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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A INCOMPATIBILIDADE ENTRE ESPIRITISMO E CRISTIANISMO

Artigo completo a ser apresentado no III Simpósio Internacional de Ciências da Religião, em Setembro/2010, na Unicap.

Título original do Artigo: A IMPOSSIBILIDADE LÓGICA DE UM DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO TEÓRICO/DOUTRINÁRIO ENTRE O ESPIRITISMO E O CRISTIANISMO

INTRODUÇÃO

É possível ser um Cristão Católico e acreditar nos pressupostas da doutrina Espírita? Um fiel Católico Romano, por exemplo, pode, ao mesmo tempo e de forma coerente, acreditar na Ressurreição e na Reencarnação? Existe a possibilidade de convergência entre esses pensamentos que foram, ao longo da história, sempre tratados como antagônicos? Pode haver um intercâmbio de doutrinas e idéias entre Cristãos Católicos e o Espiritismo, sem um interesse proselitista? São questões intrigantes que aguardam respostas.

Cada vez mais o Espiritismo ganha a simpatia de Cristãos brasileiros, em detrimento de ser o Brasil o maior país Católico do mundo. Curiosamente é também o maior país espírita do mundo, segundo organização Espírita[1].

De acordo com o Censo 2000 (IBGE)[2], há 2,3 milhões de espíritas no Brasil. Esse número, obviamente, é contestado pelos espíritas. Um dos mais conceituados médiuns e oradores espíritas da atualidade, Divaldo Pereira Franco, fez a seguinte afirmação em seminário promovido pela Federação Espírita do Ceará – FEEC, em março de 2010: “Temos, segundo estatísticas, mais de sete milhões de espíritas. Mas elas não revelam a verdade [...]. Acho que temos por volta de 15 milhões de espíritas”[3].

Segundo a Revista Veja, esse número pode ser maior que o dobro:

Com uma resposta prática para essa questão crucial e a promessa de comunicação direta com os mortos, o espiritismo tornou-se a religião – ou, pelo menos, a segunda opção religiosa – de 40 milhões de brasileiros. Além dos espíritas professos, existe um número cada vez maior de fiéis de outras religiões, principalmente Católicos Romanos, que se dizem simpatizantes do Espiritismo, principalmente kardecista, e de seu maior ícone: o famoso médium brasileiro Chico Xavier[4].

Estima-se que, pelo menos, trinta por cento dos Católicos Romanos declaram e assumem acreditar, ao mesmo tempo, na Reencarnação e na Ressurreição. O estrondoso sucesso do filme Chico Xavier é uma clara demonstração da simpatia que esses brasileiros, nutrem pela doutrina Espírita. O filme bateu todos os recordes de bilheteria alavancando o cinema nacional, tendo arrecadado mais de vinte e oito milhões de reais, alcançando a incrível marca de seis milhões e cem mil espectadores.

Chaves, escritor Católico, considera a aproximação da Igreja Católica com o Espiritismo uma verdadeira evolução. Diz ele:

O autor desse livro é Católico. A evolução por que passa a igreja caracteriza-se também pela sua posição silenciosa e tolerante diante do crescente número de católicos que estão abraçando a Teoria da Reencarnação em todo o mundo. Trata-se do que já dissemos: a pluralidade de idéias e a unidade na diversidade na Igreja e em todo o Cristianismo da atualidade[5].

E ainda: “Há muitas pessoas que afirmam convictamente que a Reencarnação não está na bíblia. O autor deste livro também foi uma pessoa que pensava assim. Mas ela está, só que de um modo oculto, esotérico ou velado[6]”.

Essa estreita e estranha aproximação dos Cristãos, especialmente Católicos Romanos, com o Espiritismo e com a doutrina da Reencarnação será alvo de nossa reflexão neste artigo. Obviamente que o problema que trataremos aqui não está ligado a juízo de valores. Não será nosso foco a análise da veracidade da doutrina da Reencarnação ou mesmo da principal doutrina Cristã: a Ressurreição.


O problema que se interpõe aqui é se um Cristão, especialmente o Católico, pode, de forma coerente, nutrir, ao mesmo tempo, fé na Ressurreição e na Reencarnação, bem como em outros pressupostos basilares do Cristianismo e do Espiritismo.

Tentaremos demonstrar que esses dois “conceitos doutrinários confessionais” são auto-excludentes; ou seja, para acreditar em um é necessário, automaticamente, descartar o outro, sob pena de incoerência e conflito de idéias.

1- A COERÊNCIA ESPÍRITA FACE AO CRISTIANISMO CATÓLICO

Essa aproximação entre Espiritismo e Cristianismo, especialmente Católico, se dá apenas de forma unilateral, ou seja, enquanto, desavisadamente, muitos Cristãos simpatizam e se envolvem com a doutrina Espírita, eles, por sua vez e de forma muito coerente, pretendem se afastar cada vez mais desse Cristianismo.

Um exemplo clássico desse “coerente” distanciamento do Espiritismo em relação ao Cristianismo Católico é a mudança de nome do mais famoso médium Brasileiro, Chico Xavier:

O seu nome de batismo, Francisco de Paula Cândido, dado em homenagem ao santo do dia de seu nascimento foi substituído pela alcunha pela qual ficaria conhecido, Francisco Cândido Xavier, logo que ele rompeu com o catolicismo[7].
Ainda que outros motivos sejam apresentados como causa da mudança de nome do médium brasileiro, não há como negar o motivo religioso.

Essa prática é comum em outras religiões e tem o objetivo de um rompimento profundo com a situação anterior. O convertido ao Islã, por exemplo, ainda que não de forma obrigatória, costuma mudar seu nome de “batismo”. Tal prática sugere que o nome registrado na sua antiga religião pode ter ligações com o paganismo, politeísmo ou ainda com alguma característica de fé que deve, agora, ser negada. Funciona como uma espécie de “mudança” de cobertura espiritual. Vejamos sinteticamente a motivação da mudança de nome no Islã, para, por fim, concluirmos nossa argumentação sobre a decisão da mudança de nome de Xavier:

O costume remonta uma época (pré-Islâmica), onde o povo árabe, era composto por grandes politeístas e idólatras. Havia milhares de deuses, incluindo até mesmo a lua e o sol, chegando a existir ídolos feitos a partir de tâmaras [...]. Devido a isto, grande parte da população possuía nomes pagãos que iam contra o monoteísmo Islâmico, como por exemplo, Abdul Shams (Escravo do Sol). O Islam veio justamente para combater o politeísmo e reerguer o monoteísmo puro que fora anteriormente pregado por todos os profetas [...]. Tão logo o Islam começou a se expandir pela península arábica, os árabes, outrora pagãos, foram percebendo a grande quantidade de pessoas com nomes politeístas, a solução encontrada foi a substituição do nome verdadeiro por um nome pelo qual os membros da comunidade Islâmica passariam a chamar aquela pessoa. Uma espécie de apelido [...]. O costume se mantêm até hoje, sendo somente obrigatório quando o nome é claramente ofensivo ou pagão[8].

A mudança de nome de Xavier marca, definitivamente, uma mudança radical de religiosidade; uma negação real e contundente com os pressupostos mais basilares de sua antiga Religião. Nada mais coerente!

Muitos Cristãos querendo percorrer o caminho contrário julgam, ingenuamente, poder transitar tranquilamente entre o Cristianismo, especialmente Católico, e o Espiritismo.

Nesse sentido, o exemplo de Francisco Cândido Xavier deve ser seguido. Para crer nos mesmos pressupostos que ele creu, o Cristão, especialmente o Católico, deve, antes, romper definitivamente com tudo que o remete ao Cristianismo.

O Espiritismo pretende ser uma nova revelação, destinada – no dizer de AK – a instituir “a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de um altar” (VII, 269). E como nova revelação o Espiritismo se ufana de ser a “terceira das grandes Revelações” (VI, 23). [...] na realidade o Espiritismo é visceralmente anticristão em seus princípios e doutrinas[9].

Apenas um olhar superficial será capaz de pensar que essa análise está baseada em metodologia tendenciosa em favor do Cristianismo. Naturalmente esse tipo de argumento sofre a acusação de ser leviano e de estar trilhando por uma espécie de etnocentrismo, como se o olhar crítico do Cristão sobre o Espiritismo estivesse carregado de altivez e de um sentimento quase nazista de superioridade. Isso absolutamente não é verdade. O Espiritismo, diante do tema, não assume a postura de inferioridade ou de alguém que está sendo perseguido. Antes, pelo contrário, como veremos, há todo um interesse de sua parte de se desvencilhar do Cristianismo, especialmente do Católico Romano. O Espiritismo não quer ser Cristão, como muitos supõem.

No Jornal Espírita, em sua edição nº 317 de 01/2002, na coluna “qual é sua duvida”, sobre o questionamento se o Espiritismo é Cristão, foi formulada a seguinte resposta, que transcrevemos com o objetivo de reforçar nossa argumentação de antagonismo entre Cristianismo e Espiritismo:

Se tivéssemos outro nome para nos designar talvez fosse bem melhor, pois se ser cristão e ter que aceitar os maiores absurdos só porque constam da Bíblia, é melhor não o sermos [...]. E diante de tantos absurdos que fizeram e ainda fazem os que se dizem cristãos, preferimos somente ser chamados de Espíritas [...]. Não podemos ficar sujeitos às interpretações e dogmas impostos por qualquer pessoa. E nisso o Espiritismo é ímpar entre as religiões[10].

Como fica claro, o Espiritismo quer ser identificado como outra Religião, que não a Cristã. Isso precisa ser entendido e respeitado. É quase uma afronta dizer que um Espírita é um Cristão, em certo sentido.

Não estamos dizendo que os Espíritas estão errados; muito menos que estão certos. Como já deixamos claro, não é esta a nossa intenção neste artigo. Apenas estamos demonstrando que, devido ao antagonismo de princípios, não há a possibilidade de ser um “Cristão convencional”, que tem seus pressupostos fundamentados na inerrância e inspiração da Bíblia e, ao mesmo tempo, um Espírita.

Insistimos nesse tema porque é mais do que claro que a maioria esmagadora dos “Cristãos” que simpatizam com os preceitos Espíritas e que dizem acreditar na “peculiar” doutrina Espírita da Reencarnação, são Cristãos apenas “nominais” ou que não possuem nenhum tipo de conhecimento doutrinário de sua própria igreja. Isto é, não sabem exatamente como sua igreja crê e, por isso mesmo, entendem não haver nenhum problema lógico-doutrinário em crer em um e no noutro, ao mesmo tempo.

Muitos, inclusive, consideram as explicações Espíritas mais convincentes que as de suas igrejas, contudo, insistem em permanecer nelas. Queremos apenas estimular uma tomada de decisão. Nenhum problema em optar pela interpretação Espírita dos fatos e da própria Bíblia. Contudo, a necessidade de abandonar a fé Católica, por exemplo, nesse caso, é a única condição de uma postura coerente. Isso, inclusive, é uma forma honrosa e respeitosa para com aqueles que crêem exatamente como suas igrejas entendem ser uma fé sadia. Há muitos Católicos que acreditam fielmente no que sua igreja ensina; por isso mesmo podem, coerentemente, ser chamados de Católicos e merecem respeito. Não é justo turvar a “água do pensamento doutrinário” Católico e ainda assim receber tal designação.

Os Bispos, de humildes adeptos, tornaram-se poderosos e autoritários [...]. O pensamento profundo de Cristo desapareceu. Só ficaram os símbolos materiais. Essa obscuridade tornava mais fácil governar as multidões [...]. A crença em Satanás e no inferno adquiriu lugar preponderante na fé cristã. Em vez da religião de amor pregada por Jesus, o que prevaleceu foi a religião de terror [...][11].

Chico Xavier, em revelação entregue pelo espírito Emanuel (cujo nome é bem sugestivo) que era “sacerdote católico em sua última reencarnação no Brasil”, afirmando acerca desse Espírito, declara que ele veio “a fim de levar pequena parcela de instrução sobre o catolicismo que, deturpando nos seus objetivos as lições do evangelho tornou-se uma organização política em que preponderam as características essencialmente mundanas”[12].

3- A NEGAÇÃO DA ESSÊNCIA DO CRISTIANISMO

Passaremos a analisar apenas dois dos pontos mais melindrosos da fé Cristã, por conta de delimitação de espaço, negados veementemente pelo Espiritismo; fato que não é do conhecimento de muitos Cristãos, especialmente Católicos Romanos; “ignorância” essa que têm promovido o “intercâmbio religioso” entre essas antagônicas Religiões, no âmbito do chamado “Catolicismo Popular”. Além disso, abordaremos também a questão da caridade no Espiritismo e no Cristianismo.

Não iremos fazer citações para lastrear o pensamento Cristão por dois motivos óbvios: em primeiro lugar por conta de delimitação do tema de nosso artigo. Em segundo lugar, as doutrinas que serão abordadas abaixo não sofrem nenhum tipo de questionamento por nenhuma ramificação do Cristianismo, antes, pelo contrário, são doutrinas basilares que definem se alguém ou algum grupo religioso é ou não Cristão. Portanto, serão tomadas aqui, neste momento, apenas como contraste da “confissão de fé Espírita” que nega, veementemente, esses inquestionáveis pressupostos para todo aquele que quer ser chamado de Cristão.

Reiteramos nossa expectativa de uma necessária tomada de decisão ao lado desta ou daquela Religião.

3.1- O Espiritismo nega a deidade de Cristo

Apenas esse tópico já seria mais que suficiente para qualquer Cristão descartar por completo a simpatia e a possibilidade de continuar crendo nos dois pressupostos: do Espiritismo e do Cristianismo.

Para o Espiritismo Jesus é o espírito do mais alto nível, o mais desenvolvido e exemplo de perfeição moral, por isso, ele é grande Mestre. Ele não é Deus; é um dos filhos de Deus; é o mestre desse planeta; chegou a um estado de perfeição, conhecimento e pureza através de muitas reencarnações.

Ora, se Jesus, segundo o Espiritismo, não é Deus, como tem afirmado a Cristandade em todo o mundo, e, sim, apenas, um dos seus filhos, que difere de nós apenas na quantidade de vezes em que foi reencarnado, logo devemos concluir que ele é apenas um “simples homem evoluído”, cuja dinâmica do processo de Reencarnação nos levará também, automaticamente, um dia, a alcançar.

Em Obras Póstumas, Kardec falando sobre Jesus, afirma: "Importa, pois, (que) se risquem os milagres do rol das provas sobre que se pretende fundar a divindade da pessoa de Cristo"[13].

Em Gêneses, Kardec destrói a crença mais peculiar do Cristianismo:
Após o suplício de Jesus, seu corpo se conservou inerte e sem vida; foi sepultado como o são de ordinário os corpos e todos puderam ver e tocar. Após a sua ressurreição, quando quis deixar a Terra, não morreu de novo; seu corpo se elevou, desvaneceu e desapareceu, sem deixar qualquer vestígio, prova evidente de que aquele corpo era de natureza diversa da do que pereceu na cruz. O Espiritismo não só nega a humanidade de Jesus e sua ressurreição corporal, mas também a Sua divindade[14].: "Segundo definição dada por um espírito ele (Jesus) era um médium de Deus (A Gênese, p. 311, 353).

Em um importante fórum Espírita, sobre Jesus é afirmado o seguinte: “O Espiritismo apenas admite o seu caráter humano, e isso em nada pode ser tomado como absurdo. Rejeitando o dogma da divindade de Jesus, o Espiritismo nega somente o que resultou da elaboração de mentes humanas[15].

No Livro dos Espíritos, mais uma vez é confirmada categoricamente a negação da deidade de Cristo, ou seja, a principal razão de ser do Cristianismo é posta por terra:

Nós, os espíritas, sabendo que Jesus não é Deus, mesmo assim temos dificuldade em compreendê-lo na sua plenitude e de assimilar os seus ensinamentos. Isto por ser Jesus um Espírito sublimado, cujo significado cósmico está acima da nossa mortal capacidade para apreender as coisas transcendentais. E por sermos incapazes de limitá-lo com um mero nome ou expressão definidora, é que o Senhor da Vinha vem recebendo através dos séculos incontáveis cognomes, refletindo tal procedimento a nossa ansiedade de melhor conhecer aquele que foi “o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo”[16].

Concluiremos esse tópico com um dos mais surpreendentes e claros relatos de negação completa da deidade de Cristo e de tudo que caracteriza o Cristianismo, colhido de um dos mais importantes sites Espíritas da atualidade:

O Espiritismo demonstra a impossibilidade de Jesus ser o próprio Deus, afirmando que ele é criatura como todos nós. No entanto, a sua evolução infinitamente maior do que dos homens mais evoluídos da Terra, não é dádiva ou privilégio, e sim conquista. Criado por Deus num tempo infinitamente distante para nós, conquistou a evolução que todos estamos fadados a conquistar um dia [...]. O nosso Jesus não nasceu de uma virgem numa estrebaria em Belém de Judá. Não é unigênito, nem recebeu a visita dos Reis Magos, não foi tentado por inexistentes demônios, nem permanece pregado na cruz. Jesus nasceu e tem nascido em diferentes épocas e lugares nos corações dos homens que descobrem o seu amor. Quase sempre ele aparece em nossa vida num momento de crise, quando sufocamos de dor e desespero. Ele é como o Sol do Meio Dia, ou a luz da alvorada após noite escura e tempestuosa. Sua presença em nossa vida é como o orvalho da madrugada. Ele é o asserenador das tempestades, ordenando aos ventos que se calem, e às ondas que se acalmem. Da mesma forma ele acalma as nossas tempestades interiores, e nos estende a mão quando estamos afundando no mar revolto da vida. O nosso Jesus está sim, de braços abertos, esperando-nos para o amplexo de amor, o ósculo da paz. Aproximamo-nos e ajoelhamo-nos para beijar-lhe os pés. Porém, ele impede o nosso gesto de submissão e aperta-nos contra o seu próprio peito. Depois... Depois abre novamente os braços e seus olhos nos fala claramente: você é livre para ficar ou ir embora... Neste momento, parafraseamos Pedro, e respondemos: Para quem iremos nós, Mestre, se tu tens as palavras de vida eterna?[17].

3.2- O Espiritismo nega a Ressurreição, um dos pilares da fé Cristã

A doutrina Espírita da Reencarnação é a antítese da doutrina Cristã da Ressurreição. São doutrinas auto-excludentes em essência. Nenhuma delas, pelo seu caráter eminentemente religioso, pode ser provada cientificamente; muito embora haja forte reivindicação Espírita para a existência dessas provas em favor da Reencarnação, contudo, ainda não há nenhum registro de publicação científica séria que tenha abonado tal doutrina.

Sobre essas supostas provas, Blank relembra uma velha máxima da sociologia da religião: “toda concepção religiosa produz, por sua vez, as experiências correspondentes a essa mesma concepção”[18]. Portanto, assim como todos os outros temas pertinentes ao binômio Espiritismo versus Cristianismo, esse, e principalmente esse, torna-se uma questão de fé e não de provas. Assim sendo, deve haver uma escolha: “acreditar” na solução Espírita para a vida após a morte – a Reencarnação -, ou “acreditar” na solução do Cristianismo para esse mesmo problema – a Ressurreição.

Ante tal situação, devemos com toda sinceridade, aceitar um fato: a decisão pessoal a favor da Reencarnação ou de uma Ressurreição única e definitiva continua sendo, no fundo, uma decisão de fé. Tal decisão deve ser de cada um. E a única base certa e definitiva que temos é a nossa confiança de não sermos enganados por aqueles que se tornaram a base de nossa decisão. Não podemos escapar da necessidade que temos de decidir. Não é possível andar nos dois trilhos ao mesmo tempo. É o que tantos gostariam de fazer: ser cristãos e adeptos da Reencarnação, ao mesmo tempo. Isso não é possível[19].

Os Espíritas costumam dizer também que a Ressurreição é uma espécie de conclusão lógica da Reencarnação, numa clara tentativa de harmonizar “água e óleo”. Em um famoso site Espírita, numa “ação pedagógica catecismal” – perguntas e respostas – essa idéia é confirmada::

Pergunta 4: O dogma da Ressurreição da carne é a consagração da Reencarnação ensinada pelos Espíritos? Resposta: Como quereis que seja de outro modo? Dá-se com essa expressão o que se dá como tantas outras, que só parecem desarrazoadas aos olhos de certas pessoas que a tomam ao pé da letra e por isso são levadas à incredulidade [...]. A doutrina da pluralidade das existências se conforma à justiça de Deus; somente ela pode explicar o que sem ela é inexplicável. Como quereríeis que esse princípio não estivesse na religião? Pergunta 5: Então a igreja, pelo dogma da ressurreição da carne, ensina a doutrina da Reencarnação? Resposta: Isso é evidente. Essa doutrina é a conseqüência de muitas coisas que passaram despercebidas [...]. Não se pode, portanto, racionalmente admitir a ressurreição da carne, senão como uma figura simbolizando o fenômeno da reencarnação[20].

Essa mesma tentativa de harmonização é feita em outro importante site Espírita: “Assim, quem crê na reencarnação, não nega a ressurreição, como o afirmam, freqüentemente, alguns anti-reencarnacionistas”[21].

Em boa verdade, a interpretação da Ressurreição trazida pelo Espiritismo nega completamente o significado empregado pelo Cristianismo, em toda sua história:

Para nós a ressurreição é a condição do espírito voltar a viver no mundo espiritual de onde veio e no futuro quando atingir a perfeição ela será definitiva. Voltar à carne é reencarnação, ou seja, o espírito que está no momento vivendo no mundo espiritual retorna à carne para uma nova etapa de aprendizado e evolução. Ressurreição da carne é impossível, pois nosso corpo físico ao se decompor devolverá à natureza os elementos de quem tomou emprestado, é o que afirma a ciência. E afirmamos que a ciência é de Deus[22].

Até que ponto existe essa possibilidade de fusão entre esses antigos conceitos?
Vejamos de forma sintética suas definições:

a) Reencarnação: É a volta do espírito ao plano material. Quando o homem morre, o corpo desce à sepultura e o espírito segue para o mundo espiritual. A doutrina da reencarnação sustenta que o espírito retorna à vida terrena, em novo corpo, tantas vezes quantas sejam necessárias. O objetivo desse retorno “é fazê-los chegar à perfeição” e proporcionar um “melhoramento progressivo da Humanidade”. “As reencarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porque o progresso é quase infinito” (Quesitos 132, 167 e 169 do Livro dos Espíritos)[23]. “A Reencarnação significa a volta do Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, sem qualquer espécie de ligação com o antigo”[24].

b) Ressurreição: Significa a vivificação do corpo morto, não importa quanto tempo esteja nesse estado. Significa o reencontro do espírito com o corpo original: “E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais pelo seu Espírito que em vós habita” (Romanos 8.11). Na vinda do Senhor, “os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro”. Os que estiverem vivos na Sua vinda serão arrebatados e estarão para sempre com o Senhor (1 Tessalonicenses 4.16-17). Sob inspiração divina, o apóstolo Paulo declara: “Cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também cremos que aos que dormem em Jesus, Deus os tornará a trazer com ele” (v.14). A redenção dos cristãos abrange o corpo (Romanos 8.23). Exemplos na Bíblia Sagrada se contrapõem à doutrina da reencarnação. Ao ladrão que se arrependeu, Jesus prometeu: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23.43). Esse ladrão tinha motivos de sobra para reencarnar umas mil vezes até se tornar perfeito. Jesus perdoou seus pecados e lhe garantiu a vida eterna. Moisés e Elias apareceram na transfiguração de Jesus. Nada indica que tenham retornado à vida corpórea para serem purificados. Foram reconhecidos pela fisionomia original. De acordo com o ensino da Bíblia Sagrada, só há uma separação corpo-espírito, i.e., o homem só morre uma vez: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação” (Hebreus 9.27-28). Como vimos, o homem morre e fica aguardando julgamento. Haverá um dia em que todos serão julgados[25].


Essencialmente as doutrinas da Reencarnação e da Ressurreição diferem no seguinte aspecto: Na Ressurreição a alma unir-se-á ao “mesmo corpo”, através de uma ação miraculosa de Deus. Na Reencarnação, a alma uni-se a “outro corpo” completamente diferente do anterior e sem nenhuma espécie de resquício ou ligação. É uma aventura completamente outra.

Estamos diante de duas opções extremamente claras e que explicam, pelo viés da religiosidade, que pressupõe, sempre, o elemento fé, como será a vida após a morte. Assim como são claras essas explicações, também deve ser clara a escolha do “fiel Cristão”.

O Cristianismo Católico e também Protestante já fizeram sua escolha pela Ressurreição. São religiões confessionais como também o Espiritismo o é. Ou seja, elas confessam publicamente e por escrito aquilo em que crêem.

Ninguém é obrigado a ser Cristão Católico ou Protestante. É uma questão de opção, de simpatia, de entendimento pela conformação da verdade. Por isso mesmo, o Cristão, diante de tudo que já mencionamos, terá uma séria escolha a fazer: acreditar e aproximar-se ainda mais dos pressupostos de sua religião como a Ressurreição, por exemplo, ou, ao contrário, abdicar desse título e dedicar-se de corpo e alma aos pressupostos do Espiritismo como o da Reencarnação, por exemplo. É mais justo, mais honesto e mais saudável à sua própria fé.

3.3- A questão das boas obras para o Espiritismo e para o Cristianismo

O Espiritismo é considerado e reconhecido pela sua grande quantidade de obras de caridade. São obras realmente louváveis, do ponto de vista social. Os Espíritas têm diminuído a dor e o sofrimento de muitas pessoas ao longo de toda sua trajetória. São inúmeros orfanatos, abrigos de idosos etc. Por esse aspecto, inclusive, o Espiritismo ganha status de Cristianismo, fazendo quase ocultar as enormes diferenças doutrinárias entre um e outro. Há quem diga que é, na realidade, a única religião que pratica realmente o autêntico Cristianismo:

O Espiritismo, com a ajuda de espíritos mais evoluídos, descobriu as verdades do Cristianismo Primitivo, as quais se identificam plenamente com a essência dos Evangelhos, pois que eram os primeiros cristãos aquelas pessoas que mais ligadas estavam aos autênticos ensinamentos de Jesus, ensinamentos esses que lhes chegaram por intermédio dos próprios apóstolos e primeiros discípulos de Jesus[26].

É fora de qualquer questionamento que Jesus ensinou e mandou que se praticassem as boas obras a todas as pessoas. Nesse sentido, cumprem fielmente aos ensinamentos de Cristo?

Essa quer ser, talvez, a marca Cristã mais forte presente no Espiritismo. Sua eficácia no socorro aos mais necessitados tem arrebanhado milhares de Cristãos, especialmente Católicos, a simpatizarem com suas doutrinas. Essa marca tem sido, sem dúvida, a porta de entrada para o conhecimento, admiração e encantamento com o Espiritismo, de tal forma que crer na Reencarnação é apenas uma conseqüência dessa iniciação contemplativa.

Mas, a questão é: o que os faz cumprir com tanto empenho esse mandamento e realizar o número de obras de caridade que realizam? Será mesmo que a motivação é só “caridade por caridade”? Isto é, amor incondicional e sem “segundas intenções” pelas pessoas sofridas?

Essa indagação é extremante importante para verificarmos o quanto o Espiritismo está perto ou longe dos preceitos reconhecidamente cristãos, uma vez que foi o próprio Cristo quem estabeleceu os moldes e a motivação de toda obra de caridade:

6.1 Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste. 6.2 Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. 6.3 Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; 6.4 para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará (Mateus 6:1-4)[27].
Esse texto é emblemático. As ricas lições nele contidas nos advertem que devemos praticar a caridade, contudo, essa prática não pode, em hipótese alguma, ser contaminada por outra intenção que não a de promover a amenização da dor e do sofrimento do próximo. Essas obras de caridades devem ser praticadas, inclusive, em secreto. Não se deve divulgar o que se faz, já que a única motivação, como já dissemos, deve ser o beneficiamento do próximo e não o de quem está praticando a caridade. Curiosamente essa é a fonte da maior admiração dos Cristãos, especialmente Católicos, pelos Espíritas. Aquilo que os faz aproximar-se com um sincero desejo de ter também, assim como os Espíritas, essa condição de piedade, num quase pedido de desculpas por não ver sua religião agir assim, como esse modelo. Mas, tudo isso não deveria ficar em oculto, segundo os preceitos estabelecidos por Jesus?

Qual a motivação do Espírita para a reconhecida aptidão à prática da caridade?

O capítulo II do livro IV do Livro dos Espíritos, que fala das penas e gozos futuros, bem como das condições para a remissão da pena, define que tudo o que recebemos hoje, é conseqüência de nossos atos no passado, e que tudo o que iremos receber no futuro, é conseqüência de nossos atos de agora em diante. Vejamos o texto com alguns grifos:

O estado da alma após o desencarne, estado de felicidade ou de sofrimento, depende dos atos praticados nesta e em outras vidas. Não há recompensa ou sofrimento gratuito e eterno; há sim o resultado da Lei de Causa e Efeito (carma) [...]. A soma das penas é proporcional à soma das imperfeições, assim como o gozo e a felicidade celestial resulta das virtudes cultivadas em vida. Como há uma Lei do Progresso (Lei de Deus) que faculta a todas as almas atingir a perfeição, através do arrependimento, da expiação e da reparação, juntamente com a possibilidade das reencarnações, temos que o inferno é um estado de alma transitório e está em toda a parte onde haja almas sofredoras, assim como o céu está igualmente onde houver almas felizes. O espírito para se libertar do círculo da dor e do sofrimento, inclusive da necessidade de reencarnar, causados pelo uso perverso ou equivocado do livre-arbítrio, que o leva a desrespeitar a Lei de Deus, consciente ou inconscientemente, conhecedor ou ignorante da Lei, necessita expiar as faltas cometidas [...].O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são necessárias e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação. A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má-vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contato com as mesmas pessoas que de si tiveram queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes o reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito [...]. Compreendendo, assim, o significado de penas e recompensas, devemos nos esforçar para reparar as faltas cometidas em vidas anteriores, ou nesta vida mesmo, e aproveitar ao máximo a experiência e a oportunidade na carne, buscando incessantemente o progresso moral [...]. Toda conquista na evolução é problema natural de trabalho, porque todo progresso tem preço; no entanto, o problema crucial que o tempo impõe é débito do passado, que a Lei apresenta à cobrança. Retifiquemos a estrada, corrigindo a nós mesmos. Resgatemos nossas dívidas, ajudando e servindo sem distinção. Tarefa adiada é luta maior e toda atitude negativa, hoje, diante do mal, será juro de mora no mal amanhã[28].

Qual a motivação do Espírita para a reconhecida aptidão à prática da caridade? Não seria, ao contrário do que ensinou Jesus, uma espécie de “auto-caridade”? Se fosse possível retirar-lhes a doutrina do Carma, ainda seriam conhecidos por sua caridade? A idéia de praticar caridade para “obter algum tipo de benefício” está tão distante do ensinamento de Cristo quanto pode estar.

CONCLUSÃO

Diante do que expomos, esperamos ter deixado claro que não há possibilidade de intercâmbio, nem de nenhuma espécie de ecumenismo entre o Cristianismo, especialmente em suas vertentes mais conhecidas - Catolicismo e Protestantismo – e o Espiritismo; pelo menos na perspectiva do fiel. Isso não significa, em hipótese alguma, intransigência e impossibilidade de diálogo inter-religioso, entendido como o respeito pela crença do outro.

Também não estamos na contramão, necessariamente, dos recentes avanços da Ciência da Religião, isto é, o diálogo Inter-Religioso, a Interdisciplinaridade e, mais recentemente, a Transdisciplinaridade. Entendemos que as buscas pelo “Terceiro Incluído” podem significar, segundo seus defensores, o fim das lutas e das guerras religiosas, em seus mais variados níveis. Contudo, entendemos também que essa categoria não se aplica no caso de nossa análise e por um motivo muito simples: estamos tratando de crenças confessionais. Ou seja, com religiões que pré-definem, por escrito, aquilo que crêem e que seus adeptos devem crer. Para “incluir” uma terceira possibilidade, isto é, crer na Ressurreição e na Reencarnação, ao mesmo tempo, por exemplo, como marcas desses modelos religiosos, seria necessário a “recriação” tanto de uma Religião quando da outra.

Além disso, lembramos que “A lógica do terceiro incluído não abole a lógica do terceiro excluído: ela apenas limita sua área de validade”[29]. Em nossa avaliação, o tema abordado por esse artigo não extrapola essa área de validade.

Por quanto essa “nova lógica” esteja sendo comemorada, lembramos ainda que ela sofre duras críticas e que não há unanimidade quando à sua utilização em outras áreas de conhecimento que não a física quântica:

Edgar Morin explicitamente faz crítica à transdisciplinaridade como sendo um processo de nadificação do ser. É verdade que se alega a necessidade de uma religação dos saberes; que se critica o racionalismo estreito e se quer uma abertura para o complexo, o contraditório, o plural [...]. Mas a diferença é que os pensadores de hoje chegam na maior parte das vezes a uma pulverização total da realidade. É uma transdisciplinaridade que não dá liga, não faz sentido. Não há nada que a unifique, porque tudo é aleatório[30].

Respeito, diálogo, mas também coerência de confessionalidade. Saber em que crer não significa, necessariamente, querer impor sua religiosidade sobre a do outro.

BIBLIOGRAFIA

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http://www.hottopos.com/rih6/dora2.htm
[1] Conforme: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/apaiva/brasil-pais-mais-espirita.html. O importante expoente Espírita, Divaldo Pereira Franco, em entrevista ao Jornal Diário do Nordeste, de Fortaleza, explica os motivos que tornam o Brasil o maior país Espírita do mundo: Diário - Mas por que o Brasil é o maior país espírita do mundo? Divaldo - Pela nossa miscigenação. Nossas heranças indígenas e africanas. E também por causa da cultura européia, portuguesa. O português é um povo muito crente. Veja a mudança dos deuses convencionais realizada no Brasil pela nossa herança africana. São muitas. Oxalá é o Senhor do Bonfim; Janaína é Nossa Senhora. Quando o espiritismo chegou ao Brasil, por volta de 1875, houve uma reação acadêmica e clerical, hoje suplantada. Por outro lado, as doutrinas ortodoxas estão em crise por causa da decadência dos valores e o academicismo encontra-se arrebentado em conseqüência das conquistas modernas. Tudo que era paradigma no Século XX, não é mais no Século XXI, conforme: http://www.mundoespirita.com.br.
[2] Conforme Federação Espírita Brasileira, disponível em: http://www.febnet.org.br/site/conheca.php.
[3] Conforme http://www.mundoespirita.com.br/index.php?act=conteudo&conteudo=874.
[4] Conforme: http://veja.abril.com.br/110505/p_112.html
[5] CHAVES, Jose Reis. A reencarnação: segundo a bíblia e a ciência. 1998, p.156
[6] Chaves, 1998. P.59.
[7]Conforme: http://www.diariodepernambuco.com.br/vidaurbana/especiais/chico_xavier/historico.shtml
[8] Conforme: http://mulhernoislam.blogspot.com/2010/02/por-que-os-convertidos-mudam-de-nome.html, acessado em 19/08/2010.
[9] KLOPPENBURG, Boaventura. O Espiritismo no Brasil: orientação para os católicos. Petrópolis: Vozes, 1960, p.369
[10] Conforme: http://www.portaldoespirito.com.br/portal/artigos/paulosns/espiritismo-eh-cristao.html.
[11] LÉON.Denis. Cristianismo e Espiritismo. FEB. 2002., p.40.
[12] Emmanuel; XAVIER, Francisco Cândido. Há 2000 anos: episódios da história do cristianismo no século I : romance 18 ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1983. p.27.
[13] KARDEC, Allan. Obras póstumas. 9. ed. Rio de janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1942.p.126.
[14] KARDEC, Allan. A gênese: Os milagres e as predições segundo o espiritismo. 28. ed. Rio de Janeiro: Feb, 1985. P.311,347.
[15]http://www.forumespirita.net/fe/artigos-espiritas/quem-e-jesus-e-qual-a-sua-missao-segundo-espiritismo/
[16] KARDEC, Allan. O livro dos espíritos: . 87. ed. São Paulo: Instituto de difusão espírita, 1994. 625
[17]http://www.espirito.org.br/portal/artigos/amilcar/jesus-para-o-espiritismo.html, acessado em 27/07/2010.
[18] BLANK, Renold J., Reencarnação ou ressurreição: Uma decisão de Fé. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1995. p.8.
[19] BLANK, 1995, p.10.
[20] Conforme: http://www.comunidadeespirita.com.br/perguntasresp/ressurreicao%20x%20reencarnacao.htm
[21] Conforme: www.espirito.org.br/portal/artigos/jose-chaves/a-universidade.html
[22] Conforme: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/paulosns/presbiterianismo-e-reencarnacao.html
[23] http://blogespiritismo.blogs.sapo.pt/50338.html
[24] Conforme: http://www.ceismael.com.br/artigo/reencarnacao.htm
[25] Conforme: http://blogespiritismo.blogs.sapo.pt/50338.html
[26] Conforme: http://www.espirito.com.br/portal/artigos/jose-chaves/cristianismo-e-espiritismo.html
[27] Conforme: http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=71
[28] KARDEC, 1994. XIV.
[29] Conforme: http://www.unicap.br/observatorio/pages/grupos_de_estudos/8.3..doc
[30] Conforme: http://www.hottopos.com/rih6/dora2.htm

domingo, 29 de agosto de 2010

SOU CRISTÃO E MAÇON, E DAÍ?

Pode alguém, de forma coerente, ser Cristão e Maçon, ao mesmo tempo? Não é novidade para ninguém que muitas igrejas, de todas as denominações, a exemplo da Igreja Batista, Igreja Presbiteriana, Episcopal, Congregacional etc, estão abarrotadas de Maçons. São pastores, presbíteros e Diáconos que assumem sua "dupla identidade religiosa": são Protestantes Maçons ou Maçons Protestantes. Acreditam não haver incompatibilidade entre as duas práticas e as conciliam perfeitamente. Dizem, inclusive, ser a Maçonaria uma organização não religiosa e que, por isso mesmo, não haveria nenhum problema em ser Protestante (muitos deles líderes em suas igrejas) e Maçon, ao mesmo tempo.

Em 2006 a IPB emitiu um polêmico documento afirmando a incompatibilidade entre a fé cristã Reformada e a Maçonaria. Em 2007 foi criada uma comissão Especial para estudar o assunto e, finalmente, em 2010 a decisão foi reafirmada. Veja abaixo o documento na íntegra:



Veja abaixo, também de forma integral, o que está descrito no referido documento 447:

INSTRUÇÃO DO SUPREMO CONCÍLIO DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL SOBRE MAÇONARIA E OUTRAS ORGANIZAÇÕES

A todas as Igrejas e concílios espalhados pela República Federativa do Brasil e jurisdicionadas a este Supremo Concílio, graça e paz!

I. Em sua reunião do Supremo Concílio do ano 2006, a Igreja Presbiteriana do Brasil decidiu afirmar a incompatibilidade entre algumas doutrinas maçônicas e a fé cristã. Na reunião de sua Comissão Executiva, realizada em 2007, foi criada Comissão Especial com o propósito de produzir um documento de instrução para a Igreja sobre esse assunto, assim como considerações normativas em relação à CI/IPB;

II. Não obstante vias comuns de aproximação da matéria, a comissão entendeu que, devido à necessidade de subordinação de suas considerações a princípios escriturísticos e confessionais da IPB, deveria proceder de forma direta, restringindo-se àquelas questões que lhe parecessem fulcrais;

III. Mediante consideração de milhares de páginas de documentos sobre esta questão e análise dos posicionamentos de outras denominações reformadas, conclui-se que há um aspecto primordial a ser considerado, que conecta aquilo que é central ao entendimento da identidade reformada da Igreja Presbiteriana do Brasil e à questão da incompatibilidade com algumas doutrinas maçônicas, sendo essa, especificamente, a questão do culto ao único e verdadeiro Deus, de acordo com as sagradas escrituras e os símbolos de fé da IPB;

IV. A Bíblia estabelece claramente que Deus criou o homem para sua glória e para cultuá-lo [Ex 20.4-6; Rm 11.36 e Jo 4.24]. Os Catecismos de Westminster declaram em suas primeiras respostas que o fim do homem é glorificar a de e gozá-lo para sempre [Catecismo Maior e Breve Catecismo de Westminster, pergunta 1ª]. A Constituição da Igreja, em seu artigo 2º [CI/IPB], começa sua descrição da finalidade da existência da Igreja Presbiteriana do Brasil como, "prestar culto a Deus, em espírito e em verdade". Ainda que não se considere a maçonaria ostensivamente como religião, o aspecto cúltico ocupa ali também lugar essencial: dentre os vinte e cinco landmarks, "considerados como as mais antigas leis que regem a maçonaria universal" e tidos como "eternos e imutáveis" [Grande Oriente de São Paulo – Edição Comemorativa do Cincoentenário], há, pelo menos, três que dizem respeito à obrigação cúltica [nº 11 – quanto à guarda do templo; nº 19 – crença no Grande Arquiteto do Universo, que deve ser reverenciado; nº 21 – presença obrigatória de um livro que contenha a verdade supostamente revelada pelo Grande Arquiteto do Universo]. Ainda a se considerar, a título ilustrativo, que o Regulamento Geral do Supremo Conselho do Grau 33 para a República Federativa do Brasil [SC/GOMG] estabelece que "O Rito Escocês Antigo e Aceito se compõe de trinta e três [33] graus que, em suas diversas séries desenvolvem sucessivamente as doutrinas e a filosofia da Maçonaria, constituindo-se, assim, em uma escola de ética, cujo programa é: cultuar a Deus e cultivar a Espiritualidade". Infere-se, portanto, que o aspecto cúltico é central para a Maçonaria.

V. O culto biblicamente prescrito requer a adoração individual e coletiva ao único e verdadeiro Deus Trino e por intermédio de seu Filho unigênito, Cristo Jesus [conforme a Confissão de Fé de Westminster, capítulo XXI, parágrafos 1 e 2], e as respostas às perguntas 108[1] e 109[2] do Catecismo Maior de Westminster.

VI. Ainda que louvável o anseio de responder à revelação geral de Deus em reconhecimento, culto e veneração, conforme o primeiro capítulo da epistola de Paulo aos Romanos, a Maçonaria, em sua intenção cúltica, conflita com as ordenanças religiosas que Deus instituiu em sua Palavra [a revelação especial], quando aquela dirige a adoração a um deus como concebido por cada professante individualmente, dentre os mais diversos credos religiosos. Não se pode afirmar, portanto, que nos atos de intenção cúltica ou veneração maçônica ao Grande Arquiteto do Universo o deus de um seja o deus de todos. Já as Escrituras restringem o culto no 1º e 2º mandamentos ao Deus bíblico do Antigo Testamento e Novo Testamento, o Deus de Abraão, de Isaque, de Jacó, de nosso Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos [Ex 20.1-6[3]; At 3.13; 7.32]. Outrossim, a oração no culto maçônico é dirigida a um deus sem a necessária mediação do Senhor Jesus, contrariando também o que se encontra em I Tm 2.5, no capítulo XXI., II., da CFW, e na resposta à pergunta 108 do CMW.

VII. Conforme já mencionado, a Maçonaria reconhece a necessidade da revelação especial quando determina para suas lojas e templos a adoção de um livro sagrado, de acordo com a crença de cada um, considerando-o como 'aquilo que se supõe conter a verdade revelada pelo Grande Arquiteto do Universo" [Landmark nº 21]. As próprias Escrituras, entretanto, determinam que o cristão tenha como única regra de fé e prática a Bíblia Sagrada, tanto para meditação individual quanto coletiva [Sl 19.1-4; Is 8.20; Mt 4.4, 7, 10; Lc 1.3-4; Rm 1.19-20, 32; 2.1; 2.14-15; 15.4; I Co 1.21; 2.13-14; I Tm 3.15; Hb 1.1-2; II Pe 1.19; também CFW, cap. I., 2º parágrafo].

VIII. Postas essas premissas, que evidenciam a incompatibilidade sobrefalada, constitui falta, tipificada no caput do art. 4º[4] do Código de Disciplina da IPB, a efetiva participação em atos cúlticos que não sejam dirigidos ao Deus único e verdadeiro, por intermédio de Jesus Cristo, seu unigênito Filho, e que não adotem a bíblia sagrada como livro exclusivo de revelação de Deus. Observa-se que a falta tipificada é de foro externo, conforme preceitua o art. 1º[5] do CD/IPB, portanto sujeita à vigilância e observação da Igreja.

IX. A correção desta falta opera-se nos termos do referido diploma legal, cabendo a cada concílio, no exercício de sua jurisdição, tratar de cada caso.

X. Nada obstante, em consonância com a Palavra de Deus, com seus Símbolos de Fé e suas resoluções, o Supremo Concílio RESOLVE:

a. Manifestar o reconhecimento de que na história da IPB e ainda hoje tem havido e existem muitos irmãos crentes fiéis e operosos que muito contribuíram para a IPB, os quais, não sentindo haver a incompatibilidade sobrefalada, mantiveram relação ativa com a Igreja e com a Maçonaria. Tal reconhecimento coaduna com o espírito do ensino bíblico quanto ao tratam de honra dos irmãos, conforme exposto no Catecismo Maior [perguntas 144[6] e 145[7], quanto ao nono mandamento], não obstante o presente entendimento quanto à obediência ao segundo mandamento.

b. Determinar que qualquer ação, de qualquer das cortes da Igreja que tratem da matéria, só seja efetivada mediante espírito de brandura, e que os conselhos ou presbitérios procedam com zelo e cautela, exortando e admoestando, conforme o ensino de II Tm 2.24-26.

c. Instruir todos os concílios a ele jurisdicionados que, considerando o que preceitua o art. 6º[8] do CD/IPB, - o qual especifica que as faltas são de ação ou omissão, isto é, a prática de atos pecaminosos ou a abstenção de deveres cristãos -, incorre em falta o membro da Igreja e ministro que estiver participando ativamente em atos cúlticos em desacordo com o primeiro e segundo mandamentos em qualquer organização que os promova.
Sala das sessões, Curitiba, PR, 12 de julho de 2010.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que a participação na maçonaria constitui em falta de quebra do 1º e 2º mandamentos [idolatria] é dever dos cristãos individualmente e concílios instruir os membros das Igrejas que porventura ainda participem ou que desejem participar da confraria maçônica a, por amor a Cristo e à Igreja, deixarem a maçonaria ou evitarem adentrar nela.

Considerando ainda que é uma falta de foro externo e, portanto, sujeita à vigilância da Igreja, é dever cristão dos membros comunicar aos conselhos de suas respectivas Igrejas a presença de membros professos nas reuniões maçônicas [consideradas reuniões cúlticas idólatras], solicitando a estes a tomada de providências em caso de renitência.

É dever, também, dos presbitérios, verificarem se os conselhos estão colocando em prática a resolução do Supremo Concílio, velando pelo bem estar da Igreja em sua obediência às Escrituras. Lembremos que a disciplina, visando à correção do faltoso e o bem estar da Igreja é uma das marcas da verdadeira Igreja de Cristo.
Lembremos que os pecados podem ser de omissão ou de comissão, isto é, peca-se quando se deixa de atender a deveres cristãos ou quando se incorre em prática condenada à luz das Escrituras.

Assim, solicitamos a todos os concílios e Igrejas que providenciem que esta carta pastoral seja tornada de conhecimento de toda a Igreja, para, eventualmente, orientar os irmãos a evitarem os erros e os pecados, mormente o citado nesta pastoral: a quebra do primeiro e segundo mandamentos mediante a participação na fraternidade maçônica e correlatas.

No amor de Cristo, que une todos aqueles que foram nascidos de novo,

Rev. Marthon Ary Mendes
Rev. Roberto Alves de Alencar

Fonte: http://marthonmendes.blogspot.com

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[1] Pergunta 108. Quais são os deveres exigidos no segundo mandamento? Resposta: Os deveres exigidos no segundo mandamento são: o receber, observar e guardar, puros e inalterados, todo o culto e todas as ordenanças religiosas tais como Deus instituiu em sua Palavra, especialmente a oração e ações de graça em nome de Cristo; a leitura, a pregação e o ouvir a Palavra; a administração e a recepção dos sacramentos; o governo e a disciplina da igreja; o ministério e sua manutenção; o jejum religioso, o jurar em nome de Deus e o fazer os votos a ele, bem assim o desaprovar, detestar e opor-se a todo culto falso, e, segundo a posição e vocação de cada um, o remover tal culto e todos os símbolos de idolatria. Ref. Dt 32.46; Mt 28.20; I Tm 6.13,14; At 2.42; Fp 4.6; Dt 17.18,19; At 15.21; II Tm 4.2; Tg 1.21,22; At 10.33; Mt 28.19; I Co 11.23-30; Mt 16.19; Mt 18.17; I Co 12.18; Ef 4.11,12; I Tm 5.17,18; I Co 9.1-15; Jl 2.12; I Co 7.5; Dt 6.13; Sl 76.11; Sl 116.14;, At 17.16,17; Dt 7.5.
[2] Pergunta 109. Quais são os pecados proibidos no segundo mandamento? Resposta: Os pecados proibidos no segundo mandamento são: o estabelecer, aconselhar, mandar, usar e aprovar de qualquer maneira qualquer culto religioso não instituído por Deus mesmo; o fazer qualquer representação de Deus; de todas ou de qualquer das três Pessoas, quer interiormente em nosso espírito, quer exteriormente em qualquer forma de imagem ou semelhança de alguma criatura, toda adoração dela, ou de Deus nela ou por meio dela, o fazer qualquer representação de deuses imaginários e todo culto ou serviço a eles pertencentes; todas as invenções supersticiosas, corrompendo o culto de Deus, acrescentando ou tirando desse culto, quer sejam inventadas e adotadas por nós, quer recebidas por tradição de outros, embora sob o título de antiguidade, de costume, de devoção, de boa intenção, ou por qualquer outro pretexto, a simonia, o sacrilégio, toda negligência, desprezo, impedimento e oposição ao culto e ordenanças que Deus instituiu. Ref. Nm 15.39; Dt 13.6-8; Os 5.11; I Rs 11.33; Dt 12.30-32; Dt 15.16; At 17.29; Gl 4.8; Ex 32.5; Ex 32.8; I Rs 18.26,28; At 19.19; Ml 1.7,8,14; Dt 4.2; Sl 106.39; Mt 15.9; I Pe 1.18; Jr 44.17; Is 65.3-5; I Sm 13.12; At 8.18,19,22; Rm 2.22; Ex 4.24; Mt 22.5; Mt 23.13; At 13.45.
[3] Então, falou Deus todas estas palavras: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
[4] CAPÍTULO II - FALTAS - Art. 4º - Falta é tudo que, na doutrina e prática dos membros e concílios da Igreja, não esteja de conformidade com os ensinos da Sagrada Escritura, ou transgrida e prejudique a paz, a unidade, a pureza, a ordem e a boa administração da comunidade cristã. Parágrafo Único - Nenhum tribunal eclesiástico poderá considerar como falta, ou admitir como matéria de acusação aquilo que não possa ser provado como tal pela Escritura, segundo a interpretação dos Símbolos da Igreja (Cons. Art. 1º).
[5] CÓDIGO DE DISCIPLINA - CAPÍTULO I - NATUREZA E FINALIDADE - Art. 1º - A Igreja reconhece o foro íntimo da consciência, que escapa à sua jurisdição, e da qual só Deus é Juiz; mas reconhece também o foro externo que está sujeito à sua vigilância e observação.
[6] Pergunta 144. Quais são os deveres exigidos no nono mandamento? R: Os deveres exigidos no nono mandamento são: conservar e promover a verdade entre os homens e a boa reputação de nosso próximo, assim como a nossa; evidenciar e manter a verdade, e de coração, sincera, livre, clara e plenamente falar a verdade, somente a verdade, em questões de julgamento e justiça e em todas as mais coisas, quaisquer que sejam; considerar caridosamente os nossos semelhantes; amar, desejar e ter regozijo pela sua boa reputação; entristecer-nos pelas suas fraquezas e encobri-las, e mostrar franco reconhecimento dos seus dons e graças; defender sua inocência; receber prontamente boas informações a seu respeito e rejeitar as que são maldizentes, lisonjeadoras e caluniadoras; prezar e cuidar de nossa boa reputação e defende-la quando for necessário; cumprir as promessas lícitas; empenhar e praticar tudo o que é verdadeiro, honesto, amável e de boa fama. Ref.: Ef 4.25; III Jo 12; Pv 31.9; Sl 15.2; Jr 9.3; Jr 42.4; At 20.27; Lv 19.15; Cl 3.9; Hb 6.9; III Jo 4; II Co 12.21; Pv 17.9; I Co 1.4,5; Sl 82.3; I Co 13.4-7; Sl 15.3; Pv 25.23; Pv 26.24,25; Sl 101.5; II Co 11.18,23; Sl 15.4; Fp 4.8.
[7] Pergunta 145. Quais são os pecados proibidos no nono mandamento? R: Os pecados proibidos no nono mandamento são: tudo quando prejudica a verdade e a boa reputação de nosso próximo, bem assim a nossa, especialmente em julgamento público, o testemunho falso, subornar testemunhas falsas; aparecer e pleitear cientemente a favor de uma causa má; resistir e calcar à força a verdade, dar sentença injusta, chamar o mau, bom e o bom, mau; recompensar os maus segundo a obra dos justos e os justos segundo a obra dos maus; falsificar firmas, suprir a verdade e silenciar indevidamente em uma causa justa; manter-nos tranquilos quando a iniquidade reclama a repreensão de nossa parte, ou denunciar outrem, falar a verdade inoportunamente, ou com malícia, para um fim errôneo; pervertê-la em sentido falso, ou proferi-la duvidosa e equivocadamente, para prejuízo da verdade ou da justiça; falar inverdades; mentir, caluniar, maldizer, depreciar, tagarelar, cochichar, escarnecer, vilipendiar, censurar temerária e asperamente ou com parcialidade, interpretar de maneira má as intenções, palavras e atos de outrem, adular e vangloriar, elogiar ou depreciar demasiadamente a nós mesmos ou a outros, em pensamentos ou palavras; negar os dons e as graças de Deus; agravar as faltas menores; encobrir, desculpar e atenuar os pecados quando chamados a uma confissão franca; descobrir desnecessariamente as fraquezas de outrem e levantar boatos falsos; receber e acreditar em rumores maus e tapar os ouvidos a uma defesa justa; suspeitar mau; invejar ou sentir tristeza pelo crédito merecido de alguém; esforçar-se ou desejar o prejuízo de alguém; regozijar-se na desgraça ou na infâmia de alguém; a inveja ou tristeza pelo crédito merecidos de outros; prejudicar; o desprezo escarnecedor; a admiração excessiva de outrem; a quebra de promessas legítimas; a negligência daquelas coisas que são de boa fama; praticar ou não evitar aquelas coisas que trazem má fama, ou não impedir, em outras pessoas, tais coisas, até onde pudermos. Ref.: Lc 3.14; Lv 19.15; Pv 19.5; At 6.13; Jr 9.3; Pv 17.15; Is 5.23; I Rs 21.8; Lv 5.1; Lv 19.17; Is 59.4; Pv 29.11; I Sm 22.9,10; Sl 56.5; Gn 3.5; Is 59.13; Cl 3.9; Sl 50.20; Sl 15.3; Tg 4.11; Lv 19.16; Rm 1.29; Is 28.22; I Co 6.10; Mt 7.1; Tg 2.13; Jo 7.24; Rm 3.8; Sl 12.2,3; II Tm 3.2; Lc 18.11; Is 29.20,21; Gn 3.12,13; Pv 25.9; Ex 23.1; Jr 20.10; At 7.57; I Co 13.4,5; Mt 21.15; Dn 6.3,4; Jr 48.27; Mt 27,28; I Co 3.21; Rm 1.31; II Sm 12.14; Fp 3.18,19.
[8] CAPÍTULO VI - PROCESSO - Seção 1ª - Disposições Gerais - Art. 42 - As faltas serão levadas ao conhecimento dos Concílios ou tribunais por: a) queixa, que é a comunicação feita pelo ofendido; b) denúncia que é a comunicação feita por qualquer outra pessoa. § 1º - Qualquer membro de Igreja em plena comunhão ou ministro pode apresentar queixa ou denúncia perante o Conselho; os ministros e os conselhos perante os presbitérios; estes, perante o Sínodo e este perante o Supremo Concílio. § 2º - Toda queixa ou denúncia deverá ser feita por escrito. Art. 43 - Os Concílios devem, antes de iniciar qualquer processo, empregar esforços para corrigir as faltas por meios suasórios. Art. 44 - Em qualquer processo o ofendido e o ofensor podem ser representados por procuradores crentes, a juízo do Concílio ou tribunal perante o qual é iniciada a ação. Parágrafo Único - A constituição de procurador não exclui o comparecimento do acusado, para prestar depoimento, e sempre que o Concílio ou tribunal o entender. Art. 45 - Se o acusado for o Conselho ou a maioria dos seus componentes será o caso referido ao Presbitério, pelo dito Conselho ou por qualquer de seus membros. Art. 46 - Terão andamento os processos intentados, somente quando: a) o Concílio os julgue necessários ao bem da Igreja; b) iniciados pelos ofendidos, depois de haverem procurado cumprir a recomendação de Nosso Senhor Jesus Cristo em Mateus 18: 15, 16. c) o Concílio ou tribunal tenha verificado que os acusados não visam interesse ilegítimo ou inconfessável na condenação dos acusados. Art. 47 – Toda pessoa que intentar processo contra outra será previamente avisada de que se não provar a acusação fica sujeita à censura de difamador, se tiver agido maliciosa ou levianamente.

AS NOVAS SEITAS: IURD E IMPD

Suponhamos que um "crente" da Igreja Universal do Reino de Deus - IURD ou mesmo da Igreja Mundial do Poder de Deus - IMPD, queira tornar-se membro de sua igreja; qual deveria ser o procedimento? Deveria ser recebido como procedente de igreja "genuinamente evangélica"? A IPB sai na frente e assume postura contundente e inquestionável quanto à essas duas igrejas, devido suas práticas. Veja abaixo o documento na íntegra:



terça-feira, 24 de agosto de 2010

PERSEVERANÇA DOS SANTOS

TEXTO BÁSICO: Mateus 14:22-33
22 Logo a seguir, compeliu Jesus os discípulos a embarcar e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões. 23 E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só.4 Entretanto, o barco já estava longe, a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário. 14.25 Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. 26 E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram. 27 Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não mais! 28 Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. 29 E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. 30 Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! 31 E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? 32 Subindo ambos para o barco, cessou o vento. 33 E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!

INTRODUÇÃO:

Para onde você vai se morrer hoje? Nesse exato momento? Não responda antes de pensar na sua vida, no que você está fazendo e no que você está deixando de fazer!

Se fizermos essa mesma pergunta a um ATEU ele provavelmente responderá da seguinte forma: “volto para a terra de onde a natureza me tirou. Não creio em qualquer vida além da natural”.

O ESPÍRITA, a essa mesma pergunta, provavelmente responderia da seguinte forma: “Bem, tenho muitas culpas e delitos a serem expiados. Não sei se passarei a um estágio superior ou se, ao contrário, depois de algum tempo, reassumirei outro corpo aqui na terra, para pagá-los”. O CATÓLICO, provavelmente responderia assim: “Bom, sei que sou pecador, mas não sou tal mal assim. Iria para o purgatório e com a interseção da igreja, de Cristo e da virgem Maria, certamente passaria de lá para o céu”. Mas há também os INDIFERENTES. Diria ele: “Não tenho a mínima idéia e, sinceramente, estou pouco ligando para esse assunto”. O ARMINIANO responderá: “Agora, talvez, eu esteja preparado. Aceitei a Cristo, mas minha salvação depende da minha permanência na fé. Tenho medo de ser apanhado em situação de queda, pois nessa situação minha alma estaria perdida.O CALVINISTA, finalmente responde da seguinte forma: “Se eu morrer hoje ou em qualquer outro dia ou situação, serei salvo, sem a menor dúvida, porque a salvação me foi imputada por Deus e ele mesmo me faz PERSEVERAR.

ELUCIDAÇÃO:

O texto inicial nos desafia a pensarmos seriamente sobre esse assunto. Será que por algum motivo eu posso perder a minha salvação?

O texto nos mostra um dia atípico de trabalho de Jesus e seus discípulos. Depois de cumprirem uma agenda lotada, de terem recebido uma trágica notícia: a morte João Batista (v.13), decaptado, por ordem de Herodes, depois também de verem Jesus curando vários enfermos, já exaustos, ao cair da tarde (v.15), pediram que Jesus dispensasse a multidão; mal podiam imaginar que ainda seriam testemunhas oculares de um outro milagre maravilhoso: a multiplicação dos pães e dos peixes.

Finalmente, depois de largarem (v.22), certos que teriam um momento prolongado de repouso; o barco já distante, não dava mais pra voltar, se depararam com uma Tempestade. Diz o texto (v.24) que o barco era “açoitado pelas ondas”.
Pronto, devem ter pensado: João Batista morreu, Jesus não está aqui conosco e, depois de uma dia cansativo, enfrentar essa tempestade; não falta mais nada acontecer. Ledo engano!

O verso 26 nos informa que algo os pegou de surpresa, algo completamente inesperado naquele momento, de tal forma que “ficaram aterrados e exclamavam: um fantasma! E tomados de medo, gritaram.

Já ficaram numa situação dessas, onde não há mais nada o que fazer? A idéia aqui é a mesma retratada pelo Salmo 121: uma “ovelha” acuada pelos lobos, parede de um lado e do outro, fim do caminho! Não tem mais o que fazer, nada mais a dizer a não ser: “elevo os meus olhos para os montes, de onde me virá o socorro?!

Finalmente, depois do pânico, entre 3 e 6 horas da manhã, escutaram a voz bendita (v.27) “tende bom ânimo. Sou Eu. Não temais!” Palavras que, certamente, soaram como um bálsamo!

Mas Pedro, depois de tudo, achou que seu dia ainda tinha tido pouca emoção: V.28-29: “Senhor, manda-me ir ter contigo por sobre as águas”. E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus.

Que grande benção! Nenhum outro homem experimentou tamanha emoção! Os poucos passos de Pedro, por sobre as águas, REPRESENTA nossa caminhada na vida cristã. Isso nos faz lembrar do famoso livro “O Peregrino”.

Mas o fato é que essa caminhada, na prática, não tem só emoções boas e Pedro não demora muito para perceber isso. V.30 “reparando, porém, no vento, teve medo e começou a submergir”.

É assim que acontece quando “diversos tipos de ventos” DESVIAM nossa atenção do nosso ALVO, que é Jesus.

Há momentos que em nossa caminhada cristã, assim como Pedro, estamos desistindo de prosseguir; estamos desanimados, confusos e com medo, com muito medo; muitas vezes desviados mesmo do nosso alvo bendito.

Salmista Azafe, no Salmo 73:2, faz a seguinte afirmação: “Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés: pouco faltou para que se desviassem meus passos”.

Pedro não tinha mais forças para continuar; muitas vezes nós também não! Nada mais resta a fazer senão gritar (v.30) “salva-me Senhor”.

Lá estava a MÃO ESTENDIDA parar lhe suster, apesar da sua pouca fé. Lá estava a mão estendida para PRESERVAR-LHE a vida e a fé, sem a qual ele e nós pereceríamos eternamente. V.31: “Prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o. A MESMA MÃO que estava estendida para PRESERVAR sua fé, quando Satanás pediu para “cirandar” com ele, como afirma claramente Lc 22:32 “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça”. A MESMA MÃO ESTENDIDA para PRESERVAR-LHE a fé, até mesmo quando Pedro a negou (Mateus 26).

A MESMA MÃO, descrita em João 10:27-28 “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da DA MINHA MÃO”.

TEMA: A PERSEVERANÇA DA FÉ DOS ELEITOS DE DEUS. em outras palavras, estaremos argumentando sobre a impossibilidade do ELEITO de Deus Perder a SALVAÇÃO.

ARGUMENTAÇÃO:

1- Em primeiro lugar, os Eleitos de Deus Perseveram na fé, isto é, não perdem a salvação, porque isso (perseverar ou não) não depende deles.

Se perseverar na fé depende de nós, quanto tempo conseguimos ficar e nos sentir salvos?

O próprio Pedro, como vimos, várias vezes, já havia “jogado tudo para o alto”. Negou a Cristo 3 vezes, passou por momentos de dúvidas, de medo; mas acabou perseverando, finalmente. Certamente não pelas suas próprias forças. Algo maior o fez perseverar.

A CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER, no capítulo XVII, sobre essa questão, faz a seguinte afirmação:

“Esta perseverança dos santos depende, não do próprio livre-arbítrio deles, mas da imutabilidade do decreto da eleição, procedendo do livre e imutável amor de Deus Pai, da eficácia do mérito e interseção de Jesus Cristo, da permanência do Espírito e da semente de Deus neles, da natureza do pacto da graça e de tudo que gera também a sua exatidão e infabilidade”.

Sabe o que isso significa? Não podemos perder a salvação por causa do DNA espiritual de Deus que corre em nossas veias também espirituais. Vejamos alguns textos: Ler Efésios 1:5; Gálatas 4:4-5; Jo 1:12.

Existe ex-mulher, ex-marido, ex-noivo, ex-tudo. Mas você nunca vai ouvir falar em EX-FILHO. Ainda que o filho queira modificar essa realidade, ainda que o pai queira modificar essa realidade, isso não é possível. Essa verdade continuará inalterada. Uma vez feitos filhos de Deus, pela eficácia do decreto divino, na morte de Cristo, sempre filhos de Deus. NÃO EXISTE NENHUMA POSSIBILIDADE DE PERDER A SALVAÇÃO, AINDA QUE FOSSE POSSÍVEL VOCÊ QUERER ISSO!

O CATECISMO MAIOR, faz uma colocação muito interessante acerca da possibilidade de um ELEITO perder a salvação, na pergunta de nº 79. Pergunta ele: “Não poderão os crentes verdadeiros cair do estado de graça, em razão das suas imperfeições e das muitas tentações e pecados que os surpreendem?”. E a resposta é a seguinte: “Os crentes verdadeiros [...] nunca poderão total e finalmente cair do estado de graça, mas são conservados pelo PODER de Deus, mediante a fé para a salvação.

Ler I Pedro 1:5,9; I Jo 3:9 (Rei David ficou em pecado por 09 meses, mesmo assim Deus preservou sua fé, fazendo-o abandonar o pecado).

2- Em segundo lugar, os Eleitos de Deus Perseveram na fé, isto é, não perdem a salvação, porque essa salvação é eterna e, por definição, o que é eterno não pode acabar.

A CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER mais uma vez afirma, no capítulo XVII:

“Os que Deus aceitou em sem Bem-amado, eficazmente chamados e santificados pelo Espírito, não podem cair do estado de graça, nem total nem finalmente; mas com toda a certeza hão de perseverar nesse estado até o fim, e estarão ETERNAMENTE SALVOS”.

Vejamos alguns textos:

Hebreus 5:9 [...] e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem. 2 Timóteo 2:10 Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com eterna glória. Mateus 25:46 E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna. João 3:15-16. Para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:36 Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus. João 5:24 Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. João 6:47 Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna. João 17:2 Assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. Atos 13:48 Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna. Romanos 6:23 Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. 1 Timóteo 6:12 Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado e de que fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas. 1 João 2:25 E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna. 1 João 5:11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. 1 João 5:13 Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.


3- Em terceiro e último lugar, a doutrina da PERSEVERANÇA OU PRESERVAÇÃO DOS SANTOS, é a única conclusão plausível e o remédio definitivo para a morte espiritual do homem.

Como último elo de uma única corrente, a doutrina bíblica da “Perseverança dos Santos” confirma e conclui todos os outros pontos:

1º Depravação Total: Trata da situação de morte espiritual que o homem se encontra, diante de Deus. 2º Eleição Incondicional: Da totalidade desses homens, Deus elege alguns para lhes conferir vida novamente, e, isso, incondicionalmente, isto é, sem que houvesse nenhuma bondade neles.3º Expiação Limitada: Por esses homens eleitos, de forma incondicional, e só por eles, Cristo derrama seu precioso sangue, expiando seus pecados. 4º Graça Irresistível: Esses homens eleitos e pelos quais Jesus derramou seu sangue, não podem resistir ao chamado de Deus, porque Deus o convence e, por conta da nova natureza outorgada, esses não querem resistir.

Diante de tudo que foi exposto, ainda dá pra acreditar que o homem perde a salvação?

“Duvidar da salvação é duvidar do salvador”.

Claro que existem textos que parecem supor a possibilidade de se perder a salvação. Porém essa dificuldade é apenas aparente. Consultar o site abaixo para ver a explicação desses textos:

http://www.monergismo.com/textos/perseveranca/perda_salvacao_wayne.htm


CONCLUSÃO:

Texto áureo da doutrina da Perseverança dos Santos: ROMANOS 8:1, 35, 38 e 39:

Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou Perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O FARISEU, O PUBLICANO E A GRAÇA DE DEUS

1- INTRODUÇÃO:

Uma das maiores polêmicas em toda a história da humanidade é exatamente a que trata sobre a origem do homem. De onde procedem os seres humanos? Como surgiu o primeiro homem? Indagações como essas parecem preencher anos incontáveis de cientistas e pesquisadores. Existem muitas teorias a este respeito, porém destacaremos as duas mais conhecidas:

1.1- Teoria da Evolução de Charles Darwin (1809-1882):

Ensina que o homem é produto de uma evolução. De forma simplificada, afirma que o homem surgiu a partir da evolução de espécies inferiores como os primatas, por exemplo. Isto não foi inventado por Darwin. Tales de Mileto (624-548 a.C) e seu discípulo Anaximandro de Mileto (611-547 a.C), já afirmavam que tudo advinha da água, sugerindo a geração espontânea dos seres vivos e, inclusive, que o homem é fruto da evolução de anfíbios.

1.2- Teoria Criacionista:

Ensina que o homem só pode descender de um outro homem, da mesma espécie, chegando até ao primeiro homem, criado por Deus. Esta teoria é defendida principalmente por teólogos, mas também por grandes cientistas e biólogos, como afirma de forma surpresa uma matéria publicada no jornal correio popular de 15/12/2000:

“Na ânsia de misturar coisas que não podem ser misturadas, grupos criacionistas americanos (os quais incluem, surpreendentemente, muitos cientistas que trabalham com projetos de genética e biologia) fundaram o Center for Creation Science (Centro para a Ciência da Criação), que alinhavou vários livros expondo o que eles chamam de "as falácias e inverdades da teoria da evolução". Seu objetivo declarado é provar que existem evidências contra a teoria da evolução”.

1.2.1- Uma das argumentações utilizadas por esses cientistas que defendem o criacionismo, isto é, que o homem é um ser criado e que todos descendem de uma mesma raiz, de uma mesma espécie, é a existência de ELEMENTOS UNIVERSAIS em todos os povos, em todas as línguas e em todas as raças de seres humanos. Citaremos apenas dois desses elementos universais:

1.2.1.1– Prova oferecida pela lingüística: Em todas as línguas existentes e conhecidas, bem como em todos os dialetos existe a presença do fonema “M”, bem como a palavra “Rei”, além de outros exemplos, o que pode evidenciar uma única origem, uma única raiz. Isso pode ser comprovado pela ensinamento escriturístico de Gêneses 11: 9:

“Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra, e dali o Senhor os espalhou sobre a face de toda a terra”.

1.2.1.2- Prova oferecida pela antropologia: Em todos os povos, raças, tribos e nações, não importa o mais remoto lugar de sua habitação, ou ainda seu grau de civilização ou de primitividade, onde houver um ser humano haverá também a invocação de alguma espécie de divindade. Alguém já disse, e com muita propriedade, que dentro do coração do homem existe um vazio e este vazio é do tamanho de um deus. Até mesmo os satanistas e ateus precisam e assumem uma postura diante da possibilidade da existência de um Deus transcendental, ao invés de ignorá-la por completo, tomam-no como parâmetro, ainda que para dizer que Ele não existe.

2- ELUCIDAÇÃO:

Observe o texto abaixo:

9 Propôs também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: 10 Dois homens subiram ao templo para orar; um fariseu, e o outro publicano. 11 O fariseu, de pé, assim orava consigo mesmo: ó Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda com este publicano. 12 Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho. 13 Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, sê propício a mim, o pecador! 14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado.

Nesse texto, podemos ver evidenciado a necessidade latente que têm os homens de buscarem a Deus. Esta parábola proposta por Jesus tem como personagens principais dois homens completamente diferentes, que tiveram uma realidade de vida diferente, uma educação diferente, uma orientação moral, ética e religiosas diferentes, que desenvolviam atividades diferentes, um (o fariseu) era tido por honra e digno de um alto padrão religioso, o outro (o publicano) era tido por um malfeitor, ladrão que costumava extorqui o povo, mas que se tornavam iguais pela presença desse ELEMENTO UNIVERSAL: A necessidade de ter um relacionamento, de um contato com seu criador. Neste sentido eles eram perfeitamente iguais.

Nos diz o V.10 “Dois homens subiram ao templo para orar” (subiram porque o templo ficava em Jerusalém, cidade edificada nas montanhas).

Ambos respondendo a este desejo imanente e natural de seus corações, muito embora um deles, o publicano, em detrimento do fariseu, não nutria uma vida de conduta religiosa. Ambos emitiram palavras com o mesmo destino. Ambos eram completamente iguais neste sentido, ATÉ QUE ORARAM!

“ELES ERAM IGUAIS QUANDO SUBIRAM AO TEMPLO E DIFERENTES QUANDO DESCERAM”. É o que nos diz o verso 14:

“Digo-vos que este (o publicano) desceu justificado para sua casa, e não aquele(o fariseu)”.

Observemos agora de forma mais detalhada a oração do Fariseu e também a oração do Publicano. O que eles fizeram para que um fosse JUSTIFICADO e o outro não. Antes, porém, é importante sabermos que a JUSTIFICAÇÃO é um ato FORENSE ou uma SENTEÇA JURÍDICA, onde o Juiz declara o RÉU INOCENTE, INCULPADO, JUSTIFICADO, LIVRE DA PENA QUE FATALMENTE RECEBERIA. NA TEOLOGIA ESTÁ INTIMAMANTE LIGADO COM A DECLARAÇÃO: SALVO OU NÃO SALVO. Vejamos enfim as duas orações:

a) FARISEU:
11 O fariseu, de pé, assim orava consigo mesmo: ó Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda com este publicano. 12 Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho.

b) PUBLICANO:
13 Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, sê propício a mim, o pecador!

3-ARGUMENTAÇÃO

Com toda sinceridade de nossos “sinceros” corações, uma pergunta que não quer calar: QUEM DE FATO MERECERIA SER JUSTIFICADO NESTE CASO? Um homem que pautava sua vida na devoção ao serviço religioso, como o Fariseu ou um homem que tinha como maior função e prazer extorquir o povo, como o Publicano?

QUEM DE FATO MERECERIA SER JUSTIFICADO NESTE CASO, SE TIVÉSSEMOS QUE JUSTIFICAR UM DOS DOIS? O fariseu claro. Para acabar de vez com qualquer chance daquele Publicano vejamos o que o próprio Jesus nos diz em Mt 5:20:

“se a vossa justiça não exceder EM MUITO a dos escribas e FARISEUS, jamais entrareis no reino dos céus”.

É evidente que a JUSTIÇA PRÓPRIA, isto é, SEUS ATOS, MODUS VIVENDUS daquele infeliz PUBLICANO jamais excederia a do religioso, bondoso e cumpridor de seus deveres, FARISEU (é claro que entendemos de toda a problemática que envolve os FARISEUS, mas não podemos negar: eles eram religiosos; tentavam pelo menos. Já o PUBLICANO sequer pensava sobre a existência de um Deus) De fato ele Próprio reconhece isto, veja o final do verso 13: “sê propício a mim, o PECADOR!!.

Sua consciência estava tão pesada que não ousava levantava a cabeça, como nos informa ainda o começo do verso 13: “nem ainda queria levantar os olhos ao céu”.

Mas a palavra de Deus nos diz, contrariando nossos pensamentos, contrariando ao senso comum, contaminado pelo humanismo, que o PUBLICANO foi o que desceu do templo JUSTIFICADO. Logo ele que nada de positivo fez? Logo ele que não realizou nenhuma obra meritória, pelo contrário era um dos mais ímpios homens de sua época?

É o próprio Jesus que se encarrega de responder a todas essas questões que salta-nos do coração e da razão. Jesus explica de forma muito clara o porquê da JUSTIFICAÇÃO do pecador Publicano e a NÃO JUSTIFICAÇÃO do religioso Fariseu. Observemos com muita atenção o verso 9:

“Propôs também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos...”

Neste verso, Jesus nos ensina que ninguém poderá ser JUSTIFICADO por força de suas boas Obras e em concordância com o apóstolo Paulo ensina também sobre a não existência de justos aos olhos Santos do Santíssimo Deus, em Romanos 3:10-23: “ como está escrito: Não há justo, nem sequer um”.

A JUSTIFICAÇÃO (Salvação) é um ato forense de Deus. Ele mesmo declara o homem JUSTO, não porque tenha este homem feito boas obras, pois como as escrituras nos ensinam, até as nossas melhores obras e atos de justiça são para Deus como “trapo de imundícia” por causa da nossa maculação com o pecado.

Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos arrebatam. (Isaías 64:6).

Isto fica evidenciado também nas palavras inspiradas do Apóstolo Paulo em Efésios 2:8-9 e também em Romanos 5:1:

“Porque pela GRAÇA (O significado da palavra graça é favor não merecido) sois salvos e isto não vem de vós NÃO DE OBRAS para que ninguém se glorie”. “Justificados pois mediante a FÉ, temos paz com Deus”.

A única coisa que o homem pode fazer para ser JUSTIFICADO é chegar diante de Deus com as MÃOS VAZIAS, reconhecendo que é um mísero pecador sem condições alguma de, por méritos próprios, alcançar o menor favor Divino que seja, muito menos a JUSTIFICAÇÃO, muito menos a SALVAÇÃO, e, mesmo assim, isto não lhe garantirá a justificação. Se for justificado, não será por sua piedade e auto-flagelação, mas, tão somente pela Graça de Deus.

4- CONCLUSÃO

Ninguém poderá ser justificado apresentando suas BOAS OBRAS, SUAS CARIDADES, SUA RELIGIÃO, SUAS PENITÊNCIAS, SEU BOM PROCEDER COMO FILHO, SUA FIDELIDADE CONJULGAL, SEUS “CALOS” NO JOELHO e tudo mais que julgamos ter caráter de piedade, como PASSAPORTE PARA A SALVAÇÃO/JUSTIFICAÇÃO, pois ela é pela Fé somente. Fé nos MÉRITOS de Cristo, em sua eterna obra de justiça, em seu sacrifício e sobretudo na SUBSTITUIÇÃO Dele por nós naquela cruz que por direito nos pertencia.

5- APLICAÇÃO

E você? De que forma está se apresentando diante de Deus? Como o FARISEU que confiava na sua própria justiça e se perdeu ou como o PUBLICANO que reconhecia sua incapacidade própria de contribuição para a justificação de sua própria vida? Apresente-se a Deus de MÃOS VAZIAS, mostrando-Lhe apenas as mãos PERFURADAS DO REDENTOR SUBSTITUTO, JESUS CRISTO.

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