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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O CRISTÃO E OS SÍMBOLOS DO NATAL - PARTE 2/2 (Debate Programa Consensus - Rádio Maranata)

Participação do Editor do Blog Filosofiacalvinista no Programa Consensus, na Rádio Maranata, apresentado por Roberval Gois, sobre "O Cristão e os Símbolos Natalinos". Participou também como debatedor o Presb.Zé Carlos, da IPB/Areias.



quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O CRISTÃO E OS SÍMBOLOS DO NATAL - PARTE 1/2


O Cristão pode ter uma árvore de natal, guirlanda, papai noel e outros símbolos natalinos em suas casas e ao mesmo tempo ser coerente com aquilo que diz crer? 

Não se trata de ser ou não pecado possuir esses "símbolos do natal" e, sim, de ser ou não coerente. 

Antes de responder a primeira pergunta, responda esta:  é coerente o cristão usar o coelho da páscoa para lembrar e ensinar acerca da páscoa bíblica, sacramento do VT que foi substituído pela Ceia do Senhor? Obviamente que não. O símbolo "da páscoa" chamado de "coelho da páscoa" desvia completamente o olhar do verdadeiro sentido da páscoa. A falta de coerência na utilização desse símbolo reside, principalmente, no fato de que os símbolos ou elementos, tanto do sacramento do VT - a páscoa - quanto do sacramento do NT, que substituiu aquele  - a ceia - já foram previamente definidos na Escritura Sagrada: cordeiro, ervas amargas, pão sem fermento e pão e vinho, respectivamente. Cada um desses símbolos carregados de significados, em plena harmonia com o que representam. 

Precisamos estar atentos em relação aos símbolos que usamos. Os símbolos nada são, em si. Eles apenas apontam para uma realidade. Por exemplo: o pão e o vinho, quando separados do uso comum, num cenário de Ceia, apontam para o corpo e o sangue de Cristo. A conexão entre os símbolos e a realidade que representam precisa ser harmônica. Se substituirmos o pão e o vinho por suco de maracujá e empada, por exemplo, esses "novos elementos da ceia" não poderão apontar para e simbolizar o corpo e o sangue de Cristo. A harmonia entre o símbolo e aquilo que simbolizam terá sido perdida flagrantemente.  

A questão dos símbolos natalinos trazem consigo uma dificuldade a mais: a bíblia não define qual ou quais são os símbolos relativos ao nascimento de Cristo, como o faz em relação a Páscoa e à Ceia. Claro que aqui caberia até voltar ao debate se o cristão deve ou não comemorar o Natal. Contudo, não é essa nossa intenção, tendo em vista que já fizemos essa abordagem em outra postagem Se tiver interesse acesse: http://filosofiacalvinista.blogspot.com.br/2011/12/natal-os-dois-lados-da-moeda-uma.html.

Queremos, aqui, fornecer ao cristão o mínimo de coerência prática na escolha do símbolo de natal que usará, já que insiste em usá-lo.

Por que precisamos refletir sobre isso? Porque alguns símbolos podem estar sendo usados para desviar a atenção do verdadeiro sentido do que supostamente estão simbolizando.  

Em algumas comunidades não cristianizadas é completamente possível a comemoração do Natal sem que sequer se saiba do nascimento e até da existência de Jesus. Ou seja, um natal sem Jesus. O natal, para outros, é apenas uma festa consumista onde se dá e se recebe presentes, com o estímulo da figura de um bom velhinho chamado papai noel, que comanda um grupo de duendes, que vive numa terra coberta de neve, onde tem renas e os famosos pinheiros, de onde vem a ideia da árvore de natal, bem como outros símbolos usados. E Jesus? Jesus? Bem, Jesus é uma figura dispensável no seu próprio natal. Essa não é uma realidade distante de nós: onde está Jesus na decoração de natal dos shopping centers? Ninguém percebe Sua ausência.

O que árvore de natal, guirlanda, papai noel, duendes, renas, neve e a maioria dos símbolos natalinos têm a ver com o nascimento de Jesus? Eles, de fato, apontam para o nascimento de Jesus, como deve fazer um símbolo que aponta para uma realidade? 

Se você é alguém que conhece o mínimo da narrativa do nascimento de Jesus certamente dirá: "absolutamente nada". Neve? Jesus nasceu numa região desértica, lembra? 

A essa altura já deve ter ficado claro pra você que alguns símbolos servem para desvirtuar o verdadeiro significado do natal ou ainda servem para apontar para uma direção completamente aposta a da manjedoura e, consequentemente, da cruz. Servem, na verdade, para levar a pessoa para bem longe de Cristo.

Parece que a intenção é bastante clara: fazer com que as pessoas esqueçam completamente que o natal é o próprio nascimento de Jesus. É aí onde você entra. Quando você utiliza símbolos como papai noel, árvore de natal, guirlanda e tantos outros símbolos natalinos, que nada têm a ver com o nascimento de Jesus, você está contribuindo para que as pessoas se afastem cada vez mais do verdadeiro sentido do natal. Que contradição, não? 

Logo você que se diz servo de Cristo contribuindo e investindo até dinheiro na divulgação de símbolos natalinos que têm um o objetivo de tirar Jesus do natal; fazer com que as pessoas esqueçam completamente que natal tem a ver com Seu nascimento. Ou seja, você está literalmente, ainda que indiretamente através desses "símbolos natalinos", fazendo uma contra-pregação da obra de Cristo. Isso não parece ser uma bem sucedida estratégia maligna? Em última análise você está contribuindo com isso e nem se dá conta.

Então, o cristão não deve utilizar nenhum símbolo natalino? A princípio não precisa. A própria bíblia não estabelece nenhum símbolo para que lembremos do nascimento de Jesus, assim como o faz para que lembremos de sua morte e ressurreição, como ocorre no sacramento da Ceia. 

Contudo, há um símbolo natalino que, de fato, aponta para Jesus. Se você faz questão de usar algum, então, que seja este: o famoso pisca-pisca. Ele é uma referência clara à estrela de belém, também chamada de estrela natalina. Todos os outros símbolos do natal afastam o olhar para longe da manjedoura, para longe do nascimento de Jesus. Esse símbolo natalino, porém, de alguma forma, aproxima, aponta e lembra o nascimento e a obra redentora de Cristo Jesus, visto que ele também é apresentado nas Escrituras como "a luz do mundo", conforme Isaías 9:2; João 1:4-5; João 9:5 e João 8:12, quando Ele mesmo afirma acerca de si: "Eu sou a luz do mundo. quem segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida". 

«Então Herodes chamou secretamente os magos, e deles inquiriu com precisão acerca do tempo em que a estrela aparecera; e enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino; e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore. Tendo eles, pois, ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto quando no oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria. E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra» (Mateus 2:7-10). 

Portanto, não contribua para promover o esquecimento do verdadeiro sentido do natal - que é o nascimento de Jesus -, utilizando "símbolos supostamente natalinos" que só servem para desviar a atenção, repetimos insistentemente, da manjedoura e, consequentemente, da cruz. Pense nisso. 

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