 15-17). Perceba: 400 anos da Lei Abraão dizimou ao sacerdote Melquisedec. Cristo é da ordem de Melquisedec (v.17), logo, devemos dizimar também no reinado de seu sacerdócio.

b)       Jesus reafirma o dízimo no Novo Testamente, mas não antes de retomar seu verdadeiro sentido e profundidade. Ler Mateus 23:23.

Não deixe de ver o vídeo abaixo. ele tem um recadinho pra vc:


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

AS CONTROVÉRSIAS DO BATISMO: MODELOS E APLICABILIDADE

1- BATISMO:

É o rito de ingresso na Igreja de Jesus Cristo. Esta é uma definição simples e que os evangélicos, em sua maioria, concordam.

Calvino definiu o batismo da seguinte forma: “É O sinal visível da graça invisível.”  De graça invisível entenda-se a operação interior do Espírito Santo, quanto ao sinal visível obviamente é a aplicação simbólica e externa do que aconteceu no interior da pessoa.

Este sacramento tem dado margem, quanto a sua interpretação, a calorosas discussões teológicas. As divergências aparecem basicamente em duas direções:

1º) Quanto ao Modo ou formas existentes de aplicar o Batismo;
2º) A Quem aplicar o Batismo.


1.1 FORMAS OU MODOS EXISTENTES DE APLICAÇÃO DO BATISMO:

Existem basicamente três formas de se aplicar o batismo:

a) Imersão (consiste em imergir completamente o batizando). Igrejas que utilizam esse modelo: Batistas, Pentecostais em geral;

b) Aspersão (consiste em aspergir água sobre a cabeça do batizando). Igrejas que adotam esse modelo: Presbiteriana, congregacional.

c) Efusão (consiste em derramar água na cabeça do batizando). Igreja que utiliza esse modelo: Católica Romana.

A igreja Presbiteriana do Brasil, sendo uma igreja confessional, como já vimos, não tem se furtado em assumir suas posições teológicas. Quanto ao modo de aplicação do batismo pratica somente a Aspersão mas aceita como forma também válida a Imersão, não fazendo qualquer tipo de restrição para receber algum irmão que tenha sido batizado assim.

 1.1.1 CONTROVÉRSIAS QUANTO À FORMA DE BATISMO

Não existe nenhuma prova clara e irrefutável na palavra de Deus que defenda esta ou aquela forma de batismo. Ao contrário, no imperativo de Cristo (Mt 28:19) não estão determinadas normas e/ou formas.

Algumas pessoas têm defendido com unhas e dentes o batismo por imersão, dizendo ser esta a única forma de aplicação do sacramento, baseando-se em alguns pressupostos que passaremos a demonstrar:

ü  TESE DA LINGUÍSTICA: Afirmam que no grego a palavra batismo “Bapto e Baptizo”, significam exclusivamente Imergir. Vale salientar que estes verbos no grego jamais foram usados com sentido religioso, e ainda, como o empregam, “Grego clássico”, não foi o grego usado para escrever a bíblia e sim o grego popular, conhecido como Koinê. ANTÍTESE: Em Hb 9:10 conforme Hb 6:2, é usado o mesmo termo para denotar as Abluções do ritualismo judaico. Em Lc 11:38 onde também aparece o termo, mostra claramente que ele nem sempre significa imergir. Como os Judeus faziam tal batismo? (Mc 7:4).

ü  A TESE DA SUPOSTA IMERSÃO JOANINA: O fato de “entrar ou sair da água” (Mt 3:16) leva os imersionistas a concluírem que houve imersão. Tudo na base da dedução. ANTÍTESE: Não se pode desprezar o fato de que a Lei e os Profetas duraram até João (Mt 11:13), e todos os ritos mosaicos eram feitos pela Aspersão (Nm 8:7, 19:13 e 18; Hb 9:19; Ez 36:25). Concluímos portanto que João não conhecia a imersão, e se por acaso a utilizasse, não seria aceito.
  

1.1.2 ALGUMAS  JUSTIFICATIVAS PRESBITERIANAS PARA A ASPERSÃO

  
ü  O Espírito Santo foi derramado quando do Batismo da Igreja (At 2:17, 18:32,33; Tito 3:5). João Batista afirmou que o Messias “batizará com o Espírito” (Mc 1:8). A promessa se cumpre em Atos 2:3, mas não houve Imersão, o Espírito foi derramado. Não somos batizados no Espírito, mas pelo Espírito;
ü  O batismo de Paulo definitivamente não foi por imersão (At 9:18,22,16);
ü  As abluções traduzidas por batismo (Hb 9:10) referen-se às aspersões do cerimonialismo judaico, onde as águas das purificações eram aspergidas sobre o contaminado (Hb 9:19-22). Se o batismo é sinal da Nova Aliança, concretizada com o derramamento do sangue de Jesus, deverá ser como o foi na Velha Aliança, por Aspersão (Hb 8:6);
ü  No batismo pelo mar e pela nuvem (1 Cor 10:1-2).  Cabe imersão?;
ü  Os três mil batizados (At 2:41)
ü  O batismo do carcereiro de Filipos (At 16:32-34). Haveria um rio ali?
ü  O batismo de Cornélio (At 10:22,47). Podemos enxergar aqui possibilidade de imersão?
ü  O batismo dos discípulos de João (At 19:5).

1.1.3 PRA DISCONTRAIR:


Conta-se que dois seminaristas - um Batista e outro Presbiteriano - estavam discutindo sobre o modo correto de se administrar o Batismo. O seminarista Batista, claro, só admitia a imersão, rejeitando qualquer outra forma. O Seminarista Presbiteriano então perguntou: "se o batizando entrar com água até o pescoço, está batizado? Não, respondeu prontamente o futuro pastor Batista. Se entrar com água até a testa, está batizado? Insistiu o presbiteriano. Não, claro que não, foi a resposta com ar de irritação do seminarista batista. Bom, se o problema é só molhar a cabeça é o que fazemos. Pronto. Tá tudo resulvido, concluindo o diálogo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

CINCO MINUTOS DE REFLEXÃO SOBRE PEDOBATISMO E ANTIPEDOBATISMO: As refutações ao Batismo infantil são tão devastadoras assim?



Muitos textos bíblicos são utilizados para refutar o Batismo infantil, mas nenhum é tão “supostamente” avassalador quanto o texto abaixo, considerado o texto áureo dos Antipedobatistas - aqueles que são contra o Batismo Infantil:

"Quem crê e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado" (Marcos 16:16).

O principal argumento é o seguinte: “A criança não pode exercer fé. Logo, ela também não poderá ser batizada”.

Algumas questões para nossa reflexão:

1ª) O que não for batizado não será salvo?

2ª) Pela mesma lógica argumentativa teríamos, obrigatoriamente, como conclusão, que toda criança está incondicionalmente condenada uma vez que, pela interpretação dada ao texto, não pode exercer fé, e, consequentemente, receber o batismo que, nesse caso, passa a ser quase uma condição sine qua nom para a salvação.

3ª) Batismo salva? Curiosamente, a maioria dos teólogos Antipedobatistas acreditam na salvação dos que morrem ainda na infância. 

2ª) Vamos utilizar a mesma metodologia para interpretar um texto do apóstolo Paulo, em II Tes 3:6-15, quando afirma que “se alguém não quer trabalhar também não coma". Usando a mesma lógica, a interpretação seria a seguinte: “Criança não pode ou não quer trabalhar. Logo, também não deve comer"? Estranho não é? Forte indício de que essa interpretação esteja equivocada.

3ª) Para entender a doutrina do Batismo infantil é preciso entender a doutrina da Circuncisão. Ambas representam um rito de entrada visível na igreja visível de CristoAssim como as crianças eram circuncidadas mediante a fé dos pais e/ou tutores (ver Gêneses 17), não podendo exercer, obviamente, fé ou mesmo decidir por participar ou não participar desse ato eminentemente religioso, devido sua pouca idade - eram circuncidadas ao oitavo dia de seu nascimento -, assim também devem ser batizadas, na fé dos pais e/ou tutores, as crianças filhas de pais ou tutores crentes. Em Colossenses 2:11 Paulo chama o Batismo de “Circuncisão de Cristo”, deixando ainda mais claro esse link. A equivalência é claríssima. Assim como a páscoa fui substituída pela ceia, igualmente a circuncisão foi substituída pelo batismo.

4ª) Pra finalizar, uma charada: Por que os Antipedobatistas não batizam crianças, realmente? Resposta: porque elas morreriam afogadas, uma vez que são todos imersionistas...rs (essa foi só pra descontrair).

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O PODER DE MOBILIZAÇÃO DOS PENTECOSTAIS


Que o Pentecostalismo é questionável em muitos aspectos não precisa nem comentar. Mas uma coisa não podemos negar: quando eles resolvem promover uma mobilização em torno de um objetivo tornam-se quase imbatíveis. Por exemplo: se a Assembléia de Deus fechar apoio a um candidato político, seja qual for o cargo, executivo ou legislativo, é quase certo que será eleito.

Recentemente soube de uma história inusitada. Quase não acreditei, muito embora já tenha publicado sobre como funciona a "Ética Pentecostal", aqui no blog. O pior é que foi verdade mesmo. Seguinte: um presbítero amigo (da IPB) recebeu a visita de um médico da família, do posto de saúde que fica localizado no Jordão Baixo, um populoso bairro do Recife. Em meio a consulta, o médico descobriu que o referido presbítero era  oficial da IPB. Foi o suficiente para iniciar sua trágica "experiência gospel": segundo ele, há algum tempo foi procurado por uma irmã pentecostal, da Assembléia de Deus, pedindo que lhe desse um laudo afirmando uma suposta doença do seu filho, pois ele havia faltado muitas aulas e isso interferiria no recebimento de sua "bolsa família". O médico, claro, se recusou a cometer tal crime. De pronto foi ameaçado pela irmã: "se o senhor não me der o laudo vou fazer um abaixo assinado com o "povo da igreja" para tirar o senhor daqui. Dito e feito. Não demorou muito e o médico foi realmente afastado, por alguns meses, a pedido de um grande número de moradores daquela comunidade. O detalhe é que esses moradores, por pura coincidência, eram todos da igreja daquela "alma cristã". Não precisa dizer o tamanho da revolta daquele médico com relação "aos crentes".

Evidentemente que, ao publicar essa história verídica, não tenho a intenção de generalizar exatamente todos os membros da Assembléia de Deus. Sei que existem muitas pessoas dignas e honestas congregando ali. Contudo, nossa intenção é: primeiro, denunciar esse modelo de vida que está presente no "cerne do Pentecostalismo", certamente uma consequência do seu arcabouço doutrinário, como já expliquei em outra postagem, na série sobre Pentecostalismo e Reforma protestante. Fazendo isso, temos a esperança que esses irmãos acordem do seu sono social. A ideia principal que norteia esse estilo de vida é: "sou filho do Rei, logo, sou príncipe". Então, primeiro eu, segundo eu e terceiro eu. Depois, nossa intenção é também exortar a todos os Cristãos, especialmente aos Calvinistas, que jamais procedam dessa maneira, ainda que isso signifique "perder algum benefício". Portanto, não coloquem "macaco" na energia, nem "jacarés" na água; não utilizem carteira de plano de saúde de outra pessoa. Enfim, como diz o apóstolo Paulo: "quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus" (I Cor 10:31). 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

CAMPANHA PELA PENA DE MORTE NO BRASIL: Bandido Estupra e Mata menino de 2 anos.


Mais um crime hediondo chocou Pernambuco. Esse crime tem a mesma característica da maioria dos crimes bárbaros: foi cometido por um ex-presidiário com uma longa ficha corrida na polícia. O marginal, acreditem, pasmem, estuprou e matou uma criança de apenas dois anos de idade. Que tipo de pena ele merece? Ficar apenas preso? Ainda que houvesse prisão perpétua e que recebesse essa sentença, certamente, o princípio de justiça não teria sido satisfeito.

Só há uma pena capaz de satisfazer a reta justiça, nesses casos: a pena de morte. Muitos são contrários à sua aplicabilidade por considerarem incompatível como o direcionamento cristão. Isso é pura falta de conhecimento das Escrituras Sagradas. Grandes teólogos afirmam peremptoriamente que há nas Escrituras base legal para a aplicação da pena capital. é ampla também a base de defesa da pena capital no ambiente da filosofia.

Evidentemente que o ordenamento jurídico do nosso país não permite nem mesmo tal discussão com objetivos práticos. Mas, será mesmo que esse é um tema intocável e que não mereça ser discutido? Até quando conviveremos harmoniosamente com tamanha atrocidade e injustiça? A pena de prisão, apenas, ainda que pelo tempo máximo permitido no Brasil - de 30 anos - para esses casos, constitui um grave atentado à justiça. Aqui no blog,  numa rápida pesquisa, você poderá encontrar vários artigos em defesa da pena capital, com argumentos teológicos e filosóficos.

Veja trecho da reportagem:

"Uma criança de dois anos de idade foi encontrada morta dentro de uma máquina de lavar roupas no bairro de Afogados, no Recife, no sábado (26). Ele estava enrolado em um lençol, ensanguentado e com marcas de facada, segundo a mãe do menino, Jadna Rodrigues. O suspeito, um homem de 27 anos, foi preso neste domingo (27) e teria confessado à policia que abusou sexualmente e matou o menino. O garoto estava brincando na calçada, perto da casa da avó, por volta das 17h do sábado, quando desapareceu. A mãe estava chegando do trabalho quando uma prima contou que a criança tinha sumido, enquanto a avó tomava conta. Vizinhos e parentes se uniram para procurar de porta em porta a criança". 
Conforme: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/01/crianca-e-encontrada-morta-dentro-de-maquina-de-lavar-no-recife.html
Assista ao vídeo da reportagem:

Divulgue, compartilhe e lance essa campanha nas redes sociais:
MORTE AOS ASSASSINOS IMPIEDOSOS (após justo julgamento, pela espada do Estado)! PENA DE MORTE JÁ!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A TEOLOGIA DE LUIZ GONZAGA E A DEPRAVAÇÃO TOTAL DO HOMEM. UMA HOMENAGEM AO CENTENÁRIO DE GONZAGÃO - Parte 3/3



Depois de uma breve pausa para refletir sobre Natal e Ano Novo, estamos de volta para encerrar a série em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga. Nas duas primeiras postagens tratamos da “Depravação Total do Homem”, partindo da afirmação “gonzaguiana” de que “o homem é mau”.

Vimos que historicamente duas pregações vêm assumindo posturas antagônicas com relação a esse assunto, deixando de lado por completo a lógica do terceiro incluído. Ou seja, uma delas está, necessariamente, correta e a outra errada, pois são auto-excludentes.  

A primeira delas, conhecida convencionalmente de Calvinismo, dá ouvidos à pregação de Deus, que afirma peremptoriamente: “certamente morrerás”  (Gêneses 2:16,17), acreditando, portanto, que Deus cumpriu sua ameaça solene e que o homem, de fato, está numa condição de morte espiritual,  não havendo, assim, nele, nenhum, poder de escolha em relação a qualquer bem espiritual, como converter-se a Deus, por exemplo. 

A segunda pregação, conhecida convencionalmente como Arminianismo, escolheu dar ouvidos à voz de Satanás, que minimiza o problema da desobediência a Deus ensinando: “é certo que não morrereis” (Gêneses 3:4).

Logo, estando o homem morto, (e aqui já assumimos que preferimos ficar com a opinião de Deus em detrimento da de Satanás) resta-lhe apenas uma alternativa de Salvação: Deus resolver, de forma incondicional, salvá-lo; mesmo que não haja nele o menor merecimento, antes, pelo contrário, ainda sendo ele merecedor dos maiores castigos e finalmente do fogo eterno. Essa possibilidade ficou conhecida na história da teologia como “Eleição Incondicional”, que passaremos a abordar agora.

ELEIÇÃO INCONDICIONAL:

O segundo ponto do Calvinismo, Eleição Incondicional, tem por objetivo combater o também segundo ponto do arminianismo – Eleição Condicional -. Armínius e seus seguidores acreditavam que Deus havia elegido os homens que elegeu baseado em seu pré-conhecimento ou presciência. Ou seja, Deus anteviu aquele que iria, por seu próprio mérito, (não podemos esquecer que o homem arminiano é um homem que ainda está habilitado, mesmo depois da queda, a buscar a Deus mesmo sem que, necessariamente, haja alguma intervenção divina para isto) crer Nele, e, por conta disso, o elegeu. Isso faz de Deus um mero jornalista que apenas registra os “atos soberanos” do homem.

No sínodo de Dort, foi elaborada a seguinte contra-argumentação, relativamente ao condicionamento ou não da eleição do homem, por Deus, a algum movimento ativo desse homem:

Esta eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual Ele, antes da fundação do mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a salvação, por graça pura. Estas são escolhidas de acordo com o soberano bom propósito de sua vontade, dentre todo o gênero humano, decaído pela sua própria culpa de sua integridade original para o pecado e a perdição. Os eleitos não são melhores ou mais dignos que os outros, porém envolvidos na mesma miséria dos demais. São escolhidos em Cristo, quem Deus constituiu, desde a eternidade, como Mediador e Cabeça de todos os eleitos e fundamento da salvação (DORT, 1996, p.34).

Na visão calvinista, diferentemente da arminiana, nada havia no homem, que fosse condição, a seu favor, para que justificasse um merecimento, por  menor que seja, muito menos ainda um merecimento do tamanho da salvação eterna. A eleição de Deus baseou-se exclusivamente por sua graça (que por definição já denota um favor não merecido) e imensa bondade. Isso faz de Deus o autor da salvação e não apenas um coadjuvante dos direcionamentos humanos.

Agostinho também subscrevia uma eleição incondicional, como afirma:

Procuremos entender a vocação própria dos eleitos, os quais não são eleitos porque creram, mas são eleitos para que cheguem a crer. O próprio Senhor revela a existência desta classe de vocação ao dizer: Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi (Jo 15: 16). Pois, se fossem eleitos porque creram, tê-lo-iam escolhido antes ao crer nele e assim merecerem ser eleitos. Evita, porém, esta interpretação aquele que diz: Não fostes vós que me escolhestes (AGOSTINHO, 1999, p.194).

Analisemos o texto Escriturístico a seguir:

 “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido, assentadas em pano de saco e cinza” (Lucas 10:13).

Nesse texto, fica muito evidente que o decreto de Deus sobrepõe-se à sua presciência. Deus conhece todas as possibilidades, evidentemente, mas permite acontecer tão somente o que já de antemão decretou.

A confissão de Westminster, em seu capítulo sobre os “Eternos decretos de Deus”, faz as seguintes afirmações:

Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece [...]. Ref. Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I João 1:5; Mat. 17:2; João 19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições Ref. At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18. Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa. Ref. Ef. 1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e 2:8-9. (WESTMINSTER, 1999. p.13).

Como bem afirma Spencer: 

Se a eleição dependesse do homem, ele nunca creria, porque o homem é totalmente depravado e incapaz de fazer aquilo que é bom aos olhos de Deus. Deixando a si mesmo para decidir-se por Cristo, sem que antes a fé lhe seja outorgada por um ato de Deus, o homem nunca irá a Cristo (SPENCER, 1992. p.39).

Diante do exposto, eis aqui o único remédio possível para a doença mortal que atinge a toda a raça humana, como já diagnosticou Luiz Gonzaga, o Rei do Baião: “O homem é mau”.

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