Páginas

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A TEOLOGIA DE LUIZ GONZAGA E A DEPRAVAÇÃO TOTAL DO HOMEM. UMA HOMENAGEM AO CENTENÁRIO DE GONZAGÃO - Parte 1/3


Que Luiz Gonzaga, também conhecido como Rei do Baião, foi  um dos maiores e mais importantes cantores da música popular brasileira, isso todo mundo já sabe. Que exatamente hoje, 13/12/2012, se estivesse vivo, estaria completando 100 anos, isso todo mundo também já sabe.  Aliás, como prova disso, as justíssimas homenagens se espalham por todo o Brasil. 

Luiz Gonzaga, como todos também já sabem, era Pernambucano, da cidade de Exu. Por conta disso, os Pernambucanos, com sua conhecida mania de grandeza, pelas glórias do passado e por ser hoje o Estado que mais cresce no Brasil são, muitas vezes, tentados a reivindicarem para si  a "naturalidade exclusiva de Gonzaga". Tudo bem que aprouve a Deus que ele nascesse nessa "terra dos altos coqueiros, de beleza soberbo estendal", mas seu Luiz e sua obra pertencem ao patrimônio histórico-cultural Mundial. Ele não apenas cantava um ritmo, como é próprio dos que são apenas cantores. Ele os inventava e depois, como criador que conhece profundamente sua criação, demonstrava como deveria ser cantado. 

O que muita gente não sabe é que o genial Luiz Gonzaga fez uma das mais profundas e importantes afirmações teológicas: "O homem é mau". Aquilo que os grandes teólogos da história do cristianismo dizem em centenas de páginas em compêndios teológicos, Luiz Gonzaga dizia cantando, em sua lendária música "Apologia ao jumento". Ele "matava a cobra e mostrava o pau", como se diz no Sertão. Dizia e provava. Ele desnudava o mal residente no nosso coração decaído com um testemunho simplório, mas muito revelador. Depois de elencar uma série de benefícios que o jumento, historicamente, proporcionou ao homem, ele pergunta: 

"E o homem? Em retribuição o que é que lhe dá? Castigo", responde ele mesmo e continua: "pau, nas pernas, no lombo, no pescoço, nas ureia; e quando o bichinho não aguenta mais o peso duma carga e se deita no chão, o homem faz é um foguinho debaixo do rabo dele". E conclui: "o homem é mau".  Veja uma animação dessa música abaixo:


Gonzaga percebeu, como poucos, que esse tipo de atitude é inerente à natureza humana, que não são raras as vezes que o homem sente prazer na dor do outro ser. Evidentemente que ele não vislumbrava a dimensão dos desdobramentos teológicos dessa afirmação, contudo, intuitivamente, talvez por experiência própria, ele sabia: o homem é mau. Na verdade, sentimos uma forte identificação com e pelo mal; pelo erro, e pior: gostamos dele.   Já assim nascemos,  mau. Herdamos de nossos pais o "gen" do pecado.  "Pecamos porque somos pecadores e não o contrário; isto é, ser pecador porque pecamos". Precisamos ensinar o mal aos nossos filhos? Existe a necessidade de escolas e cursos para os mais variados crimes? Alguém precisou fazer um curso intensivo de como tornar-se um viciado em crack? Obviamente que não. O mal, esse já sabemos fazer. Fazer o mal é simples para nós; é fácil. Fazer o bem e aprender coisas boas é uma luta constante.

Alguém em sã consciência ousaria discordar do Rei do Baião?  

Um dos mais brilhantes teólogos e filósofos de todos os tempos, Agostinho de Hipona, em suas Confissões, faz um relato surpreendente de como sua própria vontade corrompida tinha prazer no pecado, no erro, no mal. Diz ele, em perfeita harmonia com Luiz Gonzaga, mas, por ser "dotor", em palavras "bunitas":  "o homem é mau". Vale à pena ler:

Tua lei, Senhor, condena certamente o furto, como também o faz a lei inscrita no coração humano, que a própria iniquidade não consegue apagar. Nem mesmo um ladrão tolera ser roubado, ainda que seja rico e o outro cometa o furto obrigado pela miséria. E eu quis roubar, e o fiz, não por necessidade, mas por falta de justiça e aversão a ela por excesso de maldade. Roubei de fato coisas que já possuía em abundância e da melhor qualidade; e não para desfrutar do que roubava, mas pelo gosto de roubar, pelo pecado em si. Havia, perto da nossa vinha, uma pereira carregada de frutos nada atraentes, nem pela beleza nem pelo sabor. Certa noite, depois de prolongados divertimentos pelas praças até altas horas, como de costume, fomos, jovens malvados que éramos, sacudir a árvore para lhe roubarmos os frutos. Colhemos quantidade considerável, não para nos banquetearmos, se bem que provamos algumas, mas para jogá-las aos porcos. Nosso prazer era apenas praticar o que era proibido. […] Que o meu coração te diga, agora, o que procurava então, ao praticar o mal sem outro motivo que não a própria malícia. Era asquerosa e eu gostava dela… Pobre alma embrutecida, que se apartava do teu firme apoio para autodestruir-se, buscando, não algo desonesto, mas a própria desonestidade! […] Eu, miserável, o que foi que amei em ti, furto meu, noturno delito dos meus dezesseis anos? Não eras belo, pois eras roubo!… Sim, eram belas aquelas frutas, mas não era a elas que minha alma infeliz cobiçava, eu as possuía em abundância e melhores. Eu as colhi somente para roubar, e uma vez colhidas atirei-as fora para saciar-me apenas com a minha maldade, saboreada com alegria. Se alguma tocou meus lábios, foi o meu crime que me deu sabor.[…] Talvez eu tenha sentido prazer em agir contra a lei pela fraude… Eis-me aqui, escravo que foge do seu senhor, à procura da escuridão. Oh, podridão! Oh, vida monstruosa! Oh, abismo da morte! Como pude achar prazer no ilícito somente por ser ilícito?… Eu, que amei o pecado por si mesmo, sem motivo?… Daquele furto que me satisfez pelo furto em si e nada mais? De fato, ele em si nada valia, e por isso me tornei ainda mais miserável! No entanto, eu não o teria praticado, se estivesse sozinho. Lembro-me bem do meu estado de alma: sozinho não o teria feito absolutamente. Portanto, amei também no furto a companhia daqueles com quem o cometi; daí não ser verdade ter amado apenas o furto em si. […] Se eu tivesse na ocasião desejado de fato aqueles frutos que roubei, e com eles me tivesse regalado, poderia tê-los roubado sozinho. Poderia ter cometido a iniquidade, satisfazendo o meu desejo, sem necessidade de estimular, por outras companhias, o prurido de minha cobiça. O fato é que não eram os frutos que me atraíam, mas a ação má que eu cometia em companhia de amigos que comigo pecavam. […] Era uma vontade de rir que nos acariciava o coração ao pensar que estávamos enganando os que não esperavam de nós semelhante ato e muito o detestariam. Por que eu me divertia ainda mais por não praticá-lo sozinho? Talvez porque seja mais difícil rir sozinho? Sim, é mais difícil. No entanto, acontece às vezes que rimos sozinhos, sem a presença de outros, se algo muito ridículo se apresenta aos nossos sentidos ou ao nosso pensamento. Ah! sozinho eu não teria praticado tal ação; absolutamente, não o faria! Meu Deus, eis diante de ti a lembrança viva de minha alma. Sozinho, eu não cometeria aquele furto, no qual não me comprazia na coisa que eu roubava, mas no ato de roubar; sozinho, não me teria atraído a ideia de roubar, nem sequer teria roubado. Oh! Amizade tão inimiga! Oh, sedução misteriosa da mente, vontade de fazer o mal por brincadeira ou diversão, gracejo, prazer de lesar os outros sem vantagem pessoal ou sede de vingança! Basta que alguém diga: “Vamos! Mãos à obra”! E temos vergonha de não ser despudorados  (Confissões, Santo Agostinho, São Paulo: Editora Paulus, 1984, 446p).


E não pense o senhor que somente Agostinho concordava com Gonzaga não. Na segunda postagem dessa série traremos a opinião de outros renomados teólogos acerca da natureza humana. Demonstraremos também quem é o homem aos olhos de Deus à luz das Escrituras Sagradas. Na terceira e última postagem, abordaremos a única solução de Deus para esse mal que nós, pela nossa própria vontade, nos metemos. Aguardem!

6 comentários:

  1. Petrus Alois Rattisbonne14 de dezembro de 2012 às 19:36

    Art. 3 ― Se a vontade é movida necessariamente pela paixão do apetite inferior.

    (Infra. q. 77, a . 7; De Verit., q. 5, a . 10; q. 22, a . 9, ad 3, 6).

    O terceiro discute-se assim. ― Parece que a vontade é movida necessariamente pela paixão do apetite inferior.

    1. ― Pois, diz a Escritura (Rm 7, 19): Porque eu não faço o bem, que quero; mas faço o mal, que não quero; e isso é dito a propósito da concupiscência, que é uma paixão. Logo, a vontade é necessariamente movida pela paixão.

    2. Demais. ― Como diz Aristóteles, cada qual julga do fim conforme suas disposições pessoais1. Ora, não está no poder da vontade submeter imediatamente a paixão. Logo, também nesse poder não está não querer aquilo para o que a paixão se inclina.

    3. Demais. ― A causa universal não atinge o efeito particular senão mediante a causa particular; e por isso a razão universal não move senão mediante a estimativa particular, como diz Aristóteles2. Ora, a razão universal está para a estimativa particular, como a vontade para o apetite sensitivo. Logo, só mediante este é que a vontade é movida a querer um objeto particular. E portanto, o apetite sensitivo estando disposto de certo modo por alguma paixão, a vontade não poderá ser movida em sentido oposto.

    Mas, em contrário, diz a Escritura (Gn 4, 7): A tua concupiscência estar-te-á sujeita, e tu dominarás sobre ela. Logo, a vontade do homem não é necessariamente movida pelo apetite inferior.

    Solução. ― Como já se disse, a paixão do apetite sensitivo move a vontade, por ser esta movida pelo objeto; i. é, enquanto que um homem, de certo modo disposto pela paixão, julga conveniente e bom o que, sem a paixão, não julgaria tal. E esta imutação do homem pela paixão de duas maneiras pode dar-se.

    Primeiramente, ficando ele pela paixão de tal modo ligado, que perde o uso da razão; isso sucede com os loucos e amantes por causa da veemente ira ou concupiscência, ou qualquer outra perturbação corpórea; pois, tais paixões não sobrevêm sem transmutação corpórea. E elas os fazem agir como os brutos, que seguem necessariamente o ímpeto da paixão, pois neles não há algum movimento da razão e, por conseguinte, da vontade.

    Outras vezes porém a razão não é pela paixão totalmente absorvida, mas o seu juízo fica em parte livre, e assim, permanece algo do movimento da vontade. Por onde, na medida em que a razão fica livre e não sujeita à paixão, nessa mesma medida o movimento da vontade, que permanece, não tende necessariamente para aquilo a que a paixão inclina.

    Assim pois ou não há no homem o movimento da vontade, e só a paixão domina; ou, se esse movimento existe, a vontade não segue a paixão necessária.

    Donde a resposta à primeira objeção. — A vontade não pode fazer com que não surja o movimento da concupiscência, dizendo, por isso o Apóstolo (Rm 7, 19): Faço o mal que não quero, isto é, tenho dele desejo; pode, contudo, não querer ter desejo ou neste não consentir. E portanto, não segue necessariamente o movimento de concupiscência.

    Resposta à segunda. ― Tendo o homem duas naturezas ― a intelectual e a sensitiva ― ora, a alma está totalmente num estado uniforme; ou porque a parte sensitiva está toda sujeita à razão, como acontece com os virtuosos, ou, inversamente, porque a razão é totalmente absorvida pela paixão, como se dá com os amantes. Mas às vezes, embora obnubilada pela paixão, a razão conserva-se parcialmente livre, e então podemos repelir totalmente a paixão ou ao menos, comportamo-nos de modo a não segui-la. E em tal disposição, algo lhe aparece como racional e algo como passional, pois o homem diversamente se dispõe em relação às diversas partes da alma.

    Resposta à terceira. ― A vontade é movida, não só pelo bem universal apreendido pela razão, mas também pelo que é apreendido pelo sentido. E portanto, pode ser movida a algum bem particular, sem a paixão do apetite sensitivo. Pois, queremos e obramos muitas coisas, sem paixão, só pela eleição do apetite; o que sobretudo se manifesta naqueles em que a razão luta contra a paixão.

    ResponderExcluir
  2. Petrus Alois Rattisbonne14 de dezembro de 2012 às 19:41

    Art. 4 — Se a vontade é necessariamente movida por Deus.

    (I, q. 83, a . 1, ad 3; De Verit., q. 24, a . 1, ad 3; De Malo, q. ad 3).

    O quarto discute-se assim. ― Parece que a vontade é movida por Deus necessariamente.

    1. ― Pois, todo agente a que se não pode resistir move necessariamente. Ora, não se pode resistir a Deus, cujo poder é infinito, pois por isso diz a Escritura (Rm 9, 19): Quem é o que resiste à sua vontade? Logo, Deus move a vontade necessariamente.

    2. Demais. ― Como já se disse1, a vontade é movida necessariamente quanto ao que naturalmente quer. Ora, diz Agostinho, é natural a cada ser que Deus nele opere2. Logo, a vontade quer necessariamente tudo aquilo a que é movida por Deus.

    3. Demais. ― É possível aquilo que, posto, não causa nenhuma impossibilidade. Ora, de admitir-se que a vontade não quer aquilo a que Deus a move, resulta uma impossibilidade, a saber que a operação de Deus seria ineficaz.

    Mas, em contrário, diz a Escritura (Ecle 15, 14): Deus criou o homem desde o princípio e o deixou na mão do seu conselho. Logo, não lhe move a vontade necessariamente.

    Solução. ― Como diz Dionísio, à providência divina é próprio, não corromper, mas conservar a natureza das coisas3. Por onde, move todas as coisas conforme à condição delas; e, assim, por moção divina as causas necessárias produzem os seus efeitos necessariamente, e as causas contingentes, os seus contingentemente. Ora, a vontade é um princípio ativo não determinado a um só termo, mas comportando-se indiferentemente em relação a muitos. Por onde, Deus a move sem determiná-la necessariamente a um termo, permanecendo-lhe, antes, o movimento contingente e não necessário, salvo naquilo ao que é naturalmente movida.

    Donde a resposta à primeira objeção. — No poder da divina vontade está não somente operar por meio da coisa que move, mas ainda, fazer tal de modo congruente a essa coisa. E por isso, mais repugnaria à divina moção ser a vontade movida necessariamente, o que não lhe convém à natureza, do que livremente, como lhe convém.

    Resposta à segunda. ― É natural a um ser tudo o que Deus nele opera para que seja o que é; assim, a cada ser convém o que Deus quer lhe convenha. Ora, ele não quer que tudo o operado nas coisas seja natural ― p. ex., que os mortos ressurjam ― mas sim, que cada ser natural esteja submetido ao poder divino.

    Resposta à terceira. ― Se Deus move a vontade para alguma coisa, é impossível mas não absolutamente, que a vontade para esta não seja movida. Donde não se segue que a vontade seja necessariamente movida por Deus.

    ResponderExcluir
  3. Petrus Alois Rattisbonne14 de dezembro de 2012 às 19:46

    Quem somos:

    O Homem é um ser feito à imagem e semelhança de Deus. Claro, quando mencionamos "homem" nos referimos à humanidade inteira, homens e mulheres.

    Dotada de alma espiritual, inteligência e vontade, ao contrário dos animais, a pessoa humana, desde a sua concepção, é ordenada para Deus e destinada à bem-aventurança eterna. Busca sua perfeição na "procura e no amor da verdade e do bem."

    O homem, ferido em sua natureza pelo pecado original, está sujeito ao erro e inclinado ao mal no exercício de sua liberdade. Porém, deve buscar justificação e bom exemplo em Cristo.

    Liberdade humana:

    "Deus deixou o homem nas mãos de sua própria decisão"" (Eclo 15,14), para que pudesse livremente aderir a seu Criador e chegar, assim, à feliz perfeição..

    Moralidade:

    "Não se pode justificar uma ação má, embora feita com boa intenção" (S. Tomás de Aquino). Uma finalidade justa não justifica um procedimento injusto. Isto engloba várias coisas, como o uso de preservativos, o aborto, etc. Não posso através de um mal criar nada bom.

    Um ato moralmente bom supõe, ao mesmo tempo, a bondade do objeto, da finalidade e das circunstâncias.

    Paixões:

    O termo "paixões" designa as afeições ou os sentimentos. Por meio de suas emoções, o homem pressente o bem e suspeita da presença do mal.

    As principais paixões são o amor, o ódio, o desejo, o medo, a alegria, a tristeza e a cólera.

    As emoções e os sentimentos podem ser assumidos em virtudes ou pervertidos em vícios. O mal moral depende não dos movimentos da sensibilidade, mas da razão e da vontade.

    A Palavra de Deus deve ser luz para nossos passos. É precisos que a assimilemos na fé e na oração e a coloquemos em prática. Assim se forma a consciência moral.

    ResponderExcluir
  4. Quem é o homem que reconhece que "o homem é mau'? Por acaso, seria o homem bom? O que há em mim que permite reconhecer que "o homem é mau"? Todos os homens maus são iguais? Você levaria para sua casa qualquer "homem mau"? Ou seleciona-os, reconhecendo que "todos iguais, mas uns mais iguais que outros"?

    ResponderExcluir
  5. Petrus Alois Rattisbonne19 de dezembro de 2012 às 10:41

    Caro Fábio:

    Natureza humana e seus estados
    Vejam, a natureza humana pode existir em seis estados:

    1 – Estado de natureza pura: só se constitui das perfeições essenciais à natureza humana. Lutero, Baio e Jansênio negaram que fosse possível semelhante estado de natureza pura, mas a Igreja o afirma com certeza.

    2 – Estado de natureza íntegra: além das perfeições essenciais à natureza humana, o homem possuiria dons preternaturais que o ajudariam a alcançar mais fácil e seguramente o seu fim natural. Tais dons preternaturais foram dados ao primeiro homem: a imortalidade corporal, a impassibilidade, a imunidade de concupiscência, etc.

    3 – Estado de natureza elevada: além dos dons preternaturais, possui-se também o dom sobrenatural da graça santificante. Nesse estado, Adão foi criado.

    4 – Estado de natureza caída: estado que se seguiu a perda da graça santificante e dos dons preternaturais, como castigo pelo pecado.

    5 – Estado de natureza reparada: estado do homem reparado pela graça redentora de Cristo, em que se possui a graça santificante, mas não os dons preternaturais.

    6 – Estado de natureza glorificada: é o estado daqueles que alcançaram a visão beatífica, que é o fim sobrenatural do homem neste e nos últimos três estados descritos. Compreende a graça santificante em toda sua perfeição, e, após a ressurreição, também os dons preternaturais de integridade, em toda sua perfeição.

    Estados meramente possíveis:

    1 - Estado de natureza pura
    2 - Estado de natureza íntegra

    Estados reais (ou realmente criados):

    3 - Estado de natureza elevada
    4 - Estado de natureza caída
    5 - Estado de natureza reparada
    6 - Estado de natureza glorificada

    Em todos os estados reais, dependentes da doação da graça santificante, o fim sobrenatural do homem é a visão beatífica.

    O homem, após a queda, encontrava-se no estado de natureza caída; após o batismo, encontra-se em estado de natureza reparada, ou seja, possui a graça santificante, que o torna semelhante a Deus, filho adotivo de Deus, capaz de vê-lo quando esta graça for transformada em glória.

    ResponderExcluir
  6. Edir:

    Seus questionamento são interessantes. Não há um único homem que não reconheça sua própria condição má e isso não é fruto de algum resquício de bondade que porventura tenha ficado em seu coração. Na verdade, é uma identificação com esse mal e, acima de tudo, a Lei de Deus, gravada no seu coração, que faz com que perceba sua própria maldade, para sua própria perdição.

    ResponderExcluir

Divulgue meu Blog no seu Blog