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sexta-feira, 29 de junho de 2012

O EVANGELHO DO BISCOITO E O HOMICÍDIO DO CÉREBRO


Agente escuta cada uma em ônibus. Essa semana tive o desprazer de ficar perto de uma irmã, provavelmente pastora, pelo tom de autoridade espiritual que falava, que estava conversando ao celular com outra possível irmã, provavelmente uma de suas discípulas. Infelizmente não tive como não escutar; não tive como proteger meu cérebro, meus tímpanos e meu estômago. Dizia ela: "quando Deus me dá uma tarefa é tarefa cumprida". Beleza, até aí tudo bem.  E continuou: "não gosto nem de conversar com quem diz que não gosta de ouvir Silas Malafaia, Ricardo Godim, Valnice Milhomes e  Paulo Brunet" (esse último não sei quem é, por isso, se fosse pra escolher algum pra ouvir, escolheria ele), são minhas referências", concluiu a poderosa. Cá pra nós, tá bem ela de referências, heim? Sinceramente, por um momento achei que ela me conhecia e estava soltando algumas indiretas. Mas logo me toquei. Não era comigo. Muita pretensão minha achar que só eu não gosto de lixo teológico. Lá pelas tantas, ainda no celular: "irmã, preste atenção em tudo que eu falo, ainda que não tenha nada a ver com a conversa, de repente Deus pode me usar e dar algum recado pra você. Sabe por quê?" Perguntou a toda poderosa. Confesso que me interessei pela resposta. "Por causa do biscoito", completou ela.  Biscoito? A pergunta que fiz apenas na mente sua interlocutora também deve ter feito de viva voz, o que a levou a explicar: "uma vez eu estava pregando e Deus mandou falar: olhe o biscoito. Não tinha nada a ver com o assunto, mas Deus mandou e eu obedeci. Volta e meia saia da minha boca: olha o biscoito, não sabia o que Deus queria com isso, mas obedecia". Rapaz, né que já estava torcendo pra não chegar minha parada?! Queria saber da história do "biscoito treloso" (eita, já estou batizando o biscoito da pastora - treloso é uma conhecida marca de biscoitos em Recife -, mas a marca ela não falou não, desculpe). Voltando ao biscoito, ou melhor, à conversa: "mas irmã, quando vi tinha um homem chorando copiosamente, pedi pra que ele se aproximasse e ele deu seu testemunho, dizendo: quando criança roubava os biscoitos que minha mãe escondia (para passar o mês inteiro), e comia tudo, por isso nada dava certo na minha vida (isso chorando ainda) e hoje Deus me mostrou o meu pecado e me libertou. Tá vendo irmã"? E sentenciou novamente: "então preste atenção em cada palavra que eu falar, ainda que não tenha nada a ver com a conversa, pois pode ser um recado de Deus pra você". Pronto. Chegou minha parada, tive que descer. Que pena. Eu tinha até algumas sugestões de palavras pra soprar para a "poderosa" dizer àquela irmã que estava do outro lada da linha. Cito algumas: "abiscoitada, abestalhada, desocupada, retardada" e mais umas cinco ou seis. O problema é que essas palavras fariam sentido em qualquer momento daquela conversa.Certamente elas não as tomariam como um recado divino; e não era mesmo; era só meu.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

RIO+20 E A QUESTÃO AMBIENTAL: A VERDADEIRA HISTÓRIA DA PREOCUPAÇÃO COM O AQUECIMENTO GLOBAL



De uma hora para outra o homem se tornou um grande defensor da natureza e, conseqüentemente, da criação de Deus. Não parece estranho? Sempre suspeitei que houvesse algo de inconsistente no belo discurso de preservação da natureza. Não devemos ter essa preocupação? A questão não é essa. Devemos sim, claro. Muito embora essa história toda não tenha um tom tão apocalíptico assim quanto estão dando. A questão é a motivação que acabou gerando esse surto de “preocupação” com o meio ambiente. Teria o homem se arrependido por todos os danos que trouxe à biodiversidade e aos ecossistemas? Não, não estou me referindo, por exemplo, aos poluentes que o homem  tem despejado nos rios, nem aos gases tóxicos que tem liberado no ar. Tudo isso é só e somente só, apenas,  conseqüências de uma causa maior. Bem maior, por sinal.

A terra está sob maldição por causa do homem. O livro de Gêneses registra a sentença de Deus sobre o representante legal da raça humana, depois de sua livre desobediência. A Adão disse: "Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás" (Gênesis 3:17-19).

A expressão CARDOS E ABROLHOS é muito significativa. Caio Fábio, em um interessante livro intitulado “Os espinhos da vida, vivenciando as tragédias da alma”, diz que essa expressão:

"Significa que Deus deu uma sentença: de hoje em diante nascerão cardos e abrolhos, prevendo uma tragédia universal em função do pecado do homem. Não apenas um fato ligado aos vegetais porque estes surgiram como mutações posteriores; surgiram em função de todos estes efeitos tremendos que vêm de irradiações desde o sol, e que mudaram a nossa atmosfera. Estas mudanças entraram em choque e geraram estas espécies que caracterizaram a queda do homem em tragédias sem fim. São os cardos que simbolizam toda a tragédia da humanidade. Simbolizam as crises nas quais os homens estão envolvidos, e os espinhos que surgiram no mundo, os espinhos biológicos, são os predadores, são as anomalias, são as doenças congênitas. Estes são os espinhos da carne, os espinhos da vida biológica", conforme: http://www.scribd.com/doc/548913/Caio-Fabio-Os-Espinhos-da-Vida. (Esse trecho é parte de outra postagem intitulada “A origem das tragédias humanas, que você poderá acessar no link: http://filosofiacalvinista.blogspot.com.br/2011/01/origem-das-tragedias-humanas.html).

Partindo dessa visão escriturística,  temos que concluir que as condições climáticas e metereológicas de hoje não são piores que as condições do passado, considerando que essa maldição data do proto da raça humana. Por conseguinte, devemos concluir também que as tragédias naturais de hoje são apenas fluxo natural de algo que sempre aconteceu. Ou seja, não há nada de diferente acontecendo na terra, nesse sentido. E isso não é verdade? Obviamente que sim. Terremotos sempre existiram. Tsunames também. Fome também. Seca também. Cheia também.

Então, se é assim, perguntamos: O que há de diferente hoje que justifique essa “preocupação” exacerbada com a questão ambiental?

Nesse ponto de nossa reflexão voltamos à questão da motivação que falávamos no início. Certamente o homem não ficou bom, pois sua natureza é má desde o seu nascimento. Sendo assim, tende a se rebelar contra as coisas de Deus e isso inclui a natureza. Com isso estamos defendendo que essa motivação não é legítima, não é sincera e está carregada de intenções esdrúxulas por trás do discurso politicamente correto da defesa do meio ambiente.

Toda essa preocupação tem um único objetivo: ganhar dinheiro. Isso mesmo, a questão econômica é o que realmente importa. É isso que está por trás, nos bastidores da Rio-92 (1992), do protocolo de Kyoto (1997), da Rio+10 (2002. O termo +10 faz referência ao início dessa discussão, na Rio-92) e agora, finalmente, da Rio+20 (2012, ou seja, 20 anos da Rio-92).


Você já ouviu falar no cientista Drº Luiz Carlos Molion? Ele é professor da UFAL, com pós-doutorado em Climatologia e mudanças climáticas e representante da América Latina da organização metereológica mundial.  Ou seja, tem todas as credencias científicais para confirmar tudo que estamos dizendo acima. Veja a surpreendente entrevista que ele concedeu ao programa Roda Viva, onde aborda todas essas questões que levantei acima. Essa entrevista foi um achado para mim, que sempre pensei assim. Veja o vídeo abaixo, não deixe de conferir.


Para ver a entrevista inteira que tem quase uma hora, acesse: 

Qual sua opinião sobre o tema?

sexta-feira, 8 de junho de 2012

PARABÉNS PRA VOCÊ OU GRAÇAS A DEUS?



Jesus, certa vez, disse algo que é muito pertinente relembrarmos num momento de comemoração de mais um ano de vida, especialmente num contexto de festa de aniversário. Disse Ele: “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso de sua vida”? (Lucas 12:25). Côvado é uma unidade de medida que equivale a aproximadamente 45 centímetros. O argumento irrefutável nos lembra que nenhum de nós; absolutamente ninguém, tem a capacidade de alongar, nem mesmo por alguns centímetros, a caminhada que nos está proposta. Alguém consciente pode negar isso? Nem mesmo os mais abastados com suas muitas riquezas podem decidir por viver mais um pouco, tendo chegado o limite do curso de sua vida. Os poderosos não poderão usar sua recorrente arrogância para conquistarem mais tempo.  A fé dos religiosos também não os ajudará a merecerem tamanho benefício. Os pobres também não poderão usar seu sofrimento momentâneo como estratégia de convencimento para prolongamento de suas vidas. O fim da estrada é absolutamente democrático e irrevogável. Essa reflexão perpassa uma questão filosófica fundamental e basilar: afinal, “que é o homem”? É a pergunta feita também pelo Salmista; respondendo ele mesmo: “ O homem é como um sopro; os seus dias, como a sombra que passa (Salmos 144:3-4). E ainda outro salmista afirma: “Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Salmo 90:10). É o que somos: “humanos; demasiadamente humanos”; seres cujo DNA está impregnado de transitoriedade e dependência, face à Eterna e Imutável existência de Deus, como ainda afirma o Salmista: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmo 90:2). Somos loucos em não atentarmos para tão grande diferença entre Ele e nós. Parabenizar, ser parabenizado ou ainda parabenizar-se por mais um ano de vida, não significaria, em última análise, entender que o continuar vivo, de alguma forma, depende ou dependeu de nós? Diante do exposto acima, não fica sem sentido, em qualquer língua, as famosas palavras cantadas “Parabéns pra você ou Happy Birthday to You”? Antes, não seria mais adequado, à ocasião, ações de Graças a Deus, único autor e preservador da vida? Façamos nossas, pois, as palavras de Moisés, em seu salmo solitário: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” e ainda: “Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias” (Salmo 90:12,14).

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