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quarta-feira, 26 de julho de 2017

SOLA SCRIPTURA - Parte 4/5


   4- O EMBATE ENTRE O SOLA SCRIPTURA E O PENTECOSTALISMO NO SÉCULO XIX E XX

Os REFORMADORES não enfrentaram esse problema relativo CONTEMPORANEIDADE E ATUALIDADE DE DONS ESPETACULARES COMO LÍNGUAS, PROFECIAS, NOVAS REVELAÇÃO, SONHOS. Esse é um debate que é travado na igreja cristã principalmente a partir de 1906 com o advento do Pentecostalismo, que nasce na Rua Azuza, nos EUA, onde um grupo reunido disse ter recebido manifestações dos DONS ESPETACULARES QUE CARACTERIZARAM A ERA APOSTÓLICA. O Brasil foi muito afetado pelo Pentecostalismo porque muito cedo essa movimento iniciado na Rua Azuza, em 1906 chegou por aqui. Já em 1910 o Pentecostalismo se estabeleceu no Brasil. 

Sola Scriptura, como já vimos, significa que todas as práticas religiosas, doutrinas e cultos devem emanar “somente” das Escrituras Sagradas. Pressupõe também que toda e qualquer “nova revelação” e, portanto, extrabíblica, deve ser REJEITADA, pois a Escritura, o Canon fechado, os 39 livros do VT e os 27 do NT, são SUFICIENTES PARA A IGREJA DE CRISTO e inerrantes. 

Era assim que pensavam os reformadores. É assim que pensam os Reformados até hoje.  Agora, perguntamos: É assim que pensam os Pentecostais?

Para os  PENTECOSTAIS, assim como para os CATÓLICOS, como já vimos, a palavra de Deus não é a ÚNICA regra de fé e prática. Os CATÓLICOS DÃO À TRADIÇÃO E AS BULAS PAPAIS o mesmo valor de autoridade das Escrituras. Os PENTECOSTAIS, da mesma forma, nas NOVAS REVELAÇÕES, que podem vir por “profecias”, “sonhos”, ou através das “línguas estranhas”.  
Quantos casamentos feitos e desfeitos; quantas “visitas pessoais” do próprio Deus nos arraiais Pentecostais. Falam como se pela boca do próprio Deus: “eis que sou Deus que te digo varão”. Quebra flagrante do terceiro mandamento. É mais do que claro que “as novas revelações” possuem, para os pentecostais, status de regra de fé e de prática, posto que eles obedecem cegamente a “ordem de Deus”, vinda diretamente de um “VASO”. Bom seria que obediência se estendesse à voz de Deus publicada na bíblia. Mas não é esse o caso, infelizmente. Alguém poderia negar essa realidade?

O pressuposto Pentecostal de “ESCRITURA TAMBÉM” e não “SOMENTE A ESCRITURA”, como defendiam os REFORMADORES, pode causar a falsa impressão de similaridade com o pressuposto da Reforma, mas são diametralmente opostos. “ESCRITURA TAMBÉM” pode ser, e tem sido em muitas ocasiões, TRAVESTIDO por “Somente Novas Revelações, nada de bíblia”.

Permita-me ilustrar o que acabamos de argumentar: há muitos anos atrás, em nossa igreja, uma irmã envolvida com o Pentecostalismo recebeu a seguinte revelação: “seu atual marido não é o que Deus escolheu para você”. Essa mesma “profecia” foi levada pela mesma “profetisa” (pessoa com grande reconhecimento no meio pentecostal, possua cargo ou não) a um membro da igreja Assembléia de Deus: “vaso, a sua atual esposa não é a mulher que Deus escolheu pra você”. Resultado: ambos deixaram seus cônjuges e passaram a viver maritalmente “felizes para sempre”. Detalhe: a tal profetisa conhecia os dois pombinhos. Lembro que o conselho da igreja listou uma série incalculável de versículos bíblicos para aquela irmã, na esperança de fazê-la entender o quanto estava enlameada com o pecado de adultério. Sua resposta a cada versículo era: “esse eu já sei decorado, mas nada vai fazer eu mudar de ideia porque eu tenho a confirmação da revelação de Deus na minha vida”. É ou não é “somente nova revelação e bíblia nada”? Ela foi disciplinada, saiu da nossa igreja e foi fazer parte de uma igreja Pentecostal com seu novo parceiro "canela de fogo". 

Diante disso, podemos afirmar: o pressuposto Pentecostal que contrasta com o “Sola Scriptura” é: “Escritura também, mas não só Escritura”. 

A IPB, como uma igreja reformada, ENTENDE QUE A BÍBLIA É SUFICIENTE E NÃO ACREDITA NA CONTEMPONEIDADE DOS DONS ESPETACULARES. A IPB entende que eles CESSARAM COM O FECHAMENTO DO CANOM BIBLICO.

Aliás, já havia profecia quando ao encerramento desses dons. Leia I COR 13: 8-11. A TEOLOGIA REFORMADA TEM ENTENDIDO QUE ESSE “PERFEITO” É A CONCLUSÃO DO CÂNON BÍBLICO, A COMPLETUDE DAS ESCRITURAS, visto que todo o contexto anterior, como o capítulo 12 e o posterior, como o 14 estão tratando de formas de Deus se revelar ao seu povo.

Agora leia Hebreus 1:1 – João 14:6 e João 17:17

Palmer Robertson, escrevendo sobre o fim, a cessação dos DONS ESPETACULARES, em seu livro "A palavra Final", faz a seguinte afirmação:

"O término da atividade revelacional concretizado por Deus não deve ser lamentado como se fosse algo como o expirar de um amigo predileto. Ao contrário, deve ser visto como uma caixa repleta de joias que expõe à vista o inestimável tesouro existente em seu interior. Por mais decorada e bela que seja a caixa, a substância propriamente dita tem de ser encontrada na plena revelação do  próprio tesouro que jaz no seu interior" (pg.62). 

A Escritura Sagrada é esse tesouro e os dons espetaculares a bela caixa de deu lugar ao tesouro propriamente dito.

A Confissão de Fé de Westminster, interpretação oficial da IPB sobre esse assunto de ATUALIDADE OU CESSAÇÃO DOS CHAMADOS DONS ESPETACULARES, faz a seguinte afirmação: 

I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo.Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19. VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas. II Tim. 3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14.

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