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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

ELEIÇÃO INCONDICIONAL E A GRATIDÃO - PARTE 2/3


O QUE DIZEM OS DOCUMENTOS REFORMADOS, AGOSTINHO E OUTROS TEÓLOGOS SOBRE A DOUTRINA DA ELEIÇÃO?

No sínodo de Dort, foi elaborada a seguinte contra-argumentação, relativamente ao condicionamento ou não da eleição do homem, por Deus, a algum movimento ativo desse homem:

Esta eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual Ele, antes da fundação do mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a salvação, por graça pura. Estas são escolhidas de acordo com o soberano bom propósito de sua vontade, dentre todo o gênero humano, decaído pela sua própria culpa de sua integridade original para o pecado e a perdição. Os eleitos não são melhores ou mais dignos que os outros, porém envolvidos na mesma miséria dos demais. São escolhidos em Cristo, quem Deus constituiu, desde a eternidade, como Mediador e Cabeça de todos os eleitos e fundamento da salvação (DORT, 1996, p.34).

Agostinho também subscrevia uma eleição incondicional, como afirma:

Procuremos entender a vocação própria dos eleitos, os quais não são eleitos porque creram, mas são eleitos para que cheguem a crer. O próprio Senhor revela a existência desta classe de vocação ao dizer: Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi (Jo 15: 16). Pois, se fossem eleitos porque creram, tê-lo-iam escolhido antes ao crer nele e assim merecerem ser eleitos. Evita, porém, esta interpretação aquele que diz: Não fostes vós que me escolhestes (AGOSTINHO, 1999, p.194).

Como bem afirma Spencer, em seu famoso livro TULIP:

Se a eleição dependesse do homem, ele nunca creria, porque o homem é totalmente depravado e incapaz de fazer aquilo que é bom aos olhos de Deus. Deixando a si mesmo para decidir-se por cristo, sem que antes a fé lhe seja outorgada por um ato de Deus, o homem nunca irá a Cristo”. (SPENCER, 1992. p.39).

Já a Confissão de Fé de Westminster, afirma:

Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições Ref. At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.

E ainda:
Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa. Ref. Ef. 1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9-10; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e 2:8-9. (WESTMINSTER, 1999. p.13)


ANÁLISE DE TEXTOS:

Analisemos o texto Escriturístico:

Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido, assentadas em pano de saco e cinza (Lucas 10:13).

Nesse texto, fica muito evidente que o decreto de Deus sobrepõe-se à sua presciência. Deus conhece todas as possibilidades, evidentemente, mas permite acontecer tão somente o que já de antemão decretou.

A confissão de Westminster, em seu capítulo sobre os “Eternos decretos de Deus”, faz as seguintes afirmações:

Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições Ref. At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.
E ainda:

Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa. Ref. Ef. 1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9-10; Rom. 9:11-16; Ef. 2:8-9. (WESTMINSTER, 1999. p.13)

Sobre Romanos 9, Sproul, em um de seus vídeos, afirma:

Vejo dois grupos de homens. A um grupo ele permite que pereça. Acaso há injustiça aqui? Claro que não. Um grupo recebe graça e o outro grupo recebe justiça. Porém, nenhum dos grupos recebe injustiça.


CONCLUSÃO: uma vida agradecida

Concluímos com o Salmos 73:24-26. O salmista Asafe se viu numa situação de profunda depressão ao olhar para os outros e perceber que eram sadios e que viviam regaladamente, no que diz respeito às finanças. “Faltou pouco para que seus pés desviassem”, como ele mesmo afirma. “Até que entrou no santuário de Deus”, isto é, até que começou a ver as coisas a partir do ponto de vista de Deus. Ele acaba reconhecendo que nada mais importa nessa vida; que Deus já o havia coberto de todas as bênçãos espirituais, além da mais importante de todas: a salvação. Nada mais importava. O eleito de Deus deve ter essa profunda convicção. Ainda que Deus não o abençoe com absolutamente mais nada, ainda assim terá razão de sobra para adorar a Deus e bendizer seu Santo nome.


Tu me diriges de acordo com os teus desígnios, e no fim me acolherás em glória. A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti! Embora minha carne e meu coração definhem, Deus é a rocha do meu coração e minha herança para sempre (Salmo 73:24-26).

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