Neste
mundo conturbado em que o ódio e a violência imperam, temos um referencial de
amor a seguir: a
figura da mãe. Esse amor é cantado, é tema de novela, de filmes e de
reportagens. “Amor só de mãe”, diz o dito popular.
De
fato, talvez não tenhamos um modelo melhor e maior, entre os “só-humanos”, para
falar de amor. Como diria o cantor Leonardo Sullivan “mãe é palavra que Deus
inventou. Um anjo que à Terra chegou, voando nas asas do amor. Mãe, palavra
mais doce que o mel, talvez um pedaço do céu, que Deus transformou em
mulher”.
O
cantor-poeta traduziu bem nossos sentimentos em relação à nossa mãe; ela é
praticamente um “extraterrestre”, com virtudes impossíveis de serem encontradas
nos “outros” seres humanos. Ela tem superpoderes e ninguém ouse mexer com suas
crias.
Ela
é capaz de dar sua própria vida em favor dos seus filhos? Muitas têm feito
isso.
Amor
incontestável. Mas, amor a quem?
No
livro do Profeta Isaías, está registrado a seguinte pergunta retórica: “Acaso,
pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se
compadeça do filho do seu ventre?” (Isaías 49:15a). Obviamente que a resposta
esperada é não.
A
Bíblia também em I Reis 3:16-28 (não deixe de ler), nos dá um exemplo claro do
que podemos adjetivar de “amor materno”. Esse amor transcende até às questões
sociais. Ele é maior que a pobreza; é maior que a riqueza. Ele é o mesmo entre
madames e prostitutas. O texto acima relata que uma prostituta abriu mão do seu
próprio filho, deixando-o com sua rival, ex-mãe, para, por fim, poupar-lhe a
vida, por conta do decreto Real para “dividir a criança ao meio” (v.25),
visando acabar com aquela demanda. Enquanto uma queria vencer, a mãe só tinha
uma preocupação: proteger a vida do seu filho. Isso era tudo o que importava.
Ela não ligava para a dor que essa separação pudesse lhe trazer. Algo mais
importante que sua própria vida estava em jogo. Muitas se anulam. Sim; muitas
deixam de ser “mulher”, “pessoa”, “indivíduo” para que seus filhos sejam tudo.
Quanto
amor! Amor incontestável. Mas, amor a quem?
O
chamado “amor de mãe” é tido como puro; como a expressão mais límpida do amor.
Mas, será que é mesmo? Pode de um coração corrupto brotar algo límpido e puro
realmente? Não podemos esquecer que mesmo o “coração de mãe” está enegrecido
pelo pecado. É corrupto. Tão depravado quanto pode ser. Todos os seus desígnios
são “continuamente mau” (Gênesis 6:5). Para saber mais sobre esse assunto, sobre
a depravação total do homem, acesse e leia sobre o primeiro ponto do
Calvinismo: http://filosofiacalvinista.blogspot.com.br/2009/05/os-cinco-pontos-do-calvinismo.html
Desculpe
dizer, mas o coração da sua mãe é corrupto. E sabe de uma coisa: se você que
está lendo essa postagem também é mãe, não se iluda: o seu também é depravado;
insistentemente corrupto. Sim, o amor que você diz ter por seu filho ou filha é
contaminado pelo pecado. Não é límpido, não é puro e mais: é motivado por
questões egoísticas.
Se
a mãe é capaz de dar sua vida pelo filho, até mesmo de anular-se, não é,
certamente, por singeleza de coração. Por amor puro. Antes, pelo contrário, é
por um desejo secreto de “auto beneficiar-se” ou ainda de se “auto promover”.
Mas isso está escondido no mais profundo de suas entranhas. Sim, eu sei. É
lamentável dizer isso. Na verdade, quando a mãe ama o filho ou a filha, ela, na
verdade, está “se amando”, pois acaba entendendo, inconscientemente, por conta
do DNA do pecado, que seus filhos não passam de uma extensão dela. Vivendo o
filho, ela vive. Tendo sucesso o filho, ela tem sucesso. Fracassando, é ela quem
fracassa. Por ela e não pelos filhos, em última análise, é que ela luta desesperadamente
para que seus filhos - sua projeção - prevaleçam. É um desejo tacanho e egoísta.
Isso torna-se evidente quando a mãe lança mão e mata o hóspede do seu ventre; aborta, por entender que tem esse direito. Afinal, pensa equivocada e soberbamente: "é extensão do meu corpo, logo, posso dispor dele como bem entender". Na verdade, o mundo tem que girar ao seu redor. Por isso mesmo, quando os filhos chegam à adolescência e finalmente “cortam o
cordão umbilical” e se apresentam como “outro-ser” e não mais sua extensão, as
mães têm muito maior dificuldade em aceitar. Sentem-se, de certa forma,
traídas, roubadas, subtraídas. Precisam, agora, aprender a “amar esse outro e
novo ser” que se apresenta em sua frente; completamente outro. Essas coisas não
podem ser reveladas. O mecanismo de defesa do cérebro não permite que isso
venha à luz.
Mas
a bíblia é terrível. Ela revela a maldade residente em nosso coração, por mais
oculta que esteja. “todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças,
como trapo da imundícia” (Isaías 64:6).
Lembra
da pergunta retórica de Isaias, acima? Pois é, muitas mães têm esquecido dos
seus filhos que ainda amamentam. Isso é fato. Mas, o texto quer ressaltar o
amor verdadeiro e incomparável de Deus. Veja o texto:
“Acaso,
pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se
compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia,
não me esquecerei de ti (Isaías
49:15).
O
amor de Deus, sim. Esse é o único desprovido de segundas intenções. Único puro;
único límpido.
Neste
dia das mães diga a sua mãe o quanto seu coração é dacaído, distanciado e inimigo
de Deus. Diga-lhe que sua bondade não será suficiente para salvá-la. E que, se
depender dela e do seu amor, ambos perecerão terrivelmente no inferno. Depois disso,
fale sobre a graça de Deus. Única alternativa de salvação que lhe resta.
Série: Datas comemorativas.